The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 31
Ele me deseja


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, feliz ano novo.
Antes que você leia esse capítulo e venha me xingar no comentário sobre o porquê de ser tão "fraco" quero dizer o motivo: preguiça.
"Masoque?" Não é preguiça minha, caro leitor. A preguiça é sua u-u
Eu queria escrever muito mais do que tem nesse capítulo, mas para evitar que ele fique grande e maçante cortei vários elementos.
Quero agradecer á Giu ~~vulgo Loba Solitária aqui no Nyah~~ pela bela recomendação, por todos os comentários e pela página que criou da fic no facebook. A Giu até fez uma 'fan art" do senhor Pikachu que vai ser capa do próximo capítulo. E também, obrigada a todos que continuam lendo essa história



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A cena poderia ser cômica se não fosse tão tensa, Alexander estava sentado na minha cama com o caderninho preto, vulgo diário, onde escrevo minhas descobertas sobre o mundo sobrenatural com o Senhor Pikachu no colo como se estivesse lendo junto.

– Alex? – a incredulidade estava presente no meu tom de voz, mas ele não se importou com isso.

– Ah, olá – sorriu daquele jeito meigo – Estou contente por você ter estudado tanto enquanto eu estava fora.

– O que? – acidentalmente gritei e como não estou arrependida de ver a careta no rosto dele ao ouvir minha voz aumentar o volume continuei a gritar – Você passou um mês longe, Alexander. UM MÊS! – a escova de cabelo que ainda estava na minha mão se tornou uma poderosa arma e voou pelo quarto até quase acertar Alex que desviou – E quando volta tudo que tem a dizer é que está contente porque eu estudei?

– O que eu fiz de errado? – perguntou de forma inocente o que só piorou minha raiva.

Comecei a criar várias pequenas bolas de ar ao meu redor. Esse é um truque que andei estudando com Pudim, essas bolas doem muito mais do que as armas de airsoft e são rápidas o suficiente para que perseguir alvos em movimento. Bem, pelo menos elas perseguiram as bolas de vôlei que ficaram quicando pelo pátio.

– O que você fez de errado? – meus cabelos começaram a se espalhar com a força do vento que eu estava usando – Você me deixou um mês sozinha, não me deu notícias, está lendo meu diário e ainda quer saber o que vocês fez de errado? – lentamente ele fechou o diário e colocou sobre a cama – Eu vou te mostrar o que você fez de errado!

Antes eu pudesse lançar minhas pequenas bolas de ar ele fez algo inusitado: se escondeu atrás do Senhor Pikachu usando-o de escudo. Desfiz as bolas no mesmo instante e fiquei encarando a cena.

– Sério? Você vai usar meu Pikachu de pelúcia como escudo?

– Você me assustou – respondeu sem sair detrás do Pikachu.

– Explique-me como esse ursinho de pelúcia estiloso vai te salvar?

– Você gosta dele e eu te conheço, sei que nunca machucaria algo ou alguém que gosta.

Suspirei derrotada. Ele estava certo ao dizer isso, eu nunca machucaria o Senhor Pikachu ou o garoto atrás do Pokémon.

– Odeio saber que você me conhece tão bem.

– Convivi mais com você do que com qualquer ser humano nos últimos seiscentos anos – ele sorriu timidamente enquanto tirava a cartola do Senhor Pikachu e colocava em sua cabeça – Senti sua falta.

Uma enxurrada de lembranças sobre os treinos de madrugada e as manhãs na escola com Alex passaram pela minha cabeça e eu percebi que no final de tudo também sinto falta dele, mas nunca irei admitir.

– Então por que não me deu notícias?

– Eu não podia te dar notícias porque estava trabalhando – ele colocou o Senhor Pikachu no lugar – A cada segundo estava em uma parte diferente do mundo e não pensei que você se interessasse por isso – ele foi se aproximando de mim – Sinto muito por isso, não estou acostumado a dar satisfações a alguém além da minha senhora – sua mão carinhosamente pegou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da orelha.

– Acho que eu surtei um pouco, sinto muito por isso – murmurei.

– Tudo bem – ele sorriu olhando nos meus olhos. Aqueles incríveis olhos castanhos pareciam ler minha alma. Caramba! Como é mesmo que respira? – Agora me conte sobre tudo que ocorreu enquanto eu estava fora.

Contei sobre a Red e ele automaticamente se enfureceu dizendo que iria caçá-la até o castelo de Hitler no Inferno e fazê-la pagar por ter me atacado e eu logo comecei a questionar sobre Hitler ter um castelo, mas ele não quis responder e continuou ameaçando Red. Quando ele finalmente recuperou a calma contei sobre meu último mês no Instituto e sobre meus estudos “particulares” com livros que Marina me recomenda.

– Esses são os últimos livros que peguei – sentei na cama e coloquei os dois livros sobre ela – Ainda não tive tempo de ler, porém, sei que vou encontrar alguma pista sobre o paradeiro de Nana.

Alex pegou o livro sobre vampiros nas mãos e sorriu.

– Eu conheci o autor destes livros – ele abriu na página de dedicatória do livro – Era uma boa pessoa.

– Era? Quer dizer que ele já...

– Sim – seu sorriso desapareceu – Você ainda não me falou sobre seu namorado.

– Eu não tenho namorado – respondi enquanto recolhia os livros e os colocava novamente na escrivaninha.

– Aquele garoto louro é só um cara que você beija, hum?

– Aquele é o Morfeu, ele é um grande amigo e você o viu quando veio se despedir de mim – não sei por que senti a necessidade de justificar isso para Alex, talvez fosse algum poder de deus da morte.

– Ele não pareceu ser apenas seu amigo, ruiva.

Ouvir o apelido que Morfeu me deu saindo da boca do Alex pareceu algo errado e idiota. Olhei enfurecida para ele esperando um pedido de desculpas que não veio. Uma explosão de sentimentos conflituosos começou a se formar dentro de mim percebendo que para ele eu não devia falar ou interagir com qualquer garoto aqui.

– Você estava me espionando? – perguntei de forma cautelosa a mesma que os psicopatas dos filmes usam quando perguntam que parte do corpo a vítima quer perder primeiro.

– Eu estava te esperando e acidentalmente ouvi sua conversa com o metamorfo.

– Por que será que eu não acredito que foi acidental? – massageei as têmporas buscando paciência para não jogá-lo da janela.

– Você está certa – ele olhou para mim – Toda essa história da Red, acho que você devia...

–... Usar o amuleto amaldiçoado todas as horas do dia – revirei os olhos – Acho que não preciso de você para me dizer o óbvio.

– Nossa, quando foi que você se tornou tão...

–... Independente? Em algum momento no último mês.

– Não é bem essa palavra que eu iria usar. Gostaria de ter evitado isso.

– Então compre um celular e não suma mais.

– Você é bipolar e a segunda garota que me diz para comprar um celular.

– Eu sei e quem foi a primeira?

Alex sorriu.

– Uma amiga.

Após dizer isso ele desapareceu deixando aquela fumaça preta para trás que sumiu logo em seguida.

Sentei-me na cama e abracei o Senhor Pikachu sentindo a explosão de sentimentos que veio com Alex se esvair conforme o cansaço começava a me dominar. Por que fui tão bipolar com Alex e o ataquei dessa forma? Ele já havia mostrado que não aprovava minha amizade com Morfeu na noite em que veio se despedir, mas ouvi-lo confessar que estava me espionando, a forma como falou meu apelido e as palavras que ele usou, tudo isso causou uma enorme confusão.

“ É só um cara que você beija, hum?”

– Droga – enfie-me debaixo dos cobertores e joguei um tênis que estava próximo da minha cama no interruptor da luz.

Alex realmente acha que eu saio por ai com caras para beijá-los? Será que essa criatura com mais de 600 anos realmente pensa que eu sou uma qualquer? Assumo que não sou santa, ele mesmo percebeu isso pela formo como bebo, mas ser uma vadia já é demais.

E foi refletindo sobre a possível opinião errada que Alex tem sobre mim que terminei adormecendo naquela noite de sexta-feira.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Acordei na manhã seguinte sentindo aquela maravilhosa sensação de conforto que vem logo quando você acorda numa manhã fria.

– Bom dia – falei olhando pro Senhor Pikachu.

Levantei-me usando o meu cobertor de pelinhos como uma capa, andei até o banheiro para escovar os dentes, calcei as pantufas rosas felpudas das princesas Disney e andei até o quarto da Melody batendo duas vezes na porta dela.

– Bom dia – murmurou com a escova de dentes na mão. Assim como eu ela ainda usava seu pijama que era cheio de lobinhos desenhados.

– Bom dia – falei enquanto entrava no quarto.

Melody não se importou com meu cabelo bagunçado ou com o fato de que eu estava de pijama com um cobertor como capa, ela já estava acostumada. Deitei na cama em cima da Pudim que estava dormindo enquanto a loba ia terminar de escovar os dentes.

Todos os sábados de manhã nós nos íamos até o quarto da Melody com cobertores e cara de sono para assistir á desenhos animados na TV que ela mantém escondida atrás de uma pilha de ursinhos de pelúcia.

Melody voltou e se jogou em cima de mim.

– Alice, pega o controle remoto – falou com a voz sonolenta.

– Fala a palavra mágica – falei.

– Pega a porra do controle remoto antes que eu rasgue a sua garganta.

– Isso foi uma frase – franzi a testa.

– Essa é a frase mágica – pelo tom de voz ela estava achando graça – Dá certo pro meu pai.

Com muita dificuldade estiquei minha mão até pegar o controle remoto que estava no chão e entreguei á ela.

– Cadê meu “obrigada”? – perguntei enquanto via a tela da televisão se acender e logo depois flashs de programas enquanto Melody buscava o canal de desenhos.

– Não vou rasgar sua garganta.

– Isso é um obrigada? – disse um pouco irritada.

– Muitas pessoas agradecem quando alguém diz isso – mesmo sem olhar tenho certeza que Melody sorriu.

O desenho que passava era tão antigo que eu assistia quando criança.

– Corrida maluca! – falei empolgada.

– Acho que a minha mãe assistia isso junto com He-Man – Pudim finalmente se manifestou – E vocês estão me sufocando.

– Nunca assisti He-Man – Melody comentou sem se mover um centímetro sequer.

– Eu já, meu episodio favorito é o que ele aparece com a She-Ra.

– Continuo sem respirar – protestou Pudim.

– Credo, ela parece uma Barbie bombada e tem aquele cavalo gay.

– É, mas na época em que esse desenho foi criado ela era uma personagem super legal porque as mulheres ainda estavam tentando conquistar mais espaço na sociedade – comentei.

– Continuo sem respirar, obrigada pela preocupação de vocês.

– Credo, Ali – Melody riu – Como você é nerd.

– Com orgulho – falei e depois olhei para Pudim – Caramba! A Pudim está ficando roxa.

– Que legal, ela é que nem o Michel Jackson que muda de cor.

– Vocês tão me sufocando.

Melody se levantou e logo em seguida eu sai de cima da Pudim que começou a respirar várias vezes desesperadamente.

– Dramática – a loba revirou os olhos enquanto pegava seu estoque de bolachas e doces escondido no guarda-roupa.

– Vocês duas pesam mais que um elefante! – Pudim reclamou.

Sentamos no chão ao redor da cesta onde Melody guarda as guloseimas para os fins de semana e começamos a organizar tudo para se parecer com um café da manhã de verdade.

– Vocês tem alguma novidade? – Melody perguntou enquanto abria um pacote de cookies que eu imediatamente peguei das mãos dela.

– Acho que me dei bem na primeira parte da minha prova de Maldições – Pudim pegou um pacote de bolo e começou a abri-lo para cortar em fatias – A professora disse que nunca viu uma maldição dos espinhos tão bem feita – sorriu orgulhosa.

– Parabéns – falei.

– Obrigada, mas na segunda parte tenho certeza que fui mau – ela comentou triste pegando uma fatia de bolo.

– Por que? – Melody perguntou enquanto roubava a embalagem de cookies da minha mão com um olhar reprovador. Qual o problema de pegar seis cookies de uma vez? Vou comer mais que isso, oras.

– A segunda parte da prova era pra reverter a maldição, coisa que eu não consegui fazer. Meu pobre ratinho está com espinhos saindo do corpo até agora.

Melody e eu começamos a gargalhar até as lagrimas começarem a se formar em nossos olhos.

Pudim é considerada por todos um prodígio de talento inigualável, ela conseguir se formar nas matérias comuns que são aquelas do mundo humano em três meses e hoje em dia estuda integralmente sobre magia e combates. Saber que ela errou alguma coisa é um fato inusitadamente cômico.

– Você é boa nisso – falei com uma mão na minha barriga que começava a doer de tanto rir – Boa demais nisso.

– Se nada der certo na vida você pode abrir uma barraca em parques de diversões do mundo humano como a Cigana Pudim e jogar maldições em todo mundo – Melody tentava secar as lágrimas dos olhos.

– Engraçadinhas – Pudim revirou os olhos – Tem alguma novidade, Alice?

Esperei até Melody encher a boca de bolacha e Pudim dar uma grande mordida na sua fatia de bolo para falar:

– Morfeu me convidou para sair com ele amanhã.

A reação delas foi a que eu esperava, ambas se engasgaram e quando se recuperaram começaram a dar pulinhos. Espera, a parte dos pulinhos eu não esperava.

– Por que vocês tão pulando? – coloquei um cookie inteiro na boca de uma só vez.

Se alguma dia eu encontrar a pessoa que criou os cookies irei beijá-la e pedir em casamento.

– Porque depois de um mês nosso Romeu resolveu tomar alguma atitude com a sua Julieta.

– O que? – falar isso foi um erro já que várias migalhas de cookie voaram da minha boca.

– Morfeu é afim de vocês desde que entrou na escola – Pudim se sentou e voltou a comer seu bolo.

– É? – perguntei incrédula.

– Menina, tu nasceu lerda assim ou fez faculdade pra aprimorar? – Melody riu da sua própria piada.

– Claro que ele é – Pudim roubou um cookie da minha mão enquanto eu ficava com a boca aberta sem reação.

Morfeu está afim de mim? Caramba, será que eu sou a única que nunca percebeu isso?

Tudo bem, ele age de uma maneira sempre gentil comigo e me ajuda com qualquer coisa que precise, mas ainda vive sorrindo para as meninas e Daniela vive atrás dele como um cachorrinho.

Que droga, eu pensei que Morfeu queria ser só meu amigo!

Hora de analisar os fatos: Morfeu veio me chamar para sair feliz, ficou triste quando perguntei sobre a Pudim e Melody e depois feliz de novo quando disse “sim”. Caramba, ele me deseja.

A lerdeza do Alex é contagiante.

– Morfs deseja meu corpinho nu – falei em voz alta sem perceber roubando risadas das minhas queridas amigas.

Como sábado é um dia totalmente livre no Instituto, as meninas e eu fomos ao shopping durante a tarde para comprar roupas para o meu encontro com o Morfeu. Obrigada pela mesada, Stella.

Melody me forçou a comprar um monte de coisas alegando que eu me visto como um garoto e dizendo como Morfeu ia gostar de me ver com roupas bonitas, enquanto Pudim encarava a todos os garotos que nos olhavam com um olhar assassino que os expulsava rapidinho.

O metamorfo apareceu pouco cinco minutos depois que eu entrei no meu quarto, negando qualquer acusação sobre estar me perseguindo ou espionando, para avisar sobre o horário do cinema e dizer como está se sentindo ansioso por finalmente sair comigo.

Não pude deixar de sorrir quando me deitei na cama. Morfeu me quer como algo além de amiga, ele realmente quer algo comigo! Talvez eu não seja a garota mais bonita desse lugar, esperta ou talentosa, mas sou a que ele quer.

A felicidade não me deixou perceber que nessa noite Alex não veio me ver.


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Notas finais do capítulo

Então bolinhos, será que final o fim de Alix (AlicexAlex) chegou e Morfice vem com tudo?
Deixem seus elogios, opiniões e criticas nos comentários junto com qualquer possível "erro" de português porque não tive tempo de betar esse capítulo.
AH, e só lembrando que eu ainda quero a opinião de quem não comentou no outro capítulo! Qual capa vocês acham que eu devo usar aqui, a atual ou a do socialspirit (http://uploads.socialspirit.com.br/fanfics/historias/fanfiction-originais-the-forgotten-1534527,081020141949.png) ?
Beijinhos com brigadeiro



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