A Rosa e O Escorpião escrita por Lari


Capítulo 18
Eu ainda te amo


Notas iniciais do capítulo

O nome do cap ta uma bosta, mas ok, porque essa pessoa aqui não conseguiu pensar em nada melhor.
Entãaaao, eu não me aguentei e não consegui mais esperar pra postar *-* eu acho que esse é o maior capitulo e o mais meloso da história kkkkkkkk sorry, não me aguentei, mas chega de dar spoilers né...
E outra coisa, eu queria dar um oi pra Karina se ela tiver lendo isso, e dizer que eu ainda estou com muita vergonha kkkkkkkkk >.< é sério, mas enfim, eu espero mesmo que você tenha gostado de tudo até aqui e que continue gostando!
Agora eu deixo vocês lerem



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—Rose, por favor... – Scorpius me segue enquanto saio da igreja, ele me puxa novamente quando paramos perto da porta, onde Lily está parada com Cole, Tris, Alvo e Molly. – Só uma chance.

Suspiro indignada, eu já lhe dera uma chance no passado e o que ele fizera? Quebrara meu coração, como se fosse um pedaço de nada, um pedaço de vidro que se quebrou em mil pedacinhos no final espalhados pelo chão.

—Rose? – Lily me chama e eu me viro para ela. – Tudo bem se a Tris for conosco?

Minha filha me olha fazendo biquinho, típico dela quando quer algo.

—Tudo bem – digo e ela sorri e bate palmas em comemoração.

Observo Alvo ao lado de Molly, eles parecem tão felizes e sorridentes, a mão dele enlaçando a dela, os sorrisos nos rostos. Viro-me para Scorpius, depois que todos eles já foram embora e ele começa:

—Rose, eu... – Scorpius começou a dizer, mas eu não o deixei continuar, continuei andando e quando já estávamos fora da igreja, eu comecei:

—Você foi um canalha, Malfoy. Como pôde em? Iludir-me tão bem, com palavras tão lindas...

A raiva deveria estar mais visível em mim do que um relógio de pulso fluorescente em um pacote transparente, e meu rosto deveria estar nada menos do que da cor do meu cabelo. Mesmo assim, a expressão no rosto de Scorpius não mudava, ele continuava me olhando como se eu fosse o ultimo e mais brilhante diamante da face da Terra.

—Rose...

—E depois me deixar! E você ainda deve achar que estava corretíssimo, não é? Fazer isso com uma garota como se ela fosse um brinquedo...

—Rose.

—E ainda por carta, não é homem o suficiente nem para me olhar nos olhos e dizer que nunca me amou, que foi tudo uma brincadeira?

—Rose! – desta vez ele gritou e me segurou pelo pulso, fazendo-me parar e olhar para ele, nossos olhos se cruzaram exatamente como antes, como quando nos apaixonamos pela primeira vez. – Diga-me, se eu não lhe amasse mais, por que então aquela rosa ainda estaria viva?

A expressão em seus olhos era um misto de tristeza e por incrível que pareça, medo.

Estreitei então os meus olhos para ele, esperando uma explicação, ele afrouxou a mão que segurava meu pulso e a deslizou até minha mão. Fechei os olhos quando um sentimento forte me invadiu e me fez estremecer, uma nostalgia tomando conta de mim. Mas puxei meu braço logo depois, ele conhecia meus pontos fracos, mas eu não ia me deixar levar tão facilmente.

—Deixe-me explicar, por favor...

—Estou esperando – falei cruzando os braços.

Ele respirou fundo e balançou a cabeça negativamente.

—Não posso dizer nada aqui, ao ar livre, é muito exposto. Prometo que você vai entender depois o porquê.

—Eu quero ouvir o que você tem a dizer Malfoy, meu carro está estacionado logo ali.

Nós nos direcionamos para o carro, Scorpius se sentou no banco do passageiro e eu no do motorista. Ele não tardou a começar a explicar.

—Tudo bem. Tudo isso começou com a queda de Lord Voldemort, e eu sei que é difícil de se acreditar, mas é a verdade.

“Os comensais da morte que sobreviveram, os que mais apreciavam as artes das trevas e de modo algum se voltariam para contra isso, ficaram furiosos com a queda de seu mestre, e juraram vingança. Disseram eles que um dia, ainda que demorasse algum tempo, ainda haveria uma ‘revanche’, e que um novo Lord das Trevas ainda estava para nascer.

“Ninguém deu muita importância a isso no começo, diziam que quem dizia isso era tolo e que tudo não passava de mera fantasia, diziam que as pessoas haviam enlouquecido com a guerra. Mas todos, principalmente o Ministério, quando ignoraram tudo isso, não sabiam como iriam pagar por suas palavras no futuro.

“No tempo em que nós estávamos em Hogwarts, Rose, a ascensão de um novo grupo de comensais da morte estava acontecendo, e Cole e Sophie faziam parte deste grupo, era por isso que andavam tão misteriosos. O Ministério achou que haviam retardado a todos quando houve uma desistência da parte deles, mas estavam muito enganados. O fato era que o que estavam fazendo era nada menos do que enganar a todos, para que quando pensassem que nada mais poderia perturbar a nossa paz eles realmente começassem a atacar

“Agora, mais de trinta anos depois da queda de Lord Voldemort, um novo Lord das Trevas nasceu. E o que os comensais querem desta vez? Derrubar todo o ministério, tomar Hogwarts e todo o mundo da magia, depois o mundo trouxa.

“Por que sei disso, Rose? Aqui esta a relação de tudo o que te contei com a nossa história: Meu pai era um desses comensais que desejavam a ascensão de um novo Lord das Trevas, ele me obrigou a participar disto. E antes de saber de tudo, eu já havia lhe dito que estava com você, confiei nele. Meu pai me disse que se eu não colaborasse ele iria te machucar, e isso eu não suportaria.

“Eu sabia que mesmo que colaborasse com ele você correria riscos muito grandes, então resolvi dizer que era tudo uma brincadeira de mal gosto com uma Weasley, disse isso a ele e terminei com você para que ele acreditasse em mim, para que sua vida não corresse mais perigo. Eu só terminei com você Rose, para te proteger, pois você era o maior tesouro que eu possuía e estava segura longe de mim”.

Fiquei parada por um instante olhando para minhas próprias pernas. Não havia um pingo de mentira em sua voz, eu tinha quase certeza de que tudo o que eu ouvira era verdade, pois fazia sentido.

—E como espera que eu acredite nisso, Malfoy? – minha voz saiu quase como um sussurro, não era firme e eu sabia que ele não iria acreditar que eu estava duvidando de tudo.

—Espero que acredite porque esta é a verdade Rose – ele disse ainda me olhando. – E não me chame de Malfoy, como se não me conhecesse.

Virei o rosto para observa-lo, ele me olhava esperando uma resposta, com uma expressão que quase refletia dor, senti meus olhos se encherem de lagrimas. Não pude mais sustentar seu olhar, abri a porta e sai do carro, ele me seguiu e me segurou pela cintura antes que eu pudesse fazer algo.

Continuei olhando para o chão, mas ele tocou o meu rosto, me fazendo o olhar novamente.

Ele me beijou, e aquele gesto nada me surpreendeu. Foi como da primeira vez, nossos lábios se tocando, quentes um no outro. Dentro de mim era como se fogos de artificio estourassem. Os lábios dele continuavam doces e me envolviam, acaloradamente como há oito anos.

Ficamos de olhos fechados por um momento, a testa dele colada na minha, nossas respirações se confundindo uma com a outra. Céus, como eu senti falta daqueles lábios nos meus.

Um trovão ribombou no céu nublado e escuro acima de nós, e um feixe de luz iluminou-nos fracamente. Um instante depois estava chovendo.

—Eu te amo, Rose Weasley – ele sussurrou em meu ouvido, minhas mãos envolveram seus cabelos que agora estavam molhados – E nunca quis te deixar, nunca quis lhe machucar. Perdão meu amor...

Colei meus lábios nos dele antes que ele continuasse falando.

—Não se atreva a dizer mais uma só palavra Scorpius. Escute – ele me olhou, a expectativa explicita em seus olhos. – Eu te amo.

—Ah Rose, Rose, Rose – ele me pegou no colo e me girou no ar, estava sorrindo e nós dois estávamos encharcados da chuva que continuava a cair.

Mas não nos importávamos, estávamos juntos novamente e era o que importava. Eu era louca, porque há um minuto atrás estava o odiando, mas a verdade é que nunca o odiei de verdade, sempre o amei.

E não importava se já havia anos, se eu não deveria acreditar nele porque ele me deixou por oito anos. Eu sabia que ele falava a verdade, porque eu o conhecia mais do que ninguém.

E também não havia motivos para prolongar mais as coisas, eu não imaginava como um dia poderia lhe contar aquilo calmamente, sentada em um sofá e tomando uma xicara de café. Então aproveitei o momento e disse baixinho quando ele me colocou do chão:

—Beatrice.

—Ela está bem, está com sua irmã.

—Não – balanço a cabeça negativamente. – Não é isso, é que ela... Ela...

—Ela?

Respiro profundamente antes de dizer tudo de uma vez só.

—Ela é sua filha Scorpius.

—Minha filha? – Scorpius arregalou os olhos. – Achei que...

—Não, não Scorpius, por Deus! Me parece impossível você não ter notado a semelhança – digo. – Você, foi sempre você, o único, eu nunca conseguiria... E não, eu não tenho um namorado.

—Ah minha princesa, se você tivesse me dito... Meu amor, perdão.

—Eu fiquei com medo de você toma-la de mim ou de ser rejeitada mais uma vez. Perdão, Scorpius.

—Eu entendo Rose. Mas por Merlin! Eu tenho uma filha, eu preciso vê-la Rose, a nossa filha. Fruto do nosso amor.

Toco seu rosto com os dedos e dou um meio sorriso, meus olhos se enchendo de lágrimas.

—Ela se parece tanto com você, tem seus olhos, seu cabelo.

—E seu jeito doce – ele completa e me abraça forte. – Eu te amo, eu te amo tanto, não tem ideia do quanto eu senti a sua falta.

Minhas mãos tocam seu pescoço e eu sinto uma corrente de metal. Sigo com os dedos até o final dela e encontro um pingente de escorpião.

Olho para Scorpius, que sorri.

—Eu tinha certeza de que não tinha saído.

—Eu nunca duvidei do seu amor – ele falou e depois deslizou a sua mão para o meu pescoço, tocando meu colar. – Para a minha rosa.

Franzo o cenho, primeiramente confusa, mas depois começando a entender.

—O que? Então você e Lily, foi tudo uma armação, não foi?

Scorpius faz biquinho, exatamente como nossa filha e faz que sim com a cabeça.

—É lindo – digo. – Tudo isso, obrigada.

A chuva cessou, como se estivesse ali apenas de passagem.

—Rose?

—Sim?

—Seu coração ainda acelera quando digo que te amo.

E aquilo era a mais pura verdade, meu coração ainda estava acelerado, então sorri e deixei o vento calmo da noite me atingir como o sopro de um amor que estava voltando à vida.

—Nós somos loucos, sabia? Não somos mais adolescentes, a vida não é simples, eu já não moro mais em Londres, temos vidas diferentes.

—Não seja pessimista, Rose – ele sussurra em meu ouvido, o que me faz arrepiar. – Vamos construir uma nova vida, nada é perfeito, mas os nossos defeitos nos fazem mais fortes.

Sorrio mais uma vez, ainda não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Mas ainda havia a história que ele me contou, e toda a outra parte que me preocupava desde que eu a ouvi.

—Você precisa me contar essa história direito, se Cole é um comensal, então por que Lily se casou com ele? Ah meu Deus Scorp, por que diabos você não contou a ela?

Estou alarmada, tanto que começo a andar de um lado para o outro, Scorpius tem que me puxar e me acalmar com um beijo para que eu pare.

—Fique calma – ele disse, como se fosse possível ficar calma com uma coisa daquelas acontecendo, mas eu não conseguia resistir aos seus olhos. – Não é bem assim. O Cole renegou as artes das trevas há anos, e quando Hugo soube sobre Sophie, tentou fazer com que ela também renegasse, mas nada adiantou, então eles terminaram.

—Por quê? – pergunto com raiva. – Por que ninguém nunca me disse nada? Eu nunca soube de nada disso...

—Rose, meu amor, fique calma – ele diz me olhando um pouco assustado com a minha expressão. – Vamos falar sobre isso, mas não agora. Depois do casamento, tudo bem? Com calma.

Ele tira uma mecha de cabelo dos meus olhos e a coloca atrás da orelha.

—Não me diga para ficar calma, Scorpius! Ninguém nunca me conta nada, ninguém nunca me disse nada e você também nunca me procurou. Por que só agora? Por que depois de tanto tempo? Eu sofri, sabia? Eu te amava Scorpius, e você poderia ao menos ter me dado alguma explicação.

Scorpius assumiu uma expressão que eu quase nunca havia visto nele, um misto de decepção e raiva que me deixava com medo.

—Você era tão cabeça dura Rose, eu sabia que iria reagir mal e que não iria aceitar, eu só quis te proteger, e agora você me vem com pedras na mão. Eu também te amava, sabia? Eu te amo, e também sofri do mesmo jeito que você, talvez até mais, você sabe o que é oito anos pensando em como eu te fiz sofrer? Você sabe o quanto eu pensava em você e no quanto eu queria que você soubesse a verdade, que aquela carta não passava de um punhado de mentiras?

Afastei-me dele, que estava começando a ficar vermelho, parecia que a qualquer minuto ele poderia me machucar se quisesse.

—Eu nunca lhe esqueci Rose, acha que não tentei? Eu só queria te proteger, mas pra isso tive que te machucar, e isso quase me matou de tristeza.

—Scorpius...

—Eu te amo, Rose, e isso não basta para você, você quer sempre mais e mais. Desculpe se tentei te proteger, desculpe se tentei me desculpar por tudo depois de oito anos, mas eu nunca lhe encontrei, e todos a quem eu perguntava não me davam respostas.

Ele se virou e começou a andar em direção ao seu carro, mas eu corri até ele antes que ele pudesse entrar. Puxei-o para mim e o beijei o mais ardentemente que pude, o abraçando o mais apertado possível, ele me correspondeu de uma forma completamente voraz, me segurando pela cintura e me apertando cada vez mais contra ele, embora eu achasse que já não era mais possível.

—Que se dane tudo isso – sussurrei em seu ouvido. – Que se dane a lógica, que se dane tudo. Eu te amo e não quero mais nada, não quero saber das coisas ruins do passado, só quero me lembrar das boas, de nós.

Scorpius me abraçou apertando minhas costas e levando uma de suas mãos até meu pescoço, depois para o meu rosto.

—Parece que só sabemos brigar.

Rio, mesmo com a expressão dele.

—Mas é exatamente isso que nos faz o que somos, e você é um idiota.

—E você uma nerd sabe-tudo, Weasley – ele sorri e continua passeando os dedos delicadamente sobre o meu rosto. – Você é linda. Seus olhos são como duas pedras preciosas, as mais lindas e brilhantes que eu já vi.

Fecho os olhos e é como se estivéssemos novamente na torre de astronomia, em Hogwarts.

—Você é louco, ou cego – sussurro ainda de olhos fechados e sorrindo. Ele ri alto e desliza as mãos pelo meu pescoço, me fazendo abrir os olhos.

De almas sinceras a união sincera
Nada há o que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.

—William Shakespeare – sussurro e ele me beija novamente. Era como se tudo fosse insuficiente, queríamos sempre mais, mais beijos, mais abraços, mais tudo. Sentir que éramos um do outro novamente.

Encosto minha cabeça em seu peito, ele se encosta no carro e passeia as mãos pelo meu cabelo, abraçando minha cintura com o outro braço. A minha vontade era ficar ali para sempre.

***

—Scorpius, por favor, coloque as duas mãos no volante e preste atenção para onde está indo – eu disse pela vigésima vez quando ele me beijou dentro do carro, estava segurando a minha mão com uma das suas e com a outra no volante.

Ele fez biquinho, mas finalmente fez o que eu pedi. Eu ri, me lembrando de Beatrice quando fazia o mesmo.

Estávamos no carro dele, eu havia deixado o meu no estacionamento da igreja.

—Vocês dois são iguaizinhos, a cópia quase perfeita um do outro – falei. – Beatrice e você.

A feição dele abrandou e ele engasgou quando falou:

—Quando ela nasceu? Quantos anos ela tem? Eu quero saber tudo sobre ela, Rose – ele olhava para frente, como se estivesse com medo de me olhar e eu o repreender novamente.

—Ela nasceu no dia 7 de agosto , tem oito anos, a cor preferida dela é verde, ela é a pessoa mais doce que você um dia vai conhecer – respondo a ele, que sorri. – Vocês têm o mesmo biquinho irresistível, e o resto acho que você vai aprender convivendo com ela.

Ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos novamente. Todos aqueles oito anos agora eram como se não tivessem existido, havia apenas paz entre nós, e carinho, e um amor incrivelmente fortalecido por oito anos de separação.

Scorpius estacionou em uma vaga um tanto longe do salão de festas, pois era a única que restava. Quando entramos, Scorpius estava com o braço em minha cintura, todos nos olharam atônitos, porque além de estarmos molhados e com nossas roupas todas amassadas, o que mais atraia olhares era mesmo o nosso afeto um pelo outro.

Alvo nos olhou sorrindo, e eu estava imaginando que ele era outro cumplice do que eu imaginava ser toda essa armação.

Scorpius me puxou para que saíssemos dos olhares de todos.

Senti uma mão me puxando por trás, era Lily, que me abraçou subitamente.

—Eu sabia, eu sabia! – ela disse. – E sim, antes que pergunte, eu participei do complô.

—Ah Lily, parabéns! – digo. – E muito obrigada por tudo.

—Rose – ela me olha, finalmente percebendo o meu estado. –Desculpe, mas você está um estrago, o que aconteceu com vocês?

Ela olha por trás de mim e vê Scorpius.

—Tem um vestido de emergência pra todas as madrinhas, lá em cima, subindo as escadas, vem, eu vou com você.

—Algo para mim? – Scorpius se manifesta.

Lily olha para ele e revira os olhos.

—Ah, por favor, o seu terno vai secar Scorpius, vocês homens – e me puxa em direção as escadas.

Entramos em uma sala pequena com um espelho e vários vestidos de diversos tamanhos pendurados em cabides. Minha prima pega um deles de cor verde claro tomara que caia, repleto de brilhos e pequenas estrelas prateadas na parte de cima.

—Você se prepara para tudo – digo a ela. – Sério Lily, essa é a sua noite, você não tem que se preocupar comigo, volte lá embaixo e se divirta. Eu me viro.

Ela faz que não com a cabeça e um leve sorriso se forma em seus lábios.

—Eu te amo muito, Rose, e quero te ajudar, você é a minha prima de sangue, mas a minha irmã de coração – ela responde enquanto eu visto o vestido. – E agora a maquiagem.

Lily me ajeita toda novamente, e quando terminou – inclusive o cabelo, que antes preso, agora estava caído em cachos perfeitos, como se nunca houvesse sido molhado pela chuva.

—Linda. Você sabe que eu sempre admirei muito o amor de vocês? Tão puro, tão doce, e agora os dois já estão reconciliados novamente, depois de oito anos, tão simples.

—Não, não foi tão simples sofrer por oito anos ou mais – falo. – Temos defeitos como todo mundo, e as nossas brigas são das piores. Mas eu só tenho a lhe agradecer por me ajudar.

Pego as mãos dela, que me abraça.

—Perdão por não ter lhe dito nada, mas eu achei que não era a hora certa. Prometo que quando tivermos tempo, vamos conversar e eu vou lhe explicar tudo. Sobre o Cole, sobre tudo, ok?

Faço que sim com a cabeça.

—Ok minha pequena – sorrio. – Casada, olha só isso!

Aponto para seu vestido, todo perolado e cheio de detalhes magníficos.

—Mais linda do que o normal. Agora vamos, você merece essa noite.

***

—Me diz uma coisa, por que exatamente você estava no St. Mungus aquele dia?

—Juro que não estava te seguindo, minha mãe estava muito doente, e eu estava a visitando.

Eu e Scorpius estávamos sentados em uma mesa no salão, conversando com meus primos e primas sentados em volta.

—E me diz você agora uma coisa, onde está a Tris? Porque eu ainda não a vi.

Neste mesmo instante, duas mãos cobrem os olhos de Scorpius por trás, e vejo Tris fazendo sinal com a cabeça para que eu fique calada e não revele que ela é quem está atrás dele. Mas duvido que ele já não saiba quem é.

—Eu acho – ele diz. – Que quem está atrás de mim é a garotinha mais linda do mundo.

Tris recebe cocegas na barriga quando Scorpius se vira, e ri descontroladamente quando ele a abraçou. Particularmente, achei que ele estava indo um pouco rápido com relação ao afeto, Tris ainda não sabia de nada, e eu achava melhor para o psicológico dela que ficasse mais algum tempo sem saber.

Maman, posso dormir na casa da tia Lily segunda à noite?

—O que? Beatrice, Lily acabou de se casar e você quer ir dormir lá?

Ela fez biquinho. Típico. Scorpius sorriu com a cena.

—Eu acho que a Lily precisa de alguém para animar um pouco a nova casa, não acha Tris?

—Tá vendo, mãe! Até o Scorpius concorda.

Arqueio as sobrancelhas para ele.

—Ótimo, mais um contra mim – e ergo as mãos em sinal de rendição. – Tudo bem, vocês venceram, mas apenas se ela tiver te convidado.

—Claro que ela me convidou, mãe – ela me respondeu alegre e voltou-se para Scorpius.

—Gostei de você – ela disse, os olhos estreitos como fendas, para depois envolve-lo em um abraço de urso. – Obrigada maman.

E então ela também me abraçou, em seguida saiu correndo para algum lugar que não tenho ideia.

—Sério? Até você? – indago a ele, que da de ombros e faz biquinho.

—Você sabe que eu te amo, não é minha princesa? – alegou-me ele enquanto me beijava.

—Não tente me agradar, seu traidor – falo o afastando com as mãos. – É igual a todos, temos que impor limites a ela, não dar tudo o que ela quer, a vida não é assim Scorpius.

—Pois eu já tenho tudo o que sempre quis.

—Pare com isso, eu falo sério.

—Eu também.

—Rose, Scorpius, venham – Cole chega atrás de nós. – Hora da dança com os padrinhos.

Scorpius se levanta primeiro, enquanto Cole chama todos à mesa, ele me estende a mão e diz:

—Minha princesa.

Entrego-lhe minha mão e me levanto, mas quando estamos andando, eu tropeço em uma mesa no meio do caminho e Scorpius me segura rapidamente.

—Sempre caindo em meus braços – ele falou e não houve como não sorrir. – Me diga agora, Srta. Weasley, se não sei dançar.

Um segundo antes de a musica começar, ele me puxou tão subitamente para junto de seu corpo que eu até me assustei. A valsa foi lenta e romântica, os padrinhos dançando em volta dos noivos, Scorpius não pisou em meu pé sequer uma vez, e aquilo me impressionou.

—Uau, pé de valsa, andou praticando é?

Como resposta, Scorpius ergueu as sobrancelhas e me deu um giro.

A dança terminou, e eu me vi com o rosto a centímetros do de Scorpius, beijei-o inevitavelmente e ele me abraçou novamente.

—Somos tão grudentos – ele disse baixinho em meu ouvido. – Mas eu não consigo ficar nem um segundo mais longe de você.

—Tem razão, somos muito grudentos, mas eu não ligo – sussurro. – Não me imagino mais longe de você.

Ele apertou minha cintura quando me ouviu falar aquilo. Ao longe, ouvi uma voz conhecida me chamando, minha mãe.

Virei-me e vi meu pai me olhando e lançando um olhar assassino a Scorpius, e minha mãe me olhando com a expressão confusa, mas quando ela me viu olhando sorriu e me chamou até lá.

Fiz questão de puxar Scorpius comigo, ele protestou, mas eu fingi que não o escutei.

—Mãe, pai, este é Scorpius Malfoy. Scorpius, estes são meus pais.

—Senhor e Senhora Weasley, como vão? – Scorpius disse, trêmulo.

—Olá, Scorpius – minha mãe cumprimentou-o com um pouco de desconfiança na voz.

—Eu sei quem ele é – meu pai resmungou carrancudo. – Só gostaria de saber o porquê de estar beijando a minha filha.

—Ronald – minha mãe deu um tapa discreto em seu braço, mas a expressão de meu pai pouco mudou.

Pude escutar Scorpius engolir em seco ao meu lado, segurei sua mão para acalma-lo, estava fria e suada. Não tinha ideia do porque ele estar tão nervoso, só estava na frente dos meus pais. Tudo bem, meu pai poderia ser assustador quando queria, mas mesmo assim...

—Pai – falo e levanto nossas mãos entrelaçadas para deixar bem claro o que vou dizer. – Scorpius e eu somos namorados.

Meu pai me olhou alarmado e indagou quase se levantando da cadeira:

—Desde quando, se é que posso saber?

Ignoro o olhar de meu pai e olho nos olhos de Scorpius, que responde por mim.

—Sempre, Sr. Weasley, desde sempre.

Ele ainda mantém os olhos em nós, confuso.

—Longa história – explico. – Vamos explicar com calma, uma hora.

E é então que meu pai começa a entender as coisas, juntar as peças do quebra-cabeça e chegar à solução final. Ele se levanta da cadeira e fica de frente com Scorpius.

—Precisamos ter uma conversa séria, Sr. Malfoy, se você fez o que eu acho que fez, não quero você brincando com a minha filha novamente.

—Não senhor – responde Scorpius, rígido como uma pedra.

—Pai – murmuro. – Tudo bem, sério, depois eu explico.

Aperto a mão de Scorpius mais forte e o puxo para mais perto de mim. Ele relaxa um pouco, mas seus músculos continuam rígidos quando meu pai se senta novamente, minha mãe o olhando mortalmente.

—Ei – eu o chamo quando nos afastamos da mesa. – Tá tudo bem, meu amor.

Ele me olha, os olhos ainda paralisados, eu tiro uma mecha de cabelo loiro de seu rosto e o aperto contra mim, ele não corresponde.

—Ei, tá tudo bem. Meu pai não é tão mau quanto parece, é sério – murmuro contra seu cabelo. – Meu amor, está tudo bem.

Scorpius relaxa em meus braços enquanto caminho as mãos por suas costas, fazendo-o relaxar.

—Por que ficou assim, Scorp? Eu nunca o vi desse jeito, o que aconteceu?

—Eu só... Tenho um pouco de medo dos seus pais, principalmente do seu pai. Deus, que vergonha dizer isso, que vergonha tudo o que eu fiz.

—Não, tá tudo bem, não foi vergonha – aliso seus braços com as duas mãos e rio um pouquinho para que ele se descontraia. – Scorp, olhe nos meus olhos.

Ele me olha finalmente com a expressão normal novamente, embora ainda existam traços de como ele estava anteriormente.

—Eu te amo – ele sussurra, por fim. – Desculpe.

Toco meus lábios com os dele delicadamente, segurando seu cabelo.

—São apenas meus pais – falo. – E não importa o que eles pensem, eu sempre vou te amar do mesmo jeito.


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Notas finais do capítulo

Nada a declarar, só que eu sei que fui melosa demais... Mas eles tão juntoooooooooos de novo, isso é muito lindo e ninguém pode negar kkkkkkk *-*