Um lugar pra chamar de lar escrita por Regina Litz


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo o/
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Capítulo seis.

Gina olhava o diário em sua mão sem nenhuma reação. Aquilo era realmente uma informação muito importante, se sua mãe não era filha de Charlie isso significava que Lilian não era sua tia, e que o vovô não era seu avô, e a parte mais importante: Harry não era seu primo!

— Acho que eu já li demais por hoje! — concluiu fechando o diário e o colocando de volta na ultima gaveta do criado mudo onde o tinha encontrado pela primeira vez.

“O que eu faço agora?” pensou já deitada a cama. “Preciso conversar com o Harry” decidiu, mas não faria isso agora. O sono fez os seus olhos ficarem pesados e logo a garota ficou inconsciente.

Na manhã seguinte, Gina resolveu que não contaria nada a ninguém, pelo menos não agora. Leria um pouco mais o diário da mãe em busca de algo mais, pois se aquilo fosse um engano a tia sairia muito magoada com a história.

A garota passou o dia todo distraída, não se concentrava nas aulas e nem na conversa dos amigos ao seu redor, quando alguém lhe perguntava o que havia acontecido ela disfarçava e dizia que estava tudo bem, não poderia falar daquilo com eles e antes que pudesse contar a alguém precisaria ter certeza disso.

Naquela noite após o jantar Gina fez igual na noite anterior, fechou a porta do quarto para que Harry não aparecesse até porque ele era quem mais lhe fazia perguntas, e tirou de dentro da ultima gaveta do criado mudo o caderno de veludo vermelho, sentou-se na cama encostando as costas à parede e procurou a pagina que tinha lido na noite passada.

— Aqui — parou na pagina e releu, ela respirou fundo após ter certeza de que não tinha lido nada errado e virou a pagina.

“22/07/1989

Hoje eu contei ao Sirius o que eu descobri, ele ficou muito surpreso e achou que eu estava enganada, mas eu tenho certeza do que ouvi. Conversei com ele, e ele concordou comigo que não devia falar nada a Lilian, ela seria quem mais sofreria com essa história.”

— O Sirius sabe talvez se eu for conversar com ele, ele possa me ajudar de alguma forma — disse Gina olhando o diário e lembrando-se do que o homem tinha dito outra noite, que se ela precisasse poderia procurá-lo.

E assim ela fez no dia seguinte a caminho da escola disse à tia que não voltaria para casa, pois ela tinha algo para fazer e voltaria mais tarde com Tiago.

— Para onde você vai? Vai encontrar com alguém? — perguntou Harry, ela podia sentir que ele estava com ciúmes.

— Seus amigos não são os meus únicos amigos Harry, será que eu não posso encontrar com outras pessoas? — disse com um sorriso no canto dos lábios, o garoto fez uma careta.

— Com quem você vai encontrar?

— O Draco tem uma proposta interessante pra me fazer — brincou e saiu andando sem ligar para as coisas que ele dizia atrás.

Gina poderia dizer que aquele dia na escola passou normal se não fosse por Harry e Draco discutindo na hora do almoço. O moreno continuava morrendo de ciúmes sem saber com quem Gina iria encontrar depois da escola, e ele ainda não podia segui-la.

— Não vai me dizer pra onde vai? — perguntou Harry mais uma vez, estavam saindo da escola.

— Não vou fazer nada demais, e não é com o Draco que eu vou me encontrar não se preocupe, assim que terminar volto para casa — disse e soltou um beijo no ar saindo em direção à cidade para a loja de Tiago.

— Não foi para casa? Vai passear? — perguntou Tiago sorrindo ao ver a garota entrando na loja.

— Isso mesmo tio vou passear um pouco, o que tem ai para a sua sobrinha preferida recarregar as energias? — perguntou rindo.

Gina comia seu sanduíche e olhava para todos os lados a procura de Sirius, viu vários de seus colegas do colégio, mas nada do homem.

— Está movimentado hoje não é? — Gina deu um pulo do banco em que estava com o susto que teve, atrás dela estava Sirius com um sorriso maroto — desculpe-me Gina, não foi minha intenção assustá-la.

— Tudo bem Sirius, eu estava mesmo lhe procurando — disse a garota, o homem a encarou com a testa franzida — tem algo que eu gostaria de conversar com você.

— Claro vamos conversar então.

— Mas não aqui está muito cheio, podemos ir a outro lugar?

— Tudo bem. Deve ser algo realmente importante certo? — perguntou, Gina apenas assentiu, ele olhou para Tiago do outro lado do balcão e saiu com a garota.

Entraram em uma lanchonete que estava mais vazia e escolheram uma mesa bastante afastada. Gina estava muito misteriosa na opinião de Sirius, ela não tinha dito nada no caminho até ali. A garota nada disse enquanto sentavam, colocou sua bolsa em cima da mesa e tirou de dentro o caderno de capa de veludo vermelho, folheou um pouco e entregou a Sirius, o homem pegou o caderno, suas sobrancelhas erguidas demonstravam que estava curioso, mas à medida que ia lendo sua expressão ia mudando.

— Isto é...

— O diário da minha mãe.

— Onde você conseguiu isso?

— Isso não é importante agora, em outra pagina ela diz que conversou com você sobre isso.

— Gina eu...

— Sirius — chamou interrompendo a fala do outro — é importante para mim, por favor — ele passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro pesado.

— Ela escutou o Charlie falando sobre isso uma vez, mas ela nunca falou com ele ou com a Lily, principalmente com a Lily, as duas eram muito apegadas uma a outra e Liza tinha medo da reação dela.

— Você a chamou de Liza? Só o meu pai a chamava assim — a garota ficou um tanto surpresa ao o ouvir chamar sua mãe pelo apelido.

— Isso não é importante agora, você não pode falar nada a Lily.

— Então é verdade? Minha mãe foi mesmo adotada?

— Sim Gina, ela foi adotada logo quando nasceu.

A garota não tinha palavras para aquilo, ler no diário da mãe a deixou em choque, mas ouvir a confirmação disso era bem diferente! Sirius encarava a garota, mas ela não tinha mais coragem de olhar para ele, no momento ela não conseguiria nem se encarar.

“Você não pode falar disso para a Lily” as palavras de Sirius rodavam na cabeça da garota, o que ela faria? “Esqueça-se disso Gina, continue a sua vida como se não soubesse disso, foi o que sua mãe fez”. Foi o que ele disse a garota, mas era incrivelmente difícil fingir que não sabia disso.

Estava agora determinada de que não deveria falar daquilo com ninguém. Seria um problema contar a Harry, não sabia qual seria a reação dele, ele poderia querer contar para a mãe ou sabe-se lá o que ele faria.

Não dormiu direito nas duas noites que se passaram. Apesar de tentar esquecer a descoberta, tinha constantes sonhos com aquilo. Um deles foi que descobriam que ela não era sobrinha de Lilian e a levavam embora da cidade. E aquilo era algo que ela definitivamente não queria.

E ainda tinha que aguentar as constantes brigas de Harry e Draco no colégio, o que não ajudava no seu humor por falta de uma boa noite de sono. Seus amigos começavam a perguntar o porquê de não conseguir dormir, mas ela não podia falar a verdade.

Harry e Gina estavam no quarto do rapaz. Ela havia tido outro pesadelo e acordou assustada decidindo ir ficar perto dele. Fora um sonho bobo, mas de todos os sonhos que teve nos últimos dias aquele foi o primeiro com sua mãe, e aquilo há deixou um pouco assustada.

— Você ainda está tremendo — observou Harry, estavam deitados na cama, abraçados.

— Vai passar, o seu cheiro me acalma — disse Gina tentando sorrir sem muito sucesso.

— O que você sonhou afinal?

— Não quero falar sobre isso agora Harry.

— Esta bem, eu só... — Harry foi interrompido no meio da frase, a porta do quarto do garoto foi aberta rapidamente, a pessoa acendeu a luz e demorou a que o casal pudesse ver quem era, mas quando viram sentiram como se o sangue tivesse saído do corpo. Nem o pesadelo de Gina a assustou tanto como ver Lily parada ali, encarando eles.

— Eu não acredito! Ela estava falando a verdade... — Lilian murmurou. O casal ainda não conseguia se mover, falar, pensar em nada — vocês... Vocês... O QUE VOCÊS ESTÃO PENSANDO? — ela gritou desesperada. Harry conseguiu se mexer e levantou da cama, ainda usava sua calça do pijama, mas estava sem camisa.

— Mãe se acalme, eu posso explicar...

— EXPLICAR? VOCÊ ACHA QUE ISSO TEM EXPLICAÇÃO?

— O que está acontecendo? — Tiago apareceu na porta do quarto, seus olhos se arregalaram e ele ficou pálido — o que significa isso? — Tiago estava furioso, Harry sabia. Mas o maior perigo no momento era sua mãe.

— Pai a gente pode explicar, eu juro — Harry disse, ele estava em pé ao lado da cama.

— Tia, a gente...

— Que barulheira é essa? — o avô de Gina parou no meio do corredor olhando para a filha e o genro, ninguém prestou atenção nele.

— VOCÊS SABEM O QUE ESTÃO FAZENDO? VOCÊS NÃO PODEM...

— Tia calma, deixa a gente explicar.

— EXPLICAR? EU VI VOCÊS ABRAÇADOS NA CAMA, GINA! SEMPRE COCHICHANDO JUNTOS, TROCANDO SORRISOS, SE OLHANDO! OH MEU DEUS! VOCÊS SÃO PRIMOS TEM O MESMO SANGUE!

— NÓS NÃO SOMOS PRIMOS! — à garota gritou, todos olharam para ela incluindo Harry — nós não somos primos, e nem você é minha tia de verdade, porque minha mãe foi adotada!

— O que você disse? — não foi Lily quem perguntou, mas Charlie que entrou no quarto — como você sabe disso?

— É verdade? — a voz de Lily parecia sufocada, seus olhos arregalados estavam desesperados.

Charlie olhou para a filha, seu coração pareceu afundar no peito ao ver a expressão dela. Tudo que ele sempre quis evitar. Charlie olhou novamente para Gina e viu o arrependimento nos olhos da garota.

— Pai isso é verdade? — Lily se virou para Charlie, ele não tinha coragem de olhar para a filha.

— Eu e sua mãe não queríamos que vocês soubessem, mas parece que Elizabeth descobriu sozinha — disse o homem, Lily soluçou alto — sua mãe tinha acabado de perder o bebê, estava abalada, e tinha essa menina que ficará grávida e não podia ficar com a criança então ela nos entregou e pouco tempo depois você nasceu. Vocês duas sempre foram muito amigas, eu tinha medo do que aconteceria se vocês soubessem.

— Ela não queria que a tia Lily soubesse — disse Gina.

— Como você sabe? Como ela soube?

— O diário. Eu encontrei o diário da minha mãe, ela escreveu sobre isso quando escutou uma conversa sua com a vovó.

— Teve um tempo que a mãe biológica de Elizabeth apareceu, queria conhecê-la, e foi à única vez que falamos nisso.

— Desculpa tia, eu não queria ter dito — Gina se aproximou lentamente de Lily — você é muito importante pra mim, eu não queria ter dito tudo.

Lily não disse nada, deu as costas para as pessoas no quarto e foi embora. Tiago olhava seriamente para Harry. O garoto sabia que estava assustadoramente encrencado, mas ele estava preocupado demais com a mãe para pensar no castigo que receberia.

— Vá para o seu quarto Gina — Tiago falou indo embora.

Gina tentou dormir, mas seu peito doía muito. Ela podia escutar o choro de Lily, se sentia culpada pelos dois motivos, por ter contado sobre sua mãe e por gostar de Harry, e sabia que o garoto se sentia da mesma forma.

Ela retirou o diário da mãe da gaveta e segurou junto ao peito, pegou um casaco e as abriu a janela do quarto, saindo da fazenda silenciosamente. A garota não tinha certeza do que estava fazendo, estava muito tarde e ela ainda estava de pijama. Gina não havia percebido para onde estava indo até que parou na porta de Sirius. Não teria outra opção, pois não queria ir à casa das amigas, e esperava que ele como adulto pudesse ajudar em algo.

— Gina? — o homem pareceu assustado quando viu a garota ali, afinal estava de madrugada — o que você fazendo aqui há essa hora e vestida assim? — ela vestia o casaco e abraçava o diário contra o peito, mas o short curto do seu pijama estava à mostra.

— Sirius, aconteceu... Eu não queria ter falado, mas ela viu a gente e começou a dizer varias coisas e eu acabei... — Gina falava rápido demais.

— Falando tudo para a Lily — os dois estavam parados a porta, a garota tinha os olhos cheios de lágrimas — venha entre, está frio aqui fora.

Os dois entraram e Sirius trancou a porta, eles caminharam lentamente e em silenciou até a sala, e quando lá chegaram Gina tomou um susto. Ele estava acompanhado, havia uma mulher sentada no sofá e ela olhava para os dois com uma sobrancelha erguida.

— Quem é? — perguntou a mulher encarando Gina.

— Marlene essa é Gina, sobrinha do Tiago. Gina essa é Marlene minha... Minha... — o homem parecia não saber qual palavra usar.

— Namorada Sirius, quando você vai aprender a pronunciar? — perguntou com um sorriso de deboche.

— É isso mesmo, namorada. Bem a Gina está com um problema Marlene, acho que vamos ter que adiar...

— Não! Não Sirius tudo bem sabe, eu não quero atrapalhar, vou para casa e...

— Gina você já saiu de casa sozinha no meio da noite e veio até aqui, não acha que vou te deixar ir embora, acha?

— Ele está certo. Afinal deve ser importante ou não viria aqui à toa — Gina negou com a cabeça — vou deixar vocês conversarem, farei algo quente para você beber — ela disse e saiu.

— Sente-se Gina, agora me explique melhor o que quis dizer com “viu ia gente”? — a garota sentiu o rosto esquentar.

— Ela viu, eu e... O Harry.

— Explique melhor — Sirius estava começando a ficar pálido.

— Ela viu a gente junto, porque eu e o Harry estamos juntos!

O homem passou a mão no rosto já estava imaginando como Tiago e Lilian estavam, ele mesmo já começava a ficar nervoso com isso.

— O que você disse exatamente?

— Que minha mãe não era irmã dela, por isso eu e Harry não éramos primos, então o vovô Charlie confirmou tudo!

Na manhã seguinte Lily levantou e foi fazer o café como sempre fazia. Não sabia o que pensar ou o que fazer. Tiago não falou nada durante a noite, apenas ficou ao seu lado, o que para a mulher no momento era suficiente.

Ela já terminava de colocar a mesa quando Harry apareceu, eles se encararam por um tempo, o garoto também não sabia o que dizer. A mãe o pegou com Gina na cama e com certeza não sairia sem um castigo, mesmo com o que descobriram.

— Harry — disse Tiago entrando na cozinha, os dois olharam para o homem — Gina ainda não desceu? — perguntou ao sentir a falta dela ali.

— Eu vou chamar ela — disse Harry, mas foi impedido pela mãe.

— Não, você não vai, eu vou — ela disse decidida e subiu até o quarto dela, mas para a surpresa de Lily a garota não estava no quarto, nem em qualquer outro cômodo da casa — a Gina fugiu! — disse ao descer as escadas correndo e viu os rostos assustados de Charlie, Tiago e Harry.

— Como assim fugiu? — Tiago perguntou.

— Ela não está em lugar nenhum por aqui, e a janela do quarto está aberta.

— Eu vou ligar para as garotas, talvez ela tenha ido para a casa de alguma delas — Harry falou subindo para o quarto a procura do telefone.

— Vou olhar pela fazenda — Charlie disse saindo de dentro de casa.

— Será que ela fugiu mesmo? — Lilian perguntou se aproximando de Tiago.

— Espero que não, vou ligar para o Sirius e pedir para ele ficar de olho na rua quando sair.

Meia hora já havia se passado desde que perceberam o sumiço de Gina. Harry tinha ligado para todos os amigos, mas nenhum sabia de nada sobre a garota. Charlie já tinha vasculhado a fazenda inteira, e também não encontrou nem rastro.

— O Sirius não me atende — disse Tiago entrando na sala.

— Eu vou para a rua começar a procurar ela! — falou Harry ficando em pé, mas nesse momento a campainha da casa tocou, o garoto correu até a porta e quando abriu viu a garota parada ali na entrada, ainda de pijama e usando o mesmo casaco — Gina! — ele abraçou a garota que retribuiu o abraço no mesmo instante.

Lily e Tiago ficaram parados olhando o casal, logo atrás dele estavam Sirius e Marlene. Quando se soltaram e entraram Sirius explicou que a garota foi para a casa dele no meio da noite, mas que estava tudo bem com ela e que decidiram a deixar ficar lá.

— Por que você saiu sem avisar nada? — Lilian perguntou encarando a sobrinha.

— Eu não estava me sentindo bem por ter falado tudo aquilo noite passada — Lily sentiu um tremor quando a garota mencionou a noite anterior — eu precisava falar com alguém, e se eu tivesse pedido ninguém me deixaria ir.

— Por que você foi à casa do Sirius? — perguntou Tiago.

— Porque eu sempre soube de tudo — disse o homem, todos na sala voltaram à atenção para ele.

— Eu não quero falar disso! — Lily avisou, ainda se sentia abalada pela descoberta.

— Sei que está muito mal por isso Lilian, Elizabeth sempre quis evitar que tudo fosse revelado a você, mas teve um momento em que ela não aguentava mais esconder tudo isso, e pensar nos pais biológicos apesar de amar todos... Ela acreditava que estava vivendo uma mentira, por isso foi embora.

Lily chorava ainda mais ao ouvir o que Sirius dizia, não imaginava como a irmã estava se sentindo naquele tempo. Charlie que estava próximo da filha continuou encarando Sirius, pois sempre culpou o homem pela partida da filha.

— Eu sinto muito tia — disse Gina olhando a mulher, também chorava.

— Elizabeth era realmente feliz na Inglaterra. Sempre mantivemos contato porque eu era a única pessoa que sabia sobre isso, e vez ou outra ela precisava desabafar, principalmente pela saudade que ela sentia de vocês. Depois ela conheceu Thor e as coisas só melhoraram, quando abriu a floricultura ela me ligou contando, e quando Thor a pediu em casamento também. Ela até me convidou para ser padrinho de Gina — nesse momento a garota olhou para Sirius, não sabia desse detalhe.

— Se vocês estavam se dando tão bem, por que terminaram? Por que não foi com ela para a Inglaterra? — perguntou Tiago, pergunta essa que todos queriam saber a resposta.

— Quando Liza descobriu que era adotada decidiu descobrir quem era sua mãe biológica, procuramos nos registros da cidade e também procuramos no hospital, acabamos descobrindo quem era a pessoa, era minha tia. Ficou grávida na adolescência e quando a criança nasceu entregou a Charlie, Liza era minha prima e foi por isso que nos separamos, mas continuamos mantendo contato.

Ninguém disse nada. Também não era preciso, era informação demais para aquela família, nem mesmo Charlie sabia do parentesco de Elizabeth e Sirius. Lilian pediu que Gina não saísse mais de casa sem avisar, e que ela e Harry se afastassem por um tempo até ela ter condições de conversar com eles. Sirius ainda ofereceu sua casa para Gina ficar por um tempo, mas Lily não quis.

O clima dentro de casa nos dias que se seguiram era de tensão. Lily e Gina se mantinham isoladas. A garota sentia-se culpada por tudo que estava acontecendo, imaginava se não teria sido melhor ter ficado na Inglaterra. Lily ao contrario do que todos pensavam achou bom saber de toda a verdade, ao menos estava começando a aceitar. Ela sabia o quanto os pais amavam as duas e nunca trataram nenhuma diferente, era um amor verdadeiro e com esse pensamento ela começou a aceitar o fato de Elizabeth não ser sua irmã de sangue, e o quanto ela se esforçou e se preocupou para que ela não sofresse com isso tudo.

Gina passou uma semana inteira sem ir para escola, e sobrou para Harry ir e dizer que a garota estava doente, era a desculpa que dava aos professores. Aos amigos ele disse apenas que os pais descobriram seu relacionamento.

— Será que podemos ir ver a Gina? — perguntou Luna a Harry quando outra semana se iniciou e ela ainda não voltara — ela não fala quase nada ao telefone, talvez esteja precisando conversar.

— Não sei se é uma boa ideia, o clima lá em casa não esta dos melhores.

— Eu imagino...

— O que seus pais vão fazer?

— Ainda não conversaram com a gente sobre isso, minha mãe não está muito bem com tudo que está acontecendo, tem uns três dias que não vejo a Gina nem no corredor e meu pai sempre tranca a porta do meu quarto.

Luna e Hermione suspiraram ao ouvir aquilo, no começo toda aquela história de ser proibido o namoro deles por serem primos parecia lindo e romântico, mas agora que descobriram estava sendo mais difícil do que imaginavam.

— Como sua mãe descobriu? — perguntou Rony, estavam sentados juntos no refeitório do colégio.

— Eu não sei Ron, a Gina tinha ido ao meu quarto porque tinha tido um pesadelo, daí minha mãe apareceu e... — Harry parou pensativo por um momento — foi a Cho! — ele disse se levantando, os amigos não entenderam o que ele dizia — ela entrou e disse sobre alguém estar falando a verdade. A Cho disse pra minha mãe sobre eu e a Gina, por isso minha mãe foi no meu quarto aquela noite!

Ninguém disse nada, ficaram observando Harry e sua raiva crescente da ex-namorada. Ela não tinha ido ao colégio aquele dia, mas quando aparecesse Harry teria uma boa conversa com ela. Estava furioso quando chegou a casa com o pai no fim do dia, mas a raiva se dissipou ao ver sua mãe e Gina na sala.

— Chegaram — disse Lily, ela levantou do sofá e foi até o marido lhe dando um beijo no rosto — Harry filho sente-se, precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

Então o que acham pessoas lindas? Me contem o que acharam, a fic já esta chegando no fim :D
Até o próximo!



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