A Irmã dos Winchester escrita por BlueBlack


Capítulo 30
Sonhos e encontros


Notas iniciais do capítulo

Hey! Bom dia/tarde/noite!
Cheguei com mais um cap. pra vocês!

Boa Leitura!



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Eram nove da noite quando os três irmãos mais Castiel saíram do quarto e seguiram para a cabana que Adam indicou. No caminho, montaram uma estratégia que não se podia chamar de "ataque", pois não pretendiam machucá-las. Se fosse preciso, sim, eles o fariam, mas torciam para não terem que tocar em Kate. O objetivo deles era, praticamente, apenas afastar Kate de Anna e impedirem que o anjo a usasse.

Adam havia marcado o lugar por onde deviam passar e chegar à cabana. Fez uma espécie de trilha pelo caminho e os quatro escolheram um grupo de árvores suficientemente afastado da cabana que os permitia vê-las e escutá-las.

Em um momento, quando estavam abaixados e armados, Dean se lembrou, sorrindo de canto, de quando os quatro e Kate tinham ido investigar sobre um meteorito que matara setecentas pessoas; da maneira como Kate repreendeu o policial que tentara abusar dela. Lembrou: "Sei o que faço!". E também da frase que ela sempre repetia, especialmente pra ele: "Eu sei me cuidar!". "Espero que ainda esteja sabendo...", pensou desanimado.

Ouviram folhas secas se partirem e passos descendo a pequena encosta por onde tinham passado.

– Olha, eu ainda acho essa história de pintar as paredes totalmente desnecessária...– era a voz de Kate e Dean sentiu o nó do peito se afrouxar um pouco.

– Castiel. - Adam chamou. - Empurra a Anna! - mandou.

– Não! - Sam o repreendeu. - Por quê?

– Só uma introdução. - piscou para ele sorrindo.

Castiel esticou um pouco a mão na direção de Anna e ela logo estava no chão.

– Anna!– Kate se abaixou perto dela, com a voz aparentemente preocupada.

– Não acredito que ela está preocupada com aquela desgraçada! - o loiro reclamou. - Tem como você mantê-la no chão? - perguntou.

– Acho que vai ser provocação demais. - Sam disse ainda olhando a irmã levantar Anna.

– Ok, vamos. - eles se ergueram e foram até elas.

Anna os viu primeiro por Kate estar de costas e colocou a menina atrás de si.

– Achou que não íamos encontrar vocês, né? - Dean zombou sorrindo cínico. - Mas quer saber? Somos muito bons!

– O que aconteceu com vocês?! - Kate saiu de trás de Anna e ficou um pouco à frente dela. Analisava-os vendo como a aparência deles estava ruim.

– Ah! Isso? - Adam perguntou apontando para o próprio rosto. - Só o resultado do que fizemos pra te achar. - respondeu indiferente cerrando os dentes.

Ela apenas o fitou sem saber o que responder.

– Engraçado... - Dean disse dando alguns passos à frente movendo a arma como se pensasse. - Você costumava ter uma resposta pra tudo. Por que está calada?

– Não me provoque... - moveu a mão ainda abaixada.

– Vai fazer o que? - perguntou em tom de desafio. - Não vai me machucar, Kate. Você não tem coragem.

– Duvida?

– Não. Tenho certeza.

Ele olhou nos olhos dela e a menina fez o mesmo, mas não suportou por muito tempo.

– O que vocês querem aqui? - ela perguntou olhando para os outros. - Não vão conseguir me tirar dessa!

– A Anna não é um obstáculo muito grande... - Adam disse.

Kate sorriu cínica para ele.

– Você não entendeu, maninho. Eu não quero ir embora.

O silêncio reinou por um tempo e Anna, sorrindo vitoriosa, se pôs ao lado da garota.

– Finalmente entenderam, não é? - disse. - Vocês não têm nenhuma chance aqui. Por que não dão meia volta e...

– Quer calar a boca, Anna? - Sam disse e ela levantou uma sobrancelha.

– O que vai fazer? - perguntou em tom de ameaça. - Acha que pode ir contra mim?

– Não, - Castiel respondeu. - mas eu posso... - com a telecinese prensou-a contra uma árvore. - E não tenho medo de você.

– Solta ela, Castiel. - Kate mandou.

– Não solta, não! - Adam disse.

– Adam, não quero machucar nenhum de vocês.

– E não vai.

– Parem de duvidar de mim!

– Você não pode. - corrigiu.

Ela jogou Castiel contra a parede da cabana. Os irmãos olharam assustados para ela.

– Kate, você não pode usar os poderes. - Dean disse e só então se virou para ela. - Como fez isso?

– Ora, eu tinha que me manter viva de alguma forma enquanto não sabia usar a Pedra!

– Como está tão forte?

A menina engoliu em seco.

– Anna me deu um pouco do sangue dela.

– É claro! - Sam disse. - Sangue de anjo é um dos ingredientes da Pedra, não é? Deve estar bem melhor!

– Estou sim, Sam, obrigada! E... agora que já sabem disso, podem ir. - apontou para a trilha.

– Acha mesmo que vamos embora sem você? - Dean cerrou os olhos. - Tem ideia do quanto nos preocupou?

– Estou me virando sozinha. Sem nenhum arranhão. Ao contrário de vocês que estão péssimos!

– Como pode estar tão fria?

– É o que acontece quando se faz parte de uma lenda. Aquela história de sempre, né? O destino e tal... A única diferença é que eu estou feliz por ter a Pedra e pegar os poderes dela.

– Tá difícil, né? - Adam disse sarcástico. - Aposto que nem estão perto de conseguir algo daquela coisa.

– E é da sua conta? Eu sei me cuidar e...

– Não! - Dean disse mais alto. - Não, você não sabe e só pela maneira como está agora dá pra saber! Você sempre precisou de nós. - disse convicto. - Sabe disso. Sempre teve nossa proteção e... E agora que não está mais com a gente está prestes a fazer a maior besteira da sua vida! - olhou-a nos olhos e ela foi obrigada a fazer o mesmo desta vez.

– Por que fica dizendo essas coisas?

– Porque é a minha vez de colocar moral e vai ser justamente pra cima de você! - apontou. - Eu tô cansado, Kate. Eu mal estou dormindo e ficando acordado à base de remédios. Eu me importo com você e sei que, em lugar aí dentro, você ainda se importa com a gente. - pausou e seus olhos arderam. - Há pouco mais de um ano, você apareceu na minha vida e não nos demos bem de cara! Demorou, mas nós nos acostumamos um com o outro. Fiquei com muita raiva quando você ganhou os malditos poderes, pois sabia que isso te afetaria de alguma forma. Tive ciúmes quando Adam apareceu sendo ele um completo estranho para mim e você o conhecendo tão bem! Eu ficava preocupado todas as vezes que você sumia das minhas vistas e nunca me senti tão mal quando brigamos enquanto seu irmão estava hospitalizado e você se estressando e insistindo em levar a droga da culpa. - pausou. - E se quer saber, Kate, sinto falta das nossas brigas. - uma lágrima caiu, mas não foi do rosto dele. Kate a limpou rapidamente respirando fundo. - Você vai se arrepender. Por favor! Deixa essa lenda pra lá e faça, como sempre fez, do seu jeito.

Ela abria a boca, mas nenhum som saía; apenas balançou a cabeça.

– Desculpe, Dean. E-eu não posso. - mais lágrimas caíram e ela se irritou com isso. Não queria mostrar esse tipo de fraqueza para eles agora. - Falei sério quando disse que não queria machucar vocês. - apontou Castiel com a cabeça. - Então, por favor, não me procurem mais. - deu alguns passos para trás, Anna já de pé. - Dá próxima vez que me virem eu já vou estar com os poderes e quero que fiquem longe de nós. Vamos, Anna.

– Espera! - Dean se aproximou um pouco. - Pode pelo menos pensar no que te falei?

Kate cerrou os dentes e pegou a mão de Anna, sumindo logo depois.

O loiro abaixou cabeça e a balançou negativamente.

– Dean... - Sam o chamou.

– Vamos embora daqui. - começou a andar sem olhar para eles.

*

Anna e Kate voltaram para o depósito já fazia uma hora e o anjo arrumava o tripé em um pequeno palco nos fundos do depósito. A garota estava pensativa, sentada no chão de um canto do lugar.

Kate olhou para Anna e revirou os olhos. Elas tinham que falar sobre o que tinha acontecido na cabana e ela também tinha a leve impressão de que o anjo lhe estava escondendo alguma coisa. "Deve fazer parte da mudança...", se referiu à impressão.

– Ahn... E aí, Anna? Vamos voltar pra lá?

– O que? - ela analisava a posição do pequeno palco.

– A cabana. Anna, olhe pra mim! - ela o fez. - Esquece um pouco dessa droga de decoração e presta atenção no que realmente é importante!

O anjo cruzou os braços para ela.

– Do que está falando?

– Quero saber quando vamos voltar para a cabana.

Ela soltou os braços e suspirou, caminhando até a garota.

– Não vamos. Aqueles imbecis já sabem onde nos escondemos e têm Castiel. É muito fácil pra ele aparecer e te levar!

– Então, como vamos pegar a Pedra? - sorriu cínica, a outra arregalou os olhos.

– A Pedra?

– É, Anna, a Pedra! Ela ainda está na cabana...

– Ai, não, Kate! - se desesperou. - Por que deixamos eles sozinhos lá? Se eles a pegaram, eu juro pra você que decapito cada um!

– Tá e o que fazemos? Melhor voltarmos e ver se ela continua lá, não acha?

– Não... Quero dizer, sim! É, temos que voltar lá, mas só eu! Não podemos dar essa bobeira igual demos hoje!

– Ok, gênio! E eu vou ficar aqui sozinha. Sem nenhuma proteção nas portas, sem poder usar os poderes, esperando e esperando você voltar, até que...

– Tá bom, Kate! Já entendi! - disse impaciente.

– Olha, eu posso ir, é só tomarmos cuidado... E, aliás, pensa comigo, imagine há quanto tempo eles estavam esperando a gente lá! Acho que teriam dado algum sinal de que tinham pegado a Pedra!

– É... você pode ter razão.

As duas chegaram aos arredores da cabana e se certificaram de que não tinha ninguém. Depois, entraram e Anna logo se abaixou e tirou a madeira que escondia a Pedra no chão. Não se sentiu tão segura quando viu a caixa branca, então a pegou e colocou em cima de uma mesa. Kate se pôs ao lado dela e levantaram a tampa. Felizmente, a Pedra ainda continuava lá e decidiram escondê-la no mesmo lugar, achando ser o melhor.

– Posso dormir agora? - Kate perguntou.

– E temos tempo pra isso? Acho que você nunca dormiu por tantas horas antes de se juntar a mim!

A menina cruzou os braços, indignada.

– Tá! - o anjo cedeu. - Mas...

– Sem "mas", Anna! Não quer que eu esteja preparada e disposta para a transferência? - perguntou irônica - Sete horas não são suficientes! - na verdade, o que Kate queria era ficar algumas horas a mais sem ouvir Anna falando sem parar sobre decorações e roupas, que, aliás, era mais uma coisa que ela começara a achar "importante".

– Certo.

Kate foi para a cama pouco depois e, em seguida, pensou na cena dos irmãos e nas palavras de Dean. “... em algum lugar aí dentro, você ainda se importa com a gente."; "Eu ficava preocupado todas as vezes que você sumia das minhas vistas..."; “... sinto falta das nossas brigas."; "Você vai se arrepender. Por favor! Deixa essa lenda pra lá e faça, como sempre fez, do seu jeito.".

– Não. - murmurou entre dentes e limpando uma lágrima.

Ela não ia deixar tudo agora e correr para o lado deles. Não. Era isso que ela queria; tomar o poder da Pedra e acabar com todas as malditas criaturas que a fizeram mal. Quando seus pensamentos voaram para o futuro dela, acabou dormindo.

Anna estava sentada próxima à porta e com o olhar perdido. Segurava a Pedra Negra com força como se fosse ter respostas com essa atitude. Ela tinha a sensação de que alguma coisa ia acontecer e se lembrou de Zachariah. Fazia tempo que ela não tinha notícias dele e ficou imaginando o que ele estaria fazendo.

De repente, sentiu seu corpo pesar e a Pedra ficar mais quente. Seus olhos ficaram totalmente brancos e sua visão escureceu. Imagens passaram como se estivesse as vendo.

Kate em cima do pequeno palco, usando um vestido branco longo e os cabelos mais escuros do que o normal. A Pedra Negra estava no tripé e um feixe de luz preta a ligava à Kate. Dean estava um pouco à frente do palco e só era possível ver o dois.

Como se quisessem mostrar para Anna o que a visão significava, foi mostrado apenas a Pedra, Kate, e os irmãos da garota mais Castiel inconscientes, respectivamente. Várias vezes isso apareceu e foi mostrado um livro grosso com a capa velha e palavras em latim o rodeavam. Uma voz feminina disse: A pessoa mais próxima da escolhida... me dê seu corpo... me dê sua alma...

Seus olhos voltaram a ficar normais e ela estava ofegante. "Um sacrifício!", pensava. "É isso! É preciso um sacrifício!". O anjo estava no chão, então se levantou. Já ia acordar Kate e contar a ela sobre a visão, mas logo parou. Era arriscado. Kate poderia não concordar com a ideia de matar um dos garotos e Anna não podia correr este risco.

Colocou a Pedra dentro da caixa branca e deixou-a em cima de uma mesa, depois saiu e se sentou do lado de fora da cabana.

Kate estava inquieta na cama. Ela sentia fortes pontadas na coluna e sabia que pertenciam a seu sonho. Tentava acordar e acabar com a tortura. Começou a se sentir como quando seus poderes apareceram pela primeira vez. Seu corpo começou a ficar quente e ela tinha a fortíssima sensação de que alguma coisa ia machucá-la a qualquer instante. Porém, de repente, as pontadas pararam e ela relaxou o corpo. Quando ia abrir os olhos, eles se abriram sozinhos e estavam totalmente brancos.

A Pedra estava no tripé e ao lado ela via a si mesma. Depois viu os irmãos mais Castiel parados a fitando com os olhos preocupados. Logo depois, Kate viu o rosto de uma menina de mais ou menos dezessete anos. Ela estava sentada numa mesa jantando com uma mulher que provavelmente era sua mãe e... John. John estava sentado na ponta da mesa e os três jantavam como se fossem... uma família.

Kate tentava acordar e sentiu mãos apertando seu braço. "Kate! Kate! Acorda!", a voz de Anna gritava ao seu lado. Ela finalmente abriu os olhos, eles voltando ao estado natural, e se deparou com o anjo a olhando assustado.

– O que aconteceu? - Anna perguntou.

A menina se sentou e olhou para a própria mão. Ela segurava a Pedra com força e a caixa branca estava largada no chão.

– Por que está segurando isso?

– Eu não sei... eu não peguei.

– Por que estava se debatendo daquela maneira? Te ouvi gritando...

– Acho que foi um pesadelo.

– O que você viu? - perguntou temendo a resposta dela.

Kate olhou para baixo, tentando se lembrar.

– Parecia ser o futuro, mas... Não podia!

– O que viu exatamente?

– Vi a Pedra. Ela estava no tripé que você colocou no depósito e eu estava...

– Ao lado, usando um vestido branco? - perguntou.

– É, como sabe?

– Também tive essa visão. E vi muito mais, Kate! - disse abrindo o maior sorriso. A menina franziu a testa para ela. - Descobri como tirar os poderes da Pedra!

– É sério? - perguntou ansiosa se sentando com os pés para fora da cama. - Como?

– Nós precisamos... - pensou. - De sangue. - não era a completa verdade, mas seria essa que o anjo sustentaria até que o sacrifício fosse feito.

– E? - perguntou indiferente.

– Mas não de qualquer sangue. Precisamos do sangue de um dos Winchester. Ou Castiel, você escolhe. - explicou balançando os ombros.

– Como é que é? - exaltou se levantando.

– É apenas sangue, Kate. Só temos que tirar um pouco do sangue deles. Não precisamos matá-los!

– Certo... - disse ainda sem muita certeza. - Bom, eu também vi muito mais que eu mesma e a Pedra. - começou a mexer nos dedos, nervosa.

– O que? - perguntou franzindo a testa.

– Uma garota, Anna. - respondeu quase engasgando. - Eu vi uma garota e tenho a impressão de que você sabe alguma coisa e não quer me contar.

– Oh! - o anjo se levantou e parou de costas para Kate. - É, bom... Tem uma coisa que eu preciso te contar... eu só estava esperando o momento certo.

– O que é? - perguntou, o tom um pouco ameaçador.

– Antes me responda a uma coisa... - se virou. - Está mesmo disposta a usar o sangue de um dos garotos e receber todo aquele poder da Pedra?

A menina sentiu que sua resposta, desta vez, iria valer mais que nunca e que dependia dela para saber sobre a tal garota que vira. Aproveitou para pensar se realmente queria fazer tudo aquilo. Sim! Ela queria e não pensaria mais no assunto. Se perguntassem a ela outra vez, responderia sem pensar duas vezes.

Ela assentiu com a cabeça em resposta e Anna respirou fundo...


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Notas finais do capítulo

OMG! Não acredito que vou mesmo embolar mais ainda a cabeça de vocês! Haha'!

Bjs!



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