Just Friends escrita por Laia


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Eu quero saber o que aconteceu com meus leitores? Geeente, cade vocês?
Já não bastava o site surtar e não querer atualizar minha pagina, e ai vocês somem?
Por favor, voltem pra mim :( Me mandem um sinal de vida (relevem, eu me desespero super fácil)
Enfim, novo capitulo pra voces



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Já tava todo mundo acostumado com minhas brigas com o Caio, como o Gus disse, não era a primeira vez que saímos no braço. A Manu nem olhou na minha cara. Se enfiou dentro do carro muda e saiu calada. Única coisa que disse foi “Tchau” pra Laura, quando chegamos na sua casa.

A bochecha direita um pouco inchada, muito vermelha.

Quando entramos no estacionamento, desceu do carro batendo a porta. Entrou no elevador e subiu. Esperei o elevador descer de novo, e quando entrei no apartamento, ela estava sentada na mesa da cozinha, com uma bolsinha de gel daquelas térmicas, gelada no rosto. Uma das mãos apoiava a bolsa, a outra apoiava o rosto, tampando os olhos. Sua mão tremia.

–Manu...

–Não fala comigo! – disse entre dentes, fula da vida.

–Para com isso. Deixa eu me explicar pelo menos...

Ela levantou furiosa, jogando a bolsa em mim.

–QUER SE EXPLICAR? ENTÃO SE EXPLICA!

Todas as palavras sumiram da minha boca.

–Deixa, depois a gente conversa. Primeiro esfria a cabeça.

Sai em direção ao quarto, mas não fui muito longe.

–Covarde!

Eu sentia dor, e não era física.

–Eu lamento...

–Lamenta? Realmente, era o mínimo que podia fazer! Mas lamentar eu também lamento! Não quero sua lamentação! Queria se explicar? Ótimo, explica então, to ouvindo!

Seus olhos lacrimejavam, mas era de raiva.

–O Caio queria que eu te arranjasse pra ele. Mas eu conheço o histórico dele, então neguei. Então ele disse que te deixava em paz se eu ficasse com você...

–Então ficou comigo por uma aposta idiota?

–NÃO – me apressei em dizer, estendendo os braços pedindo calma – Quando a gente tava junto eu sequer pensei naquilo, em nenhum momento. Ele fez de propósito! Quando ele deu aquele grito... Foi tudo planejado! O Caio não presta... Por isso te falei aquelas coisas naquela hora, por isso não gostei de você perto dele. Nós já brigamos milhares de vezes, por isso todo mundo ignorou. Me desculpa, eu fui burro em cair na dele.

–Burro? Burra fui eu! Você foi a um nível tão baixo Eduardo, que eu nem sei o que falar. “Olha, vamos apostar quem pega ela primeiro” – ela disse engrossando a voz como se nos imitasse - PATÉTICOS! Eu sou o que? Um premio? Um objeto? Quer dizer, eu sou a recompensa da disputa? Ou eu era o premio de consolação? Pera, eu era o troféu? Devia me sentir honrada...?

–Não é nada disso Manuela...

–Não é? Então o que é? Porque pra mim, isso era uma competição de quem ficava com a otária aqui primeiro! E meus parabéns Eduardo, você ganhou! – ela começou a bater palmas ironicamente – Pode vir buscar seu premio!

Ela tirou o short e a blusa que tinha vestido no caminho, jogando nos seus pés as peças, ficando só de biquíni de novo, com os braços cruzados.

–Não era isso que vocês queriam? Então to aqui, sou toda sua. Meus parabéns, você conseguiu!

O lábio tremendo tentando controlar o choro. As lagrimas descendo no rosto, pingando no busto.

Ela me lançou o pior dos olhares de reprovação, catou as roupas e foi para o quarto.

***

Fechei a porta do quarto, trancando. Corri e tranquei a que dava acesso ao banheiro também. Revi tudo que tinha acontecido. Como em uma daquelas cenas de filme, fui escorregando o corpo pela porta. As roupas jogadas no meu colo, amarrotadas. A cena da briga passava pelos meus olhos. Meu biquíni ainda estava molhado e eu estava começando a ficar com muito frio. Mas não me importei com isso.

Não era raiva, ou tristeza, ou magoa. Não era nada. E esse era o problema. Eu só fiquei ali, me sentindo... Suja. Sentada no chão, olhando as paredes do meu quarto. Ouvia de novo o som dos meus próprios gritos, a dor que senti, o barulho do punho fechado contra o rosto do Caio, o Gus gritando, a Laura em desespero, mais socos, mais socos, mais socos. Fechei os olhos com força. O rosto do Caio, com tanto sangue que eu nem sabia onde estava machucado, o rosto do Edu me encarando agora na sala. A boca machucada, o olho roxo...

Era por isso! Por isso eu não queria gostar de ninguém. Por isso eu afastava as pessoas. Era só por isso.

Ah, larga de drama Manuela! Você não é assim!

Levantei e peguei minha toalha. Tranquei todas as portas e joguei o biquíni molhado no chão do banheiro. Nunca gostei de água muito quente, mas deixei no chuveiro no Maximo, embaçando o espaço com vapor em pouco tempo. Meu corpo gelado levou um susto com a água quase fervendo. Não demorou para minha pele ficar vermelha com o calor. Cerrei os olhos com força, a garganta fechada, o impulso de gritar era enorme. Fechei as mãos contra a parede, batendo continuamente. Burra! Idiota! Burra! Idiota!

Desde que havia me mudado, foi o pior momento para mim. Senti falta de ter alguém pra conversar, de alguém que se importasse... Queria minha casa, minhas coisas de volta. Minha cama, meu quarto, minha irmã e sua bagunça espalhada pelo chão. As invenções de comida que minha mãe fazia... Comecei a chorar no banho, o que nunca tinha acontecido. A água que batia no meu rosto ardia ainda mais o recém machucado.

Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha, deixando meu cabelo pingar por onde eu passava. Ele já tinha crescido muito, tava na hora de cortar! Não, não sou dessas doidas que ta mal e ai faz doidice... Não meti a tesoura no cabelo, só fiquei ali, olhando no espelho embaçado. Acho que levando em conta que eu não choro muito, meus olhos nunca ficam inchados. Posso chorar por semanas, cinco minutos depois que eu parar de chorar, meus olhos já estão normais, sem nenhuma evidencia de lagrima.

Vesti o pijama e deitei na cama. Dormi daquele jeito mesmo, sem sequer me importar em desligar a luz.


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Notas finais do capítulo

Então? Eu to com dó gente :/
Enfim, beijos da Laia :*