A Rosa e O Escorpião escrita por Lari


Capítulo 10
Tristezas, enjoos e dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Oi sweeties, por que pararam de comentar? =( sério, eu fico triste, no capítulo anterior só tive um comentário... Assim começo a pensar que vocês não estão mais gostando da história '-'
Mas enfim, ai vai a Rose pra vocês...



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Eu queria matar o Hugo por ter mencionado Scorpius para mamãe, eu mesma queria ter feito aquilo. Mas por outro lado eu o entendia, ele tinha me dado o troco por eu ter dito aquilo sobre Sophie, tenho que aprender a ser mais cuidadosa com o que digo, ou as pessoas podem retrucar falando de Scorpius.

Estávamos a caminho de casa, no carro de meus pais, quando minha mãe tocou no assunto novamente.

–Então, Scorpius Malfoy é Rose? – ela perguntou, mas seu tom não era zangado.

Eu comecei a mexer no cabelo nervosamente antes de responder, e ainda falei enrolado:

–Bem... É mãe, mas, por favor, não fique brava comigo... Ele é um fofo, não sei o que vocês acham que os Malfoys são, mas ele não é assim. E nós estamos namorando...

–Rose – ela falou calmamente. – Tudo bem, eu não estou zangada com você por causa disto.

–Não? – perguntei surpresa e ela balançou a cabeça negativamente. – Isso é um alivio mãe, mas se você não ficou zangada, em compensação o papai vai ficar uma fera. Então, por favor, não diga nada a ele.

Era de conhecimento de todos que os Weasleys tinham uma briga de décadas com os Malfoys, mas meu pai era quase maníaco. Uma vez, quando eu era menor, lembro-me dele me dizendo para nunca namorar um “puro sangue”, que eu desonraria a nossa família, mas acho que ele se esquecera realmente de que também éramos puro sangue. Cheguei à conclusão de que o que ele queria realmente dizer com aquilo era “nunca namore um Malfoy”, porque ele vivia falando mal daquela família quando podia.

–Tudo bem querida, mas estou certa de que ele entenderia se explicássemos com calma – ela disse, mas eu ouvi um tom de duvida em sua voz. Até mesmo minha mãe sabia que era melhor deixar meu namoro escondido dele por algum tempo. – Como vai Sophie, querido?

–Bem – Hugo respondeu, eu me virei para vê-lo, parecia pensativo, olhando pela janela com o pensamento longe. Mas minha mãe não forçou a barra e o deixou do jeito que estava. Em vez disso voltou a falar comigo.

–Então, parece que você gosta mesmo do Scorpius, porque do jeito que seus olhos brilharam quando falou dele...

–Mãe – falei começando a ficar com vergonha. – Sim, eu gosto mesmo dele... Eu o amo.

–Rose, eu sei que você está em uma fase nova, que está apaixonada e tudo mais, mas não acha que é um pouco cedo demais para dizer que ama alguém? – minha mãe franze a testa.

Nunca esperei isso vindo dela, minha própria mãe me repreendendo por dizer que amo alguém. Poderia esperar isso vindo de meu pai ou de qualquer outra pessoa, menos dela.

–Nós nos amamos sim, mãe. Estou certa de que o que sentimos um pelo outro não é nada menos que amor – afirmo com um tom de voz irritado, por isso minha mãe não discute mais. – Só mais uma coisa, eu dei nosso endereço para o Scorpius e ele disse que vai me enviar cartas. Então, por favor, não deixe o papai pegar as cartas essa semana.

Minha mãe apenas afirma com a cabeça e continua dirigindo. Sinto-me enjoada pelo simples balanço do carro, mas não há mais nada para colocar para fora, tudo o que havia em meu estomago já não está mais nele.

Quando chegamos em casa – nossa casa fica em Londres mesmo – eu entro rapidamente e vou para o banheiro, mesmo sabendo que não tem mais como eu vomitar, eu encosto a porta e fico olhando para o espelho, estou pálida.

Estou começando a ficar com medo do que pode significar estes meus enjoos, ou eu peguei uma virose ou...

–Mione, onde estão Hugo e Rose? – ouço a voz do meu pai, minha mãe responde que estamos no quarto, ela não viu pra onde eu fui.

–Como estão as coisas no ministério? – ouço-a perguntar e então abro uma pequena fresta na porta do banheiro para observá-los, grande o suficiente para que eu possa vê-los e ouvi-los, mas pequena o suficiente para que eles não possam me ver se não prestarem muita atenção.

–Ligeiramente melhores – meu pai responde e se senta no sofá com um ar preocupado. – Eles estão retardando, isso pode ser um bom sinal.

Quem está retardando? Do que eles estão falando?

Minha mãe senta ao seu lado e abraça meu pai, que afunda o rosto em seu cabelo e a segura forte em seus braços. Às vezes eu sentia inveja do casamento dos meus pais, e me perguntava se um diaeu seria assim com alguém, do jeito que eles são, amigos além de marido e mulher e namorados além de marido e mulher, mesmo depois desse tempo todo.

–Os rumores eram verdadeiros, eles estavam em Hogwarts? – indagou minha mãe.

–Não Mione, os rumores são verdadeiros, eles ainda têm uma quantidade de espiões em Hogwarts. Achamos que o filho de Draco Malfoy seja um deles.

O que? Cada vez começo a ter mais certeza de que eu fiz bem em decidir não contar ao meu pai sobre Scorpius.

–Acho que não, Ron – minha mãe fala, tenho certeza que está dizendo isso por minha causa e a agradeço mentalmente. – Por que acham isso?

–Ora, é obvio. A família já esteve envolvida com artes das trevas tantas vezes que não da nem pra contar, por que faria mal envolver mais alguém deles nisto?

Minha mãe não diz nada, uma coruja cor de âmbar pousa na janela com uma carta, meu pai vai até ela e pega a carta.

–Tenho que voltar para o trabalho, tem um chamado urgente no oeste da cidade – ele da um beijo rápido em minha mãe e ela pega sua mão o impedindo de aparatar imediatamente.

–Você vai poder ficar conosco para o Natal, certo? – meu pai não responde, simplesmente diz “tenho que ir” e aparata. Minha mãe respira profundamente e senta no sofá novamente.

Saio do banheiro sorrateiramente e vou até o quarto de Hugo no final do corredor, ele está sentado na cama, recostado na cabeceira e olhando para o teto. Sento-me ao seu lado e fito seu rosto, seus olhos estão nublados e ele parece triste.

–O que aconteceu entre você e a Sophie? – pergunto, pois sei que Sophie é a razão de ele estar assim, nada o deixa do jeito que está a não ser ela. Lembro-me das vezes em que eles brigavam, e Hugo ficava dias sem falar com ninguém.

–Não quero falar sobre isso – ele diz ainda sem olhar para mim.

–Sim, você quer – digo pousando minha mão sobre seu ombro, então ele me olha. – Precisa desabafar Hugo, sou sua irmã, pode me dizer.

Ele respira fundo, mas finalmente diz:

–Ela vive brigando comigo por coisa nenhuma, antes de eu vir pra casa ela disse que precisávamos dar um tempo, nem se despediu de mim.

–Ah Hugo, eu sinto muito...

–Tudo bem. Ela andava tão estranha esses dias, muito distante, sabe?

–Desculpe ter dito aquilo na plataforma, eu não sabia – digo me referindo à brincadeira que eu fizera.

Ele faz que sim com a cabeça e eu estendo os braços para ele, que me abraça sem hesitar, meu irmão se faz de durão, mas o coração dele é mais mole do que gelatina.

Ele apoia sua cabeça em meu ombro e suspira, começando a olhar para o teto novamente.

–Cole também pediu um tempo para Lily, acho que foi apenas coincidência, mas ela também está acabada, só não está demonstrando isso tanto quanto eu.

–O que? – digo espantada. – Ela não me disse nada!

–Ela não disse nada a ninguém, eu a ouvi conversando com ele quando estava na sala comunal à noite, estava sem sono e eles não me viram lá.

–Ah meu Deus! Ela deve estar arrasada – falo. – Preciso ir à casa da vovó, a Lily e o Alvo estão lá. Vem comigo Hugo?

–Não, preciso ficar sozinho – assinto com a cabeça e vou para a sala, encontrando lá minha mãe ainda sentada no sofá.

–Mãe, eu vou pra casa da vovó, preciso falar com a Lily.

Pego o pó de flú no console da lareira e desapareço segundos depois.

–Rose, que bom ver você aqui querida! – minha avó, que estava sentada na mesa ouvindo o rádio disse.

–Oi vó, como vai? A Lily está por aqui?

–Rose? – ouço a voz da Lily no final das escadas, ela tem os olhos inchados, como se estivesse chorando desde que chegou.

–Lily – vou até ela e a abraço, ela fica perplexa, mas depois corresponde ao abraço. – Por que não me disse nada?

Sua expressão confusa se desmancha e ela entende.

–Hugo.

–É – confirmo. – Quer conversar?

–Estou bem – ela fala. – Ele só me pediu um tempo, disse que ainda me amava, mas precisava de um tempo.

–Chegou uma carta em casa para você, Rose – Hugo aparece na lareira com uma carta na mão. – Resolvi que não valia a pena ficar em casa me lamentando.

Sorrio para ele e pego a carta de sua mão. Abro-a e a leio.

Minha princesa,

Teus olhos são verdes como o mar,

Seus cabelos ruivos como o fogo

Fazem-me apaixonar-me cada dia mais por ti

Não sou bom de poesia, mas espero que isso não a faça pensar que meu amor por você é menor. Estou com saudades, te amo mais que o tamanho do mundo – e também não sou bom com frases, como você já deve ter percebido. Mas eu amo você, e não me canso de dizer isso.

Sorrio quando termino de ler a carta, Lily me observa e conclui:

–Olhos brilhando, sorriso bobo na cara, o Scorpius já lhe enviou uma carta é Rose?

Dou de ombros e pego um pedaço de pergaminho no bolso que guardo para emergências, junto com uma pena e começo a escrever uma resposta.

Meu príncipe,

Seus olhos são azuis cinzentos como o céu em um dia nublado,

Teus cabelos são loiros como a luz do sol,

E estou certa que estou apaixonada por você tanto quanto estou certa que a grama é verde e meu irmão gosta de comer mais do que tudo.

Tudo bem, eu também não sou a melhor em poesias, aliás isso nem mesmo rimou. Eu amo você, e sinto sua falta.

–Vovó, me empresta sua coruja? – perguntei.

–Claro.

Garret, a coruja da família Weasley, pousou na mesa à minha frente e eu amarrei a carta em sua pata, depois disse baixinho o endereço da casa de Scorpius, o qual ele havia me dado, e a coruja saiu voando.

–Isso é extremamente meloso. Romance demais para o meu gosto – Hugo fala deixando a carta de Scorpius na mesa.

–E por acaso eu permiti que você lesse a carta?

–Rose! Hugo! – me viro quando a voz de James nos chama, ele me abraça e bagunça meu cabelo, depois aperta a mão de Hugo. – Quanto tempo.

–Não fique se achando só porque trabalha no Ministério agora James – Alvo chega atrás do irmão, que faz careta para ele e se senta à mesa.

–Vamos almoçar então pessoal – minha vó diz e começa a colocar a comida na mesa.

Bem, já que estamos aqui, não custa nada almoçar, além do mais não da pra perder a comida de nossa avó Molly. Tudo bem que já passa um pouco da hora do almoço, mas chegamos tarde da escola e eu estou morrendo de fome.

Todos se sentam à mesa e nós começamos a comer em silêncio. Hugo come menos hoje, o que me faz deduzir que ele está mesmo chateado com Sophie, tipo mesmo, de verdade, o Hugo tem que estar chateado a beça pra não comer muito, sério.

Hoje sou eu quem toma o lugar de comilona na mesa, eu sinto muita fome e repito o prato pelo menos três vezes.

–Vai devagar, Rose – diz Alvo olhando para mim com os olhos arregalados. – A comida não vai fugir de você, acho que está convivendo muito com o Hugo.

Faço fusquinha para ele, Hugo não responde ao comentário. Mas quando estou a ponto de terminar o meu terceiro prato, a comida volta toda em minha garganta e eu tenho que correr para o banheiro para não vomitar na mesa.

Rose Weasley, você merece um prêmio! Isso mesmo, coma rápido demais – e demais – e depois vomite tudo.

Mas eu realmente estou chegando a outras conclusões, conclusões que me assustam, porque não é possível que todo esse meu enjoo seja em vão, e eu também não comi nada de diferente para pegar uma virose. Os elfos domésticos nunca iriam fazer algo de errado com a comida de Hogwarts.

Lily chega à porta do banheiro e eu estou lavando meu rosto, meu rosto está pálido novamente e eu me sinto mais enjoada apenas por pensar mais no que estou concluindo.

–Rose, eu vou ser bem direta na pergunta – ela diz com os braços cruzados. – Você está grávida?

Sim, era exatamente isso o que eu estava pensando, e o que eu estava esperando que ela me perguntasse. Mas não tenho certeza, como posso ter?

Eu não sei o que deu na minha cabeça e na de Scorpius para fazermos sexo sem proteção, não foi de propósito, juro, eu simplesmente esqueci, e presumo que ele também tenha se esquecido.

E se eu estiver certa, não quero nem ver o que minha mãe vai me dizer, o que meu pai vai me dizer! Prevejo sermões vindos como uma tempestade sobre mim.

–Eu não sei Lily – digo com lágrimas nos olhos quando levanto a cabeça. Minha prima me olha com os dois olhos arregalados.

–Você e o Scorpius, vocês...?

Ela não precisa terminar a pergunta, eu assinto com a cabeça antes que ela possa.

–Ah meu Deus! Rose! Vocês nem pensaram no que isso poderia resultar? Poderiam ao menos ter se protegido, não acha?

–Não foi de proposito, eu juro, nós simplesmente nos esquecemos. Mas eu não tenho certeza de que estou grávida, são só vômitos.

Lily revira os olhos.

–E tonturas, e fome além do normal, o que mais você quer que confirme isso?

–Um teste – respondo. – Um teste de gravidez trouxa poderia me dizer, nem sempre ele está certo, mas se já estamos com estas suspeitas ele pode ajudar.

Agora eu estou sussurrando para que ninguém mais possa me ouvir, apenas Lily.

–Nunca ouvi falar, mas se você diz que existe, então é melhor tentar.

Sim, é melhor tentar. E depois veremos no que vai dar.


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Notas finais do capítulo

TAN TAN TAAAAAN (momento suspense no ar)
Então, próximo cap sai apenas com mais de um review pelo menos u.u por favor em gente, eu não mordo e fico super feliz quando vocês comentam ^^ beijão!