Let It Snow - Natal das Sagas escrita por River Herondale


Capítulo 2
Percy Jackson & Heróis do Olimpo


Notas iniciais do capítulo

Gente, a fic passa depois do Sangue do Olimpo, numa época muito feliz e de paz, haha
Espero que gostem (e comentem e continuem lendo porque eu escrevo com muito carinho)



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Ainda espero que um dia nenhum deus me interrompa para suas "missões" inúteis em dias importantes

Primeiro: eu odeio acordar cedo. Isso é o suficiente para você poder entender um pouco sobre mim.

Segundo: hoje eu tenho o dever de acordar cedo. Minha namorada, Annabeth me fez jurar que passaríamos o natal juntos no Acampamento Meio-Sangue (mais conhecido como nossa casa, já que vivemos nossa infância lá, fazendo o quê? Matando monstros, óbvio. Acredite, isso é supernormal). Mas por outro lado eu tenho uma mãe maravilhosa que passou apuros com meu padrasto durante o tempo em que fiquei sumido tentando salvar o mundo das mãos da maravilhosa Gaia e isso também é supernormal.

O que um jovem semideus de dezessete anos pode fazer numa situação dessas? Bem, um semideus no mínimo inteligente chamaria sua linda namorada para passar o natal junto com a sua mãe. Um semideus meio lerdo como eu decidiu que se dividiria e de algum modo passaria nos dois lugares. Eu sei, eu sei, sou genial.

Era véspera de Natal e Nova Iorque estava terrível. Neve para todos os lados, pessoas para todos os lados, um pandemônio terrível, principalmente para alguém que havia passado suas férias de verão em um navio com cabeça de dragão acompanhado por outros semideuses e monstros (longa história).

Vamos começar a contar? É melhor. Me desculpe se eu me perder na história em alguns momentos e ficar voltando em pontos antigos, mas eu tenho TDAH e dislexia, então as vezes me perco como estou me perdendo neste exato momento. Hum, vamos lá. Tudo começou no dia vinte e quatro de dezembro que de manhã a minha namorada me mandou uma mensagem de íris. Eu estava dormindo e acordar com a voz dela pode ser algo extremamente prazeroso, mas não naquele momento. Eu levantei subitamente e a vi me encarando.

– Cabeça de Alga, eu acho que devo mudar seu apelido para Cabeça de Vento. – ela disse acusatória.

– Bom dia para você também. – disse enquanto arrumava meu cabelo desgrenhado e desamassava a frente do meu pijama. Eu sei, é idiota eu me preocupar com a minha aparência sendo que nós ficamos presos no Tártaro juntos e não muito bonitos. – O que eu fiz dessa vez?

– Ah, nada demais! Você apenas esqueceu que nós havíamos marcado de fazer compras de natal ontem e agora teremos que enfrentar filas e mais filas para conseguir comprar presentes para nossos amigos.

Eu juro que me senti apavorado naquele momento. Decepcionar a Annabeth era o mesmo que decepcionar um deus. Eu sabia que ela estava magoada, mas ontem eu fui convocado pelo meu pai para caçar um monstro marinho. Eu poderia ter dito aquilo para ela, mas eu sou um idiota e preferi falar:

– Vou pegar o cartão de crédito de minha mãe. Te vejo em uma hora.

– Eu passo aí na sua casa daqui a meia hora, tchau.

Meia hora? Eu estava com a cara amassada, com bafo, meu cabelo estava um ninho de pássaros e ela iria e ver em meia hora? Sério, eu estava tão apavorado quanto se vesse uma hidra na minha frente. Levantei correndo da cama e fui ao banheiro, passando um perfume, escovando os dentes e penteando o cabelo para trás, de forma que não parecesse tão sujo.

Quando estava amarrando os tênis, a campainha tocou. Eu ouvi minha mãe, que estava na cozinha abrir a porta. A voz conhecida de Annabeth soou em meus ouvidos.

– Que moça bonita está a Annabeth. – ouvi meu padrasto dizer. Eu não consegui conter um sorriso e saí do meu quarto, vendo-a sentada na mesa com meu padrasto enquanto minha mãe fazia torradas.

– Soube que você furou com a Annabeth ontem, Percy. – disse minha mãe. Poxa, até ela estava contra mim? Annabeth parecia se divertir.

– Nunca faça isso com uma garota Percy, cadê o cavalheirismo? – comentou meu padrasto, o que despertou uma raiva em mim.

– Eu não te criei assim. – completou minha mãe.

Olhei para eles e abanei as mãos, mostrando inocência. Eu então disse:

– Sabe como é ter essa minha vida de herói. Deuses me chamam toda a hora para emergências e eu acho que mereço um desconto por ter salvado o mundo alguns meses atrás.

– Eu ajudei, esqueceu? – Annabeth disse, se levantando para sairmos. – Foi ótimo revê-los. Até mais. – Ela disse, dando tchauzinho para minha mãe e meu padrasto.

Ela estava bela, como sempre. Seu cabelo loiro estava amarrado em um rabo de lado e usava um casaco natalino com um cachecol divertido. Sua calça skinny escura e sua boina combinando com as botas davam a ela uma aparência normal, comparado ao fato que ela era um semideusa como eu. Ela sorria para mim.

– Temos que correr antes que chegue a hora do almoço. Você sabe que nessa hora todas as lojas viram um transtorno e vira impossível comprar algo. Pegou o cartão de crédito? – ela me perguntou, enquanto aquecia as mãos em luvas.

Eu apalpei meus bolsos do casaco azul e notei que havia esquecido. Ela olhou para mim e riu.

– Eu sabia que esqueceria. Aqui, eu peguei com sua mãe. – ela me entregou o cartão. Eu já disse que ela é incrível?

Fomos à Quinta Avenida que estava absolutamente movimentada. Eu pude ver pelo menos cinco caras fantasiados de Papai Noel em frente às lojas de departamentos.

– Vamos entrar naquela loja ali comprar algo para seu irmão? – Annabeth propôs, apontando para uma loja que vendia roupas.

Eu devo confessar que odeio fazer comprar, mas tudo pela Annabeth. Ela me mostrava várias camisetas e eu apenas concordava com a cabeça, desinteressado. Foi então que achamos uma camiseta de unicórnio com arco-íris que tive certeza que era esse o meu presente.

– Ele vai amar. Unicórnios e arco-íris são algo que um filhote de ciclope adoraria ter. – comentei enquanto passávamos no caixa.

– Isso é algo que seu irmão adoraria ter. – ela completou.

Antes do meio-dia havíamos comprado presente para Tyson, Grover, minha mãe (mesmo que seja com seu dinheiro), meu padrasto, meus amigos semideuses.

Por fim, eu e Annabeth tomamos um café em um Starbucks perto do metrô, e voltamos para meu apartamento. Minha mãe preparava o banquete para a janta e sentimento de culpa inundou meu ser. Eu entrei no apartamento, tirei o meu casaco molhado de neve e beijei a bochecha de minha mãe.

Annabeth se acomodou ao meu lado no sofá e ligamos a TV para ver o que passava. O noticiário apenas dizia sobre frente fria, então nos entediamos. Meu padrasto chegou depois de um tempo com comida chinesa, então todos nós comemos na sala assistindo jogo de basquete. Parecíamos até uma família normal se não fosse... Nico?

O garoto bateu na nossa porta e eu fui atender. Ele estava tão pálido quanto eu estava acostumado de ver e seu cabelo não deveria ser penteado fazia uma semana. Vi que meu padrasto se assustou com o garoto.

– Meu pai precisa de você. – Ele disse, fazendo um sinal com a mão para que eu saísse com ele.

– Feliz Natal para você também, Nico. – falei, assustado, Era véspera de natal e Hades me queria agora?

Annabeth apareceu atrás de mim e olhou para Nico di Angelo.

– Oi Nico, quer almoçar?

– Eu não estou com fome. – o garoto respondeu, sem olhar para ela.

– É comida chinesa. – ela falou, insistindo.

– Já disse que estou sem fome.

– Poxa cara, todo mundo gosta de comida chinesa. – completei, deixando-o irritado.

– Meu pai precisa te ver, vamos. – percebi que ele levantou a mão para me puxar, mas recuou.

– Certo. Annabeth eu já volto. – falei para minha namorada, que me olhava assustada.

– Eu vou também. – ela comentou, colocando sua caixa de comida chinesa na mesa enquanto mastigava.

– Não! – Nico parecia desesperado. – Não pode, Annabeth. Meu pai quer apenas o Percy.

– Tudo bem, eu volto no fim da tarde. – Beijei sua bochecha e me despedi.

– Eu não aceitaria isso Percy, mas eu não quero me estressar. Boa sorte.

E então fui com Nico com as palavras de boa sorte de Annabeth em minha mente.

Eu esperava que Nico estivesse sozinho. Errado. Lá estava na minha frente Leo Valdez aquecendo-se com fogo que ele próprio produzia. Virei-me em direção ao Nico e perguntei:

– Não era apenas eu?

– Meu pai pediu que levasse a ele você e algum semideus com humor o suficiente para entreter a deusa Perséfone.

Leo parou de produzir fogo e encarou Nico.

– Por que eu terei que agir como bobo da corte perto daquela deusa? Cara é natal.

– Venham. – disse Nico, sobriamente e viajamos pela sombra com ele.

Eu conheceria o palácio de Hades facilmente. Lembro-me da primeira vez que entrei aqui e já faz anos. Não gostava, para falar a verdade. Me lembra muito o Bob...

Leo andava do meu lado, seu cabelo batia em ombro, por ele ser bem menor que eu. Nico, que era mais novo já estava mais alto que o garoto. Quando entremos no palácio, tive a insatisfação de ver Hades.

– Nico, você me trouxe os semideuses que eu pedi?

– Aqui está, pai. Percy Jackson e Leo Valdez.

Hades nos olhou com desdém para os semideuses, mas cedeu. Por fim disse:

– Eu odeio confessar, mas eu não sou o melhor marido para Perséfone. Ela está brava comigo porque eu sempre dou presentes horríveis no natal ou algo do tipo... Pois bem, eu irei sair hoje e tentarei encontrar algo que agrade aquela mulher. Minha sogrinha ama falar mal de mim, então eu preciso surpreender.

– E aonde a gente entra nessa história? – Leo perguntou, desinteressado. De fato, o que tinha a ver a gente com seus problemas de relacionamento?

– Você, garoto de Hefesto, terá a missão de entretê-la enquanto eu estiver fora. Dance, cante, conte uma piada horrível, eu não sei! Apenas certifique-se que ela estará bem ocupada.

Se ele não fosse um deus, juro que daria um murro na cara dele. Ele havia nos chamado aqui para isso? Era ridículo pensar que estava perdendo meu natal por causa de algo tão fútil.

Hades se despediu com um aceno e se desmaterializou em pó negro em nossos pés, provavelmente indo ao centro de Nova Iorque encontrar seu presente.

Leo havia pegado um martelo em seu cinto e começara a equilibrar na testa, de um modo idiota:

– Isso vai entreter sua madrasta, Nico? – perguntou Leo enquanto se concentrava.

– Não saberemos se não irmos falar com ela. – disse Nico sem humor e o seguimos até onde Perséfone descansava.

– Quem são vocês? – ela perguntou enquanto analisava suas unhas perfeitas.

– Este é Percy Jackson e Leo Valdez. – disse Nico, apressando-se para falar.

– Conheço. – ela se virou e me encarou. – O que querem aqui? – ela perguntou autoritária, voltando a atenção as unhas.

– Seu marido nos mandou aqui para te entreter. – disse Leo sem papas na língua. Isso fez com que Nico quisesse mata-lo.

– É sério? – ela parecia enojada.

– É apenas uma brincadeira de Leo. O que aconteceu foi que Percy veio até aqui discutir com papai sobre uma missão que ele fará no ano novo e então decidiu ficar para conversar com você. – Nico parecia desesperado para inventar mentiras.

– Exatamente. Eu, Nico e Leo estaremos em uma missão e viemos juntos aqui. – eu completei, o que aliviou Nico.

– Eu não quero conversar, vão embora. – disse a deusa, fazendo sinal com a mão para afastarmos.

– Espere! – era Leo, tirando ferramentas de seu cinto. – Olhe isso, que incrível! Eu estou fazendo malabarismo com ferramentas pesadas... – Nico girava as ferramentas na mão, não conseguindo a atenção da deusa.

– Já que estão aqui, vocês poderiam ao menos me deixar em paz? Quero conversar com Hades sobre os preparativos para o natal...

– Não! – era Nico, voltando a se desesperar. – Digo, o que você acha de conversar com Percy sobre flores – Nico me empurrou para até Perséfone, o que me deixou nervoso e ele também estava. – Enquanto eu vou ali alimentar o Cérbero de papai.

Perséfone que estava deitada em seu sofá luxuoso se sentou, deixando com que eu e Leo sentasse ao seu lado. Era estranho, preciso confessar. Ela era belíssima e muito bem vestida enquanto eu e Leo éramos apenas adolescentes filhos de deuses desesperados para se livrar do lugar e voltar a comemoração de natal.

– O que você gostaria de saber sobre flores, Percy? – perguntou Perséfone, olhando para mim.

– E-eu? Bem, eu n-não s-sei o q-que...

– Bem, Perséfone, posso não saber muito sobre flores, mas Hades me disse que de todo seu jardim, você é a flor mais bela. – falou Leo, sorrindo para Perséfone após a pior cantada que eu já havia ouvido.

– Quando foi que ele disse isso? – perguntou Perséfone.

– Hoje mesmo, neste momento. – disse Leo, suando frio.

– Ele odeia minhas flores, não sabe o que é bonito.

– Você é bonita – eu comentei, olhando desesperado para Leo, como se dissesse: “me ajude”. – Hades pode não saber muito de flores, mas sabe reconhecer o que é belo.

Perséfone parecia se dar de convencida neste momento.

– Eu realmente gostaria de falar com ele. Com licença meninos. – ela falou, se levantando.

– NÃO! Olha, Perséfone, eu sei fazer fogo com a mão. – disse Leo, ateando fogo nas suas mãos e ficando na frente dela, impedindo passagem.

– Chato. Poderia por favor, me dar licença?

Eu me levantei e fiquei do lado de Leo. Toquei em seu pulso e movi sua mão. As chamas que estavam lá foram jogadas ferozmente, atingindo a barra do vestido de Perséfone.

– Oras, seu idiota! – ela gritou, horrorizada. – Me ajudem a apagar o fogo do meu vestido, rápido!

Leo começou a pisar na barra do vestido de Perséfone, tentando apagar o fogo, mas apenas sujava o pano branco brilhante com sujeira dos sapatos de Leo.

Eu de propósito comecei a soprar. Eu sabia que isso provocaria mais fogo e provocou. Perséfone estava indo ao delírio.

– Peguem água, rápido! Estão destruindo meu vestido!

Olhei ao redor da sala e vi que havia uma jarra de água no canto da sala. Corri até lá e levei até Perséfone. Próximo de chegar a elas, imitei um tropeção e a jarra se espatifou no chão, deixando-nos sem água. Perséfone estava a beira de um treco.

– Seu imbecil, não faz nada certo? – ela gritou para mim. – Tenho que fazer tudo sozinha mesmo.

Perséfone tirou o braço esquerdo da alça do vestido, e depois o outro braço e deslizou o vestido longo pelo corpo, ficando apenas de roupas de baixo na nossa frente.

– Não olhem, meninos! Por favor, quero respeito. – Perséfone ia abrir a porta para sair quando Nico entrou, encarando sua madrasta de lingerie em sua frente.

– Algum problema, Nico? – ela perguntou, acusatória.

– Não, nenhum, Perséfone. Apenas vim avisar que eu preciso que a senhora venha comigo até a sala de jantar. – ele falou com o máximo de normalidade, por mais que Perséfone estivesse com tão poucas roupas.

– Vou me vestir e vou sim. Espero que seu pai esteja lá para eu ter uma conversinha sobre esses semideuses ridículos.

Ela saia apressadamente. Me virei e notei que Leo estava em choque. Provavelmente ver a deusa com aquele tipo de traje o deixara em uma situação um tanto, hum, constrangedora.

– Ela tem que ser do Time do Leo. – ele comentou, ajeitando a postura.

– Cara, ela é casada com meu pai. – comentou Nico.

– E daí? Ela precisa entrar no clube, cara, sério. Como você consegue viver perto dela?

Nico ignorou essa última pergunta. Ele virou para mim e disse:

– Meu pai não demorará até chegar. Ele aparecerá com o presente na sala de jantar daqui meia hora e espera que Percéfone esteja-o esperando lá. Vamos distraí-la antes que ele chegue, ok?

Leo que parecia em choque antes pareceu despertar. Ele olhou para nós e disse:

– Bem, eu tenho uma ideia.

Eu juro que nunca entenderei como aquele garoto consegue criar coisas tão rápido. Só sei que ele pediu alguns materiais para Nico e no segundo depois tcharaaam, um trenó prontinho.

Nico foi chamar Perséfone enquanto nós dois pensávamos em algum modo de entreter a deusa. Nico tinha boas ideias, eu preciso concordar.

Estávamos esperando Perséfone, quando ela entrou com Nico na sala de jantar. Ela se sentou entediada e estava vestindo um vestido vermelho desta vez. Leo olhou para mim confirmando e então entramos.

Parecíamos dois patetas dentro do trenó. Leo havia pego algumas flores vermelhas do jardim de Perséfone (e eu sabia que ela se irritaria quando soubesse disso) e espalhou no trenó. Eu empurrava enquanto Leo cheirava as flores e colocava algumas atrás da orelha, parecendo encantado.

Seus olhos saltaram ao ver Perséfone, provavelmente lembrando dela de lingerie, mas logo voltou se concentrar. Ele disse:

– Feliz natal, deusa Perséfone por Leo Valdez e Percy Jackson.

Então começamos. Vou apenas avisando que não é para você morrer de rir com isso. Ok, pode rir um pouquinho, mas não tínhamos nada melhor nesse momento.

– Jingle bell, Jingle bell – eu comecei cantando.

– Flores para a deusa – cantou Leo

– Jingle, Jingle bell

– Submundo estará em festa – Leo se levantou com as flores, pois havia se exaltado. – Hey! Neste grande natal, natal no submundo, vamos comemorar esse dia especial!

Eu me levantei também porque, poxa! Eu merecia me divertir um pouco.

– Muito panettone, muito pernil e doce.

– Até meia noite, esperando o Papai Noel. – completou Leo.

– Hey! – gritei, e então começamos a dançar. – Jingle bell, Jingle bell

– Hades te ama muito – falou Leo, suando frio.

– Jingle bell, Jingle bell – olhei para ele. O que ele estava tentando fazer?

– Hades fará de tudo para te agradar.

– Jingle bell, Jingle bell – eu estava absolutamente perdido.

– Dê um beijo de agradecimento a ele embaixo do visgo de natal.

Hades entrou atrás de nós, com uma expressão incomodada. Estávamos ridículos, tenho que confessar. Leo estava com tantas flores na roupa que parecia uma ninfa feia. Eu não estava muito atrás. Minha perna estava cruzada no ponto em que tinha parado de dançar. Virei para Hades e falei:

– Acho que fizemos mais do que o suficiente. Livres?

Ele olhou para mim e suavizou:

– Saia da minha frente, moleque, preciso do meu natal em paz.

É isso que odeio em alguns deuses. Eles amam mostrar ingratidão! Eu e Leo arrastamos o trenó da sala de jantar e Nico foi atrás da gente.

Quando estávamos fora do submundo, Leo ficou falando durante todo o trajeto, relembrando nossa música ridícula e como era engraçado. Nico estava quieto como sempre.

– Nico, tem como me deixar no Acampamento agora? Eu preciso me arrumar, entende?

Nico olhou para ele e o envolveu nas sombras, mandando-o embora.

– Tchau, vejo vocês de noite.

Era por volta de seis horas da tarde, então não levaria muito tempo para ver Leo de novo. Quando Nico me levou para minha casa, perguntei antes de me despedir:

– Vai ir no nosso acampamento de noite?

Ele que não olhava para mim, levantou o olhar e me encarou. Ele disse:

– Talvez. Acho que não. Talvez amanhã eu vá apenas para visitar Hazel.

Havíamos decidido que esse ano todos nós iríamos passar o ano novo no Acampamento Meio-Sangue e o Ano Novo no Acampamento Júpiter. Basicamente havia um portal que ligava agora os dois acampamentos, meio que se tornando apenas um, porque muitos semideuses romanos haviam se mudado para o nosso, e muitos gregos para o deles. Era saudável e eu gostava, devo confessar. Ainda mais que pretendia no futuro viver em Nova Roma com Annabeth...

– Bem, então como não tenho certeza que te verei vou buscar seu presente. – falei para ele, o que pegou-o de surpresa. – O quê? Achou que ficaria ser presente?

Ele riu sem humor e eu subi o edifício para buscar seu presente.

Eu mesmo havia escolhido, porque Annabeth claramente era tão confusa quanto eu sobre Nico. Era algo idiota, levando em consideração de que Nico não gostava de nada, mas eu precisava presenteá-lo também.

Voltei apressado e ele se mantinha na mesma posição de quando eu havia saído. Entreguei o presente em sua mão e ele abriu, desajeitado.

Era simples, meio idiota, mas eu acho que ele gostou porque ele não fez careta e sim sorriu. O chaveiro de crânio humano era algo que um filho de Hades gostaria, não é?

– Obrigado, Percy, mas eu não tenho nada para você.

– Imagina, Nico! Eu nem esperava nada mesmo. – eu levantei minha mãe e toquei no botãozinho da lateral do chaveiro. – Olha, o olho brilha quando aperta.

Ele riu sem graça e guardou o chaveiro.

– Eu acho que você tem que ir. – ele disse. Eu precisava, mas era difícil me despedir dele. Na verdade é difícil falar com o Nico. Tudo é muito difícil com esse garoto,

– É, preciso me arrumar. – Olhei para cima, sem graça, e notei que tinha um visgo em nossas cabeças. Eu comentei isso a ele. – Olha, um visgo. Preciso mostrar isso para a Annabeth e...

Minhas palavras foram interrompidas com um beijo. Nico havia me beijado na boca! Foi algo extremamente rápido, coisa de segundos e quando eu fui ver, ele já havia sumido.

Nunca imaginei que meu primeiro beijo embaixo de um visgo fosse ser com Nico di Angelo.

A estranheza do beijo de Nico continuava em mim. Eu não entendia ao certo o que havia acontecido, mas decidi ignorar por pelo menos algumas horas. Era natal e ainda não havia decidido como ficar em dois lugares ao mesmo tempo.

Mas minha mãe decidiu por mim. A cozinha fedia queimado e havia uma fumaça densa no lugar. Minutos antes, quando eu subi para pegar o presente de Nico não estava assim, então eu me perguntei o que podia ser. Ela tossia no queimado e dizia ao meu padrasto:

– Eu te disse que iria queimar.

– Mãe, está tudo bem?

– Fora o fato de que nosso banquete de Natal foi arruinado? Claro, está tudo bem. – a ironia na voz dela me fez ficar preocupado.

– Precisa de alguma coisa? – eu perguntei, entre a fumaça.

– Não, Percy, pode ir à festa de Natal do Acampamento, tudo bem? Eu e o Paul vamos à casa de seus parentes então.

E eu concordei é claro, Eu não queria ir à caso dos parentes de Paul e indo ao Acampamento eu não decepcionaria Annabeth.

Chegando lá fui recebido por Tyson e Ella animados. Grover chegou logo depois com sua namorada, Juníper. Ver todos juntos me alegrou profundamente.

Quando Annabeth me viu, me beijou. Ela me perguntou da missão e eu respondi rapidamente em como fora estúpido. Ela disse que Leo dizia a todos em como Perséfone era gata, e ela insistia em explicação de que eu não havia gostado do que eu vira.

– Você continua sendo mais bela que Perséfone, Annabeth. – falei e segurei sua mão, o que acalmou.

O banquete estava ótimo. Fizemos nossas oferendas e comemos. À meia noite, soltamos fogos de artifícios e trocamos presentes.

Os irmãos Stoll me deram o melhor presente da noite, sem dúvidas. Eles me deram, darãã: super meias coloridas com manteiga dentro. Pra que eu usaria? Não sei, só sei que achei brilhante.

– Fazer o que, eles me conhecem. – disse a Annabeth que não entendia meu fascínio pelo presente.

Ela parecia satisfeita com o que eu dera a ela. Era um belo livro edição limitada de arquitetura moderna.

Nos sentamos ao lado de Jason, Piper, Frank e Hazel na hora de comer sobremesa para conversarmos. Piper estava vermelha.

– O que aconteceu? – perguntou Annabeth para a amiga.

Piper mostrou a mão direita que estava com um anel novo.

– Jason te deu... – a voz de Annabeth se perdeu e as duas começaram a comemorar.

Olhei para Jason em forma de aprovação e ele sorriu de volta.

Aquele foi o primeiro natal. O primeiro depois da guerra, o primeiro seguro com meus amigos e minha namorada. Até Reyna sorria. Eu não sei, mas se eu pudesse escolher um motivo para dizer por que eu amo o Natal, eu diria que é porque no natal eu posso ter a desculpa para toda a tristeza e ser feliz, muito, mas muito feliz.


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Notas finais do capítulo

Ai pessoal, espero que tenham curtido e quero reviews para me influenciar a escrever mais yaaaaay
Espero que tenha ficado bom, de verdade. O que acharam? Me contem! Até mais



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