POV Annabeth

Acordei de madrugada junto com Percy que estava assustado.

– Desculpe eu te acordar é que eu tive um pesadelo, o pior eu acho. – falou Percy triste e cabisbaixo comecei a ficar preocupada.

– O que foi? Acha que é algo que possa nos colocar em risco? – eu perguntei desesperada (por dentro), Percy olhou pra baixo.

– Sophie, no sonho ela...

– Não me diga que nos separam dela por favor, Percy o que acontece no sonho?- pergunto sentindo lágrimas caírem de meu rosto tentando não pensar no pior.

– Ela me perguntou como que se faziam os bebês, e você não estava em casa, e eu não sabia como explicar, aí ela lançou o seu olhar calmamente ameaçador que nunca se deve ignorar e só me lembro de ter ficado sem ar... – despejou Percy num só suspiro, ele estava desesperado. Eu sequei as lágrimas e comecei a rir, rir é pouco gargalhar. – Do que está rindo, não é algo que se deve perguntar quando se assiste o filme da Pequena Sereia.

– Não acredito que me acordou de madrugada por conta disso!- falei irritada. Só de imaginar a cena já fico feliz, nossa filha vai lançar um olhar calmamente ameaçador como o meu! Sophie será muito legal!

– Desculpe, mas o que eu vou responder? A história da sementinha não funciona por muito tempo... – perguntou Percy.

– Dê a explicação teórica oras. – falei como se fosse óbvio.

– Eu não sei qual é a explicação teórica, eu não conseguia prestar atenção na aula de ciências. – falou Percy

– Pare de sofrer por antecedência, talvez não ocorra como no sonho, talvez eu esteja em casa. – eu falei

– Certo, vou te prender em casa quando formos assistir A Pequena Sereia. – falou Percy e eu revirei os olhos.

– Hey não se preocupe, dê tempo ao tempo, talvez ela ache a explicação em algum livro e não pergunte, sabe o quão isso pode ser incerto, agora vamos dormir! São 4:15 da manhã, você me deixou cansada demais por hoje mais cedo...

– Ok! – exclamou Percy emburrado. Dormimos calmamente bem e eu tive um sonho perfeito, ao contrário de Percy. (NA: O sonho dela foi o flashback da primeira vez dela com o Percy). Essa coisa de acordar de madrugada está virando rotina...

Acordei abraçada a Percy que me observava sereno, parecia estar num transe porque não percebeu que eu acordei.

– Bom dia Cabeça de Alga. – digo eu fazendo Percy acordar.

– Bom dia Sabidinha, estava observando um anjo dormir. – disse Percy beijando minha testa.

– Tive um sonho um sonho perfeito sabia? Sonhei com a nossa primeira vez. – disse retribuindo com um olhar malicioso o sorriso malicioso que Percy tinha lançado. - Eu fiquei com tanto medo de te machucar. – disse Percy passando a mão em meu rosto fechei os olhos com a sensação de seu toque.

– A parte engraçada foi a bronca que Quíron nos deu por termos voltado na tarde seguinte, será que ele desconfiou que tínhamos transado? – perguntei a Percy.

– É, talvez ele tenha desconfiado, todo mundo no acampamento desconfiou... - disse Percy rindo. – Se ele descobrisse acho que eu teria que lavar a louça pelo resto do ano, ou talvez até me mataria por ter corrompido a “quase filha” dele. – dessa vez rimos nós dois juntos.

– Mesmo ele sendo um pai para mim eu nunca deixaria ele te matar, nunca deixaria ninguém fazer isso, eu seria capaz de matá-lo em tais circunstâncias, apesar dele ser imortal... – falei me apertando ao abraço de Percy.

– Só você mesmo Annie, ouvir isso da garota que me odiava a 10 anos atrás é uma questão de honra. – falou Percy fazendo carinho em meus cabelos.

– Nossa! Quanto tempo, 10 anos, não passaram rápido, mas foram anos agitados... – falei lembrando dos momentos mais marcantes.

– Com 18 anos pensávamos tão diferente, você me ameaçou falando que me castraria se te engravidasse muito cedo, desculpe... – falou Percy

– Eu não me arrependo, nem nunca me arrependi, não peça desculpas, está valendo a pena. – falei encarando Percy. – depois de tudo o que passamos, isso está longe de ser um estorvo, é um presente!

– Você tem razão, a parte boa era e ainda é você sempre comigo, não necessariamente ao meu lado, mas sempre no meu coração. – disse Percy me beijando.

– Cumpro nossa promessa com o maior prazer do mundo. Sempre juntos não é Sr.Jackson? – eu falei lembrando do dia em que prometemos isso um para o outro não pude deixar de sorrir com a lembrança.

– E é ótimo acordar com você todas as manhãs, Srta. Chase. – ele me beijou. – mas... não podemos passar o dia inteiro na cama, tenho compromisso hoje depois do almoço. – fiz Percy levantando sem perceber que estava nu.

“Oh, que bunda gostosa!” - pensei eu.

– Então vai tomar café da manhã nu? – perguntei sarcástica me enrolando no lençol. – e posso saber qual é o seu compromisso Perseu?

– Hã estou nu? – falou Percy cobrindo as partes íntimas.

– Sim você está! Ainda não respondeu minha pergunta; onde e qual é seu compromisso? – cerrei os olhos.

– O professor disse que precisava falar comigo sobre a faculdade – respondeu Percy. – se quiser pode ir junto, mas talvez eu demore.

– Eu quero sim, preciso resolver alguns problemas da minha faculdade de Arquitetura... – eu respondi. Percy se encolheu um pouco na tentativa de cobrir mais suas partes íntimas. – não se cubra, eu já vi isso tudo várias vezes, vejo desde os 18. – falei rindo maliciosa.

– Nossa que engraçado! – disse Percy Pimentão Vermelho Jackson enquanto pegava suas roupas íntimas e indo em direção ao banheiro.

– Não precisa ficar sem graça, eu sou sua namorada e mãe da sua filha. – eu falei entrando no banheiro, tomei banho com Percy (dessa vez não rolou nada.). Depois disso tomamos café com Thalia e passamos a manhã juntos, e eu fui preparar o almoço pouco tempo depois.

– Annie cozinhar pode ser perigoso, sabe a barriga perto do calor, pode fazer mal. – disse Percy me seguindo até a cozinha.

– Percy, eu não vou morrer se cozinhar, eu comprei um avental que protege o meu ventre do calor, relaxe e pare de ser tão super-protetor. – digo eu um pouco brava, porque Percy tem que pensar que eu vou passar mal ou que vou morrer se fizer qualquer coisa? Nem meus amados livros (os quais ficam na última e mais alta prateleira da biblioteca) eu posso pegar mais...

– Annabeth, deixa que eu cozinho, você não pode se cansar, você sabe que eu cozinho bem, se você quiser eu faço seu prato favorito. – disse Percy lançando um olhar de cachorro que caiu da mudança.

Percy realmente cozinhava bem, mas eu queria muito cozinhar, tudo isso me deu uma ideia.

– Vamos cozinhar juntos, você fica perto do fogão e eu fico com a parte dos vegetais e do tempero, que tal? – eu sugeri -

Certo Sabidinha, seu prato favorito? – diz Percy.

– Meu prato favorito. – eu concordei.

Preparamos um yaksoba de frago, (NA: Eu quero que o prato favorito dela seja yaksoba o prato favorito dela vai ser yaksoba, me julguem sociedade.) e depois Percy foi até a universidade, eu fui junto para resolver os assuntos da minha faculdade, acabei descobrindo que a própria faculdade disponibiliza um curso de Arquitetura online, e eu então transferi minha matrícula para a turma do curso online, a parte boa é que eu começarei o curso de onde parei. Me encontrei com Percy no estacionamento da universidade.

– Ei, o que o técnico disse? – eu perguntei.

– Ele disse que eu teria que voltar ás aulas mais cedo, por conta das Olimpíadas do Campus, eu não vou concorrer, mas vou ajudar ele a instruir a galera, ele me chama de “Amuleto da Sorte” – explicou Percy abrindo a porta do carro para mim.

– Acabou nossa exclusividade Sophie, o papai vai voltar a estudar – falei acariciando o ventre.

– Ei por enquanto é só pelo período da tarde, das 13:00 ás 19:00hrs pra ser mais específico, é bastante tempo fora de casa... Mas veja pelo lado bom, horas sem o cabeça de alga aqui te privando de cozinhar, de pegar livros, e eu não vou estar presente pra te impedir de comer Chocopójão. – disse Percy pegando minha mão.

– É irritante, mas acho que vou sentir falta de tudo isso, pelo menos terei o que fazer além de conversar com a Thalia. – falei entrelaçando nossos dedos.

– O que você vai fazer? – perguntou Percy.

– Eu consegui transferir minha matrícula para o curso online de Arquitetura, então vou fazer um curso online e vou começar exatamente de onde parei. – respondi satisfeita.

– Que alívio, está tudo dando certo, e você não vai precisar de abrir mão do seu sonho, o que me deixa muito mais feliz. – falou Percy sorrindo.

– Espero que continue assim, não suportaria se alguma coisa de ruim acontecesse com você ou com nossa filha. – falei suspirando pesado.

– Argh! Annabeth, porque você sempre pensa em coisas do tipo, pare com isso, você sabe que isso não faz bem à você nem a nossa filha, pare de se preocupar assim, eu estou aqui, a Thalia e o Grover também. – disse Percy tentando me tranquilizar.

– Percy você sabe o que somos, eu estou esperando um neto de Poseidon, monstros sentem nosso cheiro e vem nos atacar, e tudo isso é suficiente para eu ter medo. – falei quase chorando.

– Annabeth pensamentos ruins, atraem coisas ruins, você é uma ótima estrategista e eu sou bom na espada, derrotamos o Senhor do Tempo juntos, e derrotamos Gaia juntos, lutar por você, por Sophie, pela nossa família Annie é o que me deixa satisfeito, Cronos e Gaia foram apenas pequenas situações pra mim, lutar por nós é uma questão de honra e não só uma luta. – disse Percy em tom firme e calmo.

Todas as palavras que Percy disse para mim no momento, todas as palavras que ele disse para mim antes, sempre cheias de sentimento e de verdade, naquela hora me senti uma inútil por nunca fazer declarações boas o suficiente para Percy, eu também me senti convencida e todo o meu medo sumiu e eu tive certeza de que eu nunca deveria sentir medo e nem me sentir insegura ao lado de Percy. Por fim abri um sorriso.

– Percy eu nunca sei o que dizer diante as suas dec...dec... declarações (maldita dislexia), mas dessa vez eu sei o que vou dizer. Eu não sinto mais medo de nada, toda minha insegurança desapareceu, desculpa por ser tão assim, mas é que tudo isso surgiu de repente e nos pegou de surpresa e você sempre me apoiou em tudo sempre me amparou tanto que eu nunca quero estar longe de você, só que todos esses pensamentos vem à minha cabeça, eu lembro que você nem sempre estará ao meu lado, quando estou perto de você eu me sinto segura e como se nada fosse nos atingir e...

– Annabeth! Não precisa, eu sei o que você sente, eu realmente sinto, podemos fazer uma conexão empática para aumentar nossa segurança, não se desgaste tanto, e você não precisa me explicar, eu te entendo, saiba que vamos estar sempre juntos, como na promessa.- falou Percy.

– Eu te amo, te completo, e sempre vou te salvar.- falei com toda minha sinceridade.

– Eu te amo,te protejo e te faço feliz. – respondeu Percy me beijando.

Tomamos um susto quando alguém bateu no vidro no carro, quando percebi que estávamos a 30 minutos conversando com a carro parado no estacionamento (o sistema do estacionamento era diferente, tínhamos uma vaga rotativa, que durava 1h e 30 min., e só faltavam 5 minutos para sair ou teríamos que pagar á mais)

– Já vamos sair daqui. – disse Percy dando a partida no carro. – porque as pessoas insistem em acabar com momentos tão perfeitos?... E voltamos para casa.