Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!

Sei que demorei para atualizar a história, mas estive muito ocupada nesses últimos dias... Espero que entendam :)

Quero agradecer a VanessaValdez, Barbara, Livery, Robbie, Kira, danic, Cristina Malik, Catwoman, FilhodeHades, ClaraMiKaElsOn, Pedroo e Leticia Chase pelos reviews mandados ;) MUITO OBRIGADA GENTE!

Também agradeço aqueles que favoritaram a história, e tem acompanhado desde o início! Valeu mesmo õ/

Espero que gostem do capítulo.

Boa Leitura!



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Simon

– Então, sr.Walker? – Fury levou as mãos à cintura por debaixo da capa, em uma posição de autoridade. Ajeitei-me na poltrona em frente à sua mesa, bastante desconfortável. – Fale-me sobre você.

– Não há muito que falar sobre mim – disse com um sorrisinho torto. Fury se mostrou descrente, e eu simplesmente dei de ombros. – Tá, ok. Entendi. – bufei com impaciência. Uma das coisas que menos gosto, é ter de falar de mim. Minha vida não é interessante, e eu tão pouco. – Moro com minha mãe. Meu pai morreu servindo o exército – murmurei meio emburrado. – Minha matéria favorita é física, e eu detesto redações.

– O que você mais teme?

Essa pergunta me deixa ainda mais incomodado. Tenho vários temores, no entanto nunca parei para pensar a fundo em cada um deles.

– Talvez – coço a nuca, seriamente nervoso. - Seja perder mais alguém importante para mim.

(...)

Ao invés de ir para casa, preferi tomar um bom cappuccino antes de retomar minha rotina oficialmente.

– Isso tudo ainda é complicado de assimilar – fala Stella, nos encarando.

Sentados em uma mesa próxima a janela com vista para rua, Stella, Sophia e eu conversamos sobre o retorno ao colégio, que certamente será muito estranho agora que as coisas mudaram drasticamente para nós.

O lado bom, é que Sophia deixou de evitar as pessoas assim que entrou para a “Iniciativa Destruidores”. De alguma forma, comecei a me preocupar mais com ela assim que nos esbarramos no corredor pela primeira vez.

Ela é uma boa amiga, embora nunca tenha tido pessoas legais ao seu lado no colégio. Embora não a conheça perfeitamente, estou disposto a tornar sua vida melhor daqui para frente – e tirá-la de sua própria prisão.

– Simon? – o tom incerto de Sophia chama minha atenção de volta à realidade.

Stella está no balcão, fazendo um pedido de donuts, e provavelmente permanecerá lá até que estejam prontos.

– Desculpe – digo, sentindo o rubor tomar conta de minhas bochechas. – Disse alguma coisa?

A loira nega, desviando o olhar. Antes que a maldita vergonha toma conta de mim novamente, recomeço o diálogo.

– Então, onde você mora?

Sophia me encara com seus singelos olhos amendoados.

– Próximo ao cemitério a vários quilômetros daqui – responde, com um baixo tom de voz. – Moro com a minha avó.

Franzo o cenho.

– Pensei que morasse sozinha – E de imediato me arrependo de ter dito tal coisa estúpida.

Ela volta os olhos para a janela, observando o movimento na rua.

– Eu ainda mais sozinha – seus olhos se perdem do lado de fora da cafeteria. – Morei Em um orfanato desde que nasci. Nunca soube a identidade dos meus pais, e minha cuidadora dizia que eu tinha sido deixada à porta, só com um papel onde meu nome fora escrito. Apenas aos meus nove anos que uma senhora surgiu no orfanato procurando por mim – Faz uma pausa, e a perplexidade toma conta de mim, misturada a um estranho incômodo; um louco desejo de protegê-la. – Era a minha avó. – completa, com a voz possuindo um tom melancólico.

Faço menção de tocar sua mão, mas ela a recolhe. Sophia não parece brava, porém não está sorrindo.

– Não precisa ter pena de mim...

Inclino-me na mesa.

– Minha mãe é uma alcoólatra e meu pai morreu servindo o exército – revelo, fitando-a com um olhar penetrante. Sophia arregala os olhos. – Então, acho que te entendo no quesito de não querer que os outros tenham pena de você.

Por um momento apenas nos encaramos. Stella está no balcão, sorridente, enquanto espera que os donuts fiquem prontos.

– Desculpa – Sophia parece realmente abalada. – Eu...

– Tudo bem – essa vez nossas mãos se tocam, e o calor em minhas bochechas (se possível) aumenta. – Mas só aceita suas desculpas se parar de se esconder do pessoal da escola. – Sob seu olhar relutante, acrescento. – Eu vou te ajudar, se você quiser. Prometo que ninguém mais vai te incomodar.

Sophia morde os lábios, aparentemente receosa com a proposta. Torço para que aceite, e que não quebre está tênue conexão que estou construindo entre nós.

Como se lesse meus pensamentos, ela aquiesce, com um breve aceno de cabeça.

– Eu topo – E como se estivéssemos selando um acordo, damos um aperto de mãos.

Stella ocupa seu lugar nesse instante, colocando à mesa a caixa com os donuts. De repente, percebo que estava com fome de “besteira”. A comida da S.H.I.E.L.D é saudável demais para o meu gosto.

– Os donuts daqui são os melhores – Stella se serve de um, e sem delongas fazemos o mesmo.

Sophia e Stella começam a rir das piadas que eu conto, e concluo que jamais esquecerei o sorriso da Tompson.

Talvez eu esteja pensando alto, ou sonhando demias, mas acho que minha vontade de querer proteger Sophia não se resume ao sutil desejo de ser apenas seu amigo.

Aparentemente, estarmos em uma equipe de heróis não é tão ruim quanto eu havia pensado.

(...)

Quando o relógio indicou serem oito da noite, concluímos que não dava para permanecermos no Starbucks o restante da noite.

Stella se despediu de nós, e saiu da cafeteria sem antes pagar nossa conta (uma atitude rara, quase impossível). Torço para que tenha sorte com sua irmã maluca e sua mãe depressiva quando chegar em casa.

Acompanho Sophia até a rua, sentindo a brisa noturna nos atingir, enquanto caminhamos até o ponto de ônibus.

– Nunca me diverti tanto quanto hoje – comenta a loira, cruzando os braços. – A Stella é incrível... E você tem ótimas piadas. – acrescenta, ruborizando de imediato, sem antes sorrir.

Imito seu gesto. As pessoas passam por nós a passos rápidos, ao contrário de mim, que prefiro caminhar lentamente a ter de aturar as bebedeiras da minha mãe.

– Aprendi com meu tio – explico, e Sophia assente.

Chegamos ao ponto deserto. Já se passam das oito e meia, e poucas pessoas pegam o transporte aqui, preferindo o ponto na esquina da loja de discos do Matt Stwart, um ex-colega do time de futebol americano de NovaHead.

Este é o ponto mais distante, e fico feliz por Sophia não ter feito objeções quanto ao percurso mais longo.

– A gente se vê no colégio, então. – Ela se senta em um dos bancos reservados para aqueles que esperam pelo transporte.

A encaro por alguns segundos, e concordo com um balançar de cabeça. Avisto o ônibus que vai me deixar próximo de casa, e faço sinal para que pare.

Adentro o transporte, recebendo um cumprimento silencioso do motorista. Pago a passagem, e arrumo um lugar ao fundo, do lado da janela.

Encosto a cabeça no vidro, e ao olhar para o ponto, vejo que a tímida loirinha não está mais ali.

Ou na verdade esteja apenas se escondendo como sempre faz.

Dou um mínimo sorriso, e por algum motivo sei que estou recebendo o mesmo gesto de volta.

O ônibus segue viagem e assim que vira a esquina, eu começo a me sentir mal novamente.

(...)

Abro a porta de casa, depois de vasculhar o vaso de plantas ao lado da entrada e encontrar a chave.

Tudo está escuro, e pelo horário imagino que a sra. Verônica Walker já tenha ido dormir. Suspiro, tirando o terno. Acendo as luzes, e passo os olhos pela sala de estar.

Estava com saudades de casa, apesar dos problemas.

– Simon?

Parada na escadaria que leva ao segundo andar, minha mãe se encontra em um estado assustador – e triste.

Seus cabelos castanhos estão desgrenhados, e abaixo de seus olhos, profundas olheiras indicam que não dorme há dias. A culpa me atinge como uma bofetada.

Eu não queria ver minha mãe desse jeito. Não com a sensação de que tinha perdido mais uma pessoa em sua vida.

Quando abro a boca para falar alguma coisa – na tentativa de tranquilizar a sra.Walker – meu corpo é rapidamente envolto pelos seus braços. Sinto o cheio de bebida, e concluo que sua noite não foi a das melhores.

– Pensei que – Seus soluços me deixam ainda mais culpado. – Que tinha morrido no desastre de NovaHead...

Ela não me solta, e meio atordoado por este (raro) gesto de carinho, a abraço também.

– Estou aqui, mãe – É apenas o que digo, algo que parece suficiente para acalmá-la.

Depois de me certificar que está dormindo profundamente, vou para meu quarto. Só por ver a típica bagunça me sinto vivo mais uma vez.

Lanço-me na cama, e apoio a cabeça entre meus braços cruzados. Olho para o retrato na mesa de cabeceira onde Jonas Walker exibe seu uniforme de major, servindo os Estados Unidos como um patriota que era.

Antes de meu pai morrer, eu sonhava em servir o país e proteger as pessoas que amo.

Hoje, essa vontade se extinguiu, mas de uma maneira irônica, estou destinado a me tornar um herói, e seguir os passos dele.

Então, sr. Jonas Walker, onde quer que esteja, sente orgulho de mim? Mesmo que pouco?

Espero que sim. Espero mesmo.

Imperceptivelmente, acabo caindo no sono, tendo a certeza de que meu pai está zelando por mim e pela minha mãe, exercendo seu papel como chefe da família.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será da Stella õ/ Se tudo der certo, tento postar até amanhã ou quarta.

Não esqueçam de comentar. Talvez eu consiga respondê-los até sábado ;)

Até a próxima! Beijooos!



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