Destroyers escrita por Livia Dias
Notas iniciais do capítulo
Heey novamente pessoal! Duas postagens em um mesmo dia?
ISSO SIM É MARATONA õ/
Espero que gostem do capítulo.
Aurora
Ser heroína cansa às vezes.
Tem dias que eu adoro meus poderes, mas tem vezes que simplesmente gostaria de não tê-los.
Hoje é um desses dias.
– Esses heróis vão acabar com nossa sociedade – o sr.Clarkson exibe sua repudia e indignação mais uma vez.
Permaneço em silêncio enquanto lavo a louça do jantar.
– Concordo, querido – minha mãe suspira dramaticamente. – Um dia eles podem acabar com tudo que construímos...
Tento não revirar os olhos. Pelo amor de Deus, o que meus pais construíram na sociedade?
Felizmente o telefone toca, e deixo a cozinha antes que meus pais pensem em fazê-lo.
“Aurora?”, a voz de Dylan soa com um quê de ansiedade.
“Ei”, olho na direção da cozinha certificando-me que meus pais estão ocupados demais para se preocuparem com o telefone. “Conseguiu?”.
“Sim. Estou na casa da Ashley e já chamei a cambada. Venha logo”.
“Ok. Até logo.”
Desligo, mordendo os lábios enquanto reflito sobre o que irá acontecer.
– Vai sair? – meu pai pergunta, vendo-me pegar a bolsa onde guardo meu uniforme.
Meneio a cabeça positivamente.
– Volto antes das três – digo, abrindo a porta. Antes que meus pais possam falar mais alguma coisa, já estou do lado de fora.
Não sei por quanto tempo caminhei em meio à quietude da noite, mas constato que a distância percorrida supera a metade até a casa dos Turner. É então, que virando uma rua praticamente deserta, vejo uma figura bloqueando minha passagem, a vários metros de distância.
O alarme de perigo soa em minha mente, e meus dedos vagam até minha bolsa na mesma hora.
Mas que merda.
De repente, uma dor aguda atinge meu peito, tão forte que me vejo em pânico. Meus ossos queimam, e a inconsciência parece inevitável...
– Então você é a famosa Aurora.
Abro os olhos. A dor passou, mas estou caída na calçada, a bolsa largada ao meu lado e a sensação ruim comprimindo meu peito.
Coloco-me de pé, cambaleante, embora não sinta nada. Olhando ao redor, percebo que ninguém além de mim se encontra na rua.
Uma ilusão, e uma voz feminina.
Seguindo meus instintos, sei que acabei de ganhar uma inimiga perigosa.
(...)
– Uma voz feminina? – Ashley repete com uma óbvia preocupação afligindo-a.
– Primeiro o Jack, depois essa – James balança a cabeça negativamente. Franzo o cenho, completamente perdida com suas palavras. Quem é Jack? – É um conhecido meu e da Clarissa – Ele explica simplesmente, como se lesse meus pensamentos.
Dylan se pronuncia, recostado contra a lareira da sala de estar.
– Cadê a Wayne? – murmura com impaciência.
Todos os olhares se voltam para o Allen. Desde quando ele fica esperando pela Clarissa?
– Já liguei para ela. – James olha a tela de seu smartphone guardando-o no bolso em seguida. – Daqui a pouco ela chega.
Sophia se retrai contra o sofá ao lado de Simon. Zack e Stella estão tagarelando sobre filmes, e eu não paro de pensar naquela maldita voz.
Tento assimilá-la a um rosto, mas nenhum me vem à mente. James parece tenso, de um jeito que nunca vi.
– Acha que era a tal da Caroline? – Dylan pergunta, assim que deixo a sala de estar para tomar alguma coisa que a cozinha dos Turner possa oferecer.
Viro o copo com uísque, sentindo minha garganta queimar e minha mente clarear um pouco.
– Talvez – deposito o copo dentro da pia. – Se o James e a Ashley ficaram tão incomodados... – Dylan concorda com um menear de cabeça, e outro pensamento me vem à cabeça. – O que você descobriu sobre a Clarissa?
Ele desvia o olhar, de uma maneira que me faz perceber seu mútuo desagrado em relação à Wayne.
– Você vai ver – diz se dirigindo para fora da cozinha.
Assim que deixo o local também, James abre a porta principal, revelando uma Clarissa mal-humorada.
– A Caroline e o Jack resolveram nos dar as boas-vindas – Ela adentra a casa, e o Turner fecha a porta em seguida.
– Seria legal se você fosse mais clara – ironiza Zack, esbanjando seu ar folgado. – Tenho um encontro daqui duas horas...
– Então cancela. - Me pronuncio, e o Oliver faz uma careta. – Aposto que um dia sem levar uma garota a um motel não vai te fazer mal.
Stella e Ashley começam a gargalhar da cara de Zack, e não me preocupo em conter o riso. Logo que a piada perde a graça, Dylan lança uma pasta fechada contra a mesa de centro, seus olhos vagando de James para Clarissa.
– Quando concordamos em entrar para a Iniciativa Destruidores, passamos pelo teste com o Fury como a etapa final. Tínhamos de falar sobre nós, e sobre o nosso maior medo. – Ele enfia as mãos nos bolsos do jeans. – Todos fomos aceitos, inclusive o James e a Clarissa.
A Wayne mantém os braços cruzados, enquanto James mexe em suas cartas de baralho (como sempre).
– Agora temos dois novos inimigos, que conheceram o James a Wayne – fala o Allen, lentamente, como se tomasse cuidado com o que diria. – E acho que assim como Fury, é justo conhecermos nossos colegas de equipe “foras da lei”.
Resmungos de concordância soam pela sala. Clarissa revira os olhos.
– Isso não vai ajudar em nada. – Demonstra impaciência, sem tirar os olhos da pasta.
– Se vamos trabalhar juntos, vai ajudar muito – Enfatizo.
– Ei não me importo – James dá de ombros. – Já falei com a Ashley sobre o meu passado. O que sair daí é lucro.
– Ok então – Dylan pega a pasta, e começa a tirar os arquivos de seu interior. – Vamos começar pelo menos pior. – Encara James, que franze o cenho.
– Pensei que eu quem fosse o pior – finge decepção.
Reviro os olhos. Só o Turner mesmo.
– O James fugiu de casa com a Caroline, aos oito anos – Dylan fala com grande naturalidade. Mas... Espera aí, que história é essa do James fugir com a malvada? – Ambos entraram para a Liga das Sombras, onde foram treinados por Ras Al Ghul.
Simon arqueia as sobrancelhas.
– Mas esse cara não estava morto? Quero dizer... O Batman o matou. Todos sabem disso.
– Ras Al Ghul foi o primeiro a ser trazido de volta, aparentemente. – Clarissa explica a contra gosto.
– Caroline tinha o poder da ilusão – Ashley diz pensativa. – Assim como James.
Stella quem fala dessa vez, encarando o ilusionista.
– Por que você fugiu com a Caroline?
É James. Por que você fugiu com a garota que possivelmente me derrubou na calçada e entrou na minha cabeça?
O Turner permanece mexendo em suas cartas.
– Meus pais consideravam Caroline e eu grandes “problemas”. Eles planejavam nos matar, mas a Liga das Sombras o fez primeiro. Eu fugi para não ferir mais pessoas.
Dylan se mostra pensativo.
– O que importa é que seus pais também foram revividos – enfatiza, e o moreno concorda.
Agora entendo o ódio da Ashley pelo James. Ela passou anos acreditando que o irmão tinha a abandonado, mas na verdade ele quis protege-la. Nem sempre as coisas são o que parecem.
– Não faz sentido – Sophia franze a testa. – Os pais do James e da Ashley não eram normais? Por que trazê-los de volta?
– Talvez para terminarem o que começaram – James não demonstra qualquer emoção. Às vezes gostaria de saber no que ele tanto pensa enquanto embaralha suas cartas continuamente.
– A Clarissa foi recrutada para a Liga das Sombras aos oito anos, e veio para Nova York com James – conta Dylan, fitando a garota em questão. – Conheceu Caroline, e os três formaram um time. Porém, cinco anos depois, a Miller morreu em uma missão. Jack Benson ocupou seu lugar e um ano mais tarde, começou a namorar a Wayne.
Todos, exceto James e Dylan, encaram Clarissa com um espanto idêntico. Para tudo!
– Ela já namorou? – Ashley grita perplexa. Pronto. Mais uma matéria para o jornal dela.
– Coitado desse cara – diz Zack balançando a cabeça de um lado a outro.
Clarissa meramente suspira.
– Eu o matei – Seu tom é de impaciência e cansaço.
– Ah, agora tá tudo explicado – solto uma risada irônica, recebendo um olhar frio da Clarissa. Dou de ombros.
Que horror! Ela mata até o único cara que já gostou dela mesmo sabendo do seu jeito “assassino”. Se eu fosse ela não sairia matando meus namorados (claro, se eu tivesse algum).
– Vocês saíram da Liga das Sombras, e Ras Al Ghul se irritou – continua Dylan, mantendo sua postura “alfa” da vez.
– Foi isso sim – James se pronuncia, um tanto impaciente. – Queríamos dinheiro e um pouco de aventura. Ras Al Ghul era sério demais e queria mandar na gente – faz uma careta, seguida de um som de escárnio. – Demos o fora, mas o querido Jack quis nos impedir. A Clary ficou de saco cheio e enfiou uma tesoura no pescoço dele. Simples.
– E agora ele e a Caroline voltaram – digo, arqueando as sobrancelhas. – E possivelmente a Miller quer me matar.
Stella dá uma gargalhada, e a encaro como se ela fosse retardada (Ah, ela é).
– Vamos lá! – meneia uma das mãos, enquanto controla o riso. – É melhor nos acostumarmos com isso. Existem coisas piores do que ser caçada por mortos-vivos.
– Ah, jura? – ironizo.
Dylan tira papéis da pasta e os estende para mim. James baixa os olhos por um momento, como se soubesse do que se trata e decididamente não queria que eu tivesse conhecimento.
– O que é isso? – pergunto, pegando os arquivos que na verdade são fotos. Várias delas.
Começo a passa-las, e reconheço o beco de Los Angeles, onde ganhei meus poderes no verão anterior.
Semicerro os olhos, assim que vejo James com outros caras, cumprimentando-os, estendendo dinheiro... Ao redor daquelas chamas químicas que me atingiram.
Encaro o Turner, boquiaberta.
– Você... Você estava lá! – Exclamo, franzindo o cenho. – Você...
– Eu sei o que te atingiu naquela explosão – completa ele, fazendo uma curta pausa em seguida. – Porque você tinha que receber esses poderes...
– Puta que pariu – Zack solta, demonstrando ansiedade. Todos o encaram. – Isso aqui tá parecendo novela mexicana!
Volto os olhos para James, nada satisfeita.
– Como assim eu tinha que receber esses poderes? – arqueio uma das sobrancelhas de modo inquisitivo.
James massageia as têmporas.
– Não era necessariamente você! Podia ter sido qualquer uma...
– Como assim “qualquer uma”? – Enfatizo já de pé.
– Eu tinha descoberto uma forma de usar meus poderes sem precisar de mentes para ficar mais forte e sobreviver – Explica o Turner impaciente. – Encontrei com uns amigos e eles concordaram em fazer a mistura química.
Clarissa exibe um sorrisinho cínico para mim.
– Ele precisava da mente de uma garota com super poderes conquistados graças à explosão. Adivinha quem o querido James escolheu?
Cruzo os braços, desafiando o Turner silenciosamente com o olhar.
– E deixe-me ver – Faço-me de pensativa. – Você me hipnotizou para que eu me perdesse naquela noite e “coincidentemente” fosse para aquele beco?
– Hum... É – James dá de ombros, fingindo-se despreocupado.
– E agora, Jack e Caroline querem minha mente para não morrerem? – Ele assente. Fecho os olhos por um segundo. – Mas que merda! – Exclamo repentinamente furiosa. – Eles são dois mortos, que mesmo se não conseguirem o que querem vão continuar vindo atrás de mim! E ainda tem os meus pais, que se descobrirem o que sou vão me deserdar – Começo a rir descontroladamente. Acho que aquele uísque está me afetando seriamente. – Eu to fudida mesmo...
– Bem vinda ao clube – Clarissa dá de ombros, revirando os olhos em seguida. – Pelo menos o Charlie sumiu do mapa...
– Você não matou o Alfred e sabe disso – Dylan acusa repentinamente. A Wayne arqueia as sobrancelhas para ele. – Você estava em uma missão secreta para a S.H.I.E.L.D e foi até o esconderijo do Coringa em Miami. Mas você levou uma surra dos palhaços recrutados por ele, e teve de voltar.
Clarissa levou as mãos à cintura, desafiando o Allen com seu doce olhar psicopata.
– Como descobriu isso? Andou me seguindo por acaso?
Dylan hesita por um segundo, antes de desdenhar da possibilidade levantada pela ruiva e desviar o olhar.
– O banco de dados da Liga da Justiça fornece várias informações – responde ele, com um sorrisinho de canto. – As vantagens de ser um herói, minha cara...
Sophia o interrompe neste instante, os olhos arregalados voltados para os jardins.
– Tem caras armados aqui.
Antes que possamos processar a informação, as janelas explodem com os tiros, e por instinto me lanço contra o piso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, provavelmente na terça estarei de volta com um novo capítulo. Essa semana que vai entrar vou estar revisando algumas coisitas da escola (estudando pacas!), para a prova da Etec no domingo que vem. Claro que isso não vai me impossibilitar de postar para vocês, mas vai sabá...
Então, até a próxima, onde teremos uma divertida narração do Zack õ/
Beijoos!