Alinhamento Astral. escrita por Luali Carter, Rocker


Capítulo 11
Capítulo 10 – Recebemos uma visita mais que inesperada


Notas iniciais do capítulo

Heey, povo estamos de volta!! Eu que estou postando, mas não se esqueçam que os capítulos da Luali é a Aléssia (ou Luali, como está seu usuário) que escreve, eu escrevo apenas os capítulos da Charlie. Bem, é só isso, boa leitura!! ;)



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Capítulo 10 – Recebemos uma visita mais que inesperada

LUA

– Que ideia foi essa de ouvir a conversa atrás da porta, Valdez?! – perguntei ainda meio irritada com o que aconteceu.

– Hey, não foi de propósito! Eu e Nico ficamos do lado de fora. Você e Charlie que falaram alto demais. – tentou se defender.

– Vocês não podiam ter ficado quietos?! Tinham que provocar uma briga?

– Lua, o que o Will fez está errado! E a Charlie não tinha ninguém pra defendê-la antes. Agora ela tem amigos.

– Eu sei! É que você ela sabe se defender sozinha. E você podia ter se machucado mais do que isso. – apontei para o Nariz sangrando.

Ele parou na frente do Chalé Três. Leo olhou no fundo dos meus olhos. Ele se aproximou de mim e perguntou: - Você está preocupada comigo?

Antes de responder o fluxo de sangue que saia do nariz dele ficou mais intenso. Corri para dentro do chalé e gritei: - Venha! Temos que tratar desse nariz.

Ele entrou no Chalé em seguida. Eu apontei para uma cadeira e ele foi se sentar. Ele observou em volta do Chalé e o olhar parou na minha cama. Ele olhou para mim: - Você não disse que tinha arrumado as suas coisas?!

– Não ligue pra isso! Vou cuidar do seu nariz. Está doendo?

– Só um pouco. – Leo me mandou um olhar que dizia: “Não pense que vai escapar.”.

Apenas dei de ombros e sentei-me na minha cama pra procurar na minha mochila. Meio desastrada encontrei uma garrafa de Néctar e uma caixinha de Ambrosia. Entreguei pra ele.

– Agora vamos limpar esse sangue todo.

Peguei uma toalha e molhei na fonte. Depois fui até ele e pressionei a toalha no nariz, mas ele fez uma careta de dor.

– Me desculpa! É melhor você fazer isso sozinho. – passei a toalha pra ele. Então me afastei e sentei na cama.

Ele se limpou sem pressa e apenas observei. A ambrosia e o néctar começaram a fazer efeito o nariz dele já estava no lugar e o sangramento tinha parado. Quando terminou ele se levantou e veio para o meu lado.

– Lua, posso te fazer uma pergunta? – Leo pegou minha mão e encarou meu rosto.

– Claro. Pode perguntar. – dei um sorrisinho.

– Me responda apenas se quiser. Mas qual foi o motivo pra você ter entrado na Caçada?

Eu desviei meu olhar. Não gostava de pensar no meu passado. Era triste. Não tanto quanto o de Charlie. Mas envolvia minha mãe.

– Se não quiser me falar, não tem problema. – ele acariciou minha mão tentando me acalmar.

– Não é isso, é que... Minha mãe era uma semideusa, filha de Nyx. Ela cuidou de mim sozinha. Mas quando eu tinha quinze anos ela descobriu que tinha câncer no cérebro e que não viveria muito tempo. Foi quando ela decidiu me contar a verdade sobre quem eu realmente era. Ela me contou toda a história. O nome dela era Liz Carter. Ela me falou sobre o Acampamento e sobre as Caçadoras. Ela disse que procurava a Caçada quando conheceu Poseidon e se apaixonou. Foi aí que ela descobriu que tinha ficado grávida e não podia mais servir à Lady Ártemis. Mas esse sempre foi o sonho dela. E quando ela morreu não pensei em outra coisa que não fosse me juntar às Caçadoras. Por ela que era a única coisa que eu tinha. Eu estava sozinha. E as Caçadoras me acolheram como uma família. – Leo me abraçou e eu estava chorando.

– Sinto muito, Lua, não queria que tivesse sido assim. Mas se tivesse sido diferente, talvez eu não tivesse conhecido você.

Então eu levantei a cabeça do ombro dele. O que ele queria dizer com isso? Ele me soltou e se afastou um pouco. Colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

– Lua, não se preocupe. Aqui você não estará sozinha. Você terá vários amigos. Eu estarei sempre aqui pro que você precisar.

– Obrigada, Leo. Sei que estarei segura aqui no Acampamento. Mais segura do que jamais estive.

Nesse momento estávamos tão próximos que nossas testas estavam se tocando. Eu podia sentir sua respiração no meu rosto. Fui inclinando meu rosto e ele inclinou o dele. Nossos lábios estavam quase se tocando quando a por ta do Chalé foi aberta e Percy entrou. Leo se afastou rapidamente.

– Atrapalhei alguma coisa?! – perguntou Percy com um olhar confuso. Eu o encarei com raiva. Ele deu um passo pra trás.

– Na verdade atrapalhou, sim, Percy. – disse entre dentes.

– Posso voltar depois.

– Não precisa. Eu que vou sair. – Leo se levantou me deixando na cama. Eu peguei sua mão impedindo-o de ir embora.

– Não me deixa sozinha com ele. – Eu implorei pra Leo e apontei com os olhos pra Percy que estava deitado na cama dele.

– Eu estou aqui, sabia?! – disse Percy.

– Então vamos dar uma volta. – convidou Leo.

– Onde você pensa que vai? – Percy perguntou em um tom autoritário.

– Tchau, Percy. Volto daqui a pouco. – respondi sem olhar pra ele. E saí com Leo para a noite escura.

– Para onde você quer ir? – Leo me perguntou.

– Qualquer lugar que não seja lá dentro com o lerdo do meu irmão. - só disse a verdade. Eu não podia encarar Percy na vidinha perfeita que ele tinha.

Leo me levou até a beirada do lago. Sentamos-nos ali e ficamos em silêncio. Eu fiquei pensando no que acontecera no meu dia. O sorriso dele quando me viu lá na forja. O arco-íris lá na praia. A garota abraçando Leo. A tarde que eu passara chorando. Quando Leo passou na minha mesa, depois do jantar. Depois da briga com Will. Ela contando do seu passado para Leo. E o nosso quase beijo.

Quanto eu queria aquele beijo. Como eu amo esse menino do meu lado. Mas ainda eu não podia ter nada disso. Primeiro precisava saber de algumas coisas:

– Leo? – quebrei o silêncio. – Me responda uma coisa?! Você e Hazel têm alguma coisa? Você sabe, vocês estão namorando?

Leo caiu na gargalhada: - Eu e Hazel? Claro que não! Ela namora Frank, um cara grandão que está ajudando Jason a resolver uns problemas no outro acampamento.

– Então, por que ela procurou você hoje mais cedo? – meu rosto estava queimando de vergonha. Meus Deuses me ajudem e que ele não veja.

– Eu já disse que ela teve problemas com os poderes. Somos apenas amigos. Hazel veio me procurar, por conta do que já aconteceu no meu passado. – ele disse em tom de tristeza.

– Não estou entendendo.

– Lua, Hazel morreu com doze anos. Mas quando as Portas da Morte foram abertas ela voltou à vida. Ela conheceu meu Bisavô e era apaixonada por ele quando crianças. Mas isso não importa. Onde quero chegar é quando minha mãe morreu. Ela estava trabalhando e eu estava junto com ela. Já estava tarde e ela ficou pra apagar as luzes. Eu estava saindo quando Gaia apareceu e o galpão pegou fogo. Eu escapei porque sou imune ao fogo, mas minha mãe morreu.

– Odeio quando as pessoas dizem sinto muito quando falo que minha mãe morreu. Eu sei como você se sente sozinho. E isso é horrível. Sinto muito. – Eu abracei Leo com força.

O calor que passava pelo meu corpo era a melhor sensação que eu já experimentara. Queria dizer pra ele o quanto eu o amava. Queria beijá-lo e nunca mais sair de perto.

Mas e o que ele queria? Eu não sei.

Ficamos abraçados por alguns minutos. Quando nos afastamos olhei pra lua que estava linda no céu estrelado. Leo ficou brincando com minha mão e eu encarava a água.

– E seu pai, Leo? Ele já conversou com você? – perguntei só pra quebrar o silêncio constrangedor.

– Algumas vezes. E o seu pai?

– Nunca. Não que me lembre. Só sei que meu pai é Poseidon porque minha mãe era semideusa. E ela me disse.

– Um dia ele ainda irá se comunicar com você. Não se preocupe. – Leo disse num tom acolhedor.

– Obrigada, Leo. – poderia dizer que eu gosto dele, mas não seria o momento. Então me contentei em dar-lhe um beijo na bochecha.

Passou mais um instante até que eu percebi uma ondulação nas águas. Eu fiquei olhando. E fui me aproximando da beirada engatinhando. Estiquei a mão para tocar a água, mas eu perdi o equilíbrio e caí dentro do lago. E uma figura de uma mulher apareceu. Ela apontou pra onde Leo estava:

– O deus dos mares está te esperando com seu amigo.

– O quê?! Meu pai?! – quando perguntei já era tarde, ela já havia ido embora. Eu estava completamente seca e respirando embaixo da água. Eu era filha de Poseidon e pelo que eu entendi, ele estava me esperando ao lado de Leo.

Então nadei até a superfície para me certificar que era verdade. Saí do lago e logo vi duas figuras. Uma que eu rapidamente reconheci como sendo Leo e a outra eu não precisava nem olhar pra sentir que era meu pai. Poseidon emanava uma sensação de calmaria e tranquilidade dignas de um pescador.

– Lua, você está bem? – preocupou-se Leo. E veio em minha direção.

– Acho que sim. Tirando a Náiade lá no lago. Ela me disse que meu pai estava me esperando com você.

– Ela estava certa. – O homem que correspondia a segunda figura veio ao meu encontro. Poseidon era alto e forte, tinha a pele bem bronzeada de sol e olhos bem verdes e seus cabelos castanhos eram rebeldes como as ondas do oceano. – As náiades quase nunca erram.

– E que você quer depois de tantos anos? – eu tinha o direito de saber. – Por que não me visitou antes?

– Você se virou sozinha muito bem. Até a hora que decidiu abandonar a Caçada por uma coisa tão ridícula. – respondeu Poseidon. – Hoje eu vi você na praia com esse garoto. Não gostei nada do que eu vi lá no Chalé, tampouco. E nem do que vocês estavam fazendo agora.

– Você some por anos, eu nunca tinha te visto na minha vida, e agora quer bancar o pai protetor e ciumento?! Comigo não cola, papai. - eu falei em tom de ironia.

– Pega leve com ele, Lua. Ele é um deus. E é seu pai. – Leo tentou amenizar, mas não conseguiu. Eu peguei a mão dele e apenas disse:

– Leo, deixa que eu resolvo. Hein, Poseidon, não vai me responder?

– Bem digamos que ter abandonado a imortalidade por isso aí não foi um ato muito inteligente, minha filha. Mas não vim aqui só pra fazer você enxergar o seu erro. Vim trazer-lhe um presente.

Ele procurou alguma coisa nos bolsos das bermudas. E encontrou uma caixinha de veludo azul. E me entregou.

– Se acha que vai me comprar com presentes, pode esquecer. Eu não quero.

– Luali, não se trata de um presente qualquer. Agora que você não pertence mais às Caçadoras tenho que te deixar mais protegida. Isso é apenas uma espada pra você usar em combate corpo a corpo. Eu sei que prefere arco e flecha, mas é pra você não ficar como daquela vez no Central Park, quando o Meninão aí salvou você.

Eu dei uma olhada pra Leo, apenas pra saber se ele tinha entendido que era o motivo pra eu desistir da Caçada. Mas ele estava com um olhar confuso.

– Obrigada, eu acho. Mas como funciona? Uma espada não pode caber dentro de uma caixinha de joia. – eu disse abrindo o pequeno objeto na minha mão e dando de cara com um anel de dois dedos com um tridente de esmeralda.

– Apenas coloque nos dedos e quando tirá-lo novamente se transformará em uma espada. – Respondeu meu pai sem tirar os olhos de Leo. – Minha filha, como pode gostar disso?

– Por favor, pare com isso. Não quero falar disso. Agora não. – supliquei.

– Tudo bem, mas me prometa um dia ir me visitar. Vá com Percy, aquele garoto está me devendo uma visita. O Tyson não para de me pedir pra ver o irmão.

– Quem sabe um dia?! Talvez você me explique algumas coisas. – Disse abrindo um meio sorriso que dizia: “ou você me conta ou nada feito”.

– Quem sabe?! Até logo, Luali. E adeus Leo Valdez. – dito isso ele desapareceu e me deixou sozinha com Leo outra vez.

– Lua? Por que você deixou a Caçada? – perguntou ele com uma carinha quase irresistível. Quase.

– Leo, estou cansada e essa é uma história longa, se importa de eu contá-la outra hora? – tentei fugir do assunto. Por sorte ele engoliu a minha desculpa.

– É, realmente foi um longo dia. Eu também preciso descansar. Vamos, te acompanharei até seu Chalé.

Ele passou um braço sobre meus ombros e eu abracei sua cintura. Fomos abraçados até a porta do meu Chalé. Lá ele apenas deu um beijo no alto da minha cabeça para se despedir.

– Boa noite, Engenhoca Ambulante.

– Sonha comigo, Pequena Sereia. – assim ele foi embora e eu entrei para o Chalé Três.

Percy já estava dormindo. Eu coloquei meu anel nos dedos da mão esquerda. Quando o tirei novamente uma espada de bronze celestial se ergueu na minha mão. O punhal tinha o mesmo tridente do anel. A lâmina de fio duplo. Toquei o tridente com os dedos e a espada voltou à forma de um anel. Fui até a fonte de água no canto e agradeci a Poseidon. Depois deitei na cama e a última coisa que me lembro foi da imagem do meu quase beijo com Leo voltando à memória.


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