The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 41
Uma missão para suicidas


Notas iniciais do capítulo

Olá bolinhos, vocês estão bem?
Nhawn nhawn eu estou muito feliz com a linda recomendação que recebi da Madu Kordei, foi um presente de aniversario? (para quem não sabe meu aniversário foi dia 18 de abril). Muita obrigada pela recomendação sua fofa, dedico esse capítulo à você ♥
Acho que "trollei" algumas pessoas por ter postado ontem uma história yaoi dizendo que iria demorar com essa RÁ! PEGADINHA DO URSO BICOLAR TUTS TUTS
Quem gosta de yaoi e lê essa história, se puder opinar sobre o meu primeiro yaoi ficarei contente e grata.
Obrigada também a todos que me enviaram parabéns no reviews que, mantendo a tradição, eu irei responder após postar esse capítulo.
Estou sentindo a falta de alguns fiéis bolinhos, espero que não tenham sido sequestrados.
Boa leitura e ATENÇÃO! As notas finais irão conter spoiler.



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Algumas pessoas nascem para ter sorte e realizar grandes feitos em suas vidas, eu nasci pra ser trouxa e apanhar. Só pra constar, apanhar da minha irmã. Gêmea.

– Levante-se! – minha treinadora particular gritou daquele jeito que mais parecia com o de um sargento do exército.

Minhas pernas doíam tanto que estava surpresa por elas não terem se transformado em gelatinas. Fiquei de pé com certa dificuldade e voltei para a posição de combate.

Há exatamente duas semanas consegui convencer minha irmã a me treinar para que eu possa resgatar minha melhor amiga do seu namorado assustador que a escraviza, porém, eu não contava com a intromissão das minhas amigas e do meu namorado.

Zero estava treinando Melody e Thomas no lado oposto ao da grande quadra de treinamento do Instituto enquanto eu me divertia com a minha adorada irmã e Pudim sofria com as adagas de Alex. Natália apenas ria das nossas caras quando aparecia por lá para levar água ou barrinhas de cereal.

– Não acredito que depois de dez anos separadas você resolveu que me bater é a melhor forma de criar laços entre nós!

– Você que pediu, Alice – ela me olhou seria – Agora aguenta.

Na primeira semana, Lizzy me deixou usar magia nas nossas lutas e mesmo assim terminávamos sempre empatadas até que no inicio dessa semana ela resolveu que estava na hora de depender menos da magia e mais do meu corpo.

Em momento algum a vi usando magia das fadas, então toda essa história de luta corporal deve ser realmente útil.

– Vai lá, ruiva. Chuta a bunda mole da sua irmã! – Natália gritou com um pompom de líder de torcida em cada mão saltando como se realmente torcesse por uma de nós.

Lizzy e eu nos entreolhamos e em seguida a encaramos.

– Sobre qual de nós você está falando? – perguntamos ao mesmo tempo.

– Ah, eu adoro essa coisa de gêmeas – ela começou a gargalhar.

– Deixe-as em paz – ouvi Alex gritar do outro lado da quadra enquanto desviava habilmente das investidas de Morfeu. Por algum motivo quase desconhecido, Morfeu sempre se esquecia de que devia brigar com Zero e terminava lutando contra Alex. Homens, toda essa testosterona deve afetar o cérebro deles.

Lizzy revirou os olhos e veio na minha direção pronta para me atacar, mas depois de duas semanas eu estava pronta para os ataques surpresas dela.

É horrível essa coisa de gêmeas. Quando ando pelos corredores, algumas pessoas me evitam por pensar que sou a Lizzy e quando é ela quem passeia (se é que ter permissão para vir até a quadra e voltar para a cela seja passeio) termina ameaçando alguém de morte ou socando o nariz de quem a olhou feio. Para piorar a situação, estamos com uma estranha ligação que nos faz completar as frases uma da outra e dizer algo ao mesmo tempo sem combinar.

Quando as coisas no Instituto ficaram mais “normais”, se é que algo é normal em um internato de sobrenaturais, a diretora avisou aos pais sobre o que ataque da minha irmã o que deixou os pais revoltados, mas como tudo que havia sido danificado estava no lugar eles acreditaram que foi apenas um “ataque de rotina”. Agora eu pergunto: que tipo de lugar tem “ataques de rotina”?

Consigo imaginar um assassino sentado em uma cadeira na sala da diretora marcando um dia para atacar o Instituto. “ Gostaria de atacar na terça-feira de madrugada”” Sinto muito senhor assassino, mas na quarta os alunos terão prova. Poderia ser na sexta?”.

Balancei a cabeça para me livrar dessa ridícula cena mental e voltando todo o meu foco para a luta com a minha irmã.

– Em uma luta de vida ou morte você vai ter que matar ou morrer – ela ergueu a perna tentando acertar minha cabeça. Desviei me abaixando e tentando segurar seu tornozelo para desequilibra-la, sem sucesso – Você não pode ter algo inútil como empatia pelo seu inimigo – alguns fios de cabelo escapavam do coque bem feito dela sempre que se virava para acertar uma cotovelada na minha barriga ou um soco na minha cara, é complicado tentar entender o que ela vai fazer – Seu inimigo quer a sua cabeça em uma bandeja de prata e você quer a dele.

Lizzy se movia tão rápido que tentar ouvi-la me deixava desnorteada e terminava atrapalhando meu desempenho, mas até isso era parte do treinamento. Não posso prestar atenção na luta e esquecer o espaço ao meu redor, caso contrario vou morrer com uma facada nas costas.

Perto dela, Alex é um professor de jardim de infância com o treinamento.

Desviei o soco que estava vindo para o meu nariz e ergui o joelho para acertar a barriga, ela desviou.

– Podem parar – Alex se materializou ao meu lado me fazendo perder o equilíbrio e cair no chão. Ele me segurou impedindo uma queda iminente que me deixaria mais dolorida ainda.

– Já acabou o meu banho de sol diário? – Lizzy perguntou de forma sínica.

Olhei para o céu que estava escurecendo com algumas pequenas estrelas se destacando na escuridão que começava a surgir.

– O sol já se pôs – comentei.

– Acho que isso é culpa de um fenômeno chamado noite que ocorre todos os dias – ela revirou os olhos - Sério que dividimos uma barriga? Prefiro não pensar no DNA, é humilhante que eu tenha o mesmo código genético que essa boçal.

– Que adolescente ou pessoa com menos de sessenta anos fala “boçal”? – perguntei começando a me irritar.

– Você é lerda, garota! – ela gritou.

– Você tentou matar meus amigos! – gritei mais alto pra mostrar quem é que manda.

– E o que isso tem haver com você ser um asno?

Zero observou a cena de longe, caminhou até Red e a segurou pelos ombros virando-a para encará-lo.

– Você está fazendo de novo, Red Queen – ele disse de forma cautelosa – Está tentando afasta-la novamente.

– Merda! – ela gritou e bateu na própria testa bagunçando sua franja – Sinto muito, Alice.

Assenti a contragosto enquanto me virava para olhar Alex e ignorar a conversar que os assassinos estavam tendo.

Minha irmã é uma anti-social com carteirinha VIP do “Clube dos anti-sociais”, do qual apenas ela é membro, porque os anti-sociais não se relacionam com outros. Se eles se relacionassem seriam pessoas sociáveis.

Nos primeiros dias de treino estávamos tendo uma boa relação e criando laços, mas algo no cérebro dela entrou em pane e ela passou a tentar me afastar. Zero diz que isso é culpa da criação que tiveram, eles não sabem lidar bem com desconhecidos e tendem a se tornar agressivos. Eu acho que a culpa é do cérebro dela que de tão lerdo não a deixa se declarar para o Zero. Não que ela tenha assumido que gosta dele, mas está escrito na testa dela “Eu amo Zero”.

– Mandei Natália entrar em contato com um informante sobre uma data para invadir o castelo – Alex falou de forma séria e profissional.

– Nem tinha reparado que ela não estava aqui rindo como uma hiena bêbada – soltei o rabo de cavalo e comecei a desembaraçar os nós do cabelo.

– Ela viu isso já faz um tempo. Acredito que a minha senhora a tenha chamado agora.

– Então temos uma data? – perguntei animada, mas logo me contive. Invadir o castelo do Drácula é uma missão suicida e não motivo para alegria.

O resto da “equipe” de resgate se reuniu ao nosso redor, todos ansiosos e amedrontados com a possível resposta de Alex.

– Amanhã iremos para invadir o local – sua postura séria estava igual a de um tenente dos filmes de ação – Acho que vocês não têm qualquer chance, mas como Natália e eu estaremos na equipe vamos fazer o possível para trazer todos a salvo.

– Só eu acho que não é animador ouvir “ vocês não têm qualquer chance”? – Melody comentou.

– Até parece – Thomas revirou os olhos – Na hora H vocês vão pensar apenas nas suas próprias vidas e nos esquecer.

– Somos criaturas imortais e por isso nossas vidas são eternas, mas obrigado pelo comentário inútil, Thomas.

Raiva e ira faíscaram no olhar do metamorfo. Afastei-me de Alex e fui até o loiro com um grande sorriso no rosto.

– Não dê importância para o que o Alex diz – falei – Ele é um bobo às vezes.

Morfeu assentiu e me abraçou. Alex nos olhos de forma feia e prosseguiu com a explicação:

– As informações que o informante nos passou foram bem detalhadas, sabemos que David Isnovaik mantém diversas garotas em seu harém pessoal e todas são suas escravas de sangue. O plano é infiltrar as garotas vestidas como as escravas dele até encontrar Anna Chaves. Eu vou estar escondido para os vivos assim como Natália observando de perto o avanço de vocês, quando tivermos a garota vamos matar David para liberta-la da escravidão vampira.

Todos focaram em silêncio digerindo as informações. Acho que a parte de “matar” David os deixou receosos. Talvez se eu não sentisse tanto ódio pelo garoto também tivesse receio em mata-lo.

– Todos entenderam o plano? – Alex perguntou.

Observei a expressão insegura no rosto de cada um dos meus amigos enquanto todos assentiam positivamente. Amanhã será um grande dia.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Puxei o zíper da mochila fechando-a por completo enquanto esperava a hora da nossa partida se aproximar. Não que eu estivesse ansiosa para invadir o castelo, mas só de saber que veria Nana outra vez algo dentro de mim se rebelava desejando que a hora chegue logo.

– Ansiosa? – perguntou a voz com a qual já estava familiarizada.

– Um pouco – respondi me virando para encarar a figura parada no batente da minha porta.

Elizabeth usava a mesma roupa do dia em que invadiu o Instituto com Zero transformado em um dragão de fogo maligno, o cabelo estava preso em um coque firme na parte de trás da cabeça e diversos fios caíam ao redor do seu rosto deixando o penteado bonito, mesmo que essa não seja a intenção dela.

A roupa que eu usava era a de combate padrão no Instituto, uma calça de material semelhante ao couro que é mais resistente a veneno de demônio, camiseta também preta, coturnos e um “cinto de utilidades” onde podia deixar armas e poções. A última moda para missões suicidas.

– Você sabe que toda essa missão é loucura – ela não perguntou, afirmou – Por que deseja ir atrás dessa garota?

– Ela é minha amiga, Lizzy – passei uma alça da bolsa pelo ombro.

– Isso não é motivo suficiente – argumentou - Quem garante que ela faria o mesmo por você?

– Eu garanto.

– É loucura fazer algo assim por outra pessoa.

– Se fosse o Zero preso, o que você faria?

Ela foi embora em silêncio.

Os professores do Instituto estavam reunidos atrás do prédio de magia junto com os meus amigos malucos e suicidas. Lucas estava recuperado, mas ainda não podia se arriscar em uma missão como essa.

– Alice chegou – Pudim gritou.

– Finalmente – o tom de deboche da professora de combate não escondeu seu nervosismo.

O grupo era grande demais para que Alex e Natália conseguissem levar sozinhos pelas sombras, então os professores estavam unindo suas magias para nos levar em segurança até o local sem sermos descobertos.

– Todos estão aqui? – Alex perguntou olhando para cada um de nós e assentindo ao ter sua resposta – Ótimo, vamos começar.

– Espere! – Melody gritou e depois se virou para a professora de combate – Eu posso conseguir pontos extras nessa missão?

– Melody – Pudim tentou repreendê-la, sem sucesso.

– Não acredito que ouvi isso – a professora riu – Se voltarem vivos, todos ganham um dez automático.

– Maravilha – Morfeu passou um braço ao redor da minha cintura puxando-me para si – Então já prepare sua caneta azul para a minha nota.

– Só se você voltar, Thomas – ela deu uma piscadela.

O feitiço foi rápido e logo estávamos sendo sugados por um portal e jogados no nada.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

(Autora)

Destino estava, para a surpresa de todos, arrumado. Os cabelos pretos estavam arrumados com gel para manter a boa aparência, a camisa social que usava não tinha manchas de café e a calça estava livre de ketchup, o que para um viciado em pizza como ele é realmente difícil. A única coisa estranha na aparência no Imortal eram as pantufas do Pernalonga que ele calçava enquanto andava de um lado para o outro em sua sala buscando os sapatos sociais.

– Onde vocês estão? – ele tentava mentalizar os sapatos para criar novos ou lembrar onde havia deixado o par que possuía sem sucesso algum. Saber que em poucos minutos encontraria aquela pessoa o deixava nervoso demais.

Continuou buscando os sapatos em todos os lugares, nem mesmo as almofadas do seu sofá deixaram de ser reviradas. Tudo era para estar perfeito diante daquela que amava no primeiro encontro que teriam em muito tempo.

– Destino? – ele congelou na posição em que estava, metade do corpo debaixo do sofá procurando seus sapatos, e abriu um grande sorriso amarelo.

– Oi – ele disse batendo na sua camisa para espantar o pó que grudava no tecido.

Com apenas uma coisa toda a sua produção foi por água abaixo, estragada por pequenas bolinhas de pó que grudavam no tecido de suas roupas.

– O que você fazia debaixo do sofá? – a garota perguntou curiosa com um sorriso brincalhão estampado no rosto. Destino suspirou.

– Perdi meus sapatos – explicou.

– Seriam aqueles ali? – ela apontou para o alto onde os fios do destino das pessoas se cruzavam.

No meio do amontoado de fios que continuavam seguindo seus caminhos estavam um belo par de sapatos sociais pretos. Destino flutuou até o local, leu a etiqueta do fio e depois sorriu.

– Acredita que o destino de Alice Knight é roubar meus sapatos?

– Essa garota só traz problemas – a companheira balançou a cabeça para os lados movimentando seus cabelos cacheados – Já pensou sobre a proposta da Morte?

– Já – Destino suspirou. Aquela proposta era insanamente absurda e só o fazia sentir ainda mais saudade da Paz – Eu não posso aceitar deixar Vida longe, mesmo que seja pela garota Knight.

– Você disse que essa garota pode encontrar a Paz, certo? – ela não esperou uma resposta e prosseguiu – Se isso acontecer, Vida e Morte podem voltar a ser amigas.

– Sim, mas se não acontecer ainda é muito pouco para me livrar da minha irmã.

– E se você barganhar com a Morte?

Destino se assustou com a palavra “barganhar” saindo dos lábios da garota, mas logo se interessou pela proposta.

– Como assim?

– Não podemos ficar juntos porque eu vou morrer, mas talvez você possa convencer a Morte a não vir atrás de mim. Poderíamos ficar juntos para sempre, amor.

Os olhos de ambos brilharam com as infinitas possibilidades que aquilo iria trazer. Poderiam passear pelo mundo todo, conhecer todos os lugares que desejassem e o melhor: não iriam mais se esconder.

– Destino tirou suas pantufas e calçou os sapatos sociais que tanto trabalho teve para encontrar.

– Acho que irei barganhar com a Morte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo?
Espero que todos estejam aproveitando cada personagem, em breve um deles irá se despedir dessa para uma pior. Não irei entrar em detalhes para quem descer a página na hora de comentar não terminar vendo o que não quer, mas alguém irá morrer em breve.
Deixem suas opiniões em comentários meigos para que eu e o elenco da fic possamos responder ♥ Beijinhos



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