Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, pessoal! Tudo bem com vocês?

Sei que atrasei a postagem (e muito), mas ultimamente minha vida tem estado mais corrida do que o normal, e espero que entendam :S

Quero agradecer aos lindos comentários mandados por Livery, Um Leitor, Kira, Henrique Cruz, Catwoman e Agent Barton *-* MUITO OBRIGADA! Também agradeço aqueles que estão chegando agora e deixando reviews, e aqueles que favoritaram a história recentemente. Gracias!

Espero que gostem do capítulo.

Com vocês... Aurora õ/

Boa Leitura!



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Aurora

Sabe quando você acredita que as coisas vão melhorar, e de repente tudo dá errado?

Eu estava me sentindo dessa maneira há alguns meses atrás. Embora tivesse bons amigos, e os professores me adorassem, em casa minha vida era tão tediosa que preferia permanecer em NovaHead ou na mansão dos avós da Ashley.

Os Clarkson sempre me amaram, disso não tenho dúvidas e tão pouco posso reclamar. Porém, George e Rosalie jamais serão capazes de compreender minha outra vida – a da Mrs. Elastic.

Eles não acreditam em heróis, e acham que todos eles não passam de farsantes.

Certamente, assim que eu voltar para casa, terei de abrir o jogo de uma vez, e essa possibilidade me incomoda.

Enquanto esse momento não chega, tenho a chance de vivenciar algo completamente novo: estar na S.H.I.E.L.D com heróis que admiro.

– Isso tudo não é incrível? – comento, enquanto guardo meu livro, o pijama e o uniforme de Mrs. Elastic em uma bolsa.

Ashley concorda com um manear de cabeça, assustadoramente pálida por sinal. Suponho que seja pelo trabalho que teve com Simon desde ontem à tarde.

Mesmo assim me preocupo.

– Você está bem, Ash? – amparo-a, logo que cambaleia um pouco.

Ela se senta na cama, e trato de encostar a mão em sua testa, para verificar sua temperatura. Está normal, o que é um alívio.

– Usei demais o meu poder – explica com um suspiro de cansaço seguindo suas palavras. – Ainda não estou 100% depois daquele ataque no treinamento...

Contenho minha curiosidade, e me limito a assentir com um aceno de cabeça.

Gostaria que Ashley ou James abrissem o jogo sobre seu passado. De certa forma, me sinto no direito de saber o motivo de ambos passarem tanto tempo afastados, e qual o verdadeiro interesse do Turner em mim!

Sei que ele quer minha mente, mas por que justamente eu? Tem tantas garotas mais fáceis e idiotas por aí. Eu não sou provida de muitos atrativos, e nem quero ser uma vaca como a Lexi ou as líderes de torcida do colégio.

E por estes e outros motivos, sinto que James esconde mais segredos do que qualquer um possa imaginar.

– Melhor irmos – digo, ajudando Ashley a se manter de pé. – Stella e Sophia já devem estar no Refeitório.

Ashley se apoia em mim por um instante, enquanto saímos do dormitório.

– Ansiosa para pisar em terra firme? – brinca a Turner, quebrando o silêncio.

– Não sei – confesso, dando de ombros. – Gostaria de poder ficar no ar pelo resto da vida. Quando pousarmos, sei que teremos de retomar nossa rotina...

– Isso não é tão ruim – reflete Ash, um pouco cambaleante. – Somos colegas de equipe agora, além de pertencermos à S.H.I.E.L.D. A encaro por um instante.

– Você tem razão – digo simplesmente. Avisto nossos amigos reunidos em uma das mesas do Refeitório e trato de arrastar Ashley para lá, enquanto as agentes passam por nós, seguindo até a área de comando da nave.

– Dentro de dez minutos estaremos no prédio mais incrível e bem protegido do mundo – comenta Zack, esbanjando animação.

– Qualquer coisa que esteja no chão, e parada já está de bom tamanho para mim – Ashley faz uma careta, se sentando ao lado de Stella.

Ocupo o lugar vago ao lado de James, e percebo seu olhar fixo em mim. O encaro de soslaio, e trato de voltar minha atenção para o centro da conversa.

– Quero saber qual será o último teste – diz Sophia, aparentemente nervosa.

– Talvez seja algo que teste nossa habilidade em equipe – supõe Simon, tão pálido quanto os irmãos Turner. Eu não imaginava que aquele trabalho gastaria tanta energia assim.

Dylan se inclina, apoiando os cotovelos na mesa.

– Ou nosso senso de comando – Levanta a hipótese, dando de ombros como quem não se importa muito com a questão.

– Acho que o que interessa é que poderemos dar uma escapada da S.H.I.E.L.D depois – James passa um de seus braços por meus ombros, todo folgado. – Estou precisando de um Cassino urgente.

Arqueio as sobrancelhas para ele.

– Espero que não faça nada ilegal, Sr.Turner – ameaço, em um falso tom repreendedor. – Lembre-se que agora faz parte de um grupo de heróis.

James ri ironicamente, enquanto os meninos se esforçam para conter as típicas piadinhas.

– Não sei – Ele diz, com um sorriso sedutoramente lindo. – Sou um cara que não resiste a coisas erradas. Mas se quiser me acompanhar para... Sei lá, me impedir de fazer besteira... – Dá de ombros, fazendo cara de inocente.

Tiro seu braço de meus ombros, imitando seu sorriso irônico de antes.

– Não sou sua babá, James. Faça o que bem entender – digo, voltando-me para os demais. – Se for um teste em equipe, podemos dar um jeito de fazer isso direito.

– Acho difícil tendo o Relâmpago McQueen – Clarissa provoca, olhando para as próprias unhas. – Ele é incapaz de compreender qualquer estratégia.

Dylan arqueia uma das sobrancelhas.

– Bom, acho difícil trabalharmos em equipe se a Lady Assassina estiver no meio – E ri com desdém. – É muito provável que ela mate todos nós.

– Talvez não todos – A Wayne parece não se importar com o comentário maldoso. – A menos que você esteja passando na minha frente quando eu estiver atirando...

Bufo, irritada com a discussão sem fundamento.

– Seria legal se vocês dois parassem de implicância um com o outro – os repreendo, e ambos viram a cara como duas crianças birrentas. Aff. Não me surpreenderia se esses dois ficassem juntos com esse “ódio” todo que sentem um pelo outro.

A agente Hill se aproxima de nossa mesa, interrompendo o fluxo de conversas.

– Hora de irmos – avisa tipicamente séria.

Trocamos olhares e a seguimos, um tanto ansiosos. Afinal, qual será nosso último teste?

(...)

A nave pousou no subterrâneo da S.H.I.E.L.D, que acomoda centenas de aeroporta-aviões, além de helicópteros repletos de armas, e outras tecnologias que deixam Simon de queixo caído.

– Nada do que virem deve ser mencionado fora daqui – Maria Hill demonstra severidade, e não temos outra opção senão concordamos com ela.

Em instantes, deixamos a nave, e meus olhos percorrem cada milímetro do “estacionamento” mais incrível em que já estive. Vários funcionários e agentes trabalham arduamente, verificando se as naves estão em perfeitas condições de serem usadas, enquanto guindastes levam as máquinas nos patamares que se elevam acima de nós.

Seguindo a agente Hill por caminhos distintos – que com certeza eu não vou decorar com facilidade – saímos do galpão de grandes proporções, e adentramos um elevador.

A escuridão do cubículo é substituída por uma claridade que me deixa atordoada por um instante. O elevador é de vidro, e em instantes consigo perceber a altura em que estamos. Para ter ideia, os carros lá embaixo parecem formigas.

Quando me viro, quase colido com o corpo de James. Ele parece não perceber, ou finge não ter percebido. Não sei bem.

É inevitável não reparar que perto dele eu pareço... Tão frágil. James consegue intimidar qualquer um com sua altura, seus cabelos escuros, aqueles olhos tão misteriosos e seu sorriso de canto cheio de significados.

Desvio o olhar assim que ele vira a cabeça em minha direção, e me ocupo em afastar a franja que cisma em cobrir meu rosto. James deveria ser preso por ser tão bonito.

O elevador para, e nós deixamos o cubículo, me deixando aliviada. Não sei por quanto tempo suportaria aquela proximidade toda com o Turner.

– Bem vindos à S.H.I.E.L.D – um tom de certo orgulho e superioridade preenche as palavras da agente Hill, que continua caminhando, nos obrigando a segui-la.

Agentes bem-vestidos andam de um lado a outro, com papéis em mãos, ou falando ao telefone. Computadores são vistos em grande parte da sala principal, enquanto diversos corredores e portas se estendem infinitamente por todos os lados que se olhe.

Subimos escadas, andamos vários metros, subimos mais escadas e quando Zack ameaça reclamar de cansaço, paramos em um corredor deserto, exceto por uma porta no final.

Era a sala de Fury.

Maria Hill se voltou para nós.

– Esperem aqui, e aguardem que sejam chamados. – Ao invés de entrar na sala do diretor da S.H.I.E.L.D, dá meia volta e retrocede o caminho que fez.

Clarissa se encosta contra a parede, e cruza os braços. Zack não recusa uma cadeira para sentar, e se esparra na mesma, todo folgado.

Quando cinco minutos se passam, Ashley se levanta.

– Não vou ficar mofando aqui – ela diz, soltando um bufo de impaciência. Lembrando:foram cinco minutos que se passaram. Não foram cinco horas, cinco dias, cinco semanas ou cinco meses.Foramapenas cinco minutos. – Vou lá falar com o chefe.

E segue até a porta da sala de Fury.

– Ashley! – Sibilo, não querendo dar um grito de indignação por sua atitude de garota mimada. – Sai dai!

Mas ela me ignora completamente. James continua mexendo no baralho, enquanto Clarissa se ocupa em analisar uma de suas adagas. Dylan está perdido em pensamentos, enquanto Zack e Stella jogam “pedra, papel ou tesoura”, Simon encara o teto, e Sophia observa o movimento.

Ou seja, eu sou a única por aqui que está disposta a colocar ordem na situação.

Ashley parece receber alguma resposta, pois dá um sorrisinho de vitória para nós e adentra a sala, fechando a porta em seguida.

– Maluca – murmuro, balançando a cabeça em negativa.

Não sei ao certo quantos minutos se passaram, mas sei que nunca estive tão agoniada, impaciente e ansiosa quanto hoje. Esperar não é uma das minhas maiores vocações, principalmente quando se trata de um teste decisivo para tornar você um herói da S.H.I.E.L.D ou te mandar de volta para os becos, apenas assistindo o possível fim do mundo.

Acredite, eu prefiro mil vezes me sentir útil (lutar até a morte) a me sentir inútil no meio de toda essa treta.

Finalmente a porta da sala de Fury se abre, revelando uma Ashley um tanto atordoada (mais do que o normal).

Ela fecha a porta, e se dirige até nós. Zack e Stella param de jogar “pedra, papel ou tesoura” e Simon afasta a cabeça da parede. Até mesmo Clarissa para de analisar sua adaga.

– O que aconteceu? – sou eu que pergunto, colocando-me a frente da Turner.

A careta que vejo se assemelha às típicas antecedentes de mais um chilique.

– Eu passei – Ashley parece a ponto de chorar, e para consolá-la dou uma boa gargalhada.

– Você deveria ganhar o Oscar de pior drama – debocho, revirando os olhos. – Não é ruim você entrar para a S.H.I.E.L.D...

– É. O máximo que pode acontecer é você ter a cabeça arrancada por alguns terroristas enquanto estivermos em batalha – Clarissa mete o bedelho, e Ashley estremece da cabeça aos pés.

– Não diga isso – repreendo a Wayne, com um sussurro de urgência. Ela dá de ombros, voltando à atenção para sua adaga.

– Mas como foi esse teste? – Zack perguntou se apegando a outros fatos.

Ashley respira fundo, se recompondo.

– Só vai saber quando for sua vez – diz, levando as mãos a cintura. Seus olhos focam em mim. – É sua vez. Boa sorte.

E sai em disparada para qualquer lugar longe daqui.

Eu hein.

James exibe um sorrisinho de canto para mim, como se me desejasse boa sorte. Desvio o olhar e sem preâmbulos sigo até a porta que leva a sala de Fury.

Toco a maçaneta da porta, e dou uma batidinha de leve com os nós dos dedos. Um “Entre” chega aos meus ouvidos, e com um último olhar aos outros, adentro o local.

Talvez eu esperasse por algo mais assustador ou sombrio, mas tudo que vejo é uma sala bem iluminada, com tons claros nas paredes, uma janela que percorre a extensão da parede atrás da mesa do diretor da S.H.I.E.L.D, e duas poltronas em frente a ele.

– Aurora Clarkson – Fury diz, sentado em sua cadeira, com os cotovelos apoiados sobre sua mesa de vidro. Indica as poltronas com um menear de mão, e ocupo uma delas, contendo o nervosismo. Qual seria meu último teste, afinal? Porém, as palavras que ecoam pela sala não são exatamente o que eu esperava. – Quero que me fale sobre você.

Um instante de silêncio, e eu franzo o cenho, processando as palavras lentamente (graças à minha lerdesa).

– P-Por quê? – gaguejo, me ajeitando na poltrona. Reformulo minha pergunta. – Este é o teste?

Fury continua me encarando com seu único olho, e quando imagino que ficará esperando por uma resposta para sua pergunta, ele diz:

– Eu conheço cada um de vocês. Até mesmo a Wayne e o Turner, que estão do lado de fora, fingindo que não se importam com nada daqui. – Se inclina na mesa. – Mas mesmo que eu os conheça, quero me digam quem são de verdade. Quem você é, Aurora Clarkson?

Sinto minha boca ficar seca, o nervosismo percorrendo cada parte de meu corpo, como uma descarga elétrica. Então este é o teste?

Embora pareça fácil, não é uma tarefa tão simples. Eu esperava por armas, lutas, ou qualquer outro desafio maior do que este, mas começo a entender o real sentido disso; Fury quer confiar em nós, quer saber se somos dignos de entrarmos para a equipe, e defendermos os interesses da S.H.I.E.L.D. Talvez haja algum detector de mentiras em algum lugar por aqui, que possa alertá-lo da nossa sinceridade.

– Ahn... – Murmuro, engolindo em seco e encarando Fury, uma repentina confiança me alcançando. – Eu sou uma típica garota nova iorquina, que assume a identidade de Mrs.Elastic e que recebeu seus poderes acidentalmente no verão passado. – Paro por um instante, pensativa. – Meus pais são George e Rosalie Clarkson, ambos policiais e que não suportam os heróis. – Uma risada irônica deixa minha garganta. – O que é meio chato porque eu não posso me abrir com eles, e me sinto péssima por não fazê-lo... Eu sonho demais, penso demais e falo demais. Perco meu tempo tentando entender e enxergar o melhor das pessoas, o que nem sempre dá certo. Também tento me entender e saber um pouco mais sobre mim. Sempre caio na ilusão de achar que me conheço bem, e claro, acabo concluindo que não é bem assim.Para mim, usar minhas habilidades a favor das pessoas é uma maneira de me sentir menos vazia. Salvar vidas é como uma terapia, e acho que posso ser muito útil se eu lutar contra os vilões porque eu quero fazer isso, mesmo que eu arrisque minha vida todos os dias, horas e segundos.

Recupero o fôlego, tomando consciência das coisas que eu falei, e do modo tão ágil que as pronunciei.

Merda de nervosismo. Detesto quando atropelo as palavras e pareço uma doida ao dizer as coisas.

No entanto, ao invés de um “Pode ir”, Fury repuxa os lábios em um discreto sorriso de canto.

– Bem vinda à equipe Destruidores, srta.Clarkson. – Se encosta à sua cadeira, entrelaçando as mãos em frente ao rosto.

Isto é o suficiente para me fazer sorrir, mais grata do que nunca.

Certamente esta não é a coisa que eu mais desejava no mundo, mas sei que posso cumprir todas as promessas que acabei de fazer.

Pois enquanto eu tiver meus poderes e minhas habilidades intactas, continuarei sendo a Mrs.Elastic e lutando contra o crime.

Eu nasci para isso, e se necessário, morrerei por conta disso como deve ser.


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Notas finais do capítulo

Sério, se vocês soubessem as tretas que já estão rolando nos próximos capítulos...

Essa pausa temporária foi útil para eu adiantar a fic, e em breve vou aumentar as postagens semanais (assim que eu concluir uma outra história). Por enquanto, tenham paciência, please :)

Desde já agradeço a quem deixar um review, favoritar, acompanhar ou recomendar! Façam esta autora feliz!

Tentarei responder vocês até o fim de semana.

Até domingo (se Deus quiser).

Beijokas!



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