The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 10
Aquilo que eu não vou esquecer


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOI GENTE
última parte das memórias *-*
Vou nem falar muito porque sei que vocês vão direto pro capítulo KOAKDOSAK
Boa leitura



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Aos poucos a claridade foi diminuindo e pude abrir meus olhos.

Marloc estava no chão com as mãos sobre os olhos, a pequena eu estava chorando ainda mais agora e minha mãe sangrava.

Ela sangrava muito.

O sangue estava saindo de seu nariz, da boca e de seus olhos como se fossem lágrimas, ao perceber isso a pequena eu se levantou e correu até ela.

– Mamãe!

– Ali – uma forte tosse fez que com mais sangue saísse de sua boca e sujasse o chão – Estou tão feliz por ter conseguido te salvar – ela tentou sorrir e tossiu novamente – Não consegui salvar Lizzy, mas graças aos céus consegui salvar você.

–Ele matou a Lizzy, mamãe? E o papai? Onde estamos?

– Querida não tenho muito tempo – sua voz estava fraca – É importante que se lembre do que vou falar tá? – a garotinha sussurrou “sim” – O papai, a mamãe, você e Lizzy são muito especiais, temos poderes que outras pessoas não têm e por isso esse homem mau veio atrás de nós. A mamãe em breve vai se juntar ao papai e a Lizzy então preciso que você me prometa uma coisa – ela apertou com mais força o medalhão – Você deve cuidar desse medalhão querida, esconda-o em algum lugar onde só você vai achar tá?

– Não vá mamãe – agora as duas choravam e se abraçavam – Por favor, não me deixe sozinha.

– Você nunca vai ficar sozinha – disse de forma tranquilizadora – Nunca. Agora me prometa que vai cuidar do medalhão.

– Eu vou – disse a pequena ruiva decidida e depois se afastou - Mamãe, você não vai ver a neve comigo?

– Sinto muito, Alice – o choro da minha mãe ficou mais forte – Você vai ter que ver a neve sozinha.

– Mas mamãe ...

– Eu te amo querida – a voz agora parecia um sussurro – Te amo tanto, tanto, tanto e tanto que vou morrer por você...

– NÃO! – gritei junto com minha versão mais nova.

Mamãe fechou os olhos, sorriu e caiu no chão.

Tentei abraçar a versão mais nova de mim sem efeito algum. Enquanto ela gritava pedindo ajuda e sua família de volta, eu tentava em vão abraça-la e dizer que ela vai superar isso.

Meu problema é que não sei se vou realmente superar isso.

Marloc levantou e a pegou pelos ombros, para uma criança ela estava se debatendo muito e pelas caretas que Marloc fazia estava doendo mantê-la nos braços.

– Maldita! – Marloc estava amarrando meus pés e mãos – Não consigo acreditar que aquela vagabunda fez isso.

– Me solte! – gritei.

– Não mesmo pirralha, agora que a vadia da sua mãe se matou meu único sacrifício é você. Aquela pu..

– Minha mãe não era nada disso!

– Cala a boca sua vadiazinha! – Marloc tentou dar um tapa no meu rosto, mas foi empurrado para trás – Não posso me esquecer desse feitiço, droga.

– Feitiço?

– Ah, ela não te disse por que morreu? – agora o sorriso havia voltado – Ela fez um feitiço de proteção que custou a vida para te salvar, mas não se preocupe, tenho ervas suficientes para desfazê-lo.

Preferia não ter visto o resto, queria que o turbilhão de cores me puxasse novamente e jogasse em alguma lembrança distante. Infelizmente, nada nunca é como eu quero.

Marloc começou a cantar numa língua estranha enquanto jogava ervas, pós coloridos, traçava símbolos e pintava meu corpo com o sangue que tirava dos baldes. O sangue da minha família.

Tanto eu de agora quanto a do passado gritávamos pedindo que ele parasse, por algum motivo comecei a sentir tudo que ela sente.

Dor, desespero, ódio, solidão e medo.

O que vai ser de mim agora? , ela se perguntava.

– Pare, por favor – a sua voz estava cada vez mais fraca – Não quero morrer.

– Talvez morrer seja uma coisa boa.

– Socorro! – gritou com a pouca força que restava.

– Você já deveria saber que ninguém vai te ouvir aqui.

Ela não queria desistir. Eu não queria desistir, podia senti-la rezando, pedindo que algo acontecesse para salva-la.

Até quando isso vai continuar?ela se perguntava. Eu vou morrer.

Um simples pensamento que a fez desabar, ela acreditava que iria morrer.

– Ora, parece que me esqueci de algo muito importante – Marloc sorriu – Fiquei quietinha. Preciso de um balde pra por o seu sangue dentro.

A consciência já estava começando a abandoná-la, ela podia sentir que aquele seria seu fim.

Desculpe mamãe, pensou triste, não vou viver para ver a neve.

– NÃO! – gritei – Você vai ver a neve! Seja forte, por favor.

E tudo ficou escuro.

Se isso fosse mais um de meus sonhos acordaria agora e estaria no meu quarto, provavelmente ia estar olhando pro pôster do Pikachu que eu tenho no teto. Iria me levantar e caminhar até o banheiro, onde ia tomar um banho e chorar bem baixinho pra Stella não ouvir.

Se isso fosse um sonho tudo ficaria bem e eu não saberia o resto.

Isso não é um sonho.

A escuridão tomou conta de todo o galpão e depois sumiu. Marloc parecia estar com medo.

– Quem está ai? –perguntou.

– Alexandre – respondeu.

Alex saiu das sombras segurando uma foice, ele estava totalmente diferente do que já vi. Seus olhos estavam vermelhos e brilhavam, seu cabelo parecia ter sido espetado para todos os lados, seu sobretudo estava largado no chão e seus braços expostos, o que revelava uma serie de símbolos tatuados neles. Esse não é o garoto que me deu um ursinho de pelúcia.

– Um mensageiro da morte? – Marloc ficou visivelmente aliviado – Já matei um como você.

– Eu sei, mas não era eu.

Com um movimento tão rápido que nem consegui ver, Alex cortou fora um dos braços de Marloc.

– Desgraçado! – Marloc materializou uma espada e começou a recitar um feitiço – Vai me pagar!

O cotoco que sobrou do braço de Marloc parou se sangrar e ele pulou para cima de Alex.

Alex o pegou no ar e, segurando sua canela, o jogou de cara no chão.

– Você não vale nem o esforço – disse.

Alex veio andando até a pequena Alice e cortou suas amarras, ela estava imóvel com a cabeça virada pro lado sem acreditar no que seus olhos haviam acabado de presenciar.

– Você vai ficar bem –disse – Não se preocupe.

– Cuidado! – gritou.

Alex se virou a tempo de ver Marloc cercado por chamas azuis.

– Não pensou que seria tão fácil ou será que pensou?

– Fique escondida – disse – Vou cuidar do moço malvado.

Sem protestar ela correu e se escondeu atrás de uma pilha de caixas.

– Matar dois inocentes e uma criança, usar uma criança em ritual de magia negra, diversos mutilamentos, quebra dos direitos de vida de alguém, ervas e materiais ilegais, usar o mundo humano para fugir da fiscalização, alterações ilegais na aparência e criar criaturas humanoides para dificultar o trabalho de um servo da Morte. Esses são os crimes que você cometeu na última semana, como castigo eu lhe sentencio ao inferno.

– Eu não tenho medo nem da própria Morte o que te faz pensar que vou teme-lo?

– Você não deveria ter dito isso – Alex sorriu.

Tudo acontecia tão rápido que a maior parte do que via eram borrões.

Marloc perseguia Alex com seu fogo azul, ás vezes o fogo acertava alguma parte do corpo de Alex que ficava queimada e logo se curava. Alex se movia de forma veloz com a foice e desafiava Marloc como se estivesse brincando de pega-pega e não levando aquela briga a serio. Marloc ergueu um muro no caminho de Alex que o destruiu usando apenas um dedo.

– Agora é minha vez – ele ergueu a foice e desapareceu.

O que vou contar agora aconteceu em menos de um segundo, numa hora Alex estava em cima dos destroços do muro quebrado e na outra o corpo de Marloc estava sendo cortado em pedaços e caindo pelo chão. Foi tão rápido que até o sangue começou a escorrer depois.

Alex de repente apareceu na frente da pequena eu seu rosto estava sujo de sangue, mas sei que não é dele.

– Vamos embora- ele tocou levemente a testa dela que caiu desacordada.

Alex buscou seu sobretudo e o usou para cobrir a garota que dormia.

– Bons sonhos, Alice.

– Alex – meu pai estava ao lado de Alex – Obrigado por salvar uma de minhas filhas.

– Sinto muito, Thomas. Pela segunda vez hoje cheguei tarde demais.

– Nada disso é sua culpa – meu pai sorriu – Espero que ela se lembre que eu a amo.

– Ela vai lembrar – disse Alex.

– Guarde o medalhão até que ela esteja pronta para assumir seu lugar, esse é meu último pedido.

– Para um homem que acaba de morrer você tem muitos pedidos, Thomas – Alex sorriu – Irei guardar, não se preocupe.

– Obrigado – disse meu pai e sumiu.

Alex suspirou, pegou o medalhão e o guardou no bolso.

Enquanto ele caminhava pela neve me carregando no colo eu o seguia de perto. Andamos uma boa parte do caminho até que a mais nova eu acordou.

– Onde estou?

– Com um amigo – respondeu.

– Tudo foi um sonho?

– Não – ele não desviava o olho por nenhum instante do caminho – Você queria que fosse?

– Sim.

– Vamos fazer um acordo – disse decidido – Eu vou te fazer esquecer e em troca você vai fazer algo pra mim quando for mais velha.

– Tá – os sinais de sonolência deviam ser um efeito colateral de Alex ter tocado minha testa mais cedo.

A neve começou a cair lentamente enquanto Alex continuava a caminhar sem se preocupar.

– A neve mamãe – sussurrou – Posso ver a neve, ela é tão bonita.

Lentamente Alice fechou os olhos e voltou a dormir.

– Quando você acordar não se lembrará de nada – sussurrou – Tenha bons sonhos, pequena Alice.

Oh pequena Alice, não corra atrás do coelho.

Não caia no buraco.

Não se perca no País das Maravilhas.

Não se perca no País da Solidão.


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Notas finais do capítulo

Eu fiquei meio decepcionada com a luta (autor apode se criticar?) mas como não sou boa com isso mesmo, fazer o que né.
CHUPA MARLOC TU MORREU VIADAAAUN UHUL
Quem esperava por isso? Quais eram suas teorias? TÃO GOSTANDO?
Beijos pequenos cupcakes de morango



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