The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 9
Aquilo que quero esquecer


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOI GENTE *-*
Nha vocês estão me desanimando :c Vejo a fic com varias visualizações e poucos comentários.
Nhaaaaa :c
Bem, boa leitura



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Não consegui controlar as lágrimas que saiam de meus olhos elas tinham vontade própria.

Mesmo sabendo que de nada adiantava continuei tentando segura-lo. Tentando sentir aquela sensação boa que conheci na minha infância e esqueci por toda uma vida. Mais lágrimas fugiam de mim.

Sempre soube o final dessa historia, mas assisti-la é algo diferente. No fundo sempre pensei que ia poder mudar algo e fazer o final ser diferente.

– Pobre Thomas, tão fácil de ser vencido – Marloc sorria – Espero que o resto de sua família também seja assim.

Queria soca-lo.

Esse homem maldito acaba de assassinar meu pai. Eu quero mata-lo.

Não olhei para qual direção Marloc foi, apenas continuei tentando agarrar inutilmente o rosto do meu pai.

– Thomas – a voz de Alex me chamou a atenção.

Ele estava parado ao lado de Bill olhando para meu pai com uma profunda tristeza. Bill encarava a cena como se fosse algo comum, o que realmente deve ser.

– Sinto muito velho amigo – Alex se abaixou e fechou os olhos de meu pai, que encaravam o vazio sem brilho algum – Eu devia estar aqui para ajuda-lo.

– Temos que recolher a alma dele – disse Bill.

– Claro – Alex murmurou algumas palavras e tirou de um dos bolsos um pingente com a forma de uma foice – Descanse em paz, Thomas Knight. Nascido como Filho das fadas, transformado em protetor e morto como herói.

Meus olhos seguiram Alex enquanto ele se levantava.

O corpo de meu pai começou a brilhar de uma maneira sobrenatural e logo uma versão dele mais pálida estava diante de mim, sorrindo para Alex.

– Que belas palavras Alexandre.

– Sinto muito por não ter te protegido, Marloc nos deixou bem ocupados com algumas de suas criações e não chegamos a tempo.

– Eu o perdoo com uma condição, me deixe ficar só até vê-las bem.

– Alexandre, você não está pensando em atender ao pedido desse homem não é? – Bill parecia chocado que Alex estivesse refletindo sobre isso – Sabe quais são as regras...

– Sim – interrompeu Alex – Conheço muito bem as regras e sei também que a Morte respeita muito o último pedido de alguém, ela mesma se sente satisfeita ao realizar um. Thomas pode ficar até vencemos Marloc.

Bill não tentou protestar novamente e começou a andar pelo corredor.

O turbilhão de cores me sugou novamente, fechei os olhos e quando os abri estava ao lado da minha mãe.

– Vá até o quarto das meninas, não deixe que ele as encontre – disse meu pai de forma autoritária.

Eu voltei no tempo dentro de uma lembrança! Oh céus, vou saber os dois lados da história.

Minha mãe saiu correndo e gritando palavras estranhas, antigas, que não consegui compreender, praticamente arrombou a porta do quarto que eu dividia com Lizzy e ao entrar encontrou minha versão mais nova e Lizzy chorando juntas num canto do quarto.

– Oh minhas pequenas – ela se abaixou e nos abraçou – Vocês precisam ser fortes e não chorar.

– Mamãe estou com medo.

– Eu também estou Ali, mas vamos aguentar isso juntas.

Lizzy secou as lagrimas se sentindo envergonhada por ter sido pega chorando.

– Isso tem haver com a história que ia nos contar?- perguntou.

– Sim – institivamente minha mãe segurou o pingente com a pedra branca – Não tenho tempo suficiente, me perdoem meninas.

De repente o ar ficou gelado e tudo pareceu congelar por um instante, mas logo passou.

Eu sei que foi esse o último instante de vida do meu pai e acho que minha mãe também sabe, pois começou a chorar.

– Vamos queridas, vamos sair daqui.

– Mas e o papai? – perguntou a pequena eu.

Minha mãe deu um sorriso melancólico.

– Ele vai nos alcançar.

Saímos do quarto e corremos para as escadas que levavam ao sótão. O tempo todo minha mãe murmurava palavras sem sentido. Quando estávamos quase lá uma grossa camada de gelo cobriu o chão e as nossas pernas.

– O que está acontecendo? – perguntei desesperada.

– Droga! – gritou minha mãe tentando se libertar.

– Ora, ora – Marloc estava sorrindo – O que temos aqui? Ah sim, minha ex-noiva e suas belas filhas.

– Marloc – mamãe o fuzilava com o olhar.

– Melissa – sorriu – Você teve belas filhas, meus parabéns.

– Mamãe – Lizzy estava mais furiosa do que assustada – Quem é esse homem?

– Quem eu sou? Melissa você é uma péssima mãe – começou a rir – Como não contou para suas pequenas filhas que já foi noiva de um dos mais poderosos magos do mundo?

– Magos?

– Sua mãe não contou nada a vocês crianças? – não nos deu tempo de responder – Existe um mundo escondido atrás do mundo em que vivem, o mundo humano é uma fachada para o Submundo lugar onde vivem os descendentes de fadas como a mãe de vocês, lobisomens, vampiros, magos, anjos, deuses e demônios das piores espécies. A mãe de vocês era parte desse mundo e iria se casar comigo, mas ela fugiu para ficar com o bastardo do pai de vocês e se exilou nesse mundo sem mágica.

– Thomas não é um bastardo! – o amuleto começou a brilhar – Ele é um descente das fadas como eu!

– Ele se tornou um bastardo quando virou um protetor, você sabe disso.

– Thomas não tem culpa por ter sido mordido! Ele é corajoso, amoroso e o melhor de todos os homens que já conheci.

Num piscar de olhos Marloc segurou o pescoço dela.

– Nunca mais repita tal coisa. Um bastardo, um impuro, como ele nunca será melhor que um feiticeiro sangue-puro como eu – ele a soltou – Agora vamos dar um passeio.

As cores vieram novamente, fechei meus olhos com força e quando os abri novamente parecia que continuavam fechados.

Estou em um lugar escuro, posso ouvir o barulho de uma goteira ao longe e o som de objetos sendo afiados. Andei um pouco pra frente e encontrei uma espécie de mezanino.

Estou no galpão dos meus sonhos, aquele em que vi minha infância ser destruída.

Aquele em que fui torturada, em que me tornei órfã e a causa dos meus pesadelos.

Marloc está no piso inferior afiando facas e outros objetos numa espécie de maquina que roda, ao seu lado tem uma marca de hospital forrada com um fino pano branco e num canto escuro tem quatro pessoas amarradas nem precisei olhar muito para reconhecer minha família, parecem estar dormindo, mas não sei se estão mesmo ou se já morreram.

Marloc sorriu ao ver como estavam os objetos que ele havia afiado e se aproximou do corpo de meu pai.

– Você primeiro, Thomas.

Jogou o corpo por cima de um ombro e depois sobre a marca onde começou a corta-lo murmurando palavras sem sentido que pareciam fazer o sangue pingar de forma mais rápida no balde.

– Pare! Pare agora! – minha mãe estava acordada, o amuleto em seu peito brilhava de forma mais fraca – Respeite o corpo dele!

– Já tenho tudo que precisava – Marloc sorriu e apontou para os baldes com o sangue de meu pai – Agora vou para a próxima.

Mamãe tentava se soltar e isso parecia fazer as amarras a apertarem cada vez mais. Lizzy estava abrindo seus olhos, provavelmente se perguntava onde estava e como veio parar aqui.

– Temos voluntaria aqui – o sorriso de Marloc era mais assustador que o do Jeff – Você é a escolhida para o sacrifício.

–S-Sacrificio? – Lizzy estava apavorada.

– Não! Por favor, não! Marloc tenha piedade das minhas filhas, eu imploro!

Marloc puxou Lizzy e a jogou de forma brusca sobre a maca que ainda estava suja com o sangue do meu pai.

– Piedade é para os fracos – disse o mago.

Pegou uma adaga coberta com runas e começou a fazer cortes em Lizzy enquanto murmurava palavras estranhas, feitiços, isso mesmo, ele devia estar enfeitiçando Lizzy para que ela cooperasse e não se movesse.

Cada grito da minha irmã era como uma facada que levava no coração. Lizzy gritava pedindo ajuda á Deus, á nossa mãe que estava imóvel, á nosso pai que estava morto e pedia que nada daquilo fosse acontecer comigo. Uma culpa tomou conta de todo meu corpo por não me lembrar disso, por não ter acordado antes dela e ter sido sacrificada. Não tenho duvidas que Lizzy era bem mais forte do que, talvez se ela tivesse sobrevivido...

Notei que os gritos agora eram quase sussurros, como se ela estivesse rezando para alguém.

– ALEX! – gritei desesperada – ONDE VOCÊ ESTÁ? ALEX! ALEX, POR FAVOR – cai de joelhos no chão com as mãos sobre meu rosto – SALVE-A ALEX! ME MATE SE FOR NECESSÁRIO, MAS SALVE-A!

Comecei a soluçar sem parar com mais lágrimas no rosto agora do que quando vi meu pai morrer.

A parte racional de mim tinha consciência de que Alex não estava ouvindo nada disso, mas a irracional queria pelo menos tentar.

Os sussurros de Lizzy pararam de repente.

Desesperada corri até a marca onde ela estava tive que atravessar o corpo de Marloc para isso, mas não me importei. Olhei sem acreditar para o rosto jovem da minha irmã gêmea, ela parecia uma boneca de porcelana agora com seus cabelos ruivos, pele branca e seus olhos verdes sem brilho algum que fitavam o vazio.

Lizzy não viu a neve.

Marloc começou a andar de um lado para o outro levando o sangue que havia coletado e se preparando para o próximo sacrifico, consegui ouvir minha mãe murmurando palavras, talvez estivesse pedindo que Alex aparecesse para salvar a filha que restava ou estive louca depois de ver sua filha sendo torturada e morta. Nunca saberei.

A parte irracional do meu cérebro me fez correr atrás de Marloc. Tentava soca-lo e chuta-lo, mas só conseguia atravessar seu corpo como se fosse feita de ar.

– EU QUERO QUE VOCÊ MORRA! – gritava mesmo sabendo que ele não podia e ouvir – EU VOU TE MATAR! EU VOU TE QUEIMAR VIVO! – cuspi na cara dele, mas até isso o atravessou e depois se dissolveu no ar – VOCÊ VAI MORRER E EU VOU TE MATAR!

Não vai não.

– Agora vamos ao prato principal – o sorriso sádico de Marloc me fazia querer mata-lo das piores formas possíveis.

Talvez esquarteja-lo seja algo bom demais para ele. Queima-lo vivo? Isso é pratico, mas vai ser muito rápido. Talvez eu deva torturar e depois jogar os restos para lobos comerem... Quem sabe.

Mamãe continuava a murmurar suas estranhas palavras, Marloc me pegou o que fez com que a pequena eu acordasse.

– O que... Mamãe, o que está acontecendo? – perguntou de forma inocente.

Lágrimas corriam pelo rosto de minha mãe que continuava a murmurar suas estranhas palavras. A pequena eu varreu a sala com os olhos, ao ver o corpo de Lizzy no chão ela começou a lutar para se soltar.

– ME SOLTE! – gritava – POR FAVOR, ME SOLTE!

– Seja uma boa menina, garotinha – sussurrou para mim – Siga o exemplo da sua mãe e comece a rezar.

– Não! Por favor, não me mate. Quero ver a neve.

Marloc deu uma forte gargalhada que fez tudo estremecer.

– Não se preocupe na próxima vida você verá a neve muitas vezes. Agora seja uma boa menina, o ultimo sacrifício deve ser o mais importante.

Marloc pegou a mesma adaga que usou para fatiar o corpo de Lizzy e recolher seu sangue, os gritos da pequena Alice ficaram mais altos junto com a oração que minha mãe fazia.

Quando a adaga encostou na minha pele tudo foi tomado por uma forte claridade que quase me cegou.

A última coisa que ouvi antes de ver esse clarão foi Marloc gritando “Não”.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAA GENTE EU CHOREI NA PARTE DA LIZZY C-C
sim a autora também chora escrevendo.
Alguém mais? MARLOC FILHO DA PUTA!
Marloc: Mas você que me fez assim '-'
FIZ NADA C-C SEU COCOZENTO C-C
Próximo capítulo é o final das memorias.
O que estão achando?
Beijos pequenos cupcakes azuis



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