O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 34
Capitulo 34 - "Eu bem que te avisei"


Notas iniciais do capítulo

Okay, eu sei que demorei, que matei vocês de curiosidade e de raiva, que fui xingada até a morte, recebi elogios de dar vontade de pedir vocês em casamento, eu sei, eu sei. Mas eu posso explicar tudo:
*Pensamentos dos leitores: “Lá vem”*
Bem, a demora é óbvia, né: tia Naty está sem internet ainda. Coisa trágica, né? Quando eu postei o capitulo anterior, sinceramente, a pessoa mais curiosa pra saber o que ia acontecer era euzinha mesmo, então dois dias depois este estava pronto. Mas, bem, estar sem internet é uma merda mesmo, e não deu pra compartilhar minhas ideias com vocês no mesmo dia. Enfim, acontece.
Além disso eu estava COMPLETAMENTE LOTADA de trabalhos pra fazer. Gente, eu tenho dezessete matérias. Ou seja, dezessete trabalhos. Quase todos estão prontos, mas agora eu tenho que me preocupar com as minhas dezessete provas. É, tá difícil.
MAS EU NÃO VOU DESISTIR!!
Bem, então como estou postando? Adivinhonas! Sim, eu vim na casa de uma amiga fazer nosso trabalho e aí pedi uns minutinhos. Essas notas que estão lendo agora eu escrevi em casa, pra deixar bem claro. Hahahaha’
Mas, enfim, quero agradecer aos comentários de vocês, gente! CARACA, EU ESTOU APAIXONADA ATÉ PELOS XINGAMENTOS DE VOCÊS! MINHA NOSSA! Serio, amei, amei, todos de coração. Mesmo que eu não tenha respondido, eu leio todinhos pelo celular *----* And again, and again, and again. :D E, bem, acho que nós não tivemos recomendação nenhuma. Mas, bem, tivemos recomendaçÕES perfeitaaaaaaas *----* !!!
Foram TRES. TRES. TRES. TRES. Isso só aconteceu uma vez comigo na minha outra fic, e me senti do mesmo jeito. Boquiaberta. Impressionada. Totalmente sem palavras. Serio, eu precisava ver se a conta era minha mesmo. MUITO OBRIGADA A “Annie Chase” “Juuh Lerman” “demigoddess6” PELAS RECOMENDAÇÕES MUITO MAIS QUE PERFEITAS DE VOCÊS. Serio, de verdade. Eu estou muito feliz que mesmo demorando, vocês ainda me ajudam. MUITO OBRIGADA, AGAIN, AND AGAIN.
Pois é, acho que vocês querem mesmo ler, não é? Hehehehe’ Depois do capitulo anterior... Até minha irmã queria me bater. Mas, enfim, ele não ficou grande como o outro e é mais pra esclarecer os pensamentos dos nossos queridos. Enfim, aproveitem.



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Pov’s Annabeth.

― Annabeth, eu quero te ajudar, mas eu preciso que você se acalme.

Eu chorava. Chorava de um jeito que nunca havia chorado na minha vida. A minha cabeça parecia que ia explodir. Meu rosto, molhado pelo suor e pelas lagrimas, estava quente. Meu choro, sufocado, era uma coisa de dar pena.

Não consegui ir para a casa. Não suportaria ter que explicar toda a minha situação para meus pais. Eles, depois de todos esses dias que passamos juntos, não mereciam ouvir isso. Essa cagada na minha vida ― uma cagada que eu me meti sozinha.

― Annie, por favor. Eu jamais te vi assim.

Mas eu nunca havia me visto assim também. Tudo havia desmoronado pra mim. Eu sabia que uma hora ou outra, tudo isso iria acontecer. Eu só imaginava que não iria ser desse jeito. Foi tudo muito rápido...

Eu queria saber onde estão os dois nesse momento. Percy foi o primeiro a ir embora arrasado, irritado, confuso. Rachel foi atrás dele. Não sei mais nada sobre eles. Estou sem nenhum tipo de informação. Para ser bem sincera, eu acho que teria ficado lá, parada e chorando na festa se Thalia não tivesse me puxado dali e me trazido a casa dela de taxi. Luke nos acompanhou, mas Thalia o dispensou logo que chegamos. Disse a ele que o que íamos conversar era algo muito pessoal meu e que não queria compartilhar agora. Ele aceitou numa boa.

Agora, aqui jogada em cima da cama, chorando horrores, eu não sei como é que ela está me tolerando. Tudo o que ela falou comigo é em vão. Mas eu não consegui parar de chorar. Eu quero falar com ela, mas a minha voz não saia. Apenas o meu choro.

― Annabeth, você quer que eu te deixe sozinha um pouco? ― ela apareceu ao meu lado, ajoelhada no chão.

Eu também nunca tinha visto Thalia tão preocupada. Era uma visão muito diferente, que a fazia parecer quase uma mulher de verdade, não uma adolescente rebelde.

Em resposta a ela, eu chorei.

― Acho que isso é um sim ― ela deduziu, começando a se levantar.

― Não ― segurei sua mão, e fiquei surpresa com o fato de minha voz ter se soltado da garganta.

Ela parou de se erguer.

― Você está fria como a Elsa ― falou Thalia, agora em seu tom normal ― Vamos fazer o seguinte: se você quiser desabafar comigo, vá no banheiro, tome um banho e vista qualquer coisa que você quiser no meu guarda-roupa, menos a minha jaqueta de couro, por favor; se não quiser, faça o que eu falei assim mesmo e depois eu te deixo em paz. Pode ser?

As lagrimas ainda desciam em meus olhos, mas eu não emitia som. Ergui-me, apoiando-me pelo cotovelo. Tirei o cabelo grudado ao meu roso. Conseguir segurar as lagrimas por tempo suficiente para limpa-las de meu rosto. Olhei pra Thalia. Sua expressão de preocupada voltou. Isso significava que eu estava mesmo mal. Lagrimas caíram.

― Ai, Annie ― Thalia me abraçou.

Eu não sabia por que eu estava chorando. Pelo menos, não especificamente. Era o fato de ter acabado com minha vida, com a de Rachel e, principalmente, com a de Percy. Era o fato de eu não ter sido justa com nenhum dos dois, de eu ter escondido coisas deles. Era o fato de eu não conseguir manter felizes as pessoas que eu amo. Era o fato de eu nunca conseguir fazer o que é certo. Era tudo.

Alguém entra no quarto sem bater, fazendo com que Thalia me solte na hora com o susto e eu interrompa o meu choro. Limpo o meu rosto depressa com medo de ser... Não sei. Olho pra trás, e vejo um Jason ainda em seu smoking branco na porta. Viro de costas novamente.

― Você não faz ideia do que rolou, Thalia! ― ele ia dizendo ― No final todo mundo se juntou e tirou uma foto! Eu e Piper no meio. Nunca vi um final de baile como este! E... Annabeth, o que está fazendo aqui?

― Ela só está me perguntando como ser fria para combinar com o vestido. Okay? Agora sai!

― Tudo bem, Thalia. Pode deixar ele ficar aqui ― falei.

Estando de costas, não vi o que aconteceu, mas presumi que Thalia ficou com um ponto de interrogação na testa.

― Você ouviu ela, maninha.

― Cala a boca!

Imaginei que a presença de Jason, uma pessoa com a qual não tenho aquela intimidade que tenho com a Rachel e Thalia, talvez eu não me debulha-se em lagrimas. Minha cabeça doía muito e, se eu continuasse chorando, tenho certeza de que ela explodiria.

Jason apareceu em minha frente. Usava uma faixa de rei, mas não a coroa. A roupa combinava perfeitamente com ele. Thalia apareceu ao lado de Jason, e a contraste preto e branco me fez pensar em como as cores transpareciam o gênio dos dois. Eram opostos. Inacreditavelmente, também tinham o mesmo sangue.

― O que aconteceu? ― ele perguntou ― Você estava bem à festa inteira! Eu vi Thalia te trazendo, mas imaginei que fosse nada.

Nada realmente não aconteceu ― falou Thalia.

― Então alguém pode me explica o que aconteceu?

― Nem se eu soubesse. Ela ia me contar quando você chegou.

― Ah, agora a culpa é minha?

― Gente, se acalmem ― eu falei. Por mais incrível que possa aparecer, eles ficaram quietos ― Eu não quero contar o que aconteceu de fato, tudo bem? É... É complicado.

Na verdade eu estava morrendo de vergonha do que eu fiz. Se não fosse por mim, nada disso teria acontecido. Talvez em mereça sofrer tudo isso como um castigo por minhas cagadas. Como o próprio Percy disse: sou o pior tipo de ser humano que existe.

― Tá, não precisa falar ― disse Jason ― Mas não vamos ficar tranquilos enquanto você não ficar bem.

― Você disse uma coisa sensata? ― falou Thalia, impressionada ― Acho que o cargo de rei lhe faz bem.

Jason se limitou a fazer língua pra ela.

― Tem alguma coisa a ver com a Rachel? ― falou ele ― Se você está aqui com a Thalia, é por que...

― Tem sim, Jason ― falei.

Ele me olhou curioso. Obvio que queria muito que eu contasse mais alguma coisa, mas eu simplesmente não podia. Não queria.

― Okay ― ele ergueu as mãos em rendição ― Desculpe. Deve ser uma briga muito feia. O que é estranho já que vocês nunca brigam. Acho que vou perguntar ao Percy o que aconteceu.

Eu já ia protestar quando o meu celular vibrou em minha perna. Tirei-o do suporte e verifiquei. Havia varias ligações perdidas de ninguém menos que Nico di Ângelo.

É isso mesmo. A margarida apareceu. No meio da noite, quando eu poderia estar dormindo. Uma raiva tomou conta de mim e eu taquei o celular na Thalia, que o pegou no susto. Como ele poderia fazer isso comigo? Porque não me deu explicações a noite toda? Como ele ousa ligar a essa hora?

― Quem era? ― perguntou Thalia.

― Ninguém menos que Nico di Ângelo ― bufei.

Ouvi o barulho do celular vibrando novamente na mão de Thalia.

― Se for o Nico ― falei ―, por favor, diga a ele que não quero explicações agora. Estou agitada demais.

― Não, não é o Nico, Annabeth. ― ela olhava pro celular ― É a Rachel.

― Rachel? ― peguei o celular da mão de Thalia às pressas e atendi a ligação. Eu não sabia o queria ouvir, mas nada poderia ser pior do que tudo o que aconteceu. ― Rachel? Rachel, é você?

Sim, sou eu.

A voz dela estava chorosa como a minha. Ela fungava e parecia que estava gripada. Previ o pior.

― O que aconteceu? Fala, por favor! ― pedi.

Escutei o seu choro. Meus olhos começaram a arder.

Annabeth... Acabou. ― ela chorava ― Percy terminou comigo. Eu tentei explicar o que aconteceu, mas ele não me escutou. Foi chegando no apartamento e guardando as roupas em uma mala. Disse que ia voltar para Washington hoje mesmo.

Baixei o celular do ouvido, junto com as lagrimas que desciam. Percy em Washington... Hoje mesmo... Não... Não, não pode ser.

― Annabeth? ― perguntou Thalia.

Voltei com o celular para o ouvido.

― E... E você deixou ele ir? ― perguntei, segurando a embargo de minha voz ― Digo, não fez nada pra tentar impedir?

Não tive tempo! Ele estava muito nervoso, Annabeth, nunca o vi daquele jeito. ― ela teve uma mini crise ― Eu não sei se vai voltar, não sei se ele vai falar comigo depois, não sei se vou ter mais noticias dele... ― ela começou um choro escandaloso e tudo o que eu pude fazer foi chorar em silencio. “Nada pode ser pior que o que aconteceu”... Minha vida é uma droga! ― Annabeth, posso ir aí pra sua casa? Não quero ficar aqui sozinha.

― Ah... ― eu olhei pra Thalia, que ergueu uma sobrancelha ― Eu vim pra casa da Thalia. Se quiser vim aqui, eu posso...

Deixa pra lá ― Rachel cortou-me. ― Eu acho que é melhor eu ficar um tempo sozinha, pra pensar no que eu fiz.

― Você não cumpriu a sua promessa.

Soltei. Ao me lembrar daquilo, fiquei ressentida com Rachel. Como ela pode não cumprir? Como ela pode beijar o Octavian na festa?

Olha, Annabeth ― ela falou ― Eu sei que eu agi mal, tá bem? Eu não me orgulho disso. Mas eu gosto de verdade do Percy. Isso foi um momento de fraqueza meu.

Fiquei quieta. Não ia falar nada.

Mas eu não quero perdê-lo ― ela continuou ― Vou dar um tempo a ele e depois vou tentar manter contato a todo o custo. Nem que eu tenha que ir a Washington e ver a cara de meus pais de novo.

***

Eu estava em choque quando eu desliguei o celular. Era demais pra mim. Se ainda existia alguma fagulha de esperança de que as coisas ainda iam se acertar pra mim, eu a havia perdido com aquela ligação. Não podia ser... Não...

― Annabeth, aconteceu alguma coisa com Percy? O que a Rachel te disse? ― Thalia perguntou.

― Espera, você e a Rachel não tinham brigado? ― perguntou Jason ― Como é que agora vocês se falam, choram e...

― Elas não brigaram, seu Cabeça de Vento ― Thalia deu um tapa na cabeça de Jason ― Será que não deu pra reparar?

― Sinceramente, eu não entendendo mais nada!

― Fica quieto! ― Thalia falou ― Annie, o que houve?

― Ele... Ele foi embora. ― falei ― Ele foi embora. Pra Washington.

― Quê? ― perguntou Thalia.

― Espera, ele quem? ― falou Jason ― O Percy? Pra que ele voltaria pra Washington? E numa hora dessas?

― Jason... ― falei, como um zumbi ― Você poderia deixar eu e Thalia sozinhas? Por favor, eu... Eu preciso muito falar com ela.

Ele ia protestar, mas Thalia apontou para a porta autoritária. Ele, então, seguiu para a porta, um pouquinho chateado. Thalia sentou-se ao meu lado e pôs a mão em meu ombro.

― Annabeth...

― O que eu fiz de errado, Thalia? ― soltei ― Eu nunca quis que nada acontecesse. Não que nenhum de nós sofresse. Eu não queria a infelicidade de ninguém!

Thalia me olhou compreensiva.

― Ah, eu tenho certeza que não ― levantei-me ― Nos últimos dias, fiz o que eu podia pra mantê-los. Saí do meu apartamento pra isso. Quase sacrifiquei a minha amizade. E olha o que aconteceu! Agora eles estão separados e Percy voltou para Washington, para a família dele. ― virei-me para Thalia ― Sabe o que é pior de tudo isso, Thalia? Esse era o meu objetivo desde o momento ― meus olhos ardiam ― em que aquele garoto colocou os pés dentro da minha casa.

Thalia estava sem ação.

― Talvez você tivesse razão, Annabeth, e eles não devessem ficar juntos. Talvez ele tenha entrado na sua casa, no seu apartamento, pra ficar com você. Talvez fosse isso.

― Não ― uma lagrima rolou ― Sabe o que ele me disse, Thalia, enquanto dançávamos juntos antes de tudo isso? Sabe? ― ela negou ― Ele disse... Ele disse que me amava. Que me ama. Tem ideia do quão grave isso é?

― Você o ama?

― Não vem ao caso, Thalia. Percy me disse que me ama. Depois, tudo isso aconteceu. Ele deve estar totalmente destruído. Eu acabei com a vida de Percy Jackson e, assim, acabei com a minha.

Eu não consegui dizer mais nada, pois já estava em prantos de novo. Thalia levantou-se da cama e andou até mim. Ergueu os braços e me abraçou de novo, dessa vez mais forte. Ainda em prantos, eu disse:

― Pode dizer. Eu sei que você quer.

Thalia suspirou.

― Eu bem que te avisei.

Pov’s Percy.

Quando finalmente consegui me ligar do que estava fazendo, eu já estava na metade do caminho de Washington.

O que me ajudou foi o clima. Parecia que quanto mais me aproximava de Washington, mais frio fiava. O dinheiro que eu tinha não dava pra comprar uma passagem com cabine, portanto fiquei encolhido no acomodamento do trem que peguei ― pra mim, nada de aviões. Eu ainda vestia o smoking. Deveria ter colocado uma roupa mais quente, mas tudo o que eu queria, e o mais rápido possível, era sair daquele apartamento.

Pra mim, foi o estopim pra explodir. Assim que cheguei ao apartamento ― fui correndo, só pra constar ―, fui direto ao meu quarto para fazer as malas. Rachel chegou um minuto depois ― não faço ideia de como ela foi. Já começou tentando tirar as malas da minha mão.

Flashback On

― Percy, para! ― ela jogou a minha mala no chão ― Para! Você não vai embora daqui! Pra onde você pensa que está indo? E a essa hora? Percy, para!

Eu já havia pegado a minha mala e colocado em cima da minha cama novamente. Pegava qualquer coisa e jogava sem um pingo de organização. Não estava com cabeça pra isso e nem pra nada.

― Percy! Me responda!

― Quer saber pra onde eu vou, Dare? ― eu rugi ― Eu vou voltar pra Washington, de onde eu não deveria ter saído nunca!

Rachel parou e deu um passa para trás.

― Você não pode fazer isso comigo! ― ela falou ― Percy, eu tenho uma explicação! Você não pode ir embora sem antes me deixar explicar!

― Te deixar explicar?! O que você tem pra explicar, Rachel? Ah, me desculpe. Eu já sei. Você estava verificando a temperatura corporal do cara? Certo. Tenho certeza que ele estava em chamas.

Rachel encolheu-se. Minha voz era de nojo.

― Não foi bem assim, Percy...

― Rachel, você tem outro motivo pra beijar o cara? O que ele era seu? Um garoto com uma amizade colorida?

― Ele era meu ex-namorado! ― ela esbravejou ― Eu só fiz isso porque eu queria chamar a sua atenção. Porque eu amo você e você estava tão distante que...

― Resolveu me trair? ― completei ― Você diz que me ama, pra depois dizer que me traiu? Você não sabe o que é amar, Rachel.

― Percy eu...

― Não quero suas desculpas. Não quero nada de você. Nada. Eu não posso exigir nada disso de você.

― O... O que você quer dizer?

― Eu... Sou tão pior quanto você.

― Você... Você quer dizer...

― É, Rachel, eu traí você.

Saiu. E na mesma hora em que eu disse, me senti aliviado. As palavras fluíram facilmente. Eu sabia que não deveria estar tão irritado com o fato de ela ter me traído, sendo que eu havia traído primeiro. Rachel me olhou horrorizada.

― O... O que? ― ela falou ― Com-como? Quando? Quando foi? Quem é a garota? ME FALA, PERCY.

― Não é da sua conta, Rachel ― falei. ― É por isso que nós vamos terminar. Aqui. Agora. Não demos certo. Nós dois erramos. Não podemos continuar.

― Não, Percy, por favor ― ela se aproximou de mim e me abraçou, mesmo sem retribuição. ― Não faça isso comigo! Não! Nós não podemos terminar! Não, não.

― Rachel ― consegui desgrudá-la de mim e a fiz olhar em meus olhos ― Já terminamos ― ela me olhou com os olhos marejados antes de sair correndo.

Flashback Off

E assim se termina mais um amor adolescente.

Eu sabia que não deveria estar com raiva total dela. Eu havia errado primeiro... Não é? Tudo começou quando eu me apaixonei por Annabeth Chase.

Isso é errado, não é? Se apaixonar por uma pessoa enquanto namora outra? Por outro lado, também não pude evitar. Fui fraco. Me deixei levar pelos encantos de involuntários de uma garota pelo simples fato de ela ser incrivelmente encantadora. Nunca conheci alguém como Annabeth e tenho certeza de que não vou conhecer novamente.

E aí ela me faz isso.

Até agora eu não consegui entender o nível da mentalidade de Annabeth. Como ela pode fazer o que fez? Digo... Ela me rejeitou e me pediu para continuar com a Rachel porque a Rachel me amava. Mas ela sabia que a Rachel estava me traindo. Como... Nunca, jamais, vou entender no que ela estava pensando.

Mas eu concluí uma coisa com isso tudo: ela realmente não gostava de mim.

Tudo o que aconteceu entre nós, tudo o que nós passamos e vivemos juntos, foram frutos da minha paixão por ela. Talvez eu até conseguisse desconcerta-la um pouco, mas ela realmente não gostava de mim. Não era possível. Um ser que gosta de outra pessoa nunca deixaria isso acontecer com ela. Não.

Nem mesmo depois que eu dei a minha ultima cartada ela se sensibilizou. Fui um idiota dizendo que a amava! Um idiota sincero. No momento em que a chamei para dançar, percebi que era certo: eu a amava. Não aguentava ficar longe dela mesmo quando dizia que queria ficar. Eu tentei ficar. Tentei.

Mas não consegui.

No final de tudo, quando descobri tudo o que se passava pelas minhas costas, eu estava tão nervoso que quase agi por impulso e disse a ela que a odiava. Me controlei, porque seria uma mentira das grandes.

Eu estou com muita raiva da pessoa incompreensível que é Annabeth Chase. Mas eu nunca conseguiria odiá-la. Eu posso tentar com todas as minhas forças, mas eu sei que nunca vou conseguir odiá-la. Então, é hora de ir embora, pra longe, pra tentar esquece-la, pois isso é o melhor que eu posso fazer por mim.

***

O trem chega em Washington pela tarde.

Consigo um taxi, depois de uns dez minutos na estação. Minha cabeça latejava por uma mistura de sono, fome e cansaço emocional. Mais dez minutos e eu estava em frente aos portões da minha casa. A verdadeira casa.

De onde eu nunca deveria ter saído.

Digo ao motorista do taxi para esperar. Como não tinha dinheiro, teria de pegar com meus pais lá dentro. Só havia um problema com isso: ninguém fazia a menor ideia de que eu voltaria pra casa. Ou seja, haveria uma euforia.

Arrastei minha mala pela calçada até que cheguei a porta. Uma grande porta branca. A campainha estava do lado. Só precisava apertar.

Por um momento, hesitei. Imaginei como meus pais reagiriam a minha chegada surpresa. Na mesma hora, perguntariam onde está a Rachel. E o que eu responderia? Simples: que eu havia me apaixonado por sua amiga e que nós dois acabamos nos traindo e terminamos o namoro logo em seguida. Fácil.

Só que não.

Mas eu apertei a campainha. Se eu fosse ficar pensando no que dizer, eu nunca conseguiria montar uma resposta convincente. Ou demoraria uns quatro dias, mas eu sinto que o taxista não tem todo esse tempo.

Quem abre a porta é o chamado braço direto do meu pai, também conhecido como Quíron.

Depois de tanto tempo sem vê-lo, achei estranho olhar para o seu rosto. Sua barba bem aparada agora possui alguns fios grisalhos. Seu cabelo, que ao mesmo tempo que é grande é curto, está bem arrumado como sempre. Suas pernas estão cobertas por um pano curto, para não atrapalhar o deslizar das rodas de sua cadeira.

― Percy?! ― ele diz, surpreso ― Mas como? O que...

― Você tem algum dinheiro aí pra mim pagar o taxi?

***

― Filho? ― minha mãe descia as escadas em alta velocidade ― O que aconteceu? Porque esta aqui? Onde está a Rachel? Meu Deus.

Nesse meio tempo, ela já havia chegado até o sofá da sala onde eu estava e me abraçado fortemente. Ela cheirava a chocolate. Seu cabelo longo castanho escuro roçava em meu rosto. Só naquele momento percebi o quanto sentia falta daquele abraço e da sensação de proteção que sentia junto a ele.

― Ele simplesmente apareceu aqui, Sally ― falou Quíron, que estava na nossa frente, ainda surpreso ― Sem nenhum aviso, uma ligação, sem mesmo uma mensagem. Isso não é do feitio dele. Ou ele aprontou alguma coisa, ou algo aconteceu.

― Filho? ― minha mãe me afastou e olhou em meus olhos ― Porque você veio? Me diga, por favor. Você está com uma cara tão abatida. Não minta pra mim, eu sei que te aconteceu alguma coisa.

Uma pequena palavra sobre minha mãe: ela me conhece melhor do que eu mesmo. Ela sabe o que eu quero de natal na pascoa. Ela sabe quando eu não quero falar de algo, mas também sabe quando eu preciso falar. Exagerando toda a coisa, eu acho que ela sabe até o tanto de fios de cabelos que eu tenho em minha cabeça. Eu a amo tanto por isso.

― Eu e a Rachel terminamos ― falei.

― O que? ― perguntou minha mãe e Quíron ao mesmo tempo ― Como isso é possível? É inacreditável. ― prosseguiu minha.

Na verdade, tenho que confessar, eu já sabia que eles esperavam que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde.

Vamos voltar ao começo de tudo, quando eu ia me mudar para o apartamento de Rachel. No ultimo dia antes de ela viajar, ela veio se despedir de mim. Conversamos muito e havíamos acabado de completar uma semana de namoro naquele dia. Eu estava muito apaixonado por ela, ou pelo menos achava que estava no ápice da minha intensidade de paixão ― isso porque eu ainda não havia conhecido uma certa loira por aí. Enfim, assim que nos despedimos eu prometi que iria atrás dela.

No dia seguinte, ela foi embora. Eu, como um bom namorado que cumpre as suas promessas, fui direto conversar com meus pais sobre o assunto ir atrás dela. Bem, eles eram super a favor do namoro... Contando que ele ficasse aqui em Washington. Falei com eles que eu havia prometido e que precisava ir. Me disseram que ela que deveria ter ficado, já que os pais dela moram aqui. Eu insisti. E minha mãe me disse algo do tipo: “Percy, meu filho, não é porque somos maus. Mas... se você for com ela, com certeza vocês vão morar juntos. Você sabe o que é isso, filho? Morar com outra pessoa? Dividir tudo com ela? É como um casamento. Você quer esse tipo de relação com apenas uma semana de namoro? E a amiga que mora com ela? Como vai se sentir em relação a isso?”. Mal sabia eu que o meu único problema daquela fala era a “Amiga”.

Mas, enfim, meus pais nunca apoiaram a minha decisão de ir. Mas também nunca brigamos profundamente por isso. Minha mãe desconfiava que o fato de eu ir morar com ela iria acabar com o nosso relacionamento. Como sempre, estava certa.

― Tá, eu quero ir pro quarto ― falei, me levantando ― Foi uma noite turbulenta e eu não dormi. Preciso...

― Percy, não é isso o que está realmente te afetando, não é? ― perguntou minha mãe ― Pelo menos, não é o que esta parecendo pra mim.

― Mãe... Eu preciso descansar. Prometo te contar tudo depois, tudo bem?

― Tá, tá bem, Percy. Vá para seu quarto, descanse e depois me conte tudo. ― ela me analisou de cima em baixo ― Espera, um smoking? Você estava no baile da sua escola? E veio direto?

― Eu estou subindo, mãe.

E fui direto para meu quarto.

***

Eu só tenho um probleminha com o meu quarto: ele é muito parecido com o quarto do apartamento.

As paredes azuis, os lençóis brancos, a cama no meio do quarto... Tudo é muito parecido e me lembra muito aquele quarto. Claro que no meu tem muitas coisas que deixem pra trás ― Levei pouco do que me pertencia para o apartamento ―, como meus pôsteres, minha coleção de CDs de algumas bandas, alguns livros que eu gostava de ler e muitos objetos alheios que coleciono. Mas ainda assim...

Minha mala e mochila estão em cima da minha cama, que parece do mesmo jeito desde que saí daqui. Em cima da cabeceira, há uma tela de metal pintada de preto, onde coloco várias fotos, de variados momentos e lugares. Tiro meus sapatos, subo em cima da minha cama e tipo a foto do centro.

Eu e Rachel estamos abraçados em frente a Casa Branca. Foi no dia em que a pedi em namoro. Pedi para um cara que passava naquela hora tirar a foto pra registrar o momento. Olho pra foto sem expressão, e sem entender o que sinto olhando-a. Seguro-a com as duas mãos, e a rasgo no meio.

Depois disso, tiro o smoking e vou ao banheiro tomar o banho mais longo de toda a minha vida. Em seguida, visto uma calça de dormir e uma blusa de moletom por conta do frio.

Minha mochila me chama atenção. Abro a parte menor e tiro de lá a foto que tirei com Annabeth e Rachel na cabine do Parque de Diversões. Eu sei que eu não deveria olhar para aquilo, mas os meus olhos não querem desviar. Eu só consigo encarar seu rosto. Involuntariamente, subo em minha cama de novo e seguro o ímã que segurava minha foto com Rachel. No lugar dela, coloco a foto de nós três, olhando sem desviar.

Pulo da cama, enfio na mão no bolso da frente da mochila novamente e pego meu celular. Digito “G” na barra de procura dos contatos. Disco um número que não ligo desde que sai de casa. Ele atende no terceiro toque.

― E aí, cara? Ainda se lembra de mim?


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Notas finais do capítulo

Okay, eu sei, não deveria ter feito isso, ou deveria, não importa, eu já fiz muahahahahaha’ Porque eu sou um ser vivo muito do mal, só pra constar. Heheh’
SÓ QUE NÃO.
Tá, se acalmem. Eu não vou falar o que está vai acontecer agora, como vai ser o feriado deles, como vai ficar todo mundo, nada disso. O que posso dizer que a música tema da Annabeth neste momento é “Where Do Broken Hearts Go” do One Direction. Musica perfeita essa. Serio, olhem a letra. Fiquei pasma quando li hahahaha’ Tão idêntica a situação da Annie. 1D escreveu pra ela. Haha’ Oh, yes, I’m directioner.
Gente, pra mim mantê-las atualizadas, que tal montarmos um grupo no Whatzapp? Ou nem precisa de grupo! Se quiserem, é só me passarem o numero de vocês, okay?
Enfim, gente. Não sei se volto semana que vem, mas vou tentar, tá bem? Espero que tenham gostado! Comentem, favoritem e recomendem.
Beijos da Naty ♥