O Coração da Rainha escrita por Ami


Capítulo 13
Escócia


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, as coisas vão esquentar um pouco, mas será que vão aos finalmentes?
Leiammmmmmmmmmmmmm! E comentem!
Bjssss minhas amoras!



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– Bash? Está tudo bem?

Ele que não se atrevesse a dizer que estava. Peguei-o gemendo de madrugada de dor.

– Estou bem, Mary.

Estávamos acampados, a caminho da Escócia. Fazia muito frio, então Bash acendeu uma fogueirinha e assávamos salsichas, queijo e tomates. Eu não sabia acender fogueiras, então estava sobrevivendo graças a ele. Bash sabia caçar, cozinhar, fazer curativos, costurar roupas. Era multiuso.

– Sua mãe me deu a pomadinha falei - Amanhã de manhã limpamos as feridas de novo ele fez questão de me afastar com o olhar inquisidor. Com certeza ele sentia muita dor na limpeza das feridas.

– Que bom, mas nem pense em usá-las tão cedo!

– Tudo bem, Bash - peguei o espetinho de queijo com tomates e pousei minha mão embaixo da comida, para que não caísse no chão - Você precisa se alimentar.

– Levei até os lábios dele a comida.

– Mary, não tenho fome.

– Claro que tem - enfiei a comida na boca dele. Bash achou que estaria quente ou amarga. Não estava, estava ótima.

Está com sede? - indaguei. Estava preocupada com ele. Foi açoitado, surrado. Eu não queria mala ele de modo algum.

– Mary, estou bem. Não é a primeira noite que acampo com feridas severas. E nem são ferimentos mortais.

Toquei a testa dele.

– Está com febre. Droga, não devia tê-lo tirado de casa.

– Não, Mary... A melhor coisa que fez foi me tirar de lá. Por favor, não desista de mim..

Quem poderia resistir àquele beicinho? Impossível. Seus olhinhos brilhosos sempre intercederam por ele.

– Tudo bem - por mais que eu quisesse o bem dele, talvez fosse melhor dar-lhe descanso aquela noite. Acampar com ele era gostoso. Bash era sereno, ficava olhando as estrelas. Infelizmente, por trás de sua calma eu sabia que havia uma dor imensa.

Estávamos confortáveis em nossa tendinha. Ali estava quentinho. Eu adormeci depressa. Acordei algumas vezes durante a noite, preocupada com Bash; ele não dormia. Rolava pra lá e pra cá. A preocupação me fez acordar. Talvez estivesse com sede, peguei meu cantil e ofereci água a ele.

Ainda tenho mãos, Mary ele ficava dizendo coisas para se sentir menos inútil. Mas tudo que eu fazia era de bom grado.

– Por que não consegue dormir?

– Insônia.

– Está sentindo muita dor. Está impaciente. Oh, Bash... - segurei a mão dele. Eu fazia muito isso. Gostava de passar minha energia a ele Bash...

– Mary, já tive um pedaço da minha barriga comido por um puma. Esses ferimentos não são relevantes.

– Oh, está bem! eu sorria. Homens detestam admitir que estão sendo fustigados.

– Eu estou feliz, sabe - ele sorriu para mim - Estar com você... assim. Quem sabe você não se lembre de mim um dia...

– Será que vai ser preciso? - confessei, sentindo-me envergonhada de repente, com o olhar dele. Eu sentia que o conhecia. Ele era a pessoa que mais tinha se sacrificado por mim, sinto que ele pode ter sido a pessoa mais importante da minha vida. Toquei o rosto dele.

Nossos narizes se aproximavam lentamente, então nossas bocas chegaram bem perto. Vi a gota de suor em seu rosto avermelhado. Colei meus lábios à bochecha dele e fiz aquele estalinho de beijo. Abracei-o. Eu adorava demonstrar meu carinho a ele. Bash dormiu no meu colo, um tanto desapontado. Fiquei com pena de acordá-lo, mas estava sem apoio para as costas. Com o cair da madrugada, no entanto, deixei meu corpo desabar no chão e adormecemos ali, tão próximos.

Alguns corvos crocitavam e a folhagem farfalhou. Eu sonhei com os verdes campos da Escócia e suas montanhas enevoadas. Estávamos tão perto...

No dia seguinte, Bash estava mais disposto. Aproveitei para abordá-lo enquanto tomava o café da manhã e arranquei sua blusa.

– Vamos ver como estão esses ferimentos? - perguntei a ele, tirando as ataduras. O ferimento já não tinha mais chances de se abrir com as cavalgadas e passei o creme novamente, colocando novas ataduras Estão muito melhores! Bash, você é bom nisso.

– Obrigado - ele falou, muito mais disposto - Vou caçar coelhos, você gosta?

– Com cebola refogada - minha expressão de prazer foi imensa.

– Eu adoro cebola - ele disse.

– Eu também! - admiti.

– Eu sei. Sopa de cebola é a sua favorita.

Eu sorri. Como aquela pessoa poderia me conhecer tão bem? Tão bem que adivinhou meus pensamentos.

– Como eu sei? Minha memória é seletiva. Tudo que tem a ver com você fica gravado - ele disse.

Fiquei totalmente corada. As bochechas queimaram até quase sair fumaça. Dava para estalar um ovo nelas. Com certeza ele sentia algo por mim. E era recíproco. Estava latejando no peito a vontade de dizer que não éramos estranhos. Eu sentia algo forte por ele, algo poderoso. Mas o que era?Cavalgamos ao longo dos dias. Nas noites, dormíamos perto.

Certa vez me peguei acordada de madrugada e bebi água. Bash dormia como um anjo. Espiei seu corpo levantando o lençol. Por que eu estava fazendo isso. Bash virou-se para o lado e isso congelou meu cerne. O que ele ia pensar? Estava babando enquanto dormia, meu pai também fazia isso. Desde então, tenho acordado todas as madrugadas e fico procurando partes do peito dele que estejam expostas.

Até que numa manhã eu retirei as ataduras dele. Duas costas eram bonitas, de boa cor. Vi pequenas cicatrizes no local, então lembrei o porque de tê-lo despido.

– Você está totalmente bom, Bash! Viva! Pensei que esse dia não fosse chegar! Tenho que desamarrar a estátua da Santa Margarida.

– Essa santa nem existe! - ele me pegou pela cintura e me fez voar de alegria. Levantou-me, provocando a linda sensação de planar, girando. Abri meus braços e inspirei suavemente. Eu estava muito feliz. Ele estava totalmente bem. Eu me sentia livre. Longe do castelo, apenas na companhia de Bash, eu deixei de ser rainha por alguns dias para ser uma menina de novo.

Meus pés tocaram o solo de novo. Senti o coração palpitar. Aquela sensação não era nova para mim, mas quando penso na pessoa que me causava isso em outro momento da minha vida, vinha o vazio. Seria Bash? Teria eu o amado antes? Nunca chegamos a conversar sobre isso e eu tinha medo de tocar no assunto.

Estávamos tão próximos. O tempo não importava. Ali eu não era rainha, era apenas uma viajante com seu novo melhor amigo. De olhos cor de céu sem nuvens. Nossos rostos se aproximaram, vi seus olhos tão próximos. assim, tão perto, parece que conseguimos enxergar através dos olhos da pessoa, enxergando o mundo pelos seus olhos, pela sua perspectiva. Eu vi um bastardo com o coração mais bonito do mundo cheio de amor como um oceano cheio de rosas para me dar.

– Mary, vamos fugir - ele me pediu - Fugir para longe, onde não haja reinos, obrigações, status. Tenho certeza de que está cansada de ser rainha. E eu estou cansado de ser apenas um bastardo. Queria que linhagem não fosse assim tão importante.

– Oh Bash, é uma oferta tentadora eu sorri - Mas o que seria daqueles que amamos? Dos que ficaram? De Diane?

– É verdade - ele suspirou - Minha mãe é meu presente de Deus. Sem aquela mulher eu já teria morrido.

– Eu vi. Ela veio pra cima de mim feito uma leoa quando entrei no seu quarto. Ia me morder na jugular e quebrar meu pescoço se você não intervisse.

Ele riu.

– Sabe como é. Mães.

– Minha mãe não é assim. Ela não se importa de ficar longe de mim nem quer saber do mal que possam me fazer. Desde que eu segure o trono.

– Você era pra ser uma pessoa rancorosa, desconfiada de tudo. Mas não. Você é maravilhosa, Mary - ele não dizia em tom de cantada. Dizia com um sorriso inocente no rosto, como se apenas me admirar fosse o suficiente para sua alegria. Ah, Bash...

Tum tum, tum tum, tum tum, tumtumtumtumtumtumtutum.

O coração nunca deixa passar. Minha pulsação ficou acelerada. Eu já tinha sentido isso antes.

– Bash, eu... - inspirei - Eu gosto muito de você de verdade... e...

Se eu tinha que dizer algo, tinha que ser o que eu sentia. E o que eu sentia?

– E...? - ele arregalou os olhos e segurou meus ombros como se de uma palavra dependesse toda sua vida - E...?????

– E... - hesitei, com o rosto vermelho - Tenho certeza de que minha mãe gostará também.

Ele riu.

– Espero que sim.

Bash conhecia caminhos exóticos e seguros. Conhecia as frutas boas para comer e os venenos. Sem ele eu não teria conseguido chegar à Escócia à salvo. Fugir é degradante, mas essa fuga fora muito boa.

Quando chegamos, as roldanas giraram, as correntes içaram os portões. Então, estávamos no meu castelo. Onde meu pai outrora fora coroado rei e eu, tão cedo, uma rainha. Mamãe nem nos recebeu, chegamos como mendigos. Ela estava rodeada de amigas fofoqueiras, gordas com penteados extravagantes. Quase fui barrada na entrada ou interceptada pelos vigias. Mas me reconheceram. Se mamãe estivesse em seus afazeres, isso não teria acontecido.

– Oh, olá! Que maravilha te ter aqui! - minha mãe disse, assim que me viu. Eu sorri. Ela sentiu saudades minhas? No entanto, em vez de me dar um beijo de boas vindas, passou direto e cumprimentou o Bash - O que está fazendo por aqui, bonitão?

– Mãe! - afastei as mãos dela dele e falei em seu ouvido - Não seja oferecida! Pensei que havia sentido saudades de mim!

– Ah, Mary. Onde está seu noivo? Onde está Francis? Vá atrás dele - minha mãe ficou rindo, passando a mão nos braços de Bash, no rosto - Meu Deus, quem é esse galã?

– Esse é o Bash, mãe - tirei as mãos aproveitadoras dela de perto dele de novo - Pare de me envergonhar!

– Mary, passa fora - ela disse. Ainda era minha mãe, mesmo que eu fosse a rainha da via Láctea. Bash ficou rindo enquanto minha mãe me enxotava; puxou ele pela mão, colocou no seu sofá cheio de gordas excêntricas e ficaram perguntando tudo sobre a vida dele, explodindo em risadas e abanando seus rostos com os leques.

Ai ai.

O que fiz para merecer isso?

Tinha que voltar às minhas tarefas como rainha. Tinha que ficar sentada em meu trono tomando as decisões mais banais e mais importantes. Meus tios tentariam reinar através de mim de novo, falando aos meus ouvidos o tempo todo. E minha mãe gastava horrores. As pessoas do país a odiavam por sua luxúria e compulsão por roupas e joias, estourando as despesas da corte.

O cretino do Bash ficava rindo e contando histórias, sentado em volta de um monte de mulheres malucas. Bom pra ele. Idiota! Virei-me e fui embora, irritada.

Bash veio atrás de mim ao me ver irritada.

– Mary, aonde está indo?

– Sai daqui! - Bash agarrou meu braço, mas eu o soltei - Volta pra minha mãe, seu... seu cocô de galinha!

– Mary, não me trata assim! Não tenho culpa se sua mãe gostou de mim! - Ele falava rindo, isso era o que me irritava mais! Bash gesticulava, estava todo prepotente - Mary - ele fez aquela carinha de cachorrinho abandonado - Desculpa, vai. Não sei pelo que, mas desculpe. Aqui eu sou só seu bichinho de estimação. Você pode me jogar fora se quiser, mas vou ficar esperando que brinque comigo de novo.

– Bobinho - eu sorri. Ele conseguia me quebrar totalmente. Dei um beijinho na bochecha dele segurando sua mão. Um beijinho perigosamente perto dos lábios. Acelerou meu peito e esqueci até o motivo de estar na Escócia.

– Esse é o afago que todo cão precisa.

Eu ri.

– Minha mãe gostou de você de verdade. Não temos muitos homens bonitos na Escócia.

– Você me acha bonito? - aí mesmo que ele se gabou.

– Sim, você é - a sinceridade não me pareceu um crime.

– Pena que você não goste de morenos ele deu uma assopradinha com a boca torta para cima, balançando sua franja.

– Quem te disse isso? - minha pergunta fez Bash ficar muito danado. Estava na hora de acabar com a graça dele.

– Você gosta? - ele indagou.

– Nunca experimentei dei uma piscadinha.

– Quer experimentar? - ele chegou muito perto. Tão perto que senti sua respiração no meu rosto. Seus olhos, semicerrados. Os lábios entreabertos.

– Um outro dia, num outro lugar, quem sabe - a gargalhada de minha mãe lá na sala denunciou nossa falta de privacidade. Meu peito não ia conter o coração.

Andamos a esmo pelos campos aproveitando o frio sol da Escócia. Andávamos à luz do dia soprando fumaça e usando luvas quentes. Mostrei a ele o castelo e apresentei aos guardas e à noite a corte o conheceria. Sentamos em frente a uns banquinhos, eu trouxe comigo uma cestinha.

– Eu sonhei com isso outro dia - falei para ele - Tome, ponha isto.

Tirei do fundo da cesta uma almofada.

– Mary... Quer me colocar para dormir?

– Não, seu bobinho. Ponha por baixo da roupa para que pareça gordura.

Bash não entendeu muito bem mas colocou. Ficou com uma bela pancinha. Peguei um sachê grande de biscoito e abri, repousando-o no banquinho. Ficamos comendo.

– Então? Parece familiar? - ele perguntou.

– Mais ou menos - respondi.

– E agora? - Bash começou a comer muitos biscoitos de uma vez só e roubou todos, levantando e se escondendo para comer - Lembra agora?

– Sim! - dei um pulo do banco, surpreendendo-o - Bash, seu gordo guloso! Sim, eu me lembro! Esse era você! Um gordinho presepeiro que comia meus biscoitos e não conseguia subir nas árvores.

– Sim! Infelizmente, era eu mesmo - Bash ficou sentado recostado a uma aveleira - Mas até que melhorei, não?

– Ah, você continua uma gracinha - sentei na frente dele e lhe fiz um cafuné - Pena que só lembro da nossa infância. Por enquanto.

Os grilinhos pulavam, o vento balançava os dentes-de-leão. Raios de sol atravessavam as folhas e coloriam o chão com uma matiz dourada. Bash tirou a almofada da barriga, mostrando seu porte atlético novamente.

– Mary, o que sente por mim? - ele estava sério, olhando para o biscoito que tinha nas mãos. Mechas de seu cabelo evolavam com o vento. Acho que já ouvi essa pergunta antes.

– Eu... - não sabia o que dizer - Bash, eu...

Fiquei muito vermelha, fiquei confusa. Fiquei tonta e com falta de ar.

– Acho que estou tendo um derrame! - coloquei a mão no peito. Ele não levou muito a sério, mas minha falta de ar estava severa. Bash não acreditou na minha ceninha e esperou que meu ar voltasse. Parei, pensei, agi. Sentei ao lado dele e o enlacei com minhas mãos. Pousei meu queixo em seu ombro e, depois, descansei no ombro dele.

– Bash, independente do que sinto por você... É algo que só você me faz.

– Mary, eu não quero sofrer.

– Eu sei que eu vou sofrer.

– Por quê?

– Porque eu gosto de você, Bash... Mas ainda amo o Francis.

Ele nem falou nada. Levantou-se, fez uma reverência respeitosa e voltou ao castelo. Minha mãe mostrou a ele seu dormitório e ele ficou lá o dia todo. Eu sei que ele chorou, vi uma escorrendo enquanto ele ia embora correndo. E também o vi secando o rosto, de longe. Por que a vida era assim? Por que não existe preto no branco no amor? Por que existem cores no amor?

Já era de se supor que ele faria isso, pensei comigo mesma. Trazer Bash para a Escócia para falar que ainda gosto de Francis foi cruel e desnecessário. E talvez até um pouco de mentira.





Bash





Eu não sei para que eu vim. Não sei qual a finalidade disso. Acho que Mary só queria seu guarda-costas, só isso. Um de confiança. O que eu poderia esperar dela? Que iria querer um bastardo por perto para ser algo mais que amigo?

Passou a noite, veio o dia. Eu não quis sair do meu quarto, não havia razão para tal.

Não, Bash. Mary não te ama. Ela finge gostar de você para conseguir as coisas. Para te manipular. Para te manter por perto. E por quê? Qual a finalidade disso? Por que justamente eu?



Toc toc

– Estou dormindo - falei. Mas a pessoa insistiu em entrar. Sentei-me na cama, era a mãe de Mary, a outra Mary. A Mary de Guise.

– Hum, parece que alguém está de mal com a vida - disse a mãe da rainha.

Sentei na cama e massageei as têmporas.

– Sabe o que é bom para momentos como esse? - ela perguntou.

– Desabafar? - chutei.

– Não! - ela riu como se eu fosse estúpido - Acha que depois a minha idade, vou me encher com rugas por causa de problemas? Depois que coloquei Mary no trono, me aposentei da dureza da vida. Agora me divirto.

– Então qual a resposta?

– Encher a cara! - ela colocou uma taça na minha mão. Essa era a resposta óbvia, uma vez que ela trouxe uma garrafa de bebida alcoólica com ela.

– E o que tem aí? - aceitei a taça e a opção.

– Absinto - a mulher colocou um bocado para ela e para mim, em seguida entornou a sua. Não imagino como isso tenha sido possível. O cheiro era forte, o gosto devia ser escabroso - Beba, beba!

Entornei.

Não houve uma parte do meu corpo que não tivesse entrado em combustão instantânea.

Era como receber um abraço do sol. Cobri a boca. Era absinto puro, adormecido e poderoso.

Eu já estava bêbado.

Lady Mary riu da minha fraqueza. Colocou mais um pouco para mim e para ela. Fez as honras primeiro e bebeu mais. E parecia pouco alterada.

– Isso aqui, meu bem, é meu café da manhã.

– Está sendo o meu também.

Senti a queimação no estômago. Aquela mulher queria me mandar direto para o cemitério sem baldeação.

Bash, ferre com sua vida antes que sua vida ferre contigo. Beba mais, eu pensava. Lady Mary era só um borrão diante dos meus olhos quando decidi que devia tomar alguma atitude. Mary não iria me fazer de tolo. Eu iria ralhar com ela por uns dez minutos e voltar pra casa. Voltar para a França. Estava decidido!

A mãe dela estava satisfeita de libertar minha alma e desmaiou toda torta na minha cama. Eu me levantei e fui em busca de Mary, escorregando como se o chão estivesse encerado. Não bati na porta, entrei no quarto de Mary (a filha) cambaleando como no futebol de sabão, imaginem que heroico. Eu não era exatamente a figura amedrontadora do macho dominante, mas acho que era suficiente. Mary deu um pulo da cama, era cedo. Ela deveria estar dormindo, mesmo.

– Bash! - ela estava assustada. Vestia trajes finos de dormir e não tinha o rosto inchado de quem dormiu, pelo que o borrão me deixou ver - Eu não consegui dormir mesmo, pretendia falar com você.

Fui até ela em sua cama e sentei em cima de suas pernas. Mary ficou mais confusa ainda. Ela ficou assustada, tinha marcas de lágrimas nos olhos. Daí, danou-se a rir.

– Certo, Bash, você bebeu. Por que fez isso, você não tem resistência a álcool - ela ria largamente - Aposto que foram apenas dois copos e já está bêbado.

– Está certa - meus olhos estavam quase se fechando - Mas isso não é da sua conta.

– Não acha que é muito pesado para brincar de cavalinho?

Ela perguntou. Eu estava sentado em seus joelhos, espremendo os olhos para tentar vê-la nitidamente. Com certeza eu era uma figura cômica, não apavorante e destemida como eu queria parecer.

– Mary, você é uma ingrata! - apontei o dedo para ela Depois de tudo que eu fiz, você ama meu irmão? Como pode amar meu irmão?

– Era isso que eu queria falar com você - ela dizia mas não sei exatamente qual era a expressão de seu rosto, cheguei perto para ver - Bash, eu não consegui dormir, eu... estava pensando em...

– Calada - mostrei os cinco dedos para ela para que parasse de falar Acho que agora vai pensar em mim o suficiente - coloquei minhas mãos nos peitos dela e apertei. Os panos atrapalhavam, mas eu senti. Sei que eu não lembraria no dia seguinte, mas senti. Eram seios delicados para minhas mãos grandes. E eram deliciosos de tal forma que eu nem lembrei o que queria falar, apenas apertei e rocei minhas mãos. Tudo rodopiou na minha cabeça, a sensação de estar caindo me acometeu. Caí para o lado e tudo se apagou.






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Notas finais do capítulo

Gostaram?!?!?!
Comentem!!!!
bjsss :*



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