Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 67
Capítulo 61


Notas iniciais do capítulo

TUMBLR DA FIC: http://destroyersfanfic.tumblr.com/

NÃO DEIXEM DE MANDAR PERGUNTAS GALERA! ADORO RESPONDÊ-LOS ;)
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HELLO GUYS! Tudo bom?

Capítulo fresquinho e grandinho para vocês com a narração da Clary e uma SÉÉÉÉRIE DE FATOS INCRÍVEIS!

E como avisei na FANPAGE (https://www.facebook.com/liviadiasfics/?fref=ts) tenho uma surpresa para essa fanfic!!!

#DESTROYERSTODODIA

Capítulos diários postados sempre na faixa das oito da noite para vocês até o final do mês (ou até a acabar a fic!!!) õ/ Espero sinceramente que gostem pessoal!

E POR FAVOR LEITORES FANTASMAS, SOPHIA MANDA DIZER QUE É A ÚNICA QUE PODE CONTINUAR INVISÍVEL! OBRIGADA, DE NADA :)



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Clarissa

Não sei exatamente por quanto tempo aquele transe durou, mas sei que agora preciso ser rápida. Rápida demais!

O trio familiar Wayne parece algum tipo de alimento em conserva agora. E logo que adentrei esse ambiente, demorei longos minutos para constatar que de maneira alguma estava sonhando: é real.

A confusão de emoções é intensa e me deixa enjoada. Por que não estou com raiva deles? Por que não quero desligar os aparelhos que lhes oferecem oxigênio e deixar que sufoquem até a morte?

Tudo que fiz até hoje foi pelo ódio, não foi? A sede de vingança me fez desligar as emoções e esquecer o significado de limites e compaixão.

Por minha causa um veneno mortal percorria as veias dos meus colegas de equipe. Quanto tempo eu tinha até que as vidas de todos eles fossem ceifadas?

“Sua vida pela deles”, uma vozinha irritante falou em minha mente.

Estou disposta à um sacrifício?

Sirenes começam a soar arrancando-me dos meus devaneios. As luzes piscam, e posso ouvir os gritos do lado de fora.

O telão onde a mensagem da maldita mulher que ressuscita os mortos surgiu momentos atrás permanecia escuro. Respiro fundo me dirigindo ao painel de controle que mantém as prisões funcionando. Localizo um botão vermelho e minha mão paira sobre ele, pela primeira vez trêmula.

— Não está acostumada a fazer coisas boas?

Olho para trás. Stanley ajeita o chapéu em sua cabeça, parado diante das prisões.

— Você poderia deixar a morte cuidar de tudo — fala com um sorriso debochado. — A morte acaba com as dores, Clary. E você está atormentada. — Ele fica cada vez mais perto de mim, e posso sentir o frio em meu peito causado pelo medo. — Seria tão simples...

— Ainda com raiva por eu ter matado seu papaizinho? — questiono com abrupta acidez.

Stanley cerra os punhos. A raiva o move, assim como foi comigo.

— Você é uma vadiazinha metida que vai pagar caro por tudo que fez — pragueja com os olhos faiscando contra mim.

— Quem vai me fazer pagar? Você? O fracote que só serve de capacho para os outros? — questiono com desdém, semicerrando os olhos.

— Sua...

— Não vê Stanley? Eu e você estamos no mesmo barco — gesticulo com as mãos para os arredores da sala parcialmente iluminada com uma sirene contínua tocando.

Uma arma reluz em minha direção. Stanley mira uma Magnum .357 com sua mão um tanto trêmula. Meus olhos permanecem fixos no cano da pistola debilmente.

“Mova-se sua burra!”, uma vozinha irritante grita em minha mente.

Meu corpo permanece estático, e lembranças repentinas percorrem minha mente de maneira acelerada.

O dia que conheci Charlie e o esfaqueei pelas costas em Gotham...

O dia que explodi o galpão onde os negócios ilegais do Stanley ocorriam...

E naquele dia matei centenas de pessoas de uma só vez...

Sempre fui implacável, indestrutível. Mas agora nada faz sentido. O que adiantou o meu ódio? Onde minhas escolhas me trouxeram? Estou certa que nada do que fiz até agora pode ser considerado saudável para mim e a humanidade.

— Adeus Wayne! — o disparo, a sensação anterior ao fim.

Minhas pernas não se movem, e nenhum dos meus membros responde. Tenho o vislumbre da bala cada vez mais próxima, e chego a mentalizar como seria morrer de um jeito tão escroto. Uma bala cravada na testa? No peito? Clichê. Talvez doloroso... Talvez rápido demais... Tão rápido que seja impossível sentir...

Logo que posso sentir a bala cravada em minha pele, um vulto se lança contra mim, empurrando-me contra o piso. Tudo parece passar em câmera lenta. O momento exato que Stanley é derrubado por um segundo vulto, e o instante que o desespero evidente na figura que me salvou volta-se para meu rosto.

— Clarissa! Clarissa! — Charlie bate em meu rosto com a costa da mão levemente, e percebo que estive prestes a adormecer. — Droga! Temos que tirar essa bala dela!

A dor... O sono... Caramba, mas que merda de sono! Charlie tenta estancar o sangue, enquanto Bruce e Selina Wayne surgem no meu campo de visão encharcados da cabeça aos pés e começando a colocar as máscaras de seus devidos uniformes.

— Clarissa... Não durma... Não durma... — Selina murmura freneticamente para mim.

Minhas pálpebras pesam novamente. Imagens distorcidas vêm à minha mente, uma mistura de sombras e luz vermelha. Alguém me pega no colo de maneira suave, e sinto meu corpo ser levado para o mais próximo de gritos constantes seguidos de um barulho ensurdecedor.

 — Sério? Você está lendo um romance?

Ergui o rosto. Dylan me encarava com uma expressão de surpresa. Gotas de suor desciam por seu rosto, e a regata branca com o seu nome atrás se encontrava grudada em seu tórax. A bola de futebol americano era firmemente segura por uma de suas mãos.

Fechei o livro, sentindo-me completamente exposta naquele momento. Maldição!

Levantei-me dos bancos da arquibancada onde estive deitada. Por que Dylan não poderia ir para o vestiário masculino como todas as pessoas normais? Ele tinha que pegar aquele caminho?

 — Opa! Acho que você está cruzando a linha que separa o meu território do seu, Allen! Então não te interessa! — semicerrei os olhos desafiadoramente.

— Acho que no fundo você sonha viver uma história de amor  — debochou Dylan e bufei com aquela besteira.

— Acho que no fundo você sonha em ser morto por mim — disse com um tom ameaçador seguido de um sorriso sarcástico.

Passei por Dylan, mas fui interrompida na metade da saída por seu corpo na frente do meu repentinamente. Controlei a surpresa e a respiração acelerada. Merda!

— Hum... Não esqueci o lance das algemas semana passada. Você vai pagar caro por aquilo — Dylan roçou o nariz em minha bochecha de maneira acidental e ao mesmo tempo nem tão inocente causando um doce arrepio.

— Dylan!

Lexi Riddle chamou da porta dos vestiários abaixo de nós. Instintivamente me afastei do Allen, recompondo meu ar sarcástico.

— Ei Lexi! — Dylan passou a mão pelos cabelos e me encarou antes de descer. — Estava discutindo com a Wayne o romance ridículo que ela lê.

Lexi me fitou com um olhar frio que retribui com mais farpas do que nunca. Ela puxou Dylan para um beijo nojento que me deu vontade de vomitar.

— Clary...

Entreabro os olhos e Stella entra no meu campo de visão com Wolverine ao seu lado. Minhas pálpebras pesam novamente.

— Precisamos chegar até o saguão de reuniões! Os jogos do Charada não devem ter chegado lá! — uma voz desconhecida berra sob o barulho contínuo das águas.

Que merda está acontecendo?

Mergulho em mais um sono profundo carregado de gritos e sangue. Stanley aparece com sua Magnum apontada diretamente para mim e dispara dezenas de vezes.

Grito e movo-me bruscamente, abrindo os olhos de chofre.

— Calma... — uma voz suave diz e ao fitar a origem desta descubro ser a Mulher Gato.

Estamos em um salão com mesas de alguma madeira rara, painéis de controle e telões. Vozes começam a se tornar perceptíveis e cada vez mais claras aos meus ouvidos.

— Temos menos de uma hora para essa maldita bomba nos atingir e um monte de heróis que não podem fazer nada por enquanto! — Aurora demonstra seu nervosismo em um tom de voz nem tão baixo.

Afasto-me da Mulher Gato, que parece conter qualquer tipo de reação em me ver pessoalmente. Controlo as batidas do meu coração e o nervosismo. Isso é tão... Patético. Eu nunca tive uma família. Por que me importar na frente deles agora?

— Clarissa... — Charlie se aproxima antes que eu tenha chance de tramar algum tipo de fuga bem elaborada. Ele está trajando seu uniforme azul marinho de Asa Noturna e sua carranca típica de “o certinho da família Wayne”.

 — Charlie — digo com um tom de desagrado evidente.

Fitamo-nos por longos segundos que parecem uma eternidade. Nossas desavenças parecem menos intensas agora, quase irrelevantes. Ainda quero saber como os três Wayne-Maravilha (irônico não?) se libertaram sem a minha ajuda.

 — Você precisa descansar. Levou um tiro e estava com um corte no lado do corpo que precisava de pontos. Sophia e Aurora cuidaram disso. Conseguiram estancar os dois sem problemas. A bala continua dentro do seu corpo, então sugiro que não faça movimentos bruscos demais. A Stella não conseguiria retirar sem acertar uma artéria fundamental do seu coração — Charlie diz com certo profissionalismo. Ele serviria para ser médico. Na verdade acho que conseguiria se enquadrar bem em qualquer profissão (exceto em ser menos idiota).

— Certo... — concordo com um menear de cabeça, sentindo as primeiras pontadas no corpo de toda a movimentação e ferimentos que sofri. Perfeito. Nada de movimentos bruscos demais. — Pode me passar o relatório do que aconteceu enquanto estive desacordada? Tenho certeza que você e os queridos Wayne conseguem fazer isso perfeitamente. — coloco um toque de ironia ao final das minhas palavras, mesclada com a raiva.

Talvez essa raiva demore a partir no final das contas.

A Mulher Gato coloca os óculos com lentes azuis no alto da cabeça, à frente de suas orelhas felinas. Como o uniforme dela pôde estar intacto por tanto tempo?

— Temos uma bomba que vai nos atingir em menos de uma hora. Seus amigos resgataram todos os outros heróis aprisionados na sala. Eram o Quarteto Fantástico e uma meia dúzia de mutantes aprendizes. Uma colega sua está desacordada e com ferimentos sérios. — Ela hesita desviando o olhar, talvez sem conseguir sustentá-lo por muito tempo em meu rosto. — Clarissa eu...

— Era tudo o que eu precisava saber. Obrigada família — agradeço friamente forçando-me a ficar de pé. A dor ocorre em diferentes pontos do meu corpo, e minha cabeça parece prestes a explodir. Cambaleio e Charlie parece prontificado a me ajudar. — EU NÃO QUERO A SUA AJUDA! EU NÃO QUERO A AJUDA DE NENHUM DE VOCÊS!

O silêncio impregna a sala. Aurora aparece com James, Dylan e Simon. Fecho os olhos com força, tentando me manter intacta. A dor física parece mil vezes mais suportável que a dor lá dentro de algum poço escuro e frio onde se encontra meu coração. Talvez finalmente eu tenha aprendido a sentir algo, da pior maneira possível.

— Eu te ajudo — Dylan se coloca a minha frente, encharcado da cabeça aos pés. O fito por longos instantes, enquanto ele passa um braço por minha cintura e habilmente me pega no colo sem que eu sinta qualquer dor.

Vejo Selina e Charlie dizerem algo um ao outro, e penso o quanto se merecem. A família perfeita. Não precisam de mim. Não precisam ter piedade de mim.

Não precisam de nada que venha de mim. Então por que preciso deles?

Dylan me coloca sentada em uma poltrona acolchoada ao fundo da sala. Puxa uma cadeira e senta-se a minha frente, envolvendo minhas mãos com as suas e aquecendo-as.

— Você está encharcada — diz soprando ar quente por dentro das minhas palmas.

— E-Estou? — minha voz sai terrivelmente tremida por conta do frio que não estivera sentindo até então. O colante do uniforme de batalha não permitia que a água entrasse em contato com minha pele até então. No entanto, a quantidade de água que devo ter sido submersa antes de acordar permaneceu na minha roupa por tempo demais e são evidentes os resultados.

— Eu poderia considerar sexy se não fosse um risco para você — comenta Dylan com um sorrisinho, embora seus olhos demonstrem preocupação. Ele — Quer falar sobre seus pais?

— Eles não são meus pais — liberto minhas mãos das dele bruscamente. Dylan me lança um olhar carente, mas o ignoro. — Precisamos nos concentrar em sair da nave. Algum progresso? Nossos queridos vilões já estão cagando nas calças com a nossa saída bombástica?

Dylan passa uma das mãos pelos cabelos.

— Seu pa... O Batman está trabalhando nisso junto do Wolverine e do Sr.Fantástico. Estão pensando em algo que possamos fazer...

— E...? — pergunto com as sobrancelhas arqueadas, passando as mãos pelos braços a fim de me aquecer um pouco.

— Nada. Tem centenas de armadilhas na nave. Não tem como sair facilmente.  — bufa ele, recolocando a máscara do uniforme sobre o rosto e levantando-se da cadeira. — Melhor descansar um pouco. Prometo avisar caso aconteça alguma coisa.

Ele passa a mão pelos meus cabelos antes de se afastar.

Os minutos se arrastam à sua partida, e espero que algo importante aconteça, mas nada parece se resolver. A frustração de estar frágil em um momento como esse me golpeia na face. Merda.

As crianças mutantes estão sentadas em um círculo do outro lado da sala, e algumas me lançam olhares de curiosidade. Era por elas que Wolverine estava tão furioso ao invadir esse lugar?

— Precisamos conversar, você querendo ou não.

Meus olhos repousam na figura que ardilosamente ocupou a cadeira onde antes se encontrava Dylan. A lentidão dos meus reflexos é evidente agora, e chega a me assustar.

Mas afinal é a Mulher Gato. O que esperar de alguém como ela? Tão rápida em estar próxima e tão rápida em se distanciar. Minha mente diz para não confiar nem um pouco em qualquer palavra que ela vá me dizer. Mas meu coração parece dez por cento mais mole do que o normal.

— Estou esperando — digo com rouquidão na voz, cruzando os braços e as pernas.


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Notas finais do capítulo

Amanhã volta da narração do James! u.u Vai ser beeem corrido essa maratona, mas tenho certeza que vocês vão curtir bastante ;) Compensá-los de quando estou correndo na Etec e não consigo postar kkkkkkkk

Obrigada pelo carinho e não ignorem a área dos reviews! Agora mais do que nunca a opinião de vocês é essencial :D

Beijokas!!!