Capitulo XVII - A paz

A ruiva piscou os olhos lentamente até se acostumar com a claridade. Ela tentou rodar a cabeça para avaliar o ambiente, mas não conseguiu. Estava absurdamente sedada por conta do choque e dos ferimentos. Reconheceu que estava em um hospital, a sua frente havia um pôster de campanhas bruxas para saúde. Ela tentou mais uma vez virar a cabeça, enquadrou a sua esquerda no seu campo de visão. Tinha mais uma cama naquele quarto, uma mulher de cabelos castanhos a ocupava.

– Her... Hermi... – Gina tentou dizer, mas quase nada saia da sua boca.

Percebeu que a amiga gemia baixinho, mas não abriu os olhos, viu nos braços dela, marcas rochas e inchaços em seu rosto. Gina tentou se mexer lentamente, mas gemeu alto de dor quando seu corpo começou a dor e arder por completo. A ruiva apavorou-se quando viu e sentiu seu corpo profundamente arranhado. E começou a gritar e se debater quando o flashback do terror que tinha passado tempo atrás começava e terminava na sua cabeça.

– James! James! James! – Gina gritava pelo filho.

Hermione gemia inconsciente, pois os seus sonhos doíam. Ela não acordou, apesar da crise de Gina.

A porta do quarto se abriu rapidamente e por ela passaram Harry, Rony, Draco Malfoy e uma enfermeira. Exatamente nessa ordem.

Harry envolveu Gina nos braços enquanto Draco aplicava mais sedativos no soro de Gina.

– Esta tudo bem, eu estou aqui... – Harry repetia no ouvido da esposa enquanto lentamente, ela parava de se debater.

– Meu... Meu filho...

– Ele esta bem, estamos bem – Harry a abraçou um pouco mais forte. Gina já dormia novamente.

Rony só observou aquela situação e levou as mãos a cabeça. Havia uma semana que duas das mulheres mais importantes da sua vida estavam vivendo sobre sedativos e as crises de sua esposa eram piores do que a de Gina.

– Se elas não voltarem as ser como antes, eu... – Rony começou. Harry já tinha ajeitado Gina na cama.

– Ron, pare com isso. Elas vão ficar bem...

– Harry...

– Weasley – disse Malfoy o interrompendo e entregando o prontuário de Gina a enfermeira – Elas ainda estão em choque, isso pode durar semanas. Estamos fazendo o que podemos – Draco engoliu em seco antes de dizer a última frase – Vou me certificar que elas vão ficar bem.

Rony não respondeu, preferiu manter seus olhos em Hermione. Harry se virou para Draco e disse:

– Obrigado, Malfoy.

– É meu trabalho, Potter. – e sumiu através da porta seguido pela enfermeira.

James ficou apenas dois dias na ala da maternidade do St.Mungus, depois foi levado para ficar com na Toca com os avós, Harry ia vê-lo toda noite e voltava para o hospital com Rony, eles dormiram todas as seis semana lá, enquanto suas esposas se recuperavam. A parte física foi a mais simples de se resolver, o que causou problema ao Dr. Malfoy foi o psicológico de suas pacientes, que foram gravemente afetados.

Quando Hermione recebeu alta, Rony a levou para casa e cuidou dela como se fosse um bebê, a morena precisava disso. A lembrança da conjuração de uma Maldição Imperdoável a causava pesadelos, mesmo ela estando acordada.

Gina não falava do assunto e também não desgrudava do filho, fora isso estava tudo bem. O Departamento de Aurores estava na mais perfeita paz depois do controle dos rebeldes e Harry tinha mais tempo de cuidar da esposa e do filho. Ele se culpava pelo o que aconteceu, Gina tentava ajuda-lo a esquecer, como ela estava fazendo, mas era difícil. Harry, tanto quando Rony, morreram mil mortes naquela noite.

– Me conte o que aconteceu – Gina pediu de repente a Harry. Era madrugada, James dormia tranquilamente no quarto ao lado. Eles estavam deitados na cama, ele com os braços ao seu redor, ela com sua cabeça apoiada no seu peito. Os dois não conseguiam dormi.

Harry indagou, mas não por não saber do que Gina estava falando. Ele sabia muito bem. Foi mais por surpresa por ela finalmente esta falando disto depois de muito tempo.

– Tem certeza, amor?

– Por favor...

Harry engoliu em seco, mas se pôs a falar.

– Lexie Brian era uma Comensal da Morte, seguidora de Voldemort – Gina estremeceu, Harry a abraçou mais forte – Ela fugiu até aquela noite dos Aurores. A sua sede de vingança a fez cometer tudo aquilo. Ela era louca.

Uma lágrima solitária escapou do olho de Gina quando ela lembrou-se da cena. Harry fez uma pausa para beijar sua testa e depois continuou:

– Ela estava tão louca que não se escondeu, Rony foi o primeiro a receber o chamado. Ficamos desesperados. Viemos atrás de vocês aqui ai ouvimos um grito, vinha do porão e...

Harry não conseguiu terminar, seu coração doía quando se lembrava da forma que encontrara a eterna mulher da sua vida, o seu filho e sua melhor amiga. Gina se inclinou para olha-lo melhor e o encontrou chorando baixinho, ela não se conteve e chorou também. Beijou-lhe forte em uma tentativa de fugir da dor e encontrar o amor, funcionou.

– Gina, me desculpe – Harry soluçava.

– Harry, eu tenho que agradecer você, a Ron e a Hermione. Agradeçer por terem salvando a mim e meu filho – ela disse – Agradecer, ouviu? Não culpar.

– Mas, anjo...

– Shhh – ela colou o dedo indicador na boca de Harry – Acabou, esta bem? Eu estou bem, nosso pequeno James esta bem, Hermione esta bem.

Ele assentiu e a beijou, beijou com vontade, com amor. Gina retribuiu provando caba sentimento da boca do marido. O calor dos seus braços e o desejo de seu beijo deixou Gina totalmente tranquila, como se nada estivesse realmente acontecido, como se fosse um pesadelo já esquecido. Harry a apertou ainda mais, matando todo o tempo que não podia fazê-lo, por causa de seus ferimentos agora curados. Beija-la era como viajar até as estrelas e ficar lá por Merlin sabe quanto tempo.

Gina afastou seu corpo, mas não sua boca, de Harry. Enquanto o beijava, ela subia por completo e cima dele, com uma perna de cada lado de seu corpo. Sem hesitar ele rasgou a camiseta do pijama dela, Gina riu em sua boca. Quando a ruiva se afastou apenas um pouco para poder tirar a camiseta de Harry, ele parou. Observou o tórax nu de sua mulher e beijou lentamente cada cicatriz que ainda insiste em aparecer ali. Ela sorriu com o carinho.

Em poucos minutos, os dois já estavam nus. Seus corpos se encaixavam perfeitamente. Suas pernas entrelaçadas roçavam uma na outra como seda. Sua mãos amarradas uma nas outras afundavam no travesseiro acima de suas cabeças a cada movimento. Os amantes matavam a saudades do corpo um do outro, dormiram apenas quando os primeiros raios de sol já davam o sinal de dia.

Semanas felizes se passaram, a dor era só uma lembrança que com o passar do tempo ia se perdendo devagar.