Mystic Falls escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 17
A ida com Stefan ao shopping


Notas iniciais do capítulo

eu amooooooo esse capitulo. é o maior da fic, e é um dos meus preferidos :3 espero que gosteeeeeeeeem, beijocas



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V

Fui direto para quarto do Stefan. Respirei fundo, tomei coragem e bati na porta. Depois de alguns segundos ele abriu. E ele estava com o cabelo molhado, a água escorrendo do pescoço até a barriga. Não olhei, mas dava para ver que ele estava só de toalha. Não me atrevi a seguir com o olhar os pingos d’água. Concentro-me em seu rosto.

–Chegou em boa hora. – ele me disse, me dando um sorriso largo.

–Quê? - eu perguntei. Ele riu.

–Eu to sem roupa já, só falta você tirar a sua. – ele olha para mim de cima a baixo, parando o olhar nos meus seios. Cubro-os com os braços.

–HAHA. Muito engraçado Salvatore. Eu vim... – mordi os lábios. –Eu vim te pedir um favor.

Ele levantou uma sobrancelha, e me olhou com cara de malicia.

–Não é nada impróprio Stefan. – ele relaxou os braços e fez cara de desapontado.

–Que foi então? – o tom dele era impaciente, mas decido não voltar atrás. -Pode entrar Valentina!

–Não... valeu. - Olhei pra ele desconfiada. Ele riu.

–O quê? Não confia em mim? –ele riu ainda mais.

–Não, nem um pouco.

–Garota esperta.

–Enfim, o favor que eu quero te pedir é pra você ir comigo pro shopping aqui perto. – olhei pra ele com medo da resposta. Ele se mantinha neutro.

–Por que você não pede para o Blaine? Ele não é o cara legal da historia toda? – ele sorriu. Respirei fundo.

–Stefan, por favor. Nem precisa ficar lá comigo, é só me deixar lá. Depois eu resolvo pra voltar. – eu disse sorrindo. Ele continuava sério.

–Não sei Valentina. – falou com os braços cruzados;

–Stefan, por favor. Você sabe que eu só te pediria se fosse importante mesmo pra mim.

– Quando tá com o Blaine você simplesmente esquece-se de mim. Eu só existo quando você precisa. Eu não vou com você. – ele disse, friamente. Naquele momento um misto de raiva e culpa me toma.

–Olha Stefan esquece. Tá bom? Eu só pedi pra você me dar uma carona, mas eu vou sozinha. Eu não vou ficar aqui te implorando de joelhos.

–Ótimo. – ele disse de braços cruzados.

–OTIMO! – e sai andando, e batendo os pés.

Imediatamente dou meia volta, indo de novo ao encontro dele, que ainda estava encostado na porta.

–Por favor, vai! – fiz bico e colei minhas mãos uma na outra. Ele suspirou, revirou os olhos e disse:

–Tá, tá bom. – o abracei forte, depois eu percebi que ele tava de toalha e todo molhado. Recompus-me rapidamente, um pouco envergonhada, confesso. Ele riu alto.

–Eu vou colocar uma roupa, que entrar?– ele sorriu como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

–Vai logo Stefan. - O empurrei pra dentro do quarto.

Cinco, dez, quinze, vinte, vinte e cinco minutos, e nada de Stefan aparecer. Bati forte na porta dele.

Ele abriu a porta impaciente.

–Como você é chata!

–Nossa e você é muito diferente né? – revirei os olhos. – Vamos logo!

Ele entrelaçou meu braço no braço dele, me conduzindo até o portão principal, onde tinha o estacionamento.

–Fica aqui. Eu vou conseguir um carro pra nós dois – ele sorriu e saiu andando, sem nem dar tempo de eu perguntar a ele como assim conseguir um carro.

Depois de 2min lá estava Stefan, com chave do carro na mão e um sorriso no rosto.

–De quem é esse carro? – eu falei com os olhos cerrados. Eu só sei que não é dele.

Ele não disse nada, apenas acionou o alarme, pra saber onde o carro estava, por que nem sequer sabia qual era. Revirei os olhos e movi a cabeça dele em direção ao carro, do lado norte do estacionamento.

–Eu já sabia! – ele disse

–Uhum, já sabia.

Nós dois andamos em direção ao carro, Stefan abriu a porta pra mim. Eu agradeço e entro. O carro tinha um cheirinho delicioso de novo e seu painel era lindo.

–Você roubou esse carro né? – eu disse, assim que ele entrou.

–Relaxa Valentina. Digamos que eu... Peguei emprestado sem o proprietário saber, e vou devolver a ele antes que ele dê por falta. – ele sorriu pra mim. Eu não me sentia confortável num carro roubado. Quem não garante que o proprietário ‘’dê por falta’’ antes de nós chegarmos? Esse pensamento fez com que eu começasse a suar pelas mãos e meu estômago começar a queimar.

–Stefan...

–Apenas. Relaxe. – ele ordena com uma voz calma e tranqüilizadora, me fazendo (por um milagre divino) esquecer um pouco do crime que estamos cometendo.

Depois de um bom tempo ouvindo algumas músicas da playlist do Stefan, eu adormeci, tendo um sonho no mínimo estranho.

Eu estava correndo num campo, o sol estava brilhando e no céu não havia nenhuma nuvem. O campo estava verdinho e florido, havia girassóis por toda a parte. Eu usava um vestido branco estilo grego, bem bonito por sinal. Ele era tão leve que quase não sentia que estava vestida nele. Continuava a correr, sentindo o ar fresco invadir os meus pulmões, e me sentia tão livre que era capaz até de voar. Nunca estive tão feliz na minha vida, eu ria e continuava a correr, sem me cansar. Até que nuvens apareceram e cobriram o sol. O céu ficava cinza, ameaçando a chover. Uma névoa cinza e fria tomava conta do ar. Os girassóis haviam murchado, a grama estava seca e meu vestido sujo de lama. Respirar não era tão fácil como antes. Avistei lá longe uma pessoa, meio que agachada. Tentei correr, não tendo muito sucesso. A lama me impedia de me movimentar. Fui andando devagar até a figura misteriosa, que tomava uma forma masculina cada vez que mais. A pessoa estava de costas pra mim, agachada, como se estivesse com a cara no chão. Olhei pra aquilo confusa. Estava chegando mais perto e vi que o homem agachado na verdade era o Stefan. Paralisei, assustada. Chamava ele? Respirei fundo.

–Stefan...? – ele paralisou. Virou devagar pra mim. Cheguei pra trás caindo na lama. O rosto dele estava de uma forma que eu nunca vi antes, os olhos dele estavam vermelhos, sua boca escorrendo sangue.

–Não. Chegue. Perto. – ele disse pausadamente, chegando pra trás. Ele tinha virado as costas e tinham saído andando rapidamente. Não o obedeci. Levantei pra perguntar o que estava acontecendo, toquei no braço dele, nesse momento ele virou bruscamente pra mim, me mostrando seus dentes e soltando um rugido feroz.

Despertei dando um grito, acho que alto demais, e o Stefan virou o carro bruscamente, quase batendo em um caminhão. O motorista buzina ferozmente, soltando meia dúzia de xingamentos ao passar. Stefan para no acostamento rapidamente e se vira para mim.

–TÁ FICANDO LOUCA? NÃO É POR QUE EU SOU UM VAMP... – Stefan se corrigiu - QUE MERDA VALENTINA VOCÊ ME DEU O MAIOR SUSTO!

–VAMPIRO! VOCÊ IA DIZER VAMPIRO NÃO É? PODE DIZER! – eu disse, gritando com ele, batendo em seu peito

–TÁ MALUCA MULHER? VAMPIRO? – Stefan parecia confuso.

–NÃO SE FAÇA DE DESENTENDIDO. EU SEI O QUE VOCÊ É STEFAN! EU SEI QUE VOCÊ É UM VAMPIRO!

–Você só pode tá me zoando né? – ele me olhou indignado.

–Você só pode tá me zoando né? – eu disse, tentando imitar sua voz. Ele gargalhou. Ignorei-o rindo de mim – Eu sei o que você é. Eu acabei de ter um sonho e você quase dizia que era um vampiro!

–Valentina, pelo amor de deus. Vampiros, duendes, bruxas, pote de ouro no fim do arco-íris, unicórnios, magia, e fadas NÃO EXISTEM. Se eu acreditasse em todo sonho sem sentido que eu tivesse já teria matado todo mundo!

Respirei fundo. Ele tem razão. Eu nunca liguei pra os sonhos que já tive, por que estava ficando tão obcecada agora? Apenas cruzei os braços e fechei a cara. Tentei me concentrar na paisagem, que agora tomava uma forma mais urbana.

–A gente já tá chegando – ele disse virando pra mim sorrindo. O ignorei e continuei olhando pra janela.

Depois de uns 10min ele parou o carro.

–Quê?

–Eu vou deixar o carro aqui e a gente vai andando. – ele sorriu. Saí do carro junto a ele.

–Por que você simplesmente não coloca o carro no estacionamento do shopping? – eu perguntei. Ele respirou fundo.

–Valentina, o shopping que a gente vai não é bem o shopping que você está pensando. Na verdade nem é shopping. É uma rua com um monte de lojas! – ele sorriu, fingindo entusiasmo.

–Tá, se é o que temos... – dei de ombros

–Vem cá com seu vampiro, vem. - ele disse, puxando meu braço e rindo.

Me soltei dele, indo na frente. Aí e lembrei que não sabia o caminho.

–Hum, Valentina, não é por aí não! –Fui até ele, tentando manter a calma. Segurei em seu braço enquanto nós virávamos a esquina, onde dava pra a tal rua.

Até que era bonita. O asfalto era impecável. Não passava nenhum carro pela rua sem saída. Tinha palmeiras espalhadas e pessoas bonitas, cheias de sacolas. Tinham lojas de grife por todo canto.

–Vai pra onde primeiro?

–Não sei... Hayley disse que era só eu comprar o tecido que ela faria o vestido.

–Loja de tecidos, então. Avante!

Stefan perguntou a uma senhora que estava sentada num banco onde a tal loja se encontrava, ela apontou pra onde devemos ir, e depois de alguns metros chegamos lá.

A loja tinha tecidos por toda a parte, até no teto tinham penduradas. Toda aquela bagunça e aquele cheiro me deixaram um pouco tonta.

–Olá! Em que posso ajudá-los? – uma mulher magra e alta de cabelos pretos nos disse, falou no plural, mas só olhou pra Stefan quando nos atendeu. Ela sorria maliciosamente pra ele. Pus-me na frente de Stefan.

–Eu quero um tecido que ressalte o meu corpo e que de preferência seja preto, por favor. – eu disse rispidamente pra ela. Ela levantou a sobrancelha, e eu pus a mão na cintura. Stefan dava risadinhas atrás de mim.

–Eu vou procurar.

–Ótimo.

–Você não tem jeito mesmo né? Ser barraqueira já tá no seu sangue – ele riu, e o mostrei o dedo do meio. – Vem cá, esse lance de tecido que fique colado no seu corpo... Tudo isso é por Blaine?

Em outras situações diriam a ele um ‘’não te interessa. ’’ Mas já que ele me levou até aqui...

–Não exatamente... – tentei parecer simpática com ele. O que era difícil.

–Boa tarde. – outra funcionária falou para a gente. – Minha colega não pode atender-los agora, mas eu posso ajudá-los.

Repeti minhas preferências para ela, e ela voltou me trazendo várias opções.

Ela me mostrou vários, enquanto Stefan estava sentado em uma das cadeiras, lendo uma revista. Eu optei por levar um monte, já que não sei o que a Hayley realmente tem em mente.

Fui até o caixa, e passei o cartão que meu pai tinha me dado antes de eu ir pra o internato.

–Vamos? – perguntei pra o Stefan, que estava concentrado na revista. – Alô-ou? – revirei os olhos e tomei da mão dele. Franzi a testa. Ele tava concentrado num anuncio de roupa masculina? Ao perceber minha cara de confusa, ele indaga:

–Esse cara aí de cabelo preto é meu irmão. Damon. – ele parecia triste, eu fiquei boquiaberta. Aquele cara era muito... Como é a palavra mesmo...? Ah, MUITO GOSTOSO.

–AI.MEU DEUS. ESSE É SEU IRMÃO? SÉRIO MESMO? ELE É MUITO LINDO. STEFAN, VOCÊ É MUITO MEDIOCRE PERTO DELE. AI MEU DEUS. – tá, Stefan era do mesmo nível do tal Damon, mas eu adoro irritá-lo.

Ele tirou a revista da minha mão e me levou embora, tive que pegar correndo as sacolas.

–Como você se sente sendo o irmão feio? – eu fingi que minha mão era um microfone, encenando uma entrevista. Ele riu. – Por que você nunca fala dele?

–Nós não nos damos muito bem...

–Por quê?

–Ele é um cretino. Chega de perguntas né? Vamos comer alguma coisa.

Ele me arrastou pra um restaurante, pediu um pedaço de torta para mim e duas latas de refrigerante pra nós dois. Sentamos em uma das mesas.

Ele parecia pensativo, distante até mesmo um pouco triste. Eu não gostava de vê-lo assim. Não mesmo.

–E então vampiro, você vai pro baile? – tentei brincar com ele, sorrindo, e ele deu um sorriso torto.

–Não sei, - ele deu um gole no refrigerante. – a Taylor me convidou.

Meu rosto queimava de raiva, e ao perceber o fogo nos meus olhos, e riu.

–Por que você a odeia tanto hein?

–Por que ela nasceu. – eu sorri pra ele. – Mas... Você vai mesmo com ela? – meu olhar implorava um ‘’não vai, por favor. ’’

–Não, não vou – suspirei de alívio – ela é bonita, talvez até mais bonita que você, mas ela é chata demais! – ele riu. Eu cerrei os olhos. Como assim mais bonita que eu?

–Sabe o que eu acho? Que você deveria comprar um vestido. – ele disse e eu dou uma garfada na minha torta.

–Você não entendeu o que a gente veio fazer aqui não? Eu já comprei os tecidos e..

–Eu entendi. Mas sei lá, vai que o vestido que a Hayley fizer ficar horrível? – é verdade. Eu nunca vi nenhum vestido que a Hayley fez até agora, apenas seus esboços.

–Você tem razão. Mas ela pode achar que eu não confiando nela... sei lá.

–Ah, qual é! Ela vai entender, e se o vestido que ela fizer ficar bom, você guarda o que a gente comprar agora pro próximo baile! – ele piscou.

–É, você é chato, mas até que é inteligente! Vamos comprar então! – eu disse animada.

Assim que terminamos, Stefan pagou a conta e saímos.

Andamos um pouco e ficamos vendo quais vitrines pareciam ter vestidos mais bonitos. Entramos em uma loja que era muito diferente da ultima loja em que passamos. Essa loja era limpa e iluminada, e até chique, eu posso dizer.

–Boa noite! – uma senhora elegante nos atendeu. Eu ia corrigi-lá, mas olho para fora e vejo que já tinha anoitecido. – O que estão procurando?

–Eu estou procurando um vestido pra ir a um baile...

–Um baile é? Ah, como eu os adorava na época do ensino médio... Você tem preferências docinho?

–Hum, na verdade não. Eu só vim ver se tinha algum bonito aqui, sei lá – eu ri sem graça ela riu também.

–Venham por aqui vocês dois. – ela nos conduziu a uma parte da loja onde tinha vários vestidos lindos. – Fique a vontade para escolher!

–Obrigada. – eu sorri.

O Stefan tratou logo de achar uma cadeira. Eu procurava por alguns, mas era difícil. Cada um mais bonito que o outro! Eu provei vários. Nem eu nem o Stefan gostávamos do que eu vestia. Alguns ficavam muito curtos, outros, muito longos. Alguns muito decotados, outros muito puritana.

Até que encontrei um vestido perfeito. Stefan ficou boquiaberto assim que saí do provador. Ele não conseguiu dizer uma palavra, e isso foi legal.

–Então, me diz o que acha. – respirei fundo.

–Eu nunca te vi tão bonita. Eu nunca vi uma garota tão bonita em um vestido. – ele parecia sincero, aquilo me deixou um sorriso permanente, aqueles difíceis de conseguir tirar do rosto.

–Hum, acho que é esse então. – ele abriu um sorriso largo, indo em minha direção.

–Você vai ser a mais bonita do baile – ele me disse, enquanto olhava nos meus olhos. Seu olhar era tão penetrante que me senti nua na sua frente, de tanta vergonha.

–E-eu vou pagar e a gente vai embora! – eu me esquivei dele, levando pro caixa.

Como ele podia me deixar desconcertada apenas com um olhar?

– Quanto é mesmo? - Perguntei pra moça atrás do balcão.

–Esse é dois e quinhentos. – ela sorriu. Quê? Como assim?

–Eu não entendi.

–2 mil e 500 amor. – ela sorriu.

–Ahn, é, deixa pra depois então. – eu sorri pra ela, mas por dentro eu tava xingando a loja por vender coisas tão bonitas e tão caras.

–O QUÊ? – Stefan deu um grito do outro lado da loja, chamando atenção de todo mundo. –Não Valentina, você tem que levar esse vestido! – revirei os olhos.

–Stefan... – eu sussurro ao chegar perto dele - eu não tenho dinheiro entendeu? Esse cartão tem o limite de pouco mais de dois mil reais. E eu me empolguei um pouco na outra loja – suspiro, me arrependendo disso. - Deixa pra lá. A Hayley faz meu vestido e pronto! – puxo sua mão em direção à saída.

–Não, não e não! Me espera lá fora que eu dou um jeito. – como assim dar um jeito? Vai roubar o vestido também? Dei de ombros e saí da loja, um pouco decepcionada, sentando num banco de madeira.

Um cara bonitão veio em minha direção, ele parecia um pouco tonto, talvez bêbado. Tentei não fazer contato visual com ele, mas sentou do meu lado. MERDA, MERDA, MERDA.

–Oi. – ele disse, sorrindo presunçosamente. Eu podia sentir o cheiro da bebida e pele suja.

–Hm, oi.

–Você é bem bonita sabia? Bem... – ele lambeu os lábios – bem gostosa – ele ria sem parar, e colocou a mão na minha perna.

–Você pode tirar a mão de mim? – eu tirei a mão dele da minha coxa.

–AH, qual é! Eu sei que você quer. – ele se aproxima de mim, e antes que eu possa me esquivar ele me prende em seus braços. Beijava meu pescoço, meio que me lambendo. Seguro a minha vontade de botar para fora o pedaço de torta. Eu tentei empurrar ele, mas ele me pressionou contra o banco, não me deixando sair. Ele apertava minha perna forte, e eu gritava ‘’me larga’’ olho em volta, mas de repente a rua não está mais movimentada como antes, me desespero e começo a bater nele, mas não surtia efeito nenhum. Aí o Stefan saiu porta a fora da loja, muito irritado mesmo. Ele pegou o cara que estava em cima de mim e o segurou pelo pescoço no ar, como se ele fosse um saco de farinha. O rosto do homem já estava ficando roxo quando Stefan o largou no chão, sem dó nem piedade. Posso até dar um palpite que ele quebrou algum osso. Eu fiquei boquiaberta com aquela cena. Stefan ainda estava com os punhos cerrados. Eu não conseguia me mexer.

–Vamos embora daqui. – ele me puxou pelo braço, mas eu não levantei.

–A gente vai deixar ele aí no chão?

–Prefere levar pra casa? – ele falou ironicamente... Sua expressão era de pura raiva, então o obedeço, minhas pernas ainda meio bambas por todo aquele susto de um cara quase me beijar a força. Minha respiração ainda estava descontrolada, mas as batidas do meu coração começam a se acalmar. Engoli em seco. Assenti com a cabeça, seguindo ele, fomos em silêncio até o carro.

Quando ele sentou no banco, apoiou a cabeça no volante, respirando fundo. Nunca o vira tão nervoso.

–Me desculpa. Eu fui grosso com você – ele me disse, ainda com a cabeça no volante. Acariciei suas costas num sinal de ‘’não foi nada’’.

–Valeu Stefan. Aquele cara tava transtornado. Você... Me salvou. – ele sorriu de leve, suspirei de alívio por ele estar voltando ‘’ao normal’’.

–Ah, consegui seu vestido – ele pegou a sacola do banco de trás me entregando. Deixei a sacola de lado e dei um abraço nele. Aquele abraço significava o quão eu estava agradecida de ele chegar na hora certa, e de ter se arriscado para me tirar dos braços daquele nojento. Ele me aperta forte, tão forte que fico sem ar e uma das minhas costelas estala. Mas não me importo. Queria que ele me apertasse mais ainda, até eu sumir em seus braços. ´

Nós nos afastamos bem devagar, ambos olhando-se nos olhos. Nossos rostos estavam muito perto e em um ímpeto, avancei, colando meus lábios nos dele. Eram macios e ao mesmo tempo firmes, e com certeza convidativos. Por um segundo senti meu corpo inteiro formigar, senti um frio na barriga, e meu rosto queimar, me afasto ao som de um estalo provocado por nossas bocas. Depois voltei pro meu lugar. Mesmo durando dois segundos, foi um beijo. Tentei disfarçar olhando pra barra do meu short. Não o olhava no rosto, mas pude vê-lo sorrindo e ligando o carro. O que aconteceu comigo? Essa foi uma das situações em que pareceu que eu não tinha controle sobre mim mesma. Sinto meu rosto arder, e percebo olhando no retrovisor que eu estava vermelha.

Passamos a metade do caminho calados. E eu me xingava o tempo inteiro por ter o beijado.

–Aquilo foi legal hein – ele disse, se segurando pra não rir.

–A-aquilo foi somente um surto de insanidade. Nada mais. – ele riu e eu o empurro com a mão.

–Acho que vou começar a te salvar mais vezes...

–Pode até tentar, mas esse beijo não vai se repetir. No máximo, um obrigado.

–Mas não custa nada tentar, não é?

Tentei esconder o pequeno sorriso que se formava em minha boca.

Passamos a viagem inteira cantando musicas do Green Day, que por acaso era minha banda favorita, e do Stefan também. Fomos conversando sobre nossas músicos preferidas e sobre os membros mais legais da banda. Por alguns instantes esquecia o beijo, mas quando eu olhava para os seus lábios novamente lembrava do que tinha feito e sentia vontade de fazer mais ainda.

Chegando ao colégio, sinto uma leve decepção, afinal eu adorava passear de carro e também... Também por que eu queria ficar mais tempo junto a Stefan. Saímos do carro e eu peguei as sacolas, me espreguiçando.

–Eu tenho que devolver isso. – ele mostrou chave rindo, não pude nem dizer ‘’vai lá’’ e ele já estava correndo pra dentro do prédio. Alguns minutos se passam e me pergunto se ele tinha sido pego, mas a preocupação passa quando o vejo correndo na minha direção com um sorriso travesso nos lábios.

Ele pegou as minhas sacolas e fomos juntos em direção ao meu quarto. Parando na frente da porta ele me entregou as sacolas. Suspirei.

–Foi legal sair com você Stefan – falei, sendo sincera. – Valeu. Pelo vestido, pela carona, pelo cara bêbado...

Ele sorriu, assentindo com a cabeça

–A gente poderia repetir isso algumas vezes!

–É talvez – em minha mente eu exclamava: “SIM, SIM, SIM!”. – Hum, até amanhã. – eu sorri pra ele. Eu não ficava muito a vontade em beijar seu rosto de novo, então simplesmente entrei no quarto depois que ele retribui o boa noite.

Caí na cama, exausta.


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Notas finais do capítulo

o que acharaaaaam?



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