The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 40
Canja de galinha e Zero


Notas iniciais do capítulo

.. uma história de amor melhor do que Crepúsculo (completando o título do capítulo).
Olá jovens e velhos fiéis bolinhos, como vocês estão?
Bem, essa que vos escreve está ótema mesmo com a faculdade sugando cada gota de força vital que ela possui q
Um agradecimento muito especial para a Miss Potter Valdez Di Angelo (leitora no Nyah) que criou essa capa da história. Acho que vou usá-la futuramente, o que acham bolinhos?
Eu sei, essa história muda mais de capa que de casal principal kkkkk
Estou muito contente com todo o carinho de vocês. Obrigada por isso.
Sejam bem vindos novos e fantasmas leitores, sei que vocês estão ai então tentar dar um "oi" às vezes. Alguns dos meus bolinhos também viraram fantasmas, estou preocupada me perguntando se algo grave aconteceu ou abandonaram a história.
Sem mais delongas, Boa leitura.



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Observei enquanto Alex lia o último volume do mangá Kobato deitado na minha cama com o senhor Pikachu ao seu lado, como se aquele lugar fosse dele e ele tivesse todo o direito de ficar jogado lá com uma das suas muitas camisetas de coelho e calça de moletom.

– Você não é uma mobília do meu quarto – fechei a porta lançando faíscas para tranca-la – Mas, pela primeira vez, estou contente por te encontrar aqui.

Fiquei com Thomas até o céu começar a escurecer, ele não ficou muito feliz quando contei que estava torcendo para encontrar Alex no meu quarto e eu não posso culpá-lo por isso. Relutantemente, me deixou seguir meu caminho para descobrir o que a mini eu de cinco anos prometeu para o ceifeiro em troca de perder suas lembranças.

Alex desviou seu olhar do mangá e suspirou descontente.

– Você não pode esperar um pouco mais? Já estou no último capítulo.

– Não posso esperar – disse séria com uma daquelas expressões de pessoa raivosa que mais se parece com a de um cachorro chupando limão.

É claro que eu sei que atrapalhar a leitura de um mangá é uma grande infração no universo, mas não me importei. Se com seiscentos anos ele não teve tempo para acompanhar Kobato, não é agora que vai por sua leitura em dia.

Ele buscou um marca-página ao lado do Sr Pikachu e o colocou no meio do mangá marcando onde sua leitura havia parado antes de erguer seu olhar para mim. Gostaria de ter palavras para descrever como o castanho dos seus olhos se mesclava bem com a raiva por sido atrapalhado, mas infelizmente não ganhei dicionários quando era criança. Mais um ponto para o Zero.

– O que foi? – ele perguntou.

– Quero que você me diga qual é a minha parte no contrato.

Tenho certeza de que fiz bem sendo tão direta assim, nos filmes as mulheres diretas e confiantes sempre têm os homens aos seus pés e ficam ricas.

Ele não pareceu surpreso como eu imaginava que ficaria com essa pergunta, ao invés disso se sentou ereto e bagunçou os cabelos com a mão direita suspirando em seguida.

– Isso é complicado – murmurou.

– Eu tenho tempo – cruzei os braços diante do busto como as mulheres confiantes dos filmes.

– Pra começar, você concordou que deixar isso em segredo seria o melhor a se fazer.

– O que? – gritei de tão surpresa – Eu tinha cinco anos, Alexander. Concordava com qualquer coisa que via na Tv ou que brilhava.

– Eu não estava na TV e não sou uma fada da Disney para brilhar – ele ficou sério – Mesmo tendo cinco anos, essa foi a regra que eu coloquei no contrato e você a aceitou. Não tem como mudar isso.

Comecei a andar de um lado para o outro no quarto com a mão esquerda no queixo tentando imitar a pose que os antigos pensadores estão eternizados em suas estatuas, se isso os ajudava a pensar melhor deve me ajudar também.

Será que Alex está dizendo a verdade ou apenas gosta de me torturar mentalmente? E se está dizendo a verdade, que condição seria essa que de tão séria tem até mesmo um pacto de sigilo?

Encarei-o buscando qualquer pista que me ajudasse a chegar até a resposta de pelo menos uma dessas perguntas. Ele estava bocejando, tombou a cabeça para o lado apoiando-a sobre a mão esquerda e pegou o Sr Pikachu com a direita. Se isso fosse um anime, uma gota se formaria atrás da minha cabeça nesse instante.

– Eu quero saber o que tenho que fazer, Alex. Quero saber o que te prometi.

– Mas não vai – ele pegou o mangá e o abriu na página marcada – Nem tudo é como desejamos, Alice.

Eu sei disso, se fosse ele seria mortal para que eu o matasse naquele instante.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Descer as escadas do Instituto se tornou mais fácil com o tempo, agora meus pulmões não pareciam com os de um fumante sedentário quando eu pisava no último degrau. Apertei os tijolos, a esta altura familiares, na parede revelando a porta que levava até a moderna cela da minha irmã.

Elizabeth havia se soltado nas algemas que a prendiam na cadeira e estava sentada em uma perfeita posição de lótus sobre a mesa de aço enquanto Zero passeava ao seu redor como um mini-dragão ou um camaleão. As algemas enfeitiçadas sempre estavam largadas em algum lugar quando eu ia visita-los, acho que a diretora Black precisa melhorar os seus apetrechos de segurança.

– Trouxe comida – anunciei erguendo a bandeja com o almoço que haviam enviado para eles.

Faíscas prateadas cercaram Zero enquanto ele mudava sua forma voltando a ser o garoto que tanto me assusta.

– Comida!- exclamou alegre enquanto pegava um dos pratos na bandeja e levava até a parte livre da mesa para comer.

Lizzy abriu o olho direito e manteve o outro fechado.

– O que tem pra comer hoje? – perguntou sem sair de sua perfeita posição de lótus.

– Algo que tem gosto de frango, mas é líquido! – Zero afundou um pequeno pedaço de pão no prato e depois o comeu – Também tem uns pedaços estranhos de umas coisas esquisitas e pequenas.

Lizzy suspirou saindo da sua posição sem dificuldade alguma e se sentando a mesa para se servir do almoço.

– Isso é canja de galinha, Zero – ela revirou os olhos – Francamente, viver na Organização fez muito mal a você.

Zero não se importou com o comentário e continuou a saborear sua canja comendo de um jeito indescritível de tão estranho, como se nunca houvesse provado aquele prato antes.

Pergunto-me como deve ter sido ser criado em um ambiente de assassinos. Mesmo sendo o casal mais estranho que já vi, Zero e Lizzy parecem se dar bem e compartilham de boas histórias juntos. Histórias que eu apenas ouvi acidentalmente enquanto vinha até aqui entregar a comida deles.

Os dois interagiam completando qualquer ação do outro como se aquilo fosse algo do cotidiano deles, eu os invejo. Gostaria de ter esse tipo de relacionamento com alguém.

Talvez Nana tenha arranjado alguém para ser assim com ela. Oh, Nana. Como será que a minha querida Anna Chaves está? Será que ainda está viva?

– Sua expressão está assustadora – Lizzy me encarava como se pudesse ler meus pensamentos. Seu comentário me libertou dos devaneios.

– Acho que seu amigo roubou o seu almoço – fiz um sinal na direção de Zero que estava saboreando o prato da minha irmã.

– Estou acostumada com isso – Zero continuava a comer um selvagem sem se importar com a nossa conversa – Posso saber qual o terrível pensamento que você está tendo, irmã?

Estava pronta para responder “não é da sua conta”, quando me lembrei do conselho da diretora para tentar conseguir a ajuda dela. Quem não arrisca não petisca, não é mesmo?

– Minha amiga foi transformada em vampira e levada para o castelo do Drácula – suspirei – Infelizmente, não conheço ninguém que possa me ajudar a treinar para salva-la e sair com vida.

– Você tem dois servos da morte aqui, use-os para isso.

– Não é a mesma coisa, eles são tão desenvolvidos que não podem ajudar ninguém – menti.

A verdade é que eles podem, mas tenho medo do que Alex pode ter preparado para me treinar novamente.

– Realmente, essa situação é complicada.

– A Red pode te ajudar! – Zero lambeu os lábios, o que seria sexy se ele não estivesse todo sujo com o caldo amarelado da canja – O Drácula a odeia porque uma vez ela invadiu o castelo dele e matou uma de suas amantes.

– Zero! – Lizzy gritou de forma repreendedora.

– Verdade? – corri até a minha irmã gêmea e a abracei – Você realmente irá me ajudar?

– Eu não concordei com isso – ela gaguejou – Me solte! Argh. Eu vou te ajudar se me soltar, odeio contato físico e sentimental.

Soltei-a como pediu e fiquei olhando sua cara emburrada.

– Eu te ajudo, mas vamos precisar de autorização da sua diretora e de um espaço bem reservado.

– Vou arrumar tudo isso – praticamente gritei de tanta felicidade – Você não irá se arrepender.

Saí correndo em direção à saída para pedir logo o que preciso.

– Ei! – Zero gritou – Você está se esquecendo dos pratos!

– Opa – sorri sem graça.

Algumas emoções nos fazem esquecer cada coisa.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-

(Autora)

Destino estava cansado de ficar sozinho, mas ao mesmo tempo feliz pela solidão. Ah, como ele gosta da solidão.

– Chamou? – ele virou-se assustado na direção da monótona voz que ouviu.

Solidão usava a aparência de uma bela e cinzenta mulher, sua pele era acinzenta assim como os cabelos em um pálido tom prateado sem graça. Era difícil entender quantos anos ela parecia ter, suas feições mudavam conforme a pessoa que mais a sentia e a única coisa que se mantinha nela, além do cinza, era o velho e rasgado vestido da era renascentista quando ela era idolatrada por diversos poetas e outros artistas.

O problema da Solidão é que ela deve sempre estar sozinha.

– Não a chamei – Destino respondeu – Sinto muito.

– Estou acostumada – Solidão bocejou – Recentemente você voltou a me sentir, mas antes havia parado. Existe alguma explicação para isso?

Ah, como Destino sente raiva desses malditos sentimentos imortais que parecem saber mais sobre si do que ele mesmo.

– Nada que mereça sua atenção – ele coçou a rala barba que começava a aparecer em seu rosto – Pode ir.

Solidão se reverenciou rapidamente antes de desaparecer no ar, deixando-o livre para senti-la.

Agora Destino finalmente iria usufruir da paz que vem com a solidão, a paz que o atinge e acalma. Tantos anos sozinho o tornaram um velho e rabugento Imortal que só consegue se acalmar quando está sozinho ou com aquela pessoa. Ele não acha que isso seja algo ruim, talvez se tivesse contato direto com os humanos como suas irmãs criasse algumas das paranoias delas e isso seria terrível.

Uma pequena mesa com um fumegante bulé de chá apareceu ao seu lado. Destino suspirou enquanto retirava o saquinho com o pó da xícara e a levava até os lábios aproveitando a calmaria que sentia em seu interior.

– Destino?

E com apenas uma palavra – o seu próprio nome – toda a calmaria desapareceu e um turbilhão de sentimentos, batimentos descompassados e borboletas dançando no estômago tomou seu lugar. Destino ergueu os olhos deixando a xícara de lado e sorriu.

– Você...


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Notas finais do capítulo

Acho que já deu para perceber que eu tenho um imenso carinho pelo Destino e adoro escrever sobre ele ♥
Espero que vocês estejam gostando e ansiosos pelo treinamento da Ali-chan com a Red kkkkk Muitas brigas estão por vir.
Não esqueçam de dar um like na fanpage da fanfic ( https://www.facebook.com/pages/The-Forgotten/673620072751917?ref=hl).
Mandem suas opiniões e previsões (estilo as da Raven) nos comentários, me divirto muito com eles.
Obs: Sabiam que sábado é meu aniversário? Aceito recomendações de presente kkkkkk
Beijinhos com muitos cupcakes



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