The Son of Fear escrita por Leila Edna Mattza


Capítulo 6
Great. Simply great.


Notas iniciais do capítulo

Eu, pessoalmente, acho que demorei. Mas e aí, o que vocês estão achando?
HEY, THANK YOU PETER JOHSON E TIIIAGOVS FOR THE RECOMMENDATIONS! Que tal seguir o exemplo deles, gente?!
Boa leitura!



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PERCY

Em poucos dias me acomodei em uma rotina que parecia quase normal, se descontarmos o fato de que eu tinha aulas com sátiros, ninfas e um centauro.

Todas as manhãs eu estudava grego antigo com Annabeth e conversávamos sobre deuses e deusas no presente. Descobri que ler grego antigo era muito fácil, mesmo com a minha dislexia. Annabeth falou alguma coisa sobre meu cérebro estar fisicamente programado para entender grego, mas não dei muita atenção.

Quíron já havia tentado me ensinar arco e flecha. Bem, eu poderia pelo menos acertar um alvo, mas já era óbvio que eu não era para aquilo. Um arco não era uma arma que eu apreciava. Eu não gostava de ficar distante da batalha, não, eu preferia ficar na linha de frente, pronto para matar.

Corrida? Eu até que me dava bem. As instrutoras, as ninfas do bosque, perdiam o foco em me vencer com facilidade, embora tivessem séculos de prática fugindo de deuses apaixonados. Toda vez que eu sorria para elas, elas davam risadinhas e coravam, então sorrir era minha técnica para vencê-las.

E as lutas? Bem, embora eu goste razoavelmente de me gabar, eu, modestamente, digo que sou simplesmente incrível. Havia me tornado um grande amigo de Clarisse, filha de Ares e conselheira-chefe de seu chalé. Tínhamos uma relação tipo irmãos competitivos. Se alguém fosse me procurar, poderia me encontrar no chalé 5, disputando queda de braço com Clarisse e seus irmãos, enquanto escutava rock pesado no volume máximo.

Ou então, poderiam me encontrar na floresta.

Por quê? Eu e Luke, nós também éramos como irmãos, a diferença é que éramos muito mais unidos. Sempre íamos para a floresta, para um lugar bem afastado de tudo e todos. Luke contrabandeava Coca-Cola de alguma loja próxima, e eu espantava qualquer espírito da natureza intrometido, e, então, ficávamos num lugar na floresta bem afastado de tudo e todos. Conversávamos, lutávamos com alguns monstros, duelávamos, fazíamos alguma coisa para passar o tempo.

E Thalia... Bem, normal. Conversávamos aqui e ali, falando sobre bandas de rock ou técnicas de batalha. Estávamos constantemente tentando descobrir mais sobre a vida um do outro, mas nenhum de nós cedia. Eu não costumo ser lento em raciocínio, mas ainda não entendia por que Luke e Annabeth davam sorrisos maliciosos enquanto eu falava com Thalia. Ou talvez eu entendesse, só não quisesse acreditar no que eles ousavam pensar.

Hoje, Luke estava pensativo. Mais do que o normal. Nós dois estávamos sentados no chão próximo ao Riacho de Zéfiro. Ele olhava para o nada enquanto bebia distraidamente de sua lata de Coca-Cola.

– Ei, cara. – Eu disse, e ele olhou para mim. – Espero que não esteja planejando alguma travessura sem mim.

Ele pareceu culpado por um instante. Suspirando, ele desviou os olhos novamente.

– É mais que uma travessura, Percy. – Disse.

– Ah, já entendi tudo. – Peguei uma lata de Coca. – Você vai roubar alguma coisa, não é? – Comecei a beber.

Luke mordeu o lábio inferior, e sussurrou:

– O raio-mestre de Zeus, para ser exato.

Cuspi todo o refrigerante. Luke fechou os olhos, limpando o rosto.

– Muito obrigado, Percy.

– Foi mal. – Sorri um pouco antes de ficar sério. – Luke, o que você quis dizer? Você não pode estar planejando roubar o raio de Zeus bem debaixo do nariz dele!

Luke respirou fundo, olhando para o chão.

– Eu estou. – Ele respondeu, e me encarou. - Olha, Percy, eu lhe contei isso, porque confio em você. Mas se você contar a alguém, eu acho que vou ter que te matar.

Olhei para o chão. Eu era um ótimo guerreiro, mas Luke ainda era muito melhor e experiente. Eu tinha poucas chances de vencê-lo numa luta. Não que eu quisesse lutar com ele. Eu não via Grover há semanas. Luke havia se tornado meu melhor amigo. Eu não iria perdê-lo também.

– Roubar o raio-mestre vai causar uma guerra entre os deuses. – Eu falei lentamente. – Zeus vai culpar Hades e Poseidon, e eles vão se destruir. Os deuses vão provocar sua própria ruína, e o Olimpo será destruído tijolo por tijolo, junto com a Civilização Ocidental. – Olhei para Luke. – Por que está fazendo isso?

Luke suspirou, se levantando. Ele começou a andar de um lado para o outro enquanto falava:

– Minha missão dois anos atrás. – Disse. – Meu pai, Hermes, queria que eu roubasse um pomo de ouro do jardim das Hespérides e o levasse ao Olimpo. Depois de todo o treinamento que fiz, aquilo foi o melhor que ele pôde pensar. Hércules fez isso. Onde está a glória em repetir o que os outros já fizeram? Tudo o que os deuses sabem fazer é repetir o passado. Meu coração não estava naquilo. O dragão do jardim me fez isto – ele apontou para a cicatriz -, e quando voltei, tudo o que ganhei foi piedade. Eu queria destruir o Olimpo pedra por pedra naquele momento, mas esperei o comento certo.

– E o que faz o agora ser o momento certo? – Perguntei, erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços. Às vezes, eu parecia o mais velho entre nós. Embora Luke fosse bem mais velho que eu, eu era apenas uns 3 centímetros mais baixo do que ele.

Luke hesitou.

– Alguém me fez uma oferta. – Disse, incerto. – Ele me convenceu a roubar alguma coisa que valesse a pena, algo que nenhum herói jamais tivera coragem de pegar.

– E isso é o raio-mestre de Zeus. – Eu adivinhei.

– E o Elmo das Trevas de Hades. – Luke sorriu levemente.

– O Elmo das Trevas. – Repeti.

– Aham.

– De Hades.

– Aham.

– Ok. – Disse simplesmente. – Não duvido que você faça uma loucura dessas. Mas, me diga, quem lhe fez a oferta?

Ele mordeu o lábio novamente, duvidoso.

– Posso sentir o seu medo, Luke. – Avisei sinceramente. – Medo de ser descoberto. Não me force a descobrir no que, exatamente, você se meteu.

Ele abaixou a cabeça, não me olhando nos olhos.

– Cronos. – Ele sussurrou. – Ele fez a oferta.

Respirei fundo.

– E você aceitou.

– Eu sinto muito, Percy. – Ele me olhou quase desesperadamente. – Eu não pude recusar. Era tão tentador...

– Não, tudo bem. – Eu interrompi. – Eu entendo. Entendo seu ódio por seu pai. E você quer saber? – Fiz uma pausa. – Eu vou ajudá-lo.

– O quê? – Seus olhos se arregalaram, incrédulos.

– Eu não vou repetir. – Eu disse, irritado. Era incrível como minha paciência poderia voar pela janela com tanta facilidade. – Se eu não sou filho de Ares, sou filho de algum deus menor. E se for, que diferença faz? Vou continuar encaixotado no chalé de Hermes, dormindo no chão e esperando algum milagre. Mas sou impaciente demais para esperar. Vamos fazer jus aos semideuses. Somos apenas ferramentas para os deuses. Vamos mudar isso. Vamos criar um mundo de novos heróis.

Quando terminei, Luke sorriu um sorriso enorme e brilhante.

– Então estamos juntos nessa, mano. – Disse, seu sorriso nunca vacilando. – Quando o solstício de inverno chegar, daqui a uma semana, vamos roubar os símbolos de poder de Zeus e Hades.

Devolvi o sorriso, antes de franzir a testa.

– Quando você planejava me contar tudo isso? – Perguntei, curioso.

Seu sorriso sumiu e seu rosto ficou branco.

Revirei os olhos.

– Deixa pra lá.

Voltamos em silêncio para o acampamento, para que as ninfas não ouvissem nada sobre nossos planos, embora não fosse necessário. Luke, Thalia, Clarisse e Annabeth haviam me dito que eu não precisava usar meus óculos escuros para esconder meus olhos. Assim, tudo que eu precisava era encarar uma pessoa se eu quisesse que ele se afastasse. Thalia havia sorrido e dito “Seus olhos são sinistros” enquanto Clarisse havia dito “Você pode ser um idiota, mas seus olhos são muito legais”, o que, é claro, resultou em mais uma discussão.

Quando chegamos de volta à área dos chalés, fui recebido por Clarisse, que colocou um braço em meus ombros, ignorando Luke completamente.

– Hey, Jackson. – Ela disse, com o sorriso mau que nós compartilhávamos. – Vai uma partida de queda de braço?

Eu sorri.

– Você vai perder, La Rue.

Ela abriu a boca para responder, mas seus olhos se voltaram para algo acima da minha cabeça, e se arregalaram. Ela se afastou, assim como todos que estavam em volta de nós.

Franzi a testa, e olhei para cima. Um holograma de luz vermelha girava e cintilava acima de mim. Duas lanças cruzadas que pareceu provocar estremecimento em todos, e, a frente dela, estava aquela “caveira do medo” que era o pingente em meu colar.

Houve o som de cascos no chão, e Quíron apareceu, empurrando a multidão ao meu redor. Ele olhou para mim, e abaixou a cabeça em respeito.

– Salve Perseus Jackson, filho de Phobos, deus do medo, e abençoado por Deimos, deus do pânico.

Vi Thalia em meio a multidão, com um leve brilho assustado nos olhos incrivelmente azuis.

Ah, que ótimo. Simplesmente ótimo.


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Notas finais do capítulo

O pior capítulo que eu já escrevi. Pequenino... ruim. Mas o próximo será melhor, eu tenho quaaaaase certeza, ok? Comentem, pelo amor de Ares (Afrodite)! Quero pelo menos 7 reviews!
Oscula, dulcedo!