Blood Slaves escrita por Jéssica Aurich


Capítulo 13
Beijo do vampiro - Edward's P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas estou de volta o/
Infelizmente, ainda não com as notícias que eu esperava, maaaaaaas... Faz parte.

Enfim, prometi Edward POV, e aqui está. Espero que assim todos possam entender ele um pouquinho melhor. Ah, e a Raven finalmente aparece para dar um oi! Espero que gostem.

Boa leitura ♥



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Edward’s P.O.V.

Tudo o que eu queria fazer era pegar Isabella e drenar todo o seu sangue até não sobrar uma gota sequer. Seria fácil, ela estava sozinha em casa. Depois poderia facilmente montar a cena de um crime qualquer, incriminar um serial killer inexistente, como eu já tinha feito tantas vezes. Mas alguma coisa me impediu, como também me impediu na primeira vez que a vi. E eu sabia muito bem o que era aquela coisa, o que só me deixava com mais raiva.

Segui da casa da Isabella para Taholah. Precisava ver Raven novamente, matar a minha sede antes que eu fizesse besteira.

Quando cheguei na cidade fui direto para a escola, onde eu sabia que a encontraria. Ela estava sentada no mesmo lugar onde a vi pela primeira vez, sob o carvalho do pátio, mas ao contrário daquele dia, estava cercada por três garotos, e senti que todos os outros alunos e alunas, vez ou outra, desviavam seus pensamentos para ela.

— Ray. Espero não estar interrompendo nada. — Ela estava rindo de alguma coisa que um dos garotos tinha dito, aquela risada estranha dela que fazia todos ao redor rirem também.

— Edward! — Ela se levantou assustada. Cheguei bem perto dela e sussurrei em seu ouvido.

— Tem problema você matar aula hoje? — Ray suspirou e revirou os olhos.

— Meninos, vou precisar dar uma saída. Se alguém perguntar, eu estava passando mal e fui para casa. — Os três concordaram com uma cara meio abobalhada. Pobres criaturas.

Fomos andando juntos até a esquina e quando tive certeza de que ninguém mais olhava, peguei Raven no colo e corri para a velha casa abandonada onde a gente sempre se encontrava.

— Voltou cedo, Edward. O que aconteceu?

— Tenho sede.

— Você sempre tem sede e mesmo assim só aparece aqui uma vez por semana. — Ela pegou o isqueiro e começou a acender as velas da casa. — Claro, não aguento muito mais que isso — tratou de se consertar. — Mesmo assim estou curiosa.

Aquele era um lugarzinho realmente decrépito, sem eletricidade ou água, mas dei um jeito de ficar bem mobiliado e limpo do lado de dentro, e as velas davam um toque especial — deixavam Raven ainda mais apetitosa. Sentei no divã que tinha ali e a chamei.

— Digamos apenas que uma pessoa de quem eu gosto fez algo que me deixou um pouco... nervoso. — Ray me empurrou para que eu deitasse no divã, passando suas pernas ao meu redor. Seu cheiro me invadiu. O cheiro de Raven era muito bom. Pena que não chegava aos pés do de Isabella.

— Resumindo: brigou com a namoradinha. Não se preocupe, eu vou abrir uma exceção e matar sua sede dessa vez. Mas só dessa vez!

Raven inclinou sua boca para a minha. Deixei minhas presas descerem e mordi seus lábios, sugando seu sangue. Deixei minha raiva se esvair no prazer que eu estava sentindo.

Aquela não foi uma simples briguinha com a namorada. Isabella, com toda sua curiosidade, reabriu uma ferida antiga, algo que não me incomodava há muito.

Chegar em Forks e ouvir Alice pensando em Elizabeth... Por que Isabella não veio até mim? Ela não me encheu com perguntas insignificantes, por que não fez dessa mais uma de suas perguntas? Mas não, eu tinha que ser pego de surpresa, com a guarda baixa.

Soltei os lábios de Raven, troquei de lugar com ela e mordi seu pescoço. Ela soltou um gemido. Uma das vantagens de ser vampiro era o veneno que corria por nosso corpo. Aquilo anestesia a presa, fazendo com que sinta um prazer imenso, alguns dizem que é como um orgasmo. A presa ficava inofensiva.

Lembrei da primeira vez que encontrei com Elizabeth. Foi uma cena que tentei esquecer por quase 200 anos, e que uma reles humana trouxe de volta em questão de segundos.

— Meu filho, não precisa ir. Você não vai ser aceito, esqueceu do seu coração? — insistiu mamãe.

Desde que recebemos a carta de convocação para que eu me alistasse ela não conseguia se acalmar. Ficava a todo o momento me encarando com aquele par de olhos verdes entristecidos, como se eu já houvesse passado pela guerra e morrido com um punhal no peito.

— Mamãe, só preciso me apresentar. Não vão aceitar um rapaz que mal pode andar sem perder o fôlego. Não se preocupe, dentro de alguns minutos estarei em casa novamente.

— É bom que isso realmente aconteça, Edward Masen — pestanejou, com os olhos marejados. Dei um beijo em seu rosto e saí antes que precisasse consolá-la novamente.

Como eu havia dito, após o exame médico fui reprovado. Desde criança sofria com fortes palpitações no coração e frequentes perdas de fôlego. Meu médico, Dr. Cullen, logo vetou todas as brincadeiras. Fui uma criança que passava seus dias lendo e tocando piano como forma de distração.

Saí do posto onde estava sendo feito o recrutamento e tropecei em um rapaz, que estava parado bem na porta. Ele perdeu o equilíbrio e caiu nas escadinhas da entrada. Corri para ajudá-lo a se levantar.

— Perdão, rapaz, não o vi. — Puxei-o para cima e dei um pulo para trás de surpresa. — O senhor não... A senhorita... Perdão. — Não era um rapaz, mas sim uma moça. Cabelos com corte masculino, roupas de homem, mas definitivamente uma moça. Ela me segurou pelos ombros e chegou mais perto, arregalando os olhos azuis.

— Realmente estou parecendo um homem? Claro que estou, foi assim que me chamou, não foi? De rapaz?

— O que a senhorita faz com essas roupas? — perguntei perturbado. — Precisa de um vestido, urgentemente, antes que alguém a veja. Venha, minha casa não fica longe. — Segurei sua pequena mão e a puxei atrás de mim. Se pudesse, já a teria segurado em meus braços e corrido. Seria uma calamidade se alguém visse a moça com calças e o cabelo curto daquela maneira. Ela ficaria falada, jamais arranjaria um marido!

— Ei, me solte! — Puxou sua mão da minha. — Você é exatamente como meu pai e todos os outros. Apenas mais um que pensa com a cabeça errada. Seu homem! — gritou para mim como se fosse um grande insulto e saiu correndo. Tentei correr atrás, mas logo precisei parar, com falta de ar.

Depois desse evento fui procurar aquela garota que despertou minha curiosidade. Descobri que seu nome era Elizabeth, o mesmo nome que minha mãe, e que naquele dia estava daquela maneira porque queria se alistar para o exército. Logo foi rejeitada, quando precisou tirar a roupa para o exame físico. Não demorou muito para que ela se tornasse o grande amor da minha vida.

— Chega, Edward. — Raven me empurrou entre suspiros. — Chega. Minha vez agora.

— Não vou te dar meu sangue, pelo menos não dessa vez.

— Por quê? — perguntou com cara de insatisfeita.

— Já tomou mais que o suficiente essa semana. Se tomar demais é capaz de morrer, e aí não vou poder cumprir com minha parte no acordo — expliquei pacientemente, como a uma criança, apenas para receber um bico em resposta.

Quando decidi me mudar de volta para a casa da Carlisle, ele logo impôs regras para que as coisas não saíssem de controle. Pediu que eu restringisse meu cardápio a um doador, e esse teria que assumir o posto de livre e espontânea vontade. Ah, e claro, não poderia ser de Forks.

Rodei por todos os lugarezinhos perdidos pela região até encontrar Raven em Taholah. A menina tinha uma história cheia de lágrimas e blá, blá, blás, e por causa disso vivia sozinha pelos lugares. Tinha vontade de ser alguém superior e decidi dar a ela essa oportunidade. Caso se tornasse minha doadora pelo tempo que eu precisasse, eu a tornaria uma vampira e deixaria que bebesse do meu sangue como solução temporária para seus problemas.

— Quando vai cumprir sua parte no acordo, Edward? O tempo está passando e eu não estou ficando mais nova. — reclamou. Eu já conhecia aquele discurso de trás para frente.

— Ainda não terminei com você. — Levantei e fui até um espelho para me ajeitar. Limpei o resto de sangue que estava em meu rosto e finalmente me dirigi para a porta. — Obrigada por hoje. — Um pouquinho de educação para acalmar os nervos?

Não perdi tempo. Assim que saí da casa corri de volta para Forks. Agora eu estava calmo e conseguia pensar claramente. Eu sabia o que me impedia de acabar com a vida da Bella: eu gostava daquela criatura curiosa e provocadora. Desde Elizabeth eu não era desafiado daquela maneira e poucas pessoas conheciam meu verdadeiro eu sem se afastar. Eu detestava aquilo, mas realmente estava gostando daquela humana.

E se para ela conhecer meu passado era tão importante, daria a ela o que desejava.


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