O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 14
Capítulo 1 - Gondoriano




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Enquanto existir a luz, sempre existirá sombra; em tudo que a luz toca, uma nova sombra é formada.

Meu nome é Eithor, vivo em Minas Tirith, reino de Gondor. Hoje é um dia de festa, o filho de nosso rei Guildor nasceu; o povo festejava e o rei sorria, e um grande banquete iria acontecer. Eu estava junto a meu primo, Karick, no meio de uma multidão no jardim principal do reino, próximos a árvore branca.

O Sol estava alto, e o brilho dele batendo nas pedras brancas nossa cidade, dava um tom amarelado naquela tarde.

Após aquela festa, voltei até minha casa; eu morava junto com meu primo. Meus pais simplesmente desapareceram, eles tinham o sonho de explorar toda a Terra-Média, mas houve um dia em que eles nunca mais voltaram. Eu temia em pensar que estavam mortos, por isso não pensava muito sobre isso, simplesmente acreditava que um dia eles iriam voltar, mesmo depois de anos de espera.

Karick vivia ocupado, ele era um dos principais ferreiros da cidade, fazia espadas como ninguém, tanto que foi o próprio quem fez a espada do rei. Karick vivia um amor proibido com uma mulher chamada Théowyn, do reino de Rohan. Então ele sempre viajava para encontrá-la, em lugares escondidos, pois Théowyn era ninguém menos que a própria filha do rei Théogard, de Rohan. Mas o rei não aceitava o amor deles de forma alguma, pois Karick era um simples ferreiro, e ele queria alguém grande para ter a mão de sua filha.

Certo dia, eu olhava os registros de meus pais, admirado pelos lugares descritos por eles. Porém aquele livro não estava completo. Uma das coisas que herdei de meus pais foi à vontade de conhecer a Terra-Média, de explorá-la e concluir o livro que eles nunca terminaram. E sonhava também talvez encontra-los em algum lugar, onde esperavam por mim, um sonho besta eu sei. A Terra-Média é um lugar imenso, e explorar seus limites se tornou meu objetivo, e um dos lugares me chama mais atenção, era Mordor.

Mordor era um grande abismo, diziam que era tão fundo, que se você caísse dentro, só encontraria o solo dias depois, e isso se o veneno do ar não o matasse antes do final da queda. Mas antes não era assim, Mordor ja foi a casa do maior inimigo que Gondor já teve, a casa de Sauron, O Senhor do Escuro. Uma grande guerra aconteceu há muito tempo, e quando o Um Anel de Sauron foi destruído, um grande buraco se abriu ao chão, e tudo que Sauron criou caiu dentro daquele abismo, e assim a existência dos orcs quase foi apagada, sobrando apenas alguns, que se isolaram por medo e assim acabaram sendo extintos.

Então depois de alguns anos eu decidi partir, o primeiro lugar em que iria, era Mordor, pois Mordor não estava descrita naquele livro, e era meu dever completá-lo.

Alguns dias depois, parti de Gondor junto com Karick, ele precisava ir até Rohan novamente ver a sua amada, e eu iria até Mordor, não muito longe de Gondor.

— Mordor? – disse Karick – Mas Eithor, aquilo é somente um abismo escuro e vazio, e dizem também que o ar lá é venenoso, se passar muitas horas lá você morrerá.

— Eu não vou demorar. – respondi a ele. – Vou somente dar uma olhada, e registrar em meu livro. E assim sair o mais rápido possível.

— Você é louco. – disse Karick. – Mas, boa sorte.

Nos despedimos, e ele foi até Rohan, e eu peguei o outro caminho até Mordor.

Após alguns dias de caminhada, cheguei até onde seria Minas Morgul, próximos as montanha de Erhel Dúath, também conhecida como as Montanhas das Sombras, lá eu encontrei uma grande colina rochosa, então eu a escalei.

Peguei meu caderno, e comecei a registrar o que observava; pedras cinzentas e negras, um céu escuro e sujo, e o ar que respirava era pesado, como se a própria terra quisesse te sufocar, e uma terra fria, como se o inverno nunca houvesse terminado naquele lugar. Até o momento estava tudo bem, mas eu precisava de mais detalhes, então subi ainda mais aquela colina.

Ao subir a colina, pude perceber um buraco enorme, que se estendia até os limites de Khand, onde as montanhas terminavam; um buraco negro e vazio, que sufocava só de observar, com uma escuridão até mesmo maior que a própria escuridão, era como estar olhando para o próprio vazio. O ar estava ficando cada vez mais pesado e sufocante, e minha visão começava a perder o foco, pisei em falso em uma rocha solta, comecei a rolar colina a baixo, e meu caderno foi parar a beira do abismo. Eu não podia perder aquele caderno, pois todas as anotações de meus pais estavam lá, e aquilo era a maior lembrança que eu tinha deles. Então me levantei rapidamente e peguei o caderno, e nesse momento eu olhei para baixo, e tentei observar o fundo daquele abismo, então o vazio tomou conta da minha mente, estava tudo escuro, como se a vida tivesse me deixado por alguns instantes. Quando menos percebi, eu estava caindo, caindo em direção ao vazio do mundo. Devido ao ar venenoso daquele local, eu perdi minha consciência antes que encontrasse o fim do abismo.


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