Let It Snow - Natal das Sagas escrita por River Herondale


Capítulo 5
As Peças Infernais


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Contagem regressiva para o natal, hein? Haha
Esse conto eu escrevi com muito carinho mesmo (principalmente pelo Jem, haha



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Fantasmas Mecânicos

Não fazia meia hora que Tessa havia terminado de jantar com seus queridos amigos no Instituto quando seu coração começou a apertar, fazendo com que um desespero imenso criado pela tristeza profunda tomasse conta de seu corpo. Tessa pediu licença a todos e se retirou, para poder tomar um pouco de ar.

Ela estava sozinha. Ela e seus sentimentos. Jem olhou preocupado a ela enquanto saia subitamente. Will olhou espantado e irritado, mostrando-se pronto para matar quem quer que fosse que havia feito ela chorar. Mas ninguém havia feito mal algum a ela. Era seus sentimentos, sua saudade infinita da família unida na ceia. Bem, ela não se lembrava direito dos pais, mas lembrava de tia Harriet e Nate juntos, abrindo os presentes na manhã de natal.

Meia hora depois surgiu um Will, invadindo sua privacidade, tocando em seu ombro e sussurrando em seu ouvido:

– O que acha de uma companhia?

Tessa levou uns segundos para virar o rosto e encará-lo. Tinha medo de as lágrimas deixassem ela com uma aparência vulnerável, porque ela odiava isso.

– Jem me proibira de segui-la, dizendo que precisava de um momento sozinha. Eu tentei, mas precisava mesmo vir aqui após demorar tanto.

Tessa forçou um sorriso de agradecimento, mas a força de vontade para fazer isso custou uma lágrima solitária vazando de seus olhos, marcando sua bochecha.

Will levantou a mão sem hesitar e limpou a bochecha dela, massageando a mandíbula com os dedos longos. Tessa não pôde deixar de relaxar ao toque, resultando em mais algumas lágrimas traiçoeiras que ela segurava com tanta força.

– Tia Harriet, Nate... – Tessa tentou falar, mas Will não deixou, abraçando-a forte, como se dissesse: “eu te protejo, te seguro em meus braços contra todos esses demônios que vivem envoltos em nós”. E então ele sussurrou em seu ouvido:

– Nós somos sua família agora.

Tessa aceitou entrar para o instituto novamente, acompanhada de Will. Ao chegar na sala, viu que Jem tocava lindamente em seu violino músicas populares inglesas de natal. Ele encarou-a enquanto tocava, decidido de largar seu violino para perguntar a ela se estava bem agora, mas ela sinalizou com a mão, proibindo-o e que se concentrasse em tocar. O som que saía do instrumento purificava seu coração sensibilizado.

Quando terminou, seus amigos do Instituto bateram palmas. Jem agradeceu cordialmente e se aprontou a se aproximar de Tessa. Seus olhos prateados mostravam preocupação e carinho. Ele enroscou sua mão artística nas de Tessa e olhou profundamente nos olhos dela, perguntando com visível preocupação:

– Precisa de alguma coisa, Tessa?

Tessa precisava sim, mas não queria pedir. Fez que não com a cabeça. Ele insistiu:

– Acredito que deve haver algo em que eu possa fazer por você.

Tessa então decidiu pedir, pois não custava nada afinal. Apenas a boa vontade de Jem, e isso ele tinha de sobra.

– Você e Will poderiam me acompanhar em uma caminhada?

– Está nevando, Tess – falou Will, que estava de pé em seu lado.

– Não importa. Subam se agasalhar e vamos até a beira do Rio Tâmisa. Pode ser, Tessa? – perguntou Jem educadamente, me deixando feliz em ouvir isso.

– Se não for incomodo.

Tessa subiu até seu quarto e se agasalhou com mais casacos, um chapéu e botas grossas. Também colocou luvas maiores que o normal para a neve não atingir suas mãos e peguei seu guarda-chuva quando saiu.

Jem conversava com Will perto da porta. Ambos haviam colocado casacos maiores e pegado seus próprios guarda-chuvas. Cheguei perto deles e disse:

– Vamos?

Caminhar na beira do Rio Tâmisa congelado era sensação única para Tessa. O horário era indecente para uma moça estar fora de casa, principalmente com o fato de que Tessa andava em companhia de dois homens, e os três compartilhavam sentimentos entre si. Se Tessa não estivesse tão feliz, voltaria a se preocupar com isso. Mas estar na companhia confortável deles relaxava seus músculos.

– O que acha de voltarmos, Tess? – perguntou Jem para Tessa, aproximando-se mais dela, fazendo com que seus guarda-chuvas se encostassem.

– Eu tenho outra opção? – Tessa perguntou, sorrindo enquanto seu vestido ficava coberto de flocos de neve.

– Está tarde e amanhã de manhã abriremos os nossos presentes de natal. Eu não vejo a hora de ver sua reação ao abrir meu presente.

Tessa não pôde deixar de sorrir mais ainda, olhando para Jem nos olhos. Will estava mais distante, passos a frente dos dois com os olhos refletindo atenção, como se detectasse algo errado.

– Já é um presente você concordar em vir comigo de madrugada e na neve passear.

– Somos Caçadores de Sombras. Não há nada de indecente sairmos de madrugada nas ruas londrinas.

Não para matar demônios, quis dizer Tessa. Mas para passear com uma garota continuava sendo indecente.

Will tirou de alguma parte de seu casaco uma adaga e atirou para frente, dentro de um beco. Jem largou seu guarda-chuva e correu com uma Lamina Serafim de onde Tessa também não viu da onde ele tinha tirado.

– Demônio? – perguntou arfando ao lado de seu parabatai.

– Tinha essência demoníaca, mas não pude identificar antes que sumisse nesse beco.

– Tem certeza?

Um grito humano atingiu os ouvidos dos Caçadores de Sombras, vindo do beco. Tessa decidiu correr para acompanha-los, entrando no beco escuro e fedido de xixi de gato.

Havia uma garota. A menina devia ter seus treze anos e era muito magra e frágil. Em sua mão havia um pequeno fósforo queimado e seus olhos estavam fechados, como se dormisse.

Jem aproximou-se dela e colocou seus dedos em sua garganta. Por fim ele disse:

– Morta. Há pouco tempo, comparando a temperatura do corpo em relação ao clima e também ao fósforo em sua mão.

Em volta da garota havia outros fósforos queimados. Pelas roupas, a garota era uma moradora de rua.

– É horrível ver que no Natal há crianças desamparadas que morrem nessa data tão linda. – disse Tessa, engolindo novamente as lágrimas.

– Mas o que provavelmente a matou foi um tipo de demônio. Veja. – disse Jem, mostrando seus dedos machados de sangue da garota para Will.
Will se aproximou, analisando a mordida no quadril da menina. Era grande, do tamanho que apenas um demônio grande poderia provocar. Will fez uma careta.

– Se esse demônio não tivesse fugido antes, ele estaria morto agora mesmo.

Antes de Will se levantar de perto da garota, uma forma espectral saiu da garota pelos seus olhos, boca e nariz. Tessa recuou e Jem olhou assustado. Will parecia perturbado.

– Saudações, jovens Caçadores de Sombras. Hoje vocês receberão a visita de três fantasmas e terão que atende-los pela alma dessa garota.

E do mesmo jeito rápido que apareceu, sumiu, não deixando rastros algum. Tessa ficou perplexa e se apoiou na parede para se estabilizar. Will fez uma careta.

– Isso não foi alucinação ou vocês podem me beliscar?

– Pior que não. Sinto que algo está conectado a isso conosco. Digo, a garota, o fantasma, natal e... Tessa. – disse Jem, com uma leve hesitação ao dizer o nome dela.

– Por que eu? – Tessa não estava gostando da experiência.

– Porque a garota morreu no exato momento em que estávamos perto. Você pode se transformar em pessoas, Tessa, algo me diz que precisamos saber algo dessa garota, mas por intercessão de – ele não parecia gostar do que teria que dizer. – três fantasmas.

Will analisava a cena ainda. Ele cuspiu no chão, como se afastasse algum mal.

Um calor vindo de cima atingiu os três. Não era um quente confortável, como se estivessem perto de uma lareira no inverno, mas sim desesperador, como se estivessem dentro da lareira, queimando vivo.

E um fantasma queimava na frente deles.

Diferente do primeiro fantasma, que era vagamente transparente e frio, esse fantasma tinha chamas no lugar de cabelo. Era de estatura mediana e magra. No lugar onde deveria ficar as roupas, eram chamas. Will foi o primeiro a se aproximar, dizendo:

– Então você é um dos fantasmas que seu amiguinho falou que viria? – Will soava amargo. – Desculpe, mas poderia voltar para isso daqui dois dias? É natal.

O fantasma riu, deixando Will irritado. Ninguém ria das ironias de Will Herondale.

– Eu sou um fantasma do natal, só veio nessa data, Herondale, seu importuno.

– Um fantasma do natal? – disse Tessa, espantada com o fato de existir até isso.

– Mais precisamente o Fantasma do Natal Passado. Sabe, sou convocado apenas quando algo de errado acontece. Aquele que veio avisá-los de minha chegada era meu querido Charles Marley. Incrível Caçador de Sombras, incrível contador de história. Mas seu parabatai o traiu e bem, ambos caíram na desgraça. O que poderia ter trazido minha presença aqui para vocês?

Tessa olhou para Will e Jem, sem entender direito o que acontecia. Um deles escondia algo? Ou mesmo ela havia feito algo?

– E o que você vai fazer com nós, Fantasma do Natal Passado? – Will enfatizou o nome do fantasma, como se fosse ridículo.

O fantasma se aproximou mais dos três e revelou um apagador de velas do tamanho de sua cabeça. Ele estendeu aos três e disse:

– Quando quiserem.

Os três tocaram no apagador de velas e foram dissolvidos junto com o fantasma para algum lugar.

Eles eram fantasmas agora. Jem segurava o ombro de Tessa, protegendo-a. Tessa tocou na mão dele sinalizando que não precisava disso. Ela era forte o suficiente para enfrentar isso.

Era a menina. A garota que havia morrido, mas neste momento eles viam ela viva e mais nova. A garota tinha cabelo loiro e longo, ondulados nas pontas. Deveria ter sete anos. Ela comia cookies com outras crianças (seus irmãos, talvez?) e uma mulher, a vó provavelmente, alimentava as crianças, que eram cinco.

A casa era simples, quase miserável. A comida também era escassa, mas as crianças pareciam felizes, afinal, era natal.

Will parecia entediado, como se não entendesse a necessidade de um fantasma mostra-los aquilo. Tessa também não entendia, mas mantinha a curiosidade. Jem também.

Então a imagem mudou. A casa era a mesma, mas todas as crianças dormiam na mesma cama sob a luz de velas. A vó lavava a louça do que provavelmente fora a ceia. Parecia triste.

A porta da casa então escancarou, revelando um homem. A julgar pelo cabelo loiro e os olhos acinzentados como o da garota, deveria ser pai dela. Sua roupa estava amassada e suja, seu cabelo desgrenhado. A vó recuou como se tivesse medo dele. Tessa também teria, pois o andar revelava que estava bêbado.

Ele queria dinheiro, dava para notar pelo modo desesperado que abria as gavetas do armário da cozinha. Ele pediu dinheiro a mulher, mas ela também não tinha. A bebida e os problemas o afetavam tanto que ele pegou uma faca e a atacou.

Mas antes que Tessa tivesse a chance de ver o sangue, a imagem se dissolveu.

A garota estava na rua sozinha. As crianças que deveriam ser seus irmãos tinham sumido. Ela ganhava dinheiro vendendo fósforo, pelo que deu para ver. Estava triste.

Depois dissolveu e mostrou outro. Ela adotada, mas a mãe era cruel e batia nela. Ela fugindo de novo. Ela na rua vendendo fósforo na véspera do natal.

E então eles estavam de volta no beco. O corpo da garota continuava imóvel ao lado e o fantasma parecia satisfeito consigo mesmo.

– Esse é o passado da garota.

– Seu pai matou a vó. – disse Tessa chorosa.

– Seu pai matou a família. Ela era a mais velha e conseguiu fugir antes que a vesse.

Tessa engoliu um soluço. Era horrível.

Como ela foi morta?

– Ah – disse o fantasma. – Isso já não é comigo.

– Qual é a diferença disso para nós? – perguntou Will, que não parecia se surpreender com nada.

– Até agora... Nada. Não se pode mudar o passado, afinal. – o fantasma sorriu e colocou o apagador de velas na cabeça como um chapéu, apagando si próprio e sumindo.

O frio voltou bruscamente. Tessa enrolou seus braços envolta do corpo, esperando Will ou Jem falarem algo.

– Acham que devemos esperar o fantasma? – perguntou Tessa, olhando para os meninos.

– Acho que deveríamos ir embora, isso sim. – disse Will, pegando sua lamina serafim e deixando-a na mão por precaução. – Vamos levar o corpo ou...?

Antes que Jem desse sua opinião, um espírito gordo e com rosto bondoso surgiu. Ele tinha azevinhos pendurados em sua roupa e parecia se divertir com tudo ao seu redor. Olhou longamente para cada um deles e disse:

– Sou o Fantasma do Natal Presente. Vejo que conheceram O do Natal Passado, aquele idiota. Quando notará que o passado é inútil? O importante é o agora!

Ele dizia tão animado que parecia festejar. Ele disse, meio exaltado:

– Me contem, estão aproveitando este natal?

– Estávamos – começou Will, provocativo. – Mas um fantasma nos interrompeu e nos meteu nessa idiotice.

– Oh, idiotice não. Não, não mesmo... – o fantasma ficou mais reto e sério. Venham comigo e mostrarei que não é idiotice.

Cada um então tocou em um azevinho do fantasma e juntos se dissolveram novamente.

Eles estavam agora vendo a janela de uma casa comum com uma família pequena dentro. A mãe arrumava a cozinha enquanto o marido escrevia em folhas amareladas em sua escrivaninha. O fantasma disse:

– Algo normal, certo? Uma casa quente e confortável, com comida e alegria.

Então ele mostrou outra imagem. Era a garota loira, e por mais que no presente não estivesse viva, estava lá, no beco com vida. Ela acendia seus fósforos para se aquecer e esperava-os se apagar para acender outro e assim por diante. Aquela pequena fonte de luz mantinha-a viva. Até que surgiu um demônio, um demônio perigoso e repugnante que deixou Will irritado. Aqule demônio seduzia as pessoas, mostrando-as coisas que gostariam e atraindo-as para ele. A garota deve ter vido algo realmente bom, pois se arrastou para os braços daquela coisa horrível. No primeiro momento a mordeu.

Se não fosse por Will teria feito picadinhos dela, mas fugiu antes que desse tempo, deixando o cadáver da garota.

– Não podemos mais fazer nada por ela. – disse o fantasma, melancólico. – Ela não vive mais no presente. Mas talvez possam fazer algo por ela no futuro. Não para ela, mas sim por ela.

Então sumiu, sorrindo alegre, mesmo que Tessa ainda não entendesse por quê.

Tinham voltado para o beco e Tessa ficava cada vez mais amedrontada. Se não fosse pelo calor do corpo de Will e Jem, ela estaria em pânico. Ela não queria mais a visita de nenhum fantasma.

Um vento congelado passou por eles e dessa vez o último fantasma chegou. Ele vestia uma túnica negra longa e ocultava todo o rosto, deixando apenas a mão esquerda à mostra. Não disse nada nem hesitou. Imediatamente os levou para longe.

Ele era infinitamente mais assustador que os outros. Não falava, não se movia, nada. Apenas apontou com a mão visível para o longe, um cemitério.

Nomes das pessoas que Tessa amava estavam lá nas lápides: Charlotte, Henry, Jessamine.

Tessa teve vontade de gritar. Pela expressão de Jem e Will, o que eles viam também era horrível. Jem perguntou ao fantasma:

– O que podemos fazer?

O fantasma continuou em silêncio.

– O futuro... Nós podemos muda-lo. Eu quero mudar.

E várias coisas fizeram sentido para Tessa nesse momento. Os fantasmas, o passado e sua chama acesa, sempre pegando fogo. O presente muito alegre, vivendo o momento intensamente e o futuro... Escuro, quieto e misterioso, mas com o poder de muda-lo.

Tessa avistou no fundo do cemitério escuro um demônio. Ela nunca o tinha visto, mas era assustador. O demônio parecia uma sanguessuga gigante, a boca grande e em formato perfeito para morder e chupar vítimas inocentes. Um único olho na testa, provavelmente o que fazia a pessoa ver o que queria e faze-las de alimento.

– Olhem, o demônio. – disse Tessa, apontando para a criatura agourenta no fundo.

Will se virou para ver e queimou de fúria. Jem aprontou-se para pegar sua lamina serafim.

Will e Jem como se fossem parceiros de dança foram se aproximando do demônio, estrategicamente para mata-lo. Dava para ver nos olhos de Will que ele queria justiça. Não era justo com a menina o que havia acontecido. Nada era justo.

Mesmo que não pudessem salvá-la agora, ainda poderiam salvar mais pessoas. Essa foi a promessa interna que Tessa fez a si: ajudar todos, inclusive pessoas como a garotinha.

Jem atacou o demônio por trás enquanto Will furava o olho do animal, cegando-o. Icor escorria no chão.

Como se estivessem seguindo passos de dança perfeitamente sincronizado, conseguiram destruir o demônio, resultando em nada. Will parecia um anjo justiceiro com o icor na sua lamina e sua expressão irritadiça.

Antes mesmo que percebessem, estavam de volta no beco, sem sinal de fantasma.

A garota não tinha família para entregar o corpo e assim ter um velório honroso. Mesmo assim, Jem e Will colocaram o corpo da garota em uma tábua e a levaram para o Instituto.

Decidiram chamar apenas Henry para ter consciência do corpo. Charlotte e Jessamine estavam felizes demais e ninguém queria estragar o natal delas.

– Como mesmo vocês conseguiram esse corpo? – perguntou Henry enquanto analisava a garota.

– Já dissemos, um demônio estava no beco se alimentando dela. Matamos o demônio e a trouxemos para podermos enterrar. – respondeu Will impacientemente.

– Sabem algo sobre ela?

Jem olhou preocupado para Will. Não queriam contar dos fantasmas, não depois de verem as lápides de Henry, Charlotte e Jassamine.

– Apenas que vendia fósforos. – respondeu Will por fim.

– Eu poderia saber algo dela. – falou Tessa, tentando ajudar. Era o mínimo, ela pensou. Saber o nome da garota.

– Tem certeza, Tess? – perguntou Will, cauteloso. Will sabia como Tessa odiava fazer isso.

– Ela merece ser enterrada com pelo menos algumas pessoas sabendo seu nome. – eles concordaram. Nomes são importantes, poderosos.

Jem entregou um dos sapatos da garota para Tessa. Ela então se transformou nela e quase que imediatamente voltou ao normal. Ela não se sentia bem roubando o corpo de alguém.

– Lucie Cratchit.

Passava de uma hora da manhã quando Tessa foi para a cama. Ela estava sentindo mais frio do que o normal, receosa pela menina. Lucie seria enterrada quando amanhecesse, e isso a aliviava. Mesmo assim, não conseguia dormir. Enquanto tentava adormecer ouviu uma batida na porta.

Tessa se levantou e caminhou até a porta, abrindo um pedacinho. Olhos azuis encaram ela.

– Sim? – disse Tessa, abrindo mais a porta.

– Feliz Natal. Eu sei, deveria ter dito antes, ou esperar amanhecer. Mas eu pensei: Por que esperar se posso falar já?! Eu sabia que estava acordada.

Tessa sorriu para ele e respondeu:

– Eu até havia esquecido que era natal. Bem, Feliz Natal para você também, Will.

Will hesitou, parecendo que diria algo. Tessa então interferiu para não ficarem em um silencio desconfortável.

– Como sabia que eu estaria acordada.

Will sorriu e respondeu com sua voz que ela tanto amava ouvir.

– Te conheço suficientemente bem para saber quando algo realmente te incomoda a ponto de

tirar seu sono.

Tessa se sentiu mais aquecida nesse momento.

– Isso foi intenso. Sabe, o caso da Lucie e os fantasmas.

– Eu sei. – falou Will, trocando o peso do pé.

– Eu não sei como será para mim daqui para frente. Todos os natais me lembrarei dela e dos fantasmas. É frustrante.

Ele assentiu com a cabeça. Levou um tempo mas ele disse:

– Posso te dar meu presente adiantado para você?

Tessa sorriu. Will sempre conseguia mudar os assuntos para animá-la.

Então ele a beijou. Tocou em seus lábios com um beijo intenso, segurando em sua cintura com uma mão e a outra na lateral do seu rosto.

– Não poderia esperar até amanhã. – ele disse após soltá-la do beijo. – Agora todos os natais você se lembrará do nosso beijo também e eu sei que isso não será frustrante.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Por favor, review porque se não tiver um eu choro :'(



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