Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 10
Fim do dia de novo.




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Robin estava agora de frente para o corpo sem vida de Blekao. Sabia que a qualquer momento este poderia ressuscitar com apenas um clique de quem estaria controlando aquele enorme e poderoso Software que o agora cadáver havia mencionado minutos antes. Olhou para a esquerda e então lá encontrou Rick, ainda inconsciente. O melhor a fazer naquele momento era escapar do Hospital antes que Blekao e Cagliari ressuscitassem, porém não podia. Isso porque Rick não havia recuperado a consciência ainda.

– Cirurgião. – Chamou Robin, preocupado e impaciente. – Quando esse outro vai levantar? – Perguntou.

– Não sei, não deve demorar muito. – Respondeu calmo Gepeto.

– E então, o que a gente faz agora? – Perguntou Frota.

– Não sei. Agora mesmo é melhor esperarmos esse moleque levantar para podermos meter o pé. – Esclareceu-se em sua resposta o assassino.

– De quem estamos falando? – Perguntou Deck, perdido na conversa.

– Do seu misero e minúsculo pênis. – Caçoou Robin.

– Minúsculo? - Questionou Frota, interessado.

– Enfim, como sabe aqui está reunido no momento tudo quanto é tipo de fora-da-lei. – Comentou o assassino. – Porém eu e Frota fomos criados de maneiras diferentes, por motivos diferentes. – Concluiu o assassino.

– Eu sou um “estuprador”, nasci nas ruas, e ele é um assassino. – Disse Frota. – Quem você acha que seria a pessoa mais desprezível no mundo para nós? – Finalizou com uma indagação de resposta óbvia.

– Não sei. – Respondeu Deck. –Os policiais talvez?

– Não, quando eu fiz a pergunta o termo ‘quem’ foi usado para distinguir uma pessoa específica. Se é que me entende. – Disse Frota com olhar sério.

– Jesus? – Chutou o garoto. Realmente havia errado feio “o gol”.

– Seu imbecil! Jesus é santo mas nem tanto! – Exclamou Robin impaciente em relação ao garoto. – O ministro responsável por mortes e estupros! Obviamente!

Pela feição de Derick percebi-se que não havia gostado do comentário feito por Robin há pouco.

– É dele quem estamos falando. – Esclareceu Falcão.

– Ah ta. – Entendeu o garoto.

– Não temos o que discutir. – Disse Gepeto.

– É. Não podemos mudar o fato de que Salsa está controlando os mais poderosos e perigosos Hitmans da Terra. – Comentou Falcão.

– Tanto faz. – Kalel estava calmo, fumando seu baseado e pouco ligando para o que acontecia.

– Estou com fome. – Fugiu do assunto o estuprador. – Um cirurgião dava pro gasto agora. – A reação do cirurgião foi espontânea: andou dois passos para trás. – Brincadeira. Vou comprar alguma coisa e já volto. – Piscou e saiu porta a fora.

– Aproveitando que estou aqui Dr. Gepeto... Poderia dar um jeito nos meus ferimentos? – Robin perguntou olhando para seu braço ralado.

– Sem problema. – Sorriu enquanto tentava esconder o trauma que sentia por ser cantado por um estuprador.

Frota não estava com pressa, sua fome não era tão colossal para fazê-lo gemer (coisa que estava acostumado fazer durantes altas noites), porém o seu cansaço... Além disso, também estava sujo de fuligem e seu cabelo desarrumado. Andando pelo corredor próximo a saída do hospital Frota deu de cara com um rosto familiar, porém diferentemente de antes o rosto estava enfaixado de curativos. Era Xupa.

– Xupa! – Exclamou Frota enquanto corria em direção ao homem de terno branco.

– Ah, olá. – Xupa cumprimentou com seu sorriso marcante.

– O que aconteceu com você? – Perguntou Frota, preocupado.

– Ah, perdi numa batalha. Nada demais. – Respondeu como se fosse algo normal. – Onde está Robin e os outros?

– Num desses consultórios. – Respondeu Frota, desinteressado.

– Devo falar com eles e com você também. – Disse Xupa. – Poderia me acompanhar até o local onde estão presentes?

– Ué, fala aqui mesmo. – Disse Frota.

– Bem, o que diria a você é o mesmo que eu direi aos outros. Devo poupar minha voz.

– Tá, se é assim… Levo você até lá com todo o prazer.

Poucos segundos separaram Frota e Xupa da porta do consultório. Logo já haviam aberto-a.

– Xupa!? – Indagou confuso Robin que já estava com os curativos em seu devido lugar.

– Olá subordinados. – Cumprimentou sorridente Xupa.

Kalel encarou por alguns segundos o rosto do homem de terno e por razões desconhecidas não foi com a cara de Xupa. – Que viados você acha que é para me chamar de subordinado nessa porra, seu cu?

– Só se for o seu cu no meu pau! – Exclamou Xupa raivoso. – Agora senta gostosinho sua buceta nesse caralho de cadeira, viadinho. – Completou.

Xupa era um homem experiente. Tinha milhares de experiências, e uma dessas se baseava na rua. Desde jovem, assim como Frota, viveu nas ruas e aprendeu a linguajem certa para lidar com pessoas de mesmo porte mental que Kalel.

Kalel sentou na cadeira com medo do palavreado ofensivo de Xupa.

Xupa antes de tudo olhou para os corpos parcialmente mortos de Blekao e Cagliari, sabia que aqueles dois eram Hitmans.

– Bem, como já devem saber o governo apoderou-se daquilo, ou seja, fudeu geral. – Disse Xupa, meio preocupado.

– Ta, e quem é você? – Perguntou Gepeto.

Xupa encarou plenamente o cirurgião. Analisou cada traço do seu rosto e enfim concluiu:

– Ora, se não é o Gepeto! – Exclamou, enfim reconhecendo seu parceiro de guerra.

Gepeto, de tão velho e louco que era, não lembrava de Xupa, e muito menos da Guerra Do Fim Do Mundo, esta que durou mais de 3 séculos.

– Quem és tu? – Perguntou o Doutor, Confuso com a intimidade de Xupa.

Xupa lembrou-se que o Doutor era um baita de ser, além de louco, um baita de um cachaceiro, e, provavelmente Gepeto já havia esquecido de quem era Xupa.

– Eu sou Xupa Cabrinha, o líder dessa facção. – Tratou-se de se apresentar.

– Quantos temos aqui? – Perguntou Xupa.

Frota então no mesmo momento lembrou-se do acordo, engoliu seco e contou quantos elementos estavam ali.

– Oito, contando comigo, você e o Frota. – Respondeu Robin.

– Bem, não temos tempo para procurar mais novos membros, o jeito é esperar que os interessados nos procurem. – Disse Xupa.

Frota suspirou, aliviado.

– Temos que sair daqui antes que o fim do dia ocorra. – Disse Robin, impaciente.

– Não exatamente Robin. – Disse Gepeto. – O fim do dia já tocou.

Menos de um segundo depois ouviram o barulho dos auto-falantes plantados em cada poste de rua uivando pelo lado de fora.

– E agora? – Perguntou Deck.

– E agora? – Perguntou Deck.

– Que tal dormimos? O dia seguinte será bastante movimentado. – Ordenou de forma mais simpática, formal e indireta, Xupa.

– Antes disso… Frota jogue esses caras janela a fora. Assim eles vão ser pegos pela polícia por não obedecerem o fim do dia. – Ordenou Robin.

E assim fez Frota “com todo o prazer”.

Assim terminava o dia para nossos fora-da-lei. Infelizmente Xupa estava certo sobre o fato do dia que viria a seguir seria agitado, talvez por coincidência ou o homem de terno realmente estava interligado ao fato de certa morte.


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