Short-Fic - Laços escrita por Clarissa Cullen Potter Mellark


Capítulo 2
Capítulo 1 – The Beginning of All O Começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o atraso, meus amores, não deu para postar ontem. Mas aqui estou eu postando o primeiro capítulo, espero que gostem. Até domingo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/443050/chapter/2

Capítulo 1 – The beginning of All (O Começo de tudo)

Londres - Setembro de 1990

Era uma chuvosa noite de setembro. Nada além do normal se tratando de uma cidade como Londres, uma das cidades mais chuvosas do planeta, mas o período do ano ajudava: final do verão e iniciando o outono.

Dr. Carlisle Cullen se preparava para sair de sua clínica. Como o costume, era o último a sair. Já estava pegando as chaves para abrir o carro quando viu uma mulher grávida, ensopada, se escorando em um poste. Ela estava malvestida, suas roupas pareciam surradas e velhas. Com certeza era uma mulher muito pobre. Aproximou-se para ajudá-la.

– Senhora? Deixe-me ajudá-la. Eu sou médico.

– Ah, por favor! Salve meu bebê! – falou agarrando as vestes do médico.

– Acalme-se, senhora. Eu vou ajudá-la. Vamos até a minha clínica.

Vendo que a mulher não conseguia dar mais um passo sequer, Carlisle pegou-a no colo e levou até a clínica. Como conseguiu não sabia, mas em minutos já estavam em uma sala de parto da Clínica Dr. Joseph Cullen. Normalmente não se fazia partos, mas sempre tinha uma disponível para casos de emergência.

Rapidamente percebeu que a mulher estava em trabalho de parto. Ajeitou-a e começou a orientá-la, para que o bebê nascesse. Carlisle não era obstetra, era Cirurgião Pediátrico, mas já realizara sete partos em toda sua vida na medicina, uma inclusive na época da residência em um grande hospital do centro de Londres, e todos foram muito bem sucedidos. Ordenou à mulher que fizesse força e ela assim fez, mas percebeu que a mulher estava fraca, porém ela se manteve firme tentando trazer seu bebê ao mundo.

Minutos depois se ouviu um chorinho agudo na sala de parto.

Era uma menina.

Era simplesmente linda. Tinha a pele muito branquinha, embora fosse comum aos recém-nascidos, e os cabelos castanhos. Eram características comuns, mas mesmo assim era o bebê mais lindo que já vira, e olha que já tinha visto muitos pelo fato de ser Pediatra.

– Doutor? – chamou a mulher, fraca.

– Olhe senhora, sua menina nasceu. – falou, levando a garotinha até a mãe, já a tinha enrolado em um pano. Entregou-a para a mãe, que a segurou como podia.

– É tão linda, minha menina! – falou a mulher.

– Dê-me agora que eu preciso terminar os procedimentos com a senhora e com ela também. – falou Carlisle, tirando a garotinha dos braços da mãe. Depois que colocou a menina em um local adequado voltou para a mãe, que o chamou novamente.

– Eu sei que o senhor já fez muito por mim e pelo meu bebê, mas eu tenho que lhe fazer mais dois pedidos.

– Fale, senhora. – incentivou.

– Eu não vou resistir, doutor, eu sei que vou morrer...

– Não fale isso, eu vou cuidar da senhora...

– Não, doutor, eu sinto que minha hora está chegando! Peço que, por favor, cuide de minha menina. Se não puder cuidar dela você mesmo entregue-a a quem possa cuidá-la com carinho e atenção. O senhor me promete?

– Prometo. E qual é o outro pedido?

– Quero que a chame de Isabella. Era o nome de minha mãe e eu queria que ela tivesse esse nome.

– Claro, senhora, mas a senhora não precisa se preocupar, eu vou fazer tudo o que puder para salvá-la...

– Não vai adiantar, doutor, eu já estou indo. Diga a ela que eu a amei desde o momento que soube que estava grávida, mesmo sem saber se era menino ou menina.

Dito isto a mulher deu seu último suspiro e faleceu. Sem se conter, uma lágrima escorreu pelo rosto de Carlisle. Era triste o destino que aquela mulher corajosa levou. Mas o momento era de olhar para a menina. Limpou as lágrimas com a manga do jaleco e foi em direção a garotinha, que já não chorava mais, mas estava acordada e com os olhos bem abertos. Carlisle se espantou com os olhos da menina: eram castanhos, mas era o tom mais bonito que já vira na vida, eram cor de chocolate, um chocolate profundo. Pegou-a e começou a niná-la.

– Agora, Isabella, somos só você e eu. Prometo que irei cuidar de você melhor que qualquer outra pessoa no mundo, ou pelo menos tentar. Prometo ser o melhor pai que eu puder.

Durante todo o tempo que ele falava Isabella manteve seus olhos abertos, como se prestasse atenção no que ele falava. Carlisle abaixou o rosto e beijou a testa ensanguentada da menina. Ela fechou os olhinhos e bocejou, sua boquinha formando um perfeito “O”. Rapidamente levou-a para dar banho e fazer os exames necessários. Isabella iria ser sua companhia, seus dias de solidão desde a morte dos pais estavam acabados.

****

Carlisle agradeceu aos céus que a menina tivesse alguém como ele para cuidar dela. Além de ter capacidade e experiência em cuidar de crianças, tinha a disponibilidade de se ausentar do trabalho para cuidar dela. Como era dono da clínica, contratou outro cirurgião pediátrico de confiança e por pelo menos um ou dois anos viveria para cuidar de sua pequenina. Já a amava incondicionalmente, se surpreendeu como um sentimento pudesse surgir tão repentino e intenso.

Descobriu que o nome da mãe de Isabella era Renée Swan, procurou por algum familiar, caso alguém tentasse tirar sua menina dele, mas descobriu que era filha única e seus pais já eram mortos. Fez questão de providenciar um enterro decente para aquela mulher que lhe deu uma filha tão linda, porém como não conhecia ninguém próximo à Renée, só estavam presentes no enterro ele e Isabella. Não havia nenhuma pista sobre o pai biológico de Isabella, o que no fundo agradeceu, assim só teria que enfrentar a justiça pela guarda de seu bebê. Contratou o melhor advogado na área: Caius Volturi. Foi em seu escritório com a menina e explicou seu caso, que ouviu atentamente e se comprometeu em dar seu melhor para que ele conseguisse a guarda da pequena.

A menina ainda dormia em sua cama, tinha comprado apenas o básico: roupas, fraldas, leite, pomadas, etc. Já tinha desocupado um dos quartos de hóspedes e estava reformando para que pudesse comprar os móveis necessários. O pintor iria terminar o quarto em poucos dias, ele faria uma decoração branca e lilás. Não tinha nenhuma mulher que poderia ajudá-lo, só tinha amigos homens e era filho único, não tinha nenhuma irmã, mas estava conseguindo se virar.

Assim que o quarto ficou pronto colocou Isabella no bebê-conforto e foi para a loja de bebês para fazer compras definitivas como móveis, decorações, brinquedos e mais roupas. Chegando em casa tirou a bebezinha do carro e colocou na sala, aproveitando que ela estava dormindo para poder tirar as compras do carro. Percebeu que a casa ao lado da sua estava sendo ocupada. Era uma mulher, que tinha um bebê no colo, dando instruções para os carregadores. Não tinha experiência nenhuma em decoração de um quarto feminino, então resolveu pedir ajuda.

– Com licença, senhora? – chamou. Reparou que era uma senhora muito bonita, tinha longos cabelos ondulados castanho-médio e olhos extremamente verdes. Tinha o rosto em forma de coração e transpirava maternidade, parecia que tinha nascido para ser mãe, não aparentava ter mais que uns 27 anos, a mesma idade que ele.

– Pois não, senhor? – respondeu com um sorriso doce.

– Eu me chamo Carlisle e estou com a minha filha, só que eu não tenho a menor ideia de como decorar um quarto de menina, será que a senhora assim que pudesse poderia me ajudar a arrumar o quarto dela? Claro, se seu esposo não se importar.

– Acabamos, senhora. – avisou um dos carregadores.

– Obrigada, estão dispensados.

– Com licença. – falou, saindo com seus colegas.

– Respondendo a sua pergunta, Sr. Carlisle, será um prazer ajudá-lo! Não haverá problema nenhum com meu esposo, pois sou viúva. A propósito, me chamo Esme.

– Muito obrigado, Sra. Esme! – agradeceu sinceramente. – A senhora gostaria de um lanche? Acho que será um pouco complicado a senhora comer nesse momento, sua casa deve estar uma confusão. Se a senhora quiser posso depois ajudá-la...

– Ah, muito obrigada, com um bebê é mesmo complicado organizar uma casa e tomar conta ao mesmo tempo. Eu aceito seu convite e aproveito e conheço sua menina. – falou se aproximando de Carlisle. – Esse aqui é o meu menino, o nome dele é Edward. – mostrou o bebê que carregava, também muito bonito de cabelos cor-de-bronze, aparentava ter uns dois meses.

– A minha pequena está dormindo na sala, aproveitei que dormiu para descarregar o carro das compras que eu fiz, pai de primeira viagem e ainda solteiro é complicado, se eu não fosse pediatra seria pior ainda.

Entraram na casa e guiou-a até a sala, onde estava sua filha dormindo tranquilamente.

– Essa é minha pequenina Isabella. – falou Carlisle, tirando a menina do bebê-conforto e aproximando-a de Esme.

– Mas que menina linda! – admirou-se Esme. – Desculpe se eu estiver sendo intrometida, mas o senhor é pai solteiro? Como?

Carlisle não pode evitar uma risada. – A senhora não está sendo intrometida, é normal se sentir confusa depois do que falei. Não me chame de senhor, afinal só tenho 27 anos, me chame de Carlisle. É uma história meio longa, a senhora está disposta a ouvir?

– Claro, mas não me chame de senhora, pois eu também não sou velha, me chame de Esme.

– Ok, então eu explico enquanto comemos.

Ajeitaram os bebês próximos a eles na cozinha e começaram a conversar enquanto comiam. Carlisle explicava desde que encontrou a mãe de Bella prestes a dar à luz até aquele dia. Esme explicou também que seu marido tinha morrido em um assalto a mão armada no subúrbio de Manchester, sua antiga cidade, quando estava com cinco meses de gravidez. Quase perdeu Edward, mas seu amor pelo filho a fez firme e aguentou até o final da gravidez, mas quando acabou o resguardo mudou de cidade para uma vida nova com seu filho.

– Sua atitude é admirável, Carlisle. Adotar uma menina que tinha acabado de fazer o parto e ainda abandonar o trabalho só para cuidar dela. Se fosse outra pessoa provavelmente a entregaria para a adoção, mas não, você foi firme e encarou a responsabilidade. Você é um homem raro!

– Obrigado Esme. Apesar de estar a pouco mais de uma semana com Isabella já não vejo mais minha vida sem ela, eu a amo incondicionalmente.

– Você é um verdadeiro pai. Eu já sei em algo que poderá ajudá-lo: eu posso amamentar sua filha! Você como médico sabe melhor do que eu que o leite materno é a melhor coisa para o bebê, assim sua filha poderá ter toda a proteção que um bebê recém-nascido precisa.

– Esme, você não sabe como eu agradeço. Por mim e por Isabella. Como gratidão eu me comprometo a cuidar da saúde de Edward até quando ele precisar. Você já tem um pediatra para seu filho aqui em Londres.

– Obrigada, Carlisle.

E assim continuaram conversando e conversando, até que Edward acordou e reclamou de fome. Esme, como uma mãe zelosa que é, rapidamente se levantou e amamentou seu filho. Parecendo que tinham combinado, assim que ela acabou de amamentar o menino Isabella acordou e também reclamou de fome. Para começar a ajudar Carlisle desde já, Esme também amamentou Isabella, que pareceu aceitar o leite materno com enorme boa vontade, enquanto Carlisle colocava o pequeno Edward para arrotar.

Assim que os dois bebês estavam alimentados e dormindo, Carlisle e Esme resolveram ir até a casa dela para começar a organizar as coisas, enquanto um arrumava o outro olhava as crianças. Ele ficaria com o mais pesado: montaria os móveis e os colocaria no lugar, ela organizaria as outras coisas. Era óbvio que isso era trabalho para pelo menos uns três dias, mas Esme se comprometeu a arrumar o quarto de Isabella quando os móveis chegassem dali a dois dias.

E assim se passaram os dias, Carlisle e Esme cada dia mais próximos, assim como Edward e Isabella, mesmo que inconscientemente. Será que o amor iria bater na porta deles? Isso só o tempo poderia explicar, mas nada é impossível quando se acredita que o verdadeiro amor está perto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Não deixem de me mandar a opinião de vocês! Beijos!