O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 16
Capítulo 3 - A Vontade de Sauron




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Os dias eram longos e escuros, eu não sentia amor por nada, o amor que sentia pelo meu povo, pelas coisas que amava; simplesmente deixaram meu coração e se transformaram em puro ódio.

Eu estava sozinho, Karick havia partido a mais de três anos, e a única companhia que eu tinha, obrigatoriamente, pois eu não queria ninguém perto de mim, era uma terrível sombra que me perseguia e se manifestava todas as noites em meus sonhos. A sombra que eu havia denominado ser Sauron, não era exatamente Sauron. Houve certa vez que tive um sonho, onde eu era o próprio Sauron, que antes de ser destruído, usei todo o restante de força que havia e libertei minha vontade de mim (sendo Sauron), transformando-a em uma sombra. Então aquela sombra não era Sauron, era simplesmente uma vontade, que ele havia concentrado todo o seu ódio e sua vontade de vingança e a transformado em uma sombra, como uma última e desesperada tentativa de conseguir fugir da destruição. E hoje essa vontade estava dentro de mim, e eu não podia controlá-la. Não demorou muito para que essa vontade dominasse todos os meus sentidos, então por algum motivo, eu voltei para o abismo de Mordor.

Ao chegar ao abismo, o ar não era mais pesado, e aquele ambiente frio e mórbido me parecia agradável. Então caminhei até a beira do abismo olhei para baixo, e disse algumas palavras que surgiram em minha mente, em uma língua que simplesmente aprendi naquele momento, uma língua que nunca havia ouvido antes, era a língua negra de Sauron.

Foram horas de palavras naquela língua, dizendo frases horríveis e que soavam como maldições; e depois eu sentei-me em frente ao abismo e aguardei por dois dias, esperando algo. Ora, uma mão surgiu do abismo agarrando sua beirada, e de lá ergueu-se um ser que nunca havia visto antes, um Orc. Por momento fiquei espantado, ele se curvou perante mim, então me levantei e comecei a caminhar novamente até Minas Tirith, e atrás de minhas costas, um exército começou a sair do Abismo, um exército de milhares de Orcs, e eles me seguiam.

Pelo caminho estava à cidade que antigamente se chamava de Osgiliath, que durante a Guerra do Anel ela foi destruída e reerguida por Aragorn, e assim depois de anos passou a ser chamada de Sinya Caras, que seria “Cidade Nova” em Quenya¹. Uma cidade grande, com grandes construções de rocha, e várias casas de madeira, com também vários comércios e plantações. Grande parte dos alimentos e suplementos de Minas Tirith se derivavam desta cidade.

Os orcs a atacaram sem aviso, e o pânico tomou conta da cidade logo de começo, pois as pessoas haviam esquecido o que eram Orcs, pois haviam sumido por séculos. Muitos correram apavorados para Minas Tirith, dizendo que a cidade estava sendo atacada por monstros, mas a grande maioria não conseguiu fugir.

Eu caminhava pela cidade calmamente vendo-a ser destruída, as casas sendo queimadas junto as plantações; os gritos soavam como música em meus ouvidos, e depois de muitos anos, eu voltava a sorrir e me sentir satisfeito com alguma coisa.

Em frente à cidade, havia uma grande estátua de Aragorn, que foi feita anos após sua morte em sua homenagem. Então sob minha ordem, os orcs lançaram cordas nela e a derrubaram. Não demorou muito para que a cidade estivesse toda sob meu domínio, e também não demorou muitos para o exército de Guildor tentar reivindicar Sinya Caras, mas foi em vão, o número de orcs era muito maior que o dos homens de Gondor, e o número de orcs não paravam de aumentar, pois a cada minuto que passava mais orcs estavam saindo do grande abismo, e todos marchando em direção a Sinya Caras, e foi assim durante o dois dias.

Ora, mandei alguns orcs até terras distantes, e eles de lá voltaram com exércitos de homens gananciosos, bárbaros e ladrões, facilmente enganados por promessas sobre ouro e riquezas, e eles acreditavam fielmente na vitória, pois viam a minha glória por ter dominado Sinya Caras tão facilmente, e temiam o tamanho de meu exército.

Sinya Caras se tornou uma fortaleza negra, lá construímos várias armas e máquinas como catapultas que usaríamos futuramente, e sob lá ordenei aos orcs que construíssem um pequeno trono temporário, um trono alto em cima de uma torre, onde eu conseguia observar Minas Tirith, e desejava obtê-la a qualquer custo. Mas meu exército não era forte o suficiente para conquistá-la, então uma ideia apareceu a minha mente, junto a ela, eu aprendi sozinho vários feitiços negros, como se eu já houvesse nascido com eles em minha mente, e entre eles estavam à junção de espécies.

Então em segredo, eu adormeci nove dos melhores homens entre os Bárbaros e os Ladrões, e os fundi a meus nove melhores orcs, assim criando os Meio-Orcs, que se tornaram meus Tenentes, e incrivelmente habilidosos, e entre eles o mais poderoso e belo era Kazurk, cujo presenteei com uma lança negra. Entre os nove também estava Dwrak, que invejava Kazurk e o odiava, mas temia também o seu poder, porém sempre que podia tentava competir com tal, então a Dwrak também lhe presenteei, com um grande e poderoso machado negro.

Os nove eram poderosos e odiados pelos orcs, pois eram belos e diferentes. Ao começo os orcs se negaram a seguir suas ordens, então uma grande matança aconteceu, e os nove fizeram uma carnificina entre os orcs, matando quase trezentos de seus soldados. Assim os orcs passaram a temê-los, porém nunca pararam de odiá-los.

Alguns meses após dominar Sinya Caras haviam se passado, eu estava pronto para atacar Minas Tirith e talvez saciar minha ganância. Então ordenei que se movessem, e meus tenentes foram à frente. Ao chegar ao portão de Minas Tirith, os orcs começaram a bater seus tambores e soar suas cornetas, o povo de Minas Tirith tremeu. Flechas foram lançadas contra meus soldados, mas escudos foram erguidos por ordem dos tenentes e quase nenhum orc morreu. Nossa marcha começou, e escadas foram lançadas sob os muros, e catapultas com enormes pedras das ruínas de Sinya Caras foram lançadas, e entre essas pedras estavam pedaços da grande estátua de Aragorn. Não demorou muitos para conseguirmos dominar a parte superior dos muros altos de Minas Tirith. Dwrak tentava a todo o momento superar Kazurk, então ele praticamente sozinho conseguiu abrir o portão, massacrando todos os homens que encontrava, e os esmagando com seu grande machado negro.

Os portões de Minas Tirith estavam abertos, e então uma grande chuva começou a cair sobre aquela terra, como se o mundo estivesse chorando por meus pecados.


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Notas finais do capítulo

1 - Quenya é a língua usada pelos elfos.



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