O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 33
Capitulo 33 - Party - Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Helooow *-*
É isso aí, pessoas, eu consegui! Atrasada, mas eu consegui!
Pois é, eu ainda estou sem net. Já vou dando logo a má notícia muahahaha’ Por causa de todo esse lance de aumento da energia (Dilma, querida, pague minha conta?), meu pai resolveu cortar a net momentaneamente. Triste, não? Trabalhos, só na minha colega e tal. POREM O PC AINDA ESTÁ AQUI, PORTANTO EU POSSO CONTINUAR ESCREVENDO E POSTANDO NA CASA DELA AAAAHHHH’
Calma, não fiquei louca ou tomei uma dose alta de FDL. Ou talvez sim.
Bem, eu sei que não respondi os comentários e me sinto muito mal por isso. Mas, serio, roubar Wifi é difícil. Sem falar que o ponto bate sol o dia inteiro. Mas eu comecei a responder alguns do capitulo... retrasado, eu acho... Mas não deu muito certo. Provavelmente, deve ter algum comentário pela metade, porque celular é o ó pra responder! MAS EU NÃO VOU DESISTIR!
Bem, eu quero agradecer os comentários fofos de vocês *---* Muito obrigado por não sumirem, lindas



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Pov’s Annabeth

Dançar com aqueles dois era uma das melhores coisas que eu já tinha feito em toda a minha vida. Na verdade, tudo o que eu fazia com aqueles dois sempre acabava por ser as melhores coisas que faço na minha vida.

Nossa dança era estranha. Havia um garoto conduzindo duas garotas ao mesmo tempo, sendo que uma delas não fazia a melhor ideia de como se mexia pra dançar daquele jeito ― e, eu admito com a maior cara de pau do mundo, essa era eu.

Nunca fui fã de festas, mas acho que já deixei isso claro. Digo, é muito pouco espaço pra se movimentar, muita gente pra processar, muita musica pra dançar e pouco oxigênio para respirar. Então, melhor ficar em casa lendo um bom livro e tomando chocolate quente, principalmente nesse inverno.

Falando em inverno, cá estou eu de Elsa. Ironia né? Baile de inverno, rainha da neve... Acho que eu deveria ganhar essa coroa! O problema é que eu não estou competindo. Como vou me autonomear rainha do baile? Seria estranho. Mas eu não me importo nem um pouco com isso.

Bem, a ideia do vestido, como devem ter imaginado, foi ideia da Héstia. Assim que saímos do quarto, ela me disse que conhecia alguém que, por um acaso, conhecia alguém que era fã do filme. Pedimos emprestado, levamos há uma costureira, fizemos uns ajustes pra não ficar muito parecido ― e obvio ― e tivemos um resultado bem mais bonito do que esperávamos. Pouco antes das três da tarde, os meus pais receberam um telefonema, e era a professora de artes me querendo como apresentadora. Ela havia dito que eu era muito comunicativa e que era a pessoa perfeita para substitui-la. Sim, sei. Comunicativa... O que interessa é que pelo menos o vestido parecido veio a calhar nesse momento inesperado, já que meus pais me fizeram o favor de aceitar o cargo.

Mas eu já superei isso.

Já faz quase uma hora que Percy, Rachel e eu estamos dançando do nosso jeito maluco. E é isso o que eu ainda não superei. Digo, depois de quarta-feira, eu imaginei que nunca mais receberia um sorriso sequer de Percy Jackson. Mas ele sorriu pra mim. Ele falou comigo. Ele me chamou pra dançar. Junto com a Rachel, mas chamou.

Percy Jackson não me odeia e não tem fato que me deixa mais feliz.

Bem, ele pode estar mentindo. Há uma grande chance de ele estar fingindo só pra continuar com a nossa relação de “amiguinhos” para a Rachel. Mas isso também me agrada, já que ele estaria fazendo isso por ela, o que me levaria a crer que ele estaria sente alguma coisa por ela e estava fazendo tudo isso para não magoa-la.

Há um momento na musica que ele segura minha mão, me roda sem sair do lugar, enquanto Rachel está ao lado rodando sozinha e fazendo passos no ritmo da musica. Três rodadas me deixam tonta e, estando de salto, perco o equilíbrio. Ele me segura; eu me apoio com a mão no seu peito; como seu blazer está aberto, minha mão vai parar debaixo dele; percebo duas coisas com isso: que ele está usando suspensórios ― coisa que sou completamente apaixonada em garotos desde que comecei a olha-los com outros olhos ― e que seu coração esta acelerado; ele me olha com seu jeito intenso.

Nunca peguei olhando pra mim daquele jeito. Seu olhar pode significar qualquer coisa: que gosta de mim ou me odeia. Não sei. Lê-lo é realmente muito complicado. Corrigindo: impossível.

― Tudo bem aí? ― Rachel havia parado de dançar e nos olhava com uma expressão curiosa.

Ao invés de se afastar, ele se aproximou mais e mexeu em meu cabelo. Tenho certeza de que apareceu um ponto de interrogação na minha testa. Com a mesma rapidez que pôs, ele tirou, me soltou, sem muita cerimônia. Depois, virou-se pra Rachel com muita naturalidade.

― Jurava que tinha visto um piolho ali ― ele falou com ironia.

― Ah! ― falei, surpresa. E, com a destreza de um gato, devolvi ― Aposto que acabei pegando de você!

― Não me culpe por sua falta de capricho, Chase ― ele falou, com ironia novamente e eu me perguntei o que estava acontecendo. Será que havia percebido que eu tinha razão e aceitado? Tinha compreendido e me perdoado pelo que eu fiz?

― Realmente não posso te culpar por eu ser burra o suficiente pra não sair do apartamento no dia em que você colocou os pés lá ― falei, continuando com aquilo.

― Droga, eu não tenho um argumento contra isso ― ele falou, o que resultou em Rachel e eu rindo da cara dele.

― Vocês dois, em... ― falou Rachel, rindo. Ela olhou ao redor ― Ai, eu cansei. Vamos pegar alguma coisa pra beber? Depois vamos pra mesa descansar um pouquinho.

Concordamos. Começamos a andar em direção a mesa de bebidas, mas Rachel disse que queria ir ao banheiro. Assim, segui com Percy até a mesa. Enquanto caminhávamos, imaginei que tinha razão ao pensar que ele ainda me odiava. Ele nem me olhava enquanto caminhávamos lado a lado. Talvez fosse melhor assim. Isso facilitaria o meu trabalho de conseguir esquecê-lo.

Porém, assim que chegamos à mesa, ele pegou um copo, me entregou, e depois pegou mais dois pra si. Então, quando eu menos esperava, ele disse:

― Fiquei sabendo pelo Connor e Travis Stoll que o segundo recipiente da direita para a esquerda estaria batizado. Quer tirar a prova?

― Acho melhor não ― respondi, encantada ― Não acho que eu tenha um comportamento adequado sóbria. Bêbada então...

― Ah ― ele riu ― Eu acho que...

― Percy, para.

Como nós estávamos andando, ele parou de andar e falar, tudo ao mesmo tempo. Percebi que ele tinha ficado surpreso com o meu pedido.

― O que...?

― Preciso saber uma coisa ― virei-me totalmente pra ele ― Está agindo assim comigo porque você quer ou por algum outro motivo que eu não entendi ainda?

― Ah ― ele me olhou encantado, como se não acreditasse na minha pergunta, o que me fez levantar uma sobrancelha pra ele ― Porque você é sempre tão desconfiada?

― Não sei.

Ele riu e colocou os copos, que eram de vidro, um dentro do outro.

― Vou dizer que não sei também ― ele falou, olhando pra mim, e, pelas minhas táticas infatíveis de descobrir mentiras, notei que era verdade ― É tudo o que posso dizer.

― Ah... ― o acompanhei enquanto ele ia ao recipiente com uma bebida azul e enchia os dois copos ― Então você não me odeia?

Ele deixou os copos na mesa, pôs as mãos nos bolsos e virou-se pra mim de novo. Uma expressão era séria e ao mesmo tempo desafiante. Seu blazer aberto estava para trás por causa das mãos nos bolsos. Nunca o tinha visto tão lindo quando naquele dia. Até seu cabelo estava arrumado! Naquele ponto, eu tinha que admitir, era melhor bagunçado ― pelo menos ao meu ver amador.

― É... ― ele olhou pra baixo, colocando a mão direita na nuca ― Podemos deixar isso pra outra hora? Não quero falar nada desse tipo agora. Tudo bem? ― ele ergueu a cabeça, a expressão em duvida.

― Okay! ― concordei na hora, deixando meu copo na mesa ― Eu não quis perguntar. Desculpe. Não devia te perguntar nada. ― dei-lhe as costas, envergonhada e comecei a andar em direção a nossa mesa, tendo total noção dele atrás de mim, e fazendo de tudo pra não olhar pra trás.

Chegamos à mesa, e alguns dos nossos amigos já estavam lá. Silena estava retocando a maquiagem dos olhos, enquanto Charles segurava o espelho na frente dela. Hazel e Frank conversavam em um canto.

― Cadê a Rachel? ― perguntei.

― Ela estava com vocês ― falou Silena, sem tirar os olhos do espelho ― Digo, vocês três são dançarinos incríveis! Porque vocês não formam um grupo? Seriam bons.

Percy apareceu ao meu lado, com uma cara de confuso.

― Ela está sendo sarcástica ― contei a ele ― Você deveria reconhecer a sua forma de comunicação mais usada, Jackson.

― Silena tem um sarcasmo tão natural que é muito difícil descobrir se é verdade ou não ― ele devolveu ― Tipo, outro nível. Mas ninguém viu a Rachel por aí?

― Não ― concordou Charles com Silena ― Ela estava com vocês.

― Quem estava com vocês? ― Rachel se materializou ao lado de Percy, com uma cara de espanto. Parecia que a garota tinha visto o fantasma Drácula na frente dela ― e eu, de cara, achei isso suspeito.

― Aonde estava, sua maluca? ― falei ― Íamos nos encontrar em dois minutos na mesa. O que houve?

― Muitas garotas no banheiro ― ela riu, brincalhona ― Ah, fala sério, foi só um atrasinho. Normal.

― É mesmo, gente, muito normal ― falou Silena, deixando a maquiagem de lado ― Annabeth venha aqui.

Me aproximei de Silena. Ela levou uma esponja de pó ao meu rosto pra retocar. Não demorou nem trinta segundos e eu já estava ao lado dela, sentada. Não parava de olhar pros lados. Nico não havia chegado ainda, o que já estava me preocupando.

― Vamos de novo? ― pediu Silena a Charles ― Foi tão divertido!

― Ah, espera, nós também vamos! ― falou Hazel.

Rachel e Percy olharam pra mim. Sentada na mesa com as mãos em cima dela, e eles na minha frente, parecia que eu estava sendo interrogada. O que era alucinação na minha cabeça, pra variar. Mas o olhar de expectativas deles estava me deixando um pouquinho incomodada. Pareciam que estavam querendo alguma coisa.

― O que? ― perguntei.

― Você vai levantar ou você quer que eu te pegue no colo? ― falou Percy, em seu típico tom sarcástico de falar ― Vamos voltar pra pista?

― Ah...

Olhei pra Rachel. Seus olhos não estavam com a mesma expectativa que os de Percy. Estavam suplicantes, mas não pra eu ir com ela e com ele para a pista de dança. Era pra mim... Ficar. Me magoei um pouco, mas ela tinha razão. Precisava de um tempo sozinha com ele. Sem falar que nenhum trio concorre pra Rei e Rainha.

Mas, bem, eu precisava ser convincente. Tirei meu celular de um suporte em minha perna ― um truque básico que Silena havia nos contado e mandado fazer durante a sábado no shopping ― e o acendi. Fingi uma cara de surpresa.

― Ah, desculpe ― falei ― O Nico acaba de me mandar uma mensagem. Já está chegando. Vou esperar ele chegar aqui. Podem ir.

Deixei o celular na mesa e olhei pra Rachel e Percy. Porque ele me olhava com raiva? O que eu fiz? Mas, ao contrario dele, Rachel sorria, mas estava agradecida.

― Vamos? ― Rachel começou a empurrar Percy. ― Annabeth, quando o Nico chegar, vai lá com a gente.

― Tá, pode deixar! ― falei, enquanto eles se afastavam. Enquanto faziam isso, imaginei se deveria mesmo levar o Nico pra dançar comigo junto de Percy. Levando em consideração todas as lembrança dos dois juntos, acho melhor não.

Mas mal sabia eu que eu nem precisaria me preocupar com isso.

***

Depois de mais uma hora com eles dançando enquanto eu ficava panguando na mesa, decidi ir ao banheiro retocar direito a minha maquiagem.

Antes disso, é claro, tive que achar a Silena no meio da pista de dança para pegar a maquiagem dela. Depois de um tempo, eu estava no banheiro acertando o lápis dos meus olhos. Não estavam borrados, mas estavam apagando.

Nico não havia chegado. Eu não aguentava mais espera-lo. Tinha certeza que se não estivesse apresentando o baile, eu não estaria mais aqui. Já teria ido embora há muito tempo. Será que aconteceu alguma coisa? Porque ele nem minhas ligações atende? Ao mesmo tempo em que fico preocupada, fico irritada. Afinal, falei com ele antes de ir confirmei que vinha. Porque ainda não deu sinal de vida?

Quando acabo de ajeitar o lápis, passo para o rímel.

Tudo bem que, por outro lado, foi bom ele ter se atrasado um pouco. Os minutos que dancei com Percy... Digo, com Percy Rachel foram mágicos e...

Cara, quem eu quero enganar? Está na cara que eu amei ter dançado com o Jackson, principalmente depois de uma semana sem olhar em seus olhos e vê-lo sorrir pra mim. Quase pude acreditar que ele não me odiava, e talvez que pudéssemos nos tolerar como seres humanos normais. Tudo meio que desmoronou quando ele me disse que não queria responder a minha pergunta se me odiava ou não. Talvez ele quisesse evitar um drama emocional de minha parte ao tentar explicar de novo para que ele não precisasse me odiar por tudo. Enfim, o jeito é deixar pra lá e observa-lo no decorrer da noite.

Quando estou acertando o segundo cílio do meu olho, escuto gritos. Mas não grito de “Socorro! Ahhh”, mas sim gritos de conversas altas. Como a musica é muito alta ali, supondo que a briga seja bem próxima do banheiro. Então, curiosa do jeito que eu sou, guardo as coisas de Silena e vou ver o que está acontecendo.

Quando dei três passos em direção a porta, reconheci as vozes. Não acredito.

Me deixa em paz! ― era a voz de Rachel ― Eu não aguento mais você e tudo isso. Me esqueça, tudo bem?

― Não! ― disse a outra voz, exasperada ― Não vou até você me aceitar. Eu te amo, Rachel.

Ama nada. Eu já vi você com ela! Agora vê se me deixa em paz e nunca mais procure!

Não vou. Nem que eu tenha que ficar o baile todo atrás de você! Já estou, e não vou parar. Não importa o quanto você me diga não!

Me aproximei mais da porta e espiei. Eles estavam de frente um pro outro. Rachel estava de costas pra mim e ele de frente. A expressão dele era de uma suplica grande que eu até senti pena, embora soubesse o que ele dizia era mentira.

― Vai embora, tá? ― Rachel estava com a voz embargada de raiva ― Não quero mais saber de você! ― ele começou a protestar, mas ela continuou ― Vai embora!

Ele não foi, mas Rachel ameaçou virar-se, então eu me escondi rapidamente atrás da porta. Rachel passou e se escondeu em um dos boxes do banheiro. Assim que ela bateu a porta, eu corri para fora e segurei o infeliz pela gola da camisa.

― O que você quer com ela?! ― eu rugi. Estava com tanta raiva daquele inútil que a minha suposta pena foi embora tão rápido quanto veio ― É melhor você falar!

― Calma, Annabeth! ― Octavian ergueu a mão em rendição ―Eu não estava fazendo nada com ela!

― Eu ouvi tudo, Octavian! ― gritei ― Nem adianta negar! Não tem vergonha de andar atrás dela sabendo que ela tem namorado?! ― soltei-o bruscamente.

― Aquele carinha? ― ele apontou na direção da mesa onde estavam meus amigos e Percy. Eles tinham uma perfeita visão de nós dois. Se alguns deles me vissem... ― Fala sério! Ele tem cara de mané! Sério que foi isso que ela conseguiu? Fala sério, Annabeth, eu não posso acreditar que Rachel tenha passado de mim para aquilo. Não, me desculpe. Eu o conheço, ele fala comigo de vez em quando, e a Rachel ainda nem contou pra ele quem eu sou. Do jeito que ele fala comigo, não parece ser o tipo dela. Ele é muito... Mariquinha.

Não. Ah, não. Esse filho de uma boa mãe que não soube criar o filho não disse isso. Ele está mesmo rebaixando Percy Jackson na minha frente? Não, isso não está acontecendo. Octavian quer morrer, né?

A raiva surgiu de um lugar que eu sabia que era possível sentir raiva. Para matar sua curiosidade, já posso contar que foi do meu joelho, que se levantou tão involuntariamente que eu até me assustei com o gemido de dor de Octavian quando ele acertou suas bolas. Ai. Acho que deve ter doído.

― Não ouse falar mal do Percy, Octavian ― falei, mesmo com um pouquinho de dó, mas, quem mandou falar mal do Percy na minha frente? ― Se você não quiser levar um desses, não fale mal do Percy na minha frente!

Eu apontava acusatoriamente pra Octavian. Ele, coitado, deixava a mão em suas bolas, curvando pra frente. Marica, mané... Se ele chingar o Percy de novo, eu aplico um sutil e violento golpe de Judô nele. Tô avisando.

― Cara... ― ele gemia ― Você me paga, Chase ― ele conseguiu ficar ereto ― Até parece que é você a namorada do cara!

Okay, eu admito que aquilo me desconcertou por uns segundos. Digo, desde que comecei a sentir meus sentimentos fortes pelo Percy, eu acho que eu nunca me ilusionei junto com ele. E, nesse momento, a imagem começou a se formar em minha mente. A verdade? Não era uma imagem muito agradável. Tipo, só consigo imaginar um casal briguento, receoso e ciumento que nunca poderia dar certo.

― Annabeth?

― O que? ― então eu me lembrei de onde estava ― Ah, deixe de ser ridículo, Octavian. Percy é meu amigo! E você sabe também como sou com os meus amigos. Eu nunca te aceitei namorando a Rachel. Jamais. A prova de que ele é um trilhão de vezes melhor do que você, é a dor que você está sentindo agora, seu imbecil.

E, como aquele efeito muito bonito e muito utilizado em filmes, dei-lhe as costas jogando os cabelos. Bem, foi bem clichê, exagerado e desnecessário, mas fazer o que?

Voltei pra dentro do banheiro. Eu não ia contar para a Rachel que tinha acabado de ter uma conversa muito calorosa com o ex-namorado dela, então também não podia dar alguma pista de que eu a vi conversando com ele. Chamei seu nome, fingindo não saber em que boxe ela estava, mesmo sabendo perfeitamente.

― Rachel, cadê você? Você esta aí? ― chamei de novo.

Ouvi a porta do box ser destrancada. Rachel, um pouco cabisbaixa, saiu de dentro do boxe, e se direcionou até mim, abraçando o próprio corpo.

― Você sumiu ― falei ― Fiquei preocupada.

― Ah, é que... ― ele abriu um sorriso ― Fiquei um pouquinho cansada e me escondi. Porque, tem alguém me procurando?

― Não, não, só eu.

― Bem... CÁ ESTOU EU! ― Rachel gritou, erguendo os braços que nem uma maluca, e pulou em minha direção, me abraçando. Fala sério, quanto tempo isso não acontecia. Me senti em minha vida antiga, onde minha maior preocupação era se ainda tinha miojo no meu armário da cozinha em meus dias de preguiça. Rachel me soltou ― Vamos, vamos pra mesa.

Ela me puxou, mas antes de chegarmos à porta, eu perguntei.

― Rachel... Você não tem nada pra me dizer?

Ela parou e se virou pra mim.

― O que eu teria pra dizer? ― ela ergueu uma sobrancelha.

― Ah... ― resolvi deixar pra lá ― se ela não ia querer me falar, não falaria ― Nada. Vamos.

***

Todos estavam sentados nas mesas. A musica estava baixa. Já era 11h30min da noite e eu estava no centro do palco, em frente microfone, enquanto todos estavam quietos olhando diretamente pra mim. Respirei findo e comecei.

Aí, gente, as votações vão começar agora, em! Nossos técnicos selecionaram os melhores casais e agora é a hora da votação. Os papeis estão nas mesas. Lembre-se que não é necessário votar exatamente no par. Mas, antes de sabermos o resultado, que tal mais um pouquinho de musica?

O DJ entendeu a indireta e soltou She Looks SoPerfectdo 5Secondsof Summer. Assim que todos acabaram de votar, partiram para a pista. Desci logo em seguida e fui pra mesa. Silena estava tendo um ataque.

― Eu estou na lista! Charles, nós estamos na lista! Caramba, ai meu Deus, ainda bem que fomos muito simpáticos hoje. Ah céus! Charles, nós estamos na lista!

Ela hiperventilava. Charles a segurou e a levou pra tomar um drink. Os outros também estavam animados.

― Eu estou na lista! ― comemorou Piper ― Com o Michael! ― ela o abraçou, contente. Quando o soltou, olhou de novo para a folha, e fez uma cara de tédio ― Porém, Jason Grace também está na lista.

― E porque você se importa? ― perguntou Michael.

― Ah, Piper? ― chamou Percy, que estava do outro lado da mesa, de frente pra mim. Ele me fez uma pergunta silenciosa, e eu assenti ― Eu queria me desculpar por...

― Já está desculpado, Jackson ― falou Piper, em um tom brincalhão ― A proposito, eu nem me lembro de você na cena. Apenas esqueça.

― Que cena? ― perguntou Michael.

― É melhor deixar pra lá! ― falou Piper.

― É, verdade. ― falou Percy.

― Mas...

― Michael ― falei ― Xiu. E aí, quem mais está na lista?

― Não! ― Thalia gritou, levantando-se olhando pro papel. ― Não posso acreditar nisso! EU NÃO ACREDITO!

― Não vai me dizer que você está na lista? ― perguntou Rachel, sentada ao lado de Percy.

― Não, não ― ela sentou-se calmamente, como se nada tivesse acontecido ― É que o Percy está. Isso é inacreditável!

― Thalia, entenda: você gostando ou não, eu sou um charme ― Percy falou, com seu típico sarcasmo ― O que significa que eu concorro a muitos prêmios como esse. O que significa que você vai ter que engolir.

― O que significa que todos já entendemos ― eu não aguentei segurar essa ―Okay? Okay.

Ele riu pra mim e eu me segurei pro meu sorriso não ser escandalosamente grande.

― Gente, vamos bolar um sistema de votos para sermos igualmente votados. ― Silena havia voltado. Havia parado de se hiperventilar, mas ainda estava muito animada ― Cada casal vota em si mesmo. Aí vai sobrar a Annabeth, Hazel, Frank, Luke, Thalia, Calipso e Léo. ― ela pensou um pouquinho ― Droga.

― Sobrou um voto! ― falou Léo ― E agora?

― Ah... ― comecei ― Acho que vai sobrar um voto mesmo.

― A gente podia dar um voto a mais pra alguém ― sugeriu Calipso ― Não podemos deixar um de nós sem votar.

― Certo ― perguntei ― Mas quem?

Olhei para a Thalia, que olhou pra Léo que olhou pra mim. Chegamos a um entendimento com o olhar.

― A Piper! ― falamos eu, Léo e Thalia ao mesmo tempo ― Ela ganha o voto!

Todos nos olharam sem entender.

― Confiem na gente ― pedi.

Percy me observou. Quando olhei pra ele ― o que acontecia involuntariamente a cada dez segundos ― percebi que ele estava tentando entender qual era o meu plano. Mas ele era o Percy: obvio que não iria entender.

― Okay, nós votamos na Piper ― ele falou.

Então, ficou assim: cada casal votou nele mesmo. Calipso e Luke votaram no casal Charles e Silena; Hazel e Frank em Rachel e Percy; porém, eu, Thalia e Léo votamos no casal da Piper de um maneira diferente. Depois dobramos tudo, colocamos na urna no centro da pista, e voltamos pra mesa.

Porém, não durou três segundos para eles quererem voltar a dançar. Segundos depois, eu estava sozinha na mesa, pois não havia ninguém pra dançar comigo.

Não que eu tenha ficado com a maior cara de deprimida naquele ponto. Quer dizer, minha melhor amiga só quer saber de dançar com o namorado dela, o cara que eu gosto é o namorado da minha melhor amiga e meu suposto par me deu um bolo muito bonito sem sequer uma justificativa.

Sério, a minha vida é uma bosta.

Joguei as minhas mãos em cima da mesa e abaixei-as sobre elas. Tenho certeza que eu dormiria se a musica não fosse alta. Depois de que eu juguei serem minutos, ouso alguém sentar-se ao meu lado. Não foi um sentada suave. A figura se jogou na cadeira.

― Alguém aí já cansou de dançar? ― perguntou pra ninguém em especial já que não sabia quem era o ser que estava do meu lado ― Sentar-se só daquimeia hora.

― Agora você quer me fazer dançar quando eu não quero? Francamente, Annabeth, quando você vai perder esse espirito mandão?

Eu levantei a minha cabeça muito rápido. E acho que me descabelei no processo, o que, combinado com a minha expressão de ultra surpresa, deve ter sido uma cena engraçada. Percy ergueu uma sobrancelha pra mim. O que ele estava fazendo aqui?

― Cadê a Rachel? ― falei, o que o fez bufar e passar as mãos no cabelo irritado, fazendo com que o mesmo começasse a bagunçar (o que, a meu ver, era ótimo).

― Você só sabe falar isso? ― ele disse.

Eu deveria ter me sentido culpada por isso, mas não. Eu realmente estava preocupada com ela, porque, se ela não estava com o Percy, havia uma grande probabilidade de ela estar discutindo com...

― Ela foi com as meninas ao banheiro retocar a maquiagem para o caso de elas ganharem. Não vão voltar tão cedo.

Me senti aliviada no mesmo instante.

― Atá. ― foi o que consegui dizer.

Depois disso, seguiu apenas silencio. Eu nem conseguia olhar pra ele. Ele, por sua vez, estava todo relaxado. Chegou até tirar o blazer e pendura-lo na cadeira, deixando visível a blusa social branca e os suspensórios. Uma bela visão.

― Então... ―ele alisou as próprias mãos ― O Nicolas do Arcanjo não veio. Aconteceu alguma coisa?

― Ah ―eu não vou rir do “Nicolas do Arcanjo”, eu pensava, eu não vou rir disso!― Eu... ― bem, eu estava com receio de contar a ele que Nico não havia me dado uma justificativa. Me odiando ou não, eu tinha certeza que odiava ainda mais o di Angelo. ― Ele não pode vir. Só isso.

― Serio? ― ele perguntou, bem sério.

Eu apenas assenti. Havia começado a tocar uma musica lenta, que eu lembrava o nome. Era... A Thousand Years da Christina Perri. O toque do piano lento me fez ter vontade de chorar porque eu não tinha ninguém pra dança-la comigo.

Olhei para Percy. Ele estava desinquieto, mexendo em seu suspensório e eu sentia que ele não queria olhar pra mim diretamente, então fazia isso pelo canto do olho. O toque de piano estava quase no fim.

― Você quer ir dançar?

Olhei para ele embasbacada. Ele não pode ter dito isso pra mim. Dançar, nós dois, sozinhos... Não, acho que Rachel se materializou ao lado dele invisível. É, é isso. O olhei com cara de “Está falando comigo?”.

― Afinal, quer ir ou não?

É, ele estava falando comigo. Um conflito interno me dizia pra não ir, porque Rachel poderia nos pegar. Mas olhando naqueles olhos, o meu coração apaixonado não queria outra coisa. Eu disse:

― Sim, eu quero.

Então ele se levantou. Com a expressão mais séria do mundo, ele segurou minha mão e começou a me puxar para levantar. Depois, sem perder o contato visual comigo, me puxou em direção à pista de dança. A música já havia começado.

The day we met/ Frozen, I held my breath/ Right from the start/ I knew that I found a home for my heart/ Beats fast, colors and promises/ How to be brave?/ How can I love when I'm afraid to fall?/ But watching you stand alone/ All of my doubts, suddenly goes away somehow.

No decorrer dos versos, eu e Percy chegamos à posta de dança e paramos um na frente do outro. Não perdíamos o contato visual. Ele ainda segurava minha mão. Sua mão livre foi para em minha cintura.

One step closer

Com sincronia com a musica, ele me puxou para perto. Suas duas mãos repousaram em minha cintura e minhas mãos subiram para seus ombros. Meus dedos brincavam com seu suspensório.

I have died every day waiting for you/ Darling, don't be afraid/ I have loved you for a thousand years/ I'll love you for a thousand more

Eu podia estar no céu ou em algum lugar bem próximo dele. Eu podia senti-lo perto de mim de uma maneira tão intensa, que o que passava pela minha era: porque eu não o quero pra mim? Porque eu quero deixa-lo, se sem ele eu não consigo ser feliz?

― Te ver em silencio é estranho ― ele disse, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto ― Você não é do tipo de ficar calada.

Time stands still/ Beauty in all she is/ I will be brave/ I will not let anything take away/ What's standing in front of me/ Every breath/ Every hour has come to this

― Talvez eu já tenha falado tudo o que eu tinha pra falar ― não sei se foi a coisa certa a dizer, mas foi tudo o que eu consegui pensar.

― Eu não acredito.

One step closer

― Ah... ― ele havia abraçado mais a minha cintura, o que me fez chegar mais perto ― Não acredita porque pensa que não me conhece mais?

― Eu não acredito exatamente porque te conheço.

I have die every day waiting for you/ Darling, don’t be afraid/ I have loved you for a thousand years/ I’II love you for a thousand more

Acho que ele havia percebido que eu não me senti bem com seu comentário, então pigarreou e disse:

― Eu sei que o Nico não e deu explicações.

― Ah ― eu suspirei ― Tenho certeza de que algo muito grave aconteceu pra ele não vir. Vou falar com ele.

And all along I believed I would find you/ Time has brought your heart to me/ I have loved you for a thousand years/ I'll love you for a thousand more

― Okay ― Percy olhou pra baixo ― Mas... Você pode me dizer quem era aquele cara que você estava conversando minutos antes de vir com a Rachel?

― Anh... ― ai meu Deus, ai meu Deus ― era um dos perturbadores de festa da escola. Só fui colocar ele no lugar dele a pedido do diretor.

― Dando um chute nas bolas dele?

Eu tenho certeza de que corei.

I'll love you for a thousand more

― Qual o problema de dizer que ele estava dando em cima de você? ― Percy perguntou ― Isso estava mais que na cara.

Eu acho que ele não viu o começo do nosso encontro, pensei. O que significa que ele não viu que o mesmo garoto estava conversando com Rachel momentos antes.

― Porque está tão preocupado com isso, Percy? ― eu perguntei, pois isso era realmente uma duvida minha ― Você não me respondeu se me odeia ou não.

― Ah ― ele suspirou ― Eu imaginei que a essa altura do campeonato, você já teria percebido que a tarefa “Odiar a Annabeth” nunca vai ser cumprida com êxito pela minha pessoa. Eu te amo demais pra isso.

One step closer

― O que você disse? ― eu perguntei.

― Eu amo você.

I have die every day waiting for you/ Darling, don’t be afraid/ I have loved you for a thousand years/ I’II love you for a thousand more

― Você não pode me dizer isso ― eu falei, completamente chocada, meus olhos começando a arder ― Não pode. Retire o que disse.

― Não ― ele falou, decidido ― Eu acabei de perceber isso e eu não vou guardar pra mim. Eu.Amo.Você.

Paramos de dançar.

And all along I believed I would find you/ Time has brought your heart to me/ I have loved you for a thousand years/ I'll love you for a thousand more

Ele não pode ter me dito isso. Não pode... Meu Deus do céu, em que situação em vim me meter! Ninguém nunca me disse essas palavras se não meus pais, se não a Rachel. Nunca. Por um momento, eu queria abraça-lo, chorar e pedir desculpas por tudo o que eu o fiz. E eu quase fiz isso.

Até que outra pessoa toca em meu ombro.

― Annabeth? ― era o nosso diretor ― Já deu meia noite, os votos foram contados, que tal uma apresentação formal agora?

― Ah... ― seu olhar não desviava. Ele estava realmente muito serio. Muito serio de verdade, de um jeito que eu nunca o vi antes ― Eu...

A expressão dele suavizou e ele disse:

― Ela já estava indo, diretor, não se preocupe.

O diretor assentiu e, em seguida, saiu andando. Eu ainda estava com os olhos em Percy. A musica já havia acabado e outra mais animada já havia começado. Mas nosso clima pesado ainda estava ali.

― Vai ― ele falou, a mão direita acertando meu cabelo no lugar ― Está bonita. Mas vá logo, porque não pode chegar muito tarde. ― sua mão desceu pro meu rosto ― Eu vou procurar a Rachel.

Em seguida, o garoto saiu de perto de mim, me deixando embasbacada no meu lugar. Porem, com três segundos eu tive que me recuperar e correr para o palco. Peguei o resultado e caminhei em direção ao cento do palco. Fiz uma pequena enrolação, enquanto eu tentava recobrar os meus sentidos. Observei o pessoal se agrupar na minha frente. Percy estava circulando por ai e eu não conseguia vê-lo. Depois de um papinho engraçado ― que não faço ideia de onde consegui tirar inspiração pra isso ― eu disse:

Beleza, pessoal. Agora nos vamos aos anúncios e coroações.

Dava pra ver que todos estavam apreensivos. Vi Silena na frente, cruzando os dedos. Respirei fundo e tirei o resultado do envelope e li.

Oh, MEU DEUS.

Senhor!― falei, com um sorriso incrivelmente largo no rosto. ―Gente, eu não acredito. Primeiramente, quero parabenizar a todos os concorrentes. Vocês estavam incríveis hoje à noite. Mas os coroados para Rei e Rainha do baile são ninguém menos que... PIPER MCLEAN E JASON GRACE!

Todo mundo aplaudiu. Eu aplaudi lá do palco. Eu os via, um mais boquiaberto do que o outro lá em baixo. Sinceramente, eu não me surpreendi com o resultado.

Entenda, Jason e Piper sempre, sempre, sempre foi o casal mais provável de toda a escola. Eram o shipper preferido de todo mundo, menos, é claro, das paparicas do Jason. Quando perceberam que eles não estavam se falando, talvez pensaram que torna-los rei e rainha ajudassem o casal. Porem, não foi uma trapaça. Pra ser sincera, enquanto eu dançava com Percy e Rachel acabei os observando. Piper dançava de um jeito provocativo, mas não vulgar, com Michael, e Jason fazia a mesma coisa com Reyna. Obvio que queriam fazer ciúmes um no outro. Como a votação não era obrigatória exatamente no casal, tudo se resumiu em os dois serem os mais votados.

A seguir, foi aquela comemoração toda. Eles subiram ao palco, foram coroados, comemoraram. Silena, lá embaixo, ficou maluca, gritando:

― Essa é minha irmã! Uhul!

Pois é. Na hora da valsa dos dois no palco, eu percebi que estavam receosos. Não queriam encostar um no outro. Porem, durante a dança, rolou uma química. Depois, o rei e a rainha tinham direito de andar por ai. Eles aproveitaram a primeira oportunidade para se separar. Mas, enfim, eles não vão poder ficar separados por muito tempo. Eu fui cumprimenta-los.

― Parabéns, Piper ― falei, abraçando-a ― Você merece. Está incrível!

―Valeu, Annabeth. Tudo graças a você.

Em seguida, fui puxada de lá. Obviamente, reconheci aquela puxada. Respirei fundo, imaginando o que aquele garoto queria comigo agora. Eu não queria falar com ele agora, nem tive tempo pra pensar em nada. Mas, quando ele parou na minha frente, ele não me perguntou nada sobre sua declaração. Ele disse:

― Não encontro a Rachel.

― Tá, vamos procura-la.

Ficamos procurando-a por mais de cinco minutos. Eu já estava pensando no pior. Ela não estava com as meninas no banheiro. Não estava em nenhum canto logico. “Não vou. Nem que eu tenha que ficar o baile todo atrás de você! Já estou, e não vou parar. Não importa o quanto você me diga não!”, ele havia dito.

Eu e Percy fomos ao ultimo canto possível. Assim que me aproximei do local ― que era embaixo da escada ― eu escutei múrmuros e logo conheci as vozes. Parei bruscamente. Percy trombou em mim.

― O que?

― Percy, ela não está aqui ― eu falei, começando a empurra-lo ― Vamos, vamos procurar em outro lugar.

Mas ele não me obedeceu. Ele começou a andar até lá e eu não consegui segura-lo. Ele andou até debaixo da escada e parou. Eu olhei pra onde ele olhava. Meu queixo caiu.

Rachel beijava ninguém menos do que Octavian. E não era um beijo simples e calmo, era uma coisa louca, cheia de desejo, de um jeito que eu nunca a vi beijar ninguém. Olhei para Percy. Suas mãos estavam cerradas.

O que está acontecendo aqui?

Rachel empurrou Octavian, que olhou pra Percy com cara de tédio. Minha vontade era esganar aquele infeliz. Rachel estava espantada, estava chocada, começando a ficar vermelha.

― Percy... ― ela dizia ― Eu... Eu posso te explicar.

Ele fez uma cara de espanto e indignação.

― Porque todo mundo insiste que eu preciso de explicação para as coisas? ― ele perguntou, indignado ― Eu não sou idiota, Rachel. Eu vi exatamente o que estava acontecendo!

― Percy...

― Percy, você precisa ficar calmo ― eu falei, mas mesmo eu não estava me aguentando de nervosismo ― Ela tem uma explicação pra isso!

― É, é eu tenho ― Rachel gaguejava, e eu vi lágrimas em seus olhos.

Percy a ignorou e virou-se diretamente pra mim.

― Explicação? ― ele falou, surpreso e indignado ― Como pode ter explicação pra isso? ― eu não pude olhar em seus olhos, então ele continuou ― Você sabia disso ― ele deduziu ― Você sabia disso tudo e não me contou!

Ele nunca havia falado comigo naquele tom acusatório e cruel. Nunca. Eu estava muito assustada.

― Você não queria que eu a largasse, mas sabia o que estava acontecendo! ― ele apontou pra mim, a voz cada vez mais nervosa ― Você queira que eu continuasse com ela, enquanto ela... ― ele não conseguiu dizer o resto, mas estava bem claro ― Você é o pior ser humano que existe. ― seus olhos, marejados de raiva, não desviavam dos meus ― Eu ode... ― ele parou, virando-se pra Rachel em seguida. ― quanto a você, Dare... Nós terminamos aqui. Está tudo acabado.

Percy saiu pisando forte.

― Percy espera! ― falou Rachel, correndo atrás dele.

As lágrimas desciam como torneiras em meu rosto. Foi tudo muito rápido. Eu deveria correr atrás dele também. Mas eu estava congelada como a rainha da neve.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho algo a declarar? Talvez não. Não vou comentar muito sobre o final do capitulo aqui. Vocês podem me xingar A VONTADE por ele.
O motivo de tudo isso? Querem saber?
O NAMORADO DA MINHA MELHOR AMIGA ESTÁ EM SUA RETA FINAL *-*
É, é isso mesmo. Mas, se acalmem, porque minha reta final significa mais dez capítulos ou mais ainda! Hehe’
~TiaNaty, pode me dizer se está pensando em uma segunda temporada?~
Hum...
Pois é, gente. Acho que é isso. Posso dizer que a metade do próximo já está escrito *-* Porem eu tenho que terminar o capitulo de outra fic, que recebeu uma recomendação, por isso ela merece um capitulo mais cedo.
VAMOS RECOMENDAR AQUI TAMBÉM!
Só isso, peoples! Quero desejar uma FELIZ PASCOA ATRASADA A TODO MUNDO, MUITOS OVOS DE CHOCOLATE, MUITAS... MUITAS... MUITAS! Kkkkk’
Comentem,favoritem e recomendem! Beijo ♥