The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 35
A tempestade chegou


Notas iniciais do capítulo

Oooi fiéis bolinhos, tudo bem com vocês meus recheados?
Estou passando por algumas situações estressantes essa semana, mas até que estou bem (ngm liga natchu). O nome desse capítulo iria ser "Airplanes", mas ele não tem NADA haver com aviões e só seria porque a música Airplanes (Hayley W. feat B.o.B) me inspirou na hora de escrever.
É uma canção mais"antiga", porém, perfeita ♥ A capa do capítulo é uma imagem retirada do clipe da música.
Boa leitura.



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O que vi quando cheguei não foi uma confraternização, mas sim uma festa com direito a todo tipo de loucura que os sobrenaturais podem criar.

As estrelas brilhavam com força no céu escuro mostrando uma lua minguante que lembrava o sorriso do Gato de Cheshire. Árvores altas com folhas voltando a ocupar seus lugares nos galhos finos cercavam uma colina com várias lâmpadas, piscas-piscas e velas para iluminar. Atrás da colina era possível ver um lago refletindo a lua sorridente. A silhueta de vários adolescentes era visível, eles estavam espalhados por todos os lados.

Um grupo de lobisomens estava na margem o lago, às vezes um deles dava um rápido mergulho e voltava correndo para ser saudado pelos companheiros.

Logo que chegamos, Melody nos arrastou para perto de uma grande mesa com diversos tipos de bebida e salgadinhos preparados. Notei em uma jarra um estranho líquido vermelho tão escuro que lembrava sangue. Um arrepio percorreu meu corpo ao constatar que realmente era sangue. Engoli em seco.

– Você está bem? – Morfeu perguntou. A touca cobria a maior parte da sua cabeleira loira deixando alguns poucos fios escapando pelas laterais. Por algum motivo o cabelo dele me lembrou miojo, a comida que eu mais preparava quando ficava sozinha em casa sem Stella.

– É só o frio – menti. Fingi bater os dentes para dar ênfase na mentira.

Carinhosamente, ele me puxou para perto de si em um abraço de urso.

– Melhor? – perguntou. Assenti em resposta.

– Procurem um motel! – Duda já estava se servindo de uma bebida brilhante.

– Eu amo os lobisomens que conseguem bebidas ilegais – Lilly lambeu os lábios após dar um grande gole no conteúdo do seu copo. As outras meninas fizeram murmúrios de concordância.

Aquilo despertou minha curiosidade.

– Com bebidas ilegais você quer dizer bebidas alcoólicas? – perguntei me soltando do abraço do Thomas.

– Oh, é claro que sim – Lilly não parecia mais tão nerd quanto antes com um sorriso cheio de duplo sentido estampado no rosto.

A última vez em que bebi foi quando Alex levou Anna e eu para a boate e isso já tem mais de um mês. Mais de um mês sem ingerir uma gota de álcool, isso é muito para meu corpo de adolescente rebelde aguentar. O que foi? A vida não tem graça alguma quando se é uma santinha, é necessário aprontar de vez em quando.

Aproximei-me mais da mesa, de imediato reconheci várias garrafas com seus líquidos coloridos e transparentes. Estava tentando escolher o que beber primeiro quando Melody tocou meu braço.

– Essas bebidas não vão te deixar alta – ela segurava um copo vermelho com a borda manchada por seu batom – Se quer que sua ressaca valha a pena amanhã, sugiro que experimente aquelas ali.

Segui seu olhar até a ponta da mesa onde há pouco Lilly e Duda se serviam. As garrafas com líquidos fosforescentes não possuíam nomes em seus rótulos apenas as palavras “Drink me” escritas em adesivo marfim. A lembrança de todas as misturas que formaram um arco-íris no meu estômago quando estava na Pandemônio invadiram minha mente.

Sorri sem perceber e me servi com uma bebida rosa cuja garrafa estava pela metade. Deve ser realmente boa.

Assim que o líquido tocou meus lábios me senti leve como se flutuasse. Ele não queimava minha garganta, mas sim a acariciava de leve. O gosto era doce como caramelo, chocolate e jujubas misturados. Não, isso é mentira. Aquilo era muito melhor que qualquer doce que eu já tenha experimentado na vida.

Senti como se pudesse voar, como se fosse infinita. Talvez, eu seja. Quem sabe não sou uma estrela que caiu ou uma flor balançando com o vento? Eu sou uma flor sonhando ser gente. Isso faz sentido, não toda essa baboseira de ser sobrenatural. Essa baboseira de ter perdido minha família.

A brisa fria da noite acariciava meu rosto enquanto a sensação dominava meus sentidos.

– Calma ai – Pudim retirou o copo vazio vermelho da minha mão de um jeito amigável – Não exagere no seu primeiro porre com bebida de verdade.

– É tão bom – lambi os lábios sentindo o gosto da bebida e do meu gloss de morango – Nunca senti tanta vontade de beber algo como sinto agora.

– É porque você nunca provou bebida de fada – Pudim encheu um copo com o líquido transparente de uma das garrafas e me entregou – Como a comida das fadas, essa bebida ajuda seu poder mágico.

– O que é isso? – perguntei encarando o líquido no corpo. Ele era borbulhante como champanhe, mas parecia ter pontinhos prateados.

– Vai cortar o efeito da somniatis – ela deu de ombros como se aquilo não tivesse importância – Você vai ficar decepcionada quando parar de flutuar, mas não quero te ver vomitando glitter amanhã.

O gosto daquela bebida não era doce, mas era igualmente bom. Tomei alguns goles antes de perceber que a sensação boa de antes havia desaparecido. Encarei a bruxa com cara de decepção.

– Eu era uma flor – disse emburrada. Ela riu.

– Claro que era – observei enquanto ela se virava e caminhava até um grupo de outras bruxas que conversava animadamente ao lado de uma árvore sem folhas.

Virei-me e encontrei Thomas conversando com Daniela e a garota elfo que já flagrei me encarando algumas vezes. Pela cara da fada, ela não estava gostando do rumo da conversava. Caminhei até eles da forma mais discreta possível.

– Você não é homem de uma mulher só – Daniela o olhava com raiva.

– Agora sou – respondeu calmamente o garoto.

A loura deu um passo para frente ficando cara a peito com Thomas, ele nem ao menos se deu ao trabalho de olhar para baixo e encara-la.

– Logo você vai fazer algo errado – ela colocou um dedo no peito dele e o empurrou – Ela vai te deixar e eu vou estar aqui para rir de você quando isso acontecer.

– Espere sentada – o tom de voz se mantinha calmo sem demonstrar qualquer irritação com a provocação da garota.

Ela não o respondeu, jogou os cabelos alisados para trás e saiu andando de forma confiante até um grupo de garotos que pareciam bem alcoolizados.

– Ela nunca vai desistir – foi a primeira vez que ouvi a voz da garota elfo.

– Uma hora vai – Thomas suspirou massageando as têmporas.

Parei ao lado deles com as mãos nas costas pensando em algo para dizer. Claro que nada me veio à mente naquele momento.

A elfa foi mais rápida do que eu, abriu um belo sorriso e estendeu sua mão enquanto se apresentava:

– Sinto muito por não termos nos conhecido antes, meu nome é Elena Cross e sou prima da Stella, sua tia.

Ergui minha mão para apertar a dela cumprimentando-a respeitosamente. A franja dela estava perfeitamente cortada na altura das sobrancelhas me dando uma visão completa de seus incríveis olhos azuis e seu rosto meigo. Mesmo parecendo loucura pude perceber que ela é alguém muito astuta apenas pelo olhar. Seu rosto possuía traços bem femininos e leves sardas o que me fez simpatizar com ela no mesmo instante.

O que foi? É difícil encontrar pessoas com sardas que não são ruivas e os ruivos estão em falta no planeta.

– Alice Knight – soltei a mão dela e olhei para Thomas, ele estava indiferente – Stella nunca me falou sobre você – comentei.

– Ah, somos primas distantes – ela sorriu.

– Elena é prima distante de todos os elfos – Thomas riu – As pessoas da família dela são piores que coelhos no cio.

Elena socou o braço dele com força e o encarou com um olhar de advertência. Thomas ergueu as duas mãos mostrando as palmas como se estivesse se rendendo.

– Continuando nossa agradável conversa – ela olhou para mim sorrindo de um jeito meigo – Senti cheiro de somniattis e como o nosso amigo metamorfo não pode beber isso... – ela deixou a frase no ar e piscou um dos olhos.

– Ah – dei um sorriso amarelo – Foi a primeira vez que bebi algo tão bom.

– Fadas tem grande resistência ao álcool – ela afirmou – Sinta-se feliz por ter provado algo tão bom assim logo na primeira vez. Eu amo essa bebida.

Em algum lugar atrás de mim ouvi uma voz gritando por Elena. A garota elfo pediu licença antes de se afastar indo até quem a chamava.

– Ela é quase uma alcoólatra nerd – Thomas murmurou com as mãos atrás da cabeça – Nunca deixe que ela te embebede.

– Tomarei cuidado com ela – dei um rápido selinho nele – Que tal aproveitarmos a festa?

– Confraternização – ele corrigiu – E, ótima ideia.

Demos as mãos e fomos até uma pista de dança improvisada. Algum dominador de terra fez um bom trabalhado tornando o solo do local plano o suficiente para que alguns corajosos pudessem se arriscar.

Os adolescentes que se debatiam ao ritmo de alguma canção pop eram em maioria vampiros. O tom de pele pálido, até mesmo naqueles que possuíam pele escura, mostrando suas veias era como um letreiro gigante e berrante que dizia “Vampiro perigoso, corra”. Alguns outros sobrenaturais também estavam dançando ou conversando com os vampiros.

Meia hora depois, Morfeu e eu estávamos suados e ofegantes. Melody se aproximou de nós com dois copos vermelhos cuidadosamente equilibrados sobre um miniprato com dois cupcakes em cima.

– Como sou uma boa amiga – disse entregando-me um copo – Vou alimenta-los.

– É uma amiga que nos ama – Morfeu deu um longo gole em sua bebida. Levei um pouco do líquido no meu copo aos lábios e logo percebi que era outra daquelas maravilhosas bebidas de fada.

Nos afastamos um pouco da pista improvisada e terminamos de comer e beber o que Melody havia trazido. Ela sumiu por alguns minutos, tempo suficiente para Morfeu me atacar, e voltou com as meninas.

– Esqueçam a ideia do motel – Duda fazia cara de nojo – O mundo não iria aguentar uma mini-Alice ou um mini-Morfeu.

Revirei os olhos diante da declaração dela e puxei o metamorfo de volta para a pista de dança.

Vez ou outra uma das garotas saía e voltava com uma bebida ou comida para todos nós. Lucas apareceu com uma garrafa de vodka que dividiu com todos que estavam perto de nós enquanto dançávamos.

– Melody, você está gorda como uma vaca prenha – Daniela provocou passando perto do nosso grupo.

– E você magra como uma porca anoréxica.

As duas se encararam, mas logo desviaram o olhar ignorando uma a outra.

A música pop foi substituída por uma batida eletrônica e depois por uma música de ritmo agitado cujo gênero não consegui identificar. Melody saltitou de alegria dizendo que era de um grupo de música pop japonesa que ela amava.

Meus pés doíam, a lua estava escondida no céu e vários sobrenaturais me acotovelavam enquanto tentavam se mover ao ritmo de uma música pop com rap no meio.

– Vamos sair daqui – disse próxima ao ouvido do Morfeu. Ele assentiu e assobiou para Melody que reuniu as garotas e nos seguiu para fora da pista de dança.

Caminhamos cambaleantes até o final da colina. As meninas se sentaram no chão e Thomas se sentou com as pernas abertas batendo na grama do espaço entre suas pernas para que eu me sentasse lá. Dei de ombros e sentei naquele lugar.

Pude ouvir as vozes das minhas amigas se juntando com a do Lucas que devia ter aparecido por lá em algum momento, mas não prestei atenção. Encarava as estrelas no céu acima de mim com Thomas acariciando meus cabelos.

Tudo pode mudar – nossos amigos, nossa família, nossa casa e nós mesmos -, mas as estrelas continuam brilhando da mesma forma de sempre como se desafiassem a humanidade a muda-las. Sinto que as estrelas eram algo importante para mim há muito tempo atrás.

Ué, mas por que as estrelas estão se movendo tão rapidamente?

Enquanto refletia sobre isso, Thomas conseguiu me virar ficando cara a cara com ele. Seus olhos âmbar pareciam ser cobre.

– Tem algo errado? – perguntou.

– Nada – respondi um tanto grogue. Os olhos dele saíam de foco e voltavam depois.

– Sendo assim você aceitaria um beijo? – pude identificar um daqueles sorrisos cafajestes que só homens conseguem dar.

Não tive chance de responder, pois ele se inclinou para mim antes que eu pudesse raciocinar sobre o que acontecia. Senti sua respiração batendo contra meu rosto e fechei os olhos por instinto.

– Alice! – ouvi alguém gritar. Afastei-me do metamorfo e procurei o locutor daquela voz – Enfim te encontrei!

Alex vestia um casaco preto de botões , um suéter azul marinho por baixo e calças jeans pretas. Seu rosto estava exalando felicidade com um sorriso animador. Percebi que ele também estava usando um cachecol azul claro.

– Alex? – murmurei confusa com medo de estar tendo alguma alucinação.

– Quem é esse? – Thomas perguntou se levantando. Quando eu fiquei de pé?

– Estava te procurando, Alice – Alex continuou a sorrir ignorando Morfeu que parecia furioso. Por que ele estava aqui?

– O que você faz aqui? – gaguejei um pouco a frase, mas ninguém pareceu notar.

– Preciso da minha jaqueta – explicou – Você pode me acompanhar até seu quarto para busca-la?

– Esse cara deixou a jaqueta dele no seu quarto? – mesmo no meu estado não muito lúcido percebi o ódio do loiro.

– Ele dormiu lá – respondi, logo em seguida desejando ter ficado em silêncio.

– Vamos buscar a jaqueta, Alice! – Alex segurou minha mão puxando-me com ele.

– Para – falei.

– É, para – Morfeu bateu na mão do Alex que soltou a minha – Que história é essa de você dormir com outro cara?

– Quando eu cheguei lá ele estava fazendo flexões sem camisa e depois se jogou em cima de mim – percebi a aproximação cautelosa das meninas. Merda!

Alex parecia estar se controlando para não acabar com a vida do Thomas, seus olhos cintilavam numa coloração avermelhada. Merda dupla!

– Você invadiu o quarto da minha namorada e se jogou em cima dela? – Thomas estava praticamente expirando fogo ao invés de gás carbono. Alex não pareceu se abalar, mas o vermelho estava se intensificando.

– Sim, algum problema? – o servo da Morte deu um passo sem direção ao Thomas. Eles pareciam com os machos lutando pelo cargo de alfa que assistia nos documentários do Discovery Channel.

– Todos – o loiro virou-se olhando para mim – Mais tarde vamos conversar sobre isso – então voltou a olhar para Alex – Mas agora vou ter que socar um espertinho.

– Não faça isso! – gritei com a pouca lucidez que ainda tinha – Ele não é um sobrenatural normal, Thomas.

– Ouça a garota – Alex sorria desafiador – Não sou normal.

– Se é normal ou não vai apanhar do mesmo jeito.

– Você não quer fazer isso – Alex parecia estar se divertindo com a situação.

– Ah, eu quero sim – Morfeu agora estava dando um olhar tão mortal que nem mesmo Pudim poderia copiá-lo.

– Thomas – chamei – Ele não é um cara dando em cima de mim ou meu amante, ele é outra coisa.

– Ah, então existe outro nome para quando um cara dá em cima da namorada dos outros e dorme com ela? – Thomas praticamente gritou. Notei uma pequena multidão se formando a nossa volta.

– Não estou dando em cima dela – Alex soou inocente – Mas estou louco para bater em você.

– O que você faz com ela então? – o metamorfo perguntou entredentes.

– Eu a protejo.

– Não preciso da sua proteção – disse ríspida. Ambos me olharam. Eles não percebem que quero evitar uma briga?

– Temos um contrato, não é opcional aceitar a minha proteção.

Ouvi alguns murmúrios, mas não me dei ao trabalho de tentar decifrá-los. Minha cabeça estava rodopiando um pouco.

– Grande merda! – gritei – Sua proteção não me salvou de ser quase morta por uma psicopata com facas!

– Contrato? – Morfeu repetiu.

– Eu nem me lembro o que tinha naquele contrato.

– Que contrato? – Pudim perguntou de algum lugar no meio da multidão de borrões ao nosso redor.

– Nosso contrato – Alex respondeu – O contrato de um sobrenatural e um servo de um Imortal.

– Meu Universo! – ouvi Melody exclamar – Então você é...

– Impossível – Lucas disse – Ele não se parece com os servos das lendas.

– Alice quase morreu – Lilly se manifestou – Ela deveria ter morrido com toda a sua família.

– Faz sentido – ouvi Duda dizer – Mas será que ele realmente é...

– Oh, eu sou – os olhos castanhos se tornaram vermelho rapidamente – Pode acreditar.

Thomas pareceu não se intimidar com os olhos do seu inimigo. Só eu acho que vai ter um “Merda triplo” daqui a pouco?

Estava pronta para tentar impedir o desastre iminente que ia presenciar quando uma grande luz iluminou tudo na colina. Olhando para trás pude ver que o céu estava pegando fogo.

–x-x-x-x-x-x-x-x-

Thomas Knight observava enquanto suas duas pequenas filhas pulavam sobre a cama tentando colocar seus novos adesivos que brilhavam no escuro no teto do quarto.

– Alice, tente ir mais alto! – Lizzy segurava uma pequena lua minguante nas mãos enquanto pulava.

– Estou tentando – Alice pulava balançando seu vestido verde-oliva de um lado para o outro com sua estrela cadente longe de tocar o teto. Thomas suspirou.

Dois pares de olhos igualmente verdes se viraram para encarar o homem encostado no batente da porta do quarto. De imediato, Alice parou de pular e começou a ficar vermelha como um tomate. Lizzy, por outro lado, parou de pular, mas não parecia estar arrependida da sua desastrosa tentativa de colar os adesivos brilhantes no teto.

– A mãe de vocês não as proibiu de pular na cama? – Thomas caminhou para dentro do quarto das filhas.

– Queremos dormir com as estrelas – Lizzy estava emburrada, esticando seus pequenos bracinhos como se pudesse alcançar seu distante objetivo. Thomas riu.

– E por que não pediram ajuda para o papai?

– Você ia reclamar – Alice pareceu se arrepender logo que disse isso – Foi o que a Lizzy disse.

Lizzy olhou feio para a irmã gêmea. O pai suspirou novamente, suas filhas sempre seriam assim. O resto daquele dia se passou com os três juntos colando estrelas no teto e nas paredes do quarto.

Quando terminaram o trabalho todos se deitaram sobre as camas observando suas pequenas estrelas brilhando em verde neon.

Thomas se perguntou se quando crescessem as garotas continuariam unidas, se Alice iria sempre falar as coisas sem perceber ou se Lizzy iria deixar de ser tão impulsiva.

Isso aconteceu um mês antes da invasão de Marloc e foi a última lembrança que Thomas Knight teve antes de se entregar à morte.

–x-x-x-x-x-x-x-

Um dragão chinês passeava pelo céu vindo em nossa direção, ele não tinha nada de papel manche ou pessoas que o faziam se mover, aquele era um dragão de fogo.

Ouvi vários rugidos e o som grotesco de ossos se deslocando. Olhei para trás e encontrei uma alcateia de lobos reunida atrás de um lobo menor que os outros com os pelos castanhos. Algo me disse que aquela era Melody e ao seu lado, o jovem lobo negro com várias manchas brancas pelo corpo, era Lucas.

Vampiros apareceram correndo em diversos grupos diferentes enquanto a criatura de fogo se aproximava. As bruxas deram as mãos e estavam ao redor de um círculo cantando uma música em latim. Toda a grama ao redor delas estava morrendo.

As outras fadas estavam atrapalhas e bêbadas, mas Daniela tentava lidera-las da melhor forma possível. Pude ver Lilly e Duda entregando copos da bebida transparente para todos rapidamente. Os metamorfos se transformavam em animais como elefantes e rinocerontes. Os elfos pareciam trocar estratégias com os líderes de cada grupo sobrenatural no local.

Tudo isso acontecia de forma simultânea como se eles tivessem sido educados para situações assim, e com assombro percebi que realmente haviam sido.

Alex se posicionou na minha frente e Thomas atrás de mim. Me sinto a Bella em Crepúsculo, merda tripla!

– Vocês sabem o que fazer! – gritou um garoto elfo – Essa situação não é um treinamento!

Todos urraram em expectativa.

O dragão se aproximou da terra voando baixo, com sua longa cauda acertou um grupo de vampiros e começaram a queimar.

– Fadas! – ouvi Daniela gritar – Hora do salvamento, vão!

Algumas fadas foram até os vampiros dominando a água enquanto outras tentavam acertar o dragão chinês com a água do lago. O inimigo, por sua vez, estava subindo novamente ao céu até desaparecer. O fogo dos vampiros foi apagado e apenas um deles morreu.

– Acabou? – Thomas perguntou.

– Não – Alex respondeu.

– Thomas, use seu poder – Elena gritou de longe.

– Ok – ele respondeu.

– Seu poder? – questionei.

O dragão desceu novamente dos céus com a velocidade aumentada mil vezes, ao mesmo tempo em que ele se aproximava de outro grupo de sobrenaturais, Thomas corria. No meio do caminho ele saltou, faíscas douradas dominaram o lugar e logo uma grande serpente dourada alada estava no céu indo até o dragão chinês.

– Thomas – murmurei ao vê-lo se aproximando do dragão que agora cuspia fogo em grupos de sobrenaturais desavisados.

– Corram!- alguém gritava.

Todos pararam onde estavam observando o céu. Curiosa, olhei mais atentamente e pude ver um ponto preto caindo.

– Mas que droga é essa? – alguém perguntou perto de mim.

– Talvez seja um ovo – outra pessoa comentou.

O ponto foi se aproximando até cair diante de mim. Não era um ovo e sim uma pessoa, para ser mais exata se parecia com uma garota. Usava um uniforme ninja com uma mascara que cobria seus olhos.

– Não é um ovo – gritei – Corram, é a ...

– Red – ela gritou chocando alguns sobrenaturais que conheciam a história – Chegou a hora de a rainha vermelha decepar sua cabeça, Alice Knight.


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Notas finais do capítulo

"Por que você parou na melhor parte?!?" De acordo com o santo Word o capítulo teve mais de 3.600 palavras, por isso cortei o melhor u-u
Alice: Espero que cortar o melhor não envolva cortar minha cabeça.
Obrigada pelos lindos comentários gente ♥ Eles me motivam muito.
Espero que vocês estejam tão ansiosos pelo próximo capítulo como eu estou para postá-lo kkkkk
Beijos com brigadeiro.



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