A primeira coisa que eu fiz foi colocar o meu diário na mochila e depois que fui me arrumar para ir à escola.

E mais uma vez eu avisei a minha mãe que iria a pé, aquela experiência tinha sido muito boa para mim, ela reluta um pouco, mas acaba cedendo.

Coloco a minha mochila no ombro e amarro novamente uma pituca no meu cabelo, pois tinha caído.

Enquanto estou andando sinto alguém do meu lado, olho para o lado e vejo Andrei, o personagem principal do meu diário.

_ O que você está fazendo aqui? – Pergunto desviando o olhar para o chão.

_ Iria te fazer a mesma pergunta. – Revida ele, continuando a andar do meu lado.

_ Eu gostei dessa experiência, e pretendo repetir pelo resto do ano.

_ Acho que isso é bom, significa que você está começando a mudar.

_ Você é um idiota. – Digo andando mais rápido e o deixando para trás.

_ Ei – Grita ele me alcançando e colocando a sua mão sobre o meu ombro. – Espera, eu só queria te pedir desculpas pelo o meu comportamento de ontem, e estava pensando se você não quer participar da nossa banda para o festival.

Eu devia estar sonhando, pois nunca imaginei que ele poderia dizer isso.

_ Você está falando sério? – Pergunto parando de andar e olhando seriamente para ele.

_ Sim. – Diz ele sorrindo.

_ E qual foi o motivo dessa sua mudança repentina?

_ Eu tenho que reconhecer que a sua voz é muito boa.

_ Obrigada, e sim eu aceito.

_ Tudo bem, ensaio hoje na hora do intervalo. – Diz ele recomeçando a andar.

_ O.K, senhor Andrei.

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_ Garotas, eu não vou poder passar o intervalo com vocês.

_ De novo? – Pergunta Carol colocando as mãos na cintura.

_ É Carol, de novo, e não perguntem, pois não irei falar.

_ Tudo bem, mas vê se volta viu? – Pergunta Milena dando um sorriso.

Respondo dando um sorriso de volta e correndo em direção a sala de teatro.

_ Pensei que não viria. – Diz Andrei.

_ Pensou errado. – Revido.

Eu sei que estava sendo rude demais com ele, mas mesmo gostando dele eu não queria me envolver, estava com medo do que poderia acontecer.

_ Bom, o que eu tenho que cantar? – Pergunto já me posicionando no centro do palco.

_ Eu estava pensando em Radioactive. – Diz ele.

_ Sério? Eu adoro essa música, então vamos. – Respondo toda sorridente, não era nada demais, mas a minha voz até que ficava bonita nessa música, então começo a cantar.

I'm wakingup to ash and dust
I wipe my brow and I sweat my rust
I'm breathing in the chemicals
I'm breaking in, and shaping up
Then checking out on the prison bus
This is it, the apocalypse, whoa

I'm waking up, I feel it in my bones
Enough to make my systems blow
Welcome to the new age, to the new age
Welcome to the new age, to the new age
Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive
Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

I raise my flag, and dye my clothes
It's a revolution I suppose
We'll paint it red to fit right in, whoa
I'm breaking in, and shaping up
Then checking out on the prison bus
This is it, the apocalypse, whoa

I'm waking up, I feel it in my bones
Enough to make my systems blow
Welcome to the new age, to the new age
Welcome to the new age, to the new age
Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive
Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

All systems go, the sun hasn't died
Deep in my bones, straight from inside

I'm waking up, I feel it in my bones
Enough to make my systems blow
Welcome to the new age, to the new age
Welcome to the new age, to the new age
Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive
Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

_Caraca, a sua voz é muito linda! – Diz o mesmo garoto que estava na bateria antes, e todos, menos o Andrei concordaram.

_ Obrigada, agora acho que temos que voltar para a sala. – Digo diretamente ao Andrei, já que era só ele que estudava na mesma série que eu, pois os outros eram tudo do terceiro ano.

_ Acho que sim – Responde ele guardando os instrumentos com os garotos.

Não sei o porquê, mas resolvo esperá-lo na porta, quando ele termina de arrumar tudo vem em minha direção.

Enquanto estamos andando para a sala bem devagar ainda por cima, ele diz:

_ Tenho que admitir que a sua voz é muito linda. – Aquilo me deixa ruborizada.

_ Obrigada eu acho, pois vindo de você é um grande avanço. – Respondo dando um riso.

_ Ei, eu não sou tão mau assim. – Responde ele também dando um sorriso.

_ Claro que não, você é super legal. – Falo ironicamente.

_ Ei. – Diz ele me cutucando. – Estamos pensando em ensaiar lá na minha casa, você pode ir?

_ Me deixa adivinhar, vai ser na garagem? – Pergunto.

_ Como adivinhou?

_ É sempre assim.

_ Então, você pode ir?

_ Acho que sim.

_ Então está marcado, às duas da tarde, pode ser?

_ Pode.

_ A propósito, você sabe tocar algum instrumento?

_ Violão.

_ Você pode trazer?

_ Você não perguntou se eu tenho, mas sim, eu posso trazer.

_ Então beleza.

E assim entramos na sala, para a minha total sorte, todos já estavam sentados e com a professora sentada em sua cadeira batendo o pé e nos olhando de cara feia.

_ Isso é hora de chegar do intervalo? – Pergunta ela apontando para o seu relógio de pulso. – Não precisam nem responder, por favor, sentem-se.

_ Ei Mel, se deu bem em. – Diz um babaca lá do fundo, então só de sacanagem dou uma piscada de olhos para ele, o que faz com que todos assoviem, os meninos é claro.

_ Cheguem de barulho, agora as apostilas já chegarem, poderemos entrar no conteúdo novo. – Diz a professora, mas nem escuto direito, pois vejo que Andrei está me encarando descaradamente.

O que eu tinha feito de errado dessa vez?