Desventura Divina: A Jornada de Ouro escrita por Lady Meow


Capítulo 2
A mulher de nevoa diz uma profecia


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem por não ter postado esse capitulo antes? ~ le carinha de coitada ~
Prometo que vou postar o próximo nesses dias ainda. Eu prometo! Foi mal
Depois de tanta espera, não vou mais ficar enrolando vocês com as notas iniciais....



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Valentine

Ok. Aquela coisa toda já estava saindo do controle. Primeiro eu sou quase morta em uma biblioteca, vejo uma garota controlar o fogo, eu me teletransporte dentro de uma sombra e agora um fantasma sai do nada e diz que é meu irmão?

Eu já estava acostumada a certas coisas estranhas: como por exemplo, poder ver e ouvir fantasmas que geralmente me deixavam doida. Esse era o motivo para ter ido aquela biblioteca assassina, estava procurando por livros que me ajudassem a entender isso. Mas agora, um fantasma aparecer do nada e me dizer que é meu irmão é meio fora-do-comum-demais. Não acha?

– Como assim? Espere... você era a voz que me disse para entrar nas sombras? Era você esse tempo todo que me atormentava me dizendo coisas sem sentido? – Eu disse. Ele pareceu ficar um pouco magoado com o “atormentava”. Não queria ser tão grossa assim.

– Sim, sempre fui eu.

– Mas você não pode ser...você esta morto?

– Sabe, essa é uma questão muito delicada. – Nico pareceu um pouco triste ao tocar no assunto. – Sim, estou morto.

– Isso é uma pegadinha não é? Primeiro a cena da biblioteca e agora isso? Esta legal pessoal! Já podem parar! Corta! – Gritei, olhando em volta a procura das câmeras e da produção de um daqueles programas de pegadinhas. Claro que não tinha nada disso.

– Viu? Valentine, me escute. – Continuou e então me abraço. Isso me deixou mais surpresa que o normal, pois geralmente fantasmas “normais” eram completamente transparentes e não têm corpo “físico”, algo que Nico tinha muito bem – Sério que é realmente real? Eu achava que isso era impossível! Graças aos deuses! Eu jurava que isso era...

Ele parou. O som de passos, portas e alarmes pareciam estar chegando cada vez mais perto.

– Sabe, é melhor a gente ir se apressando. Não vai demorar muito tempo para que eles venham nos procurar aqui. Continuem a conversa de vocês lá fora. – Disse a outra garota que estava apoiada na porta ouvindo os barulhos.

Encontramos uma saída de emergência que ficava escondida de baixo das arquibancadas, por ela acabamos parando na frente de uma floresta (devia ser a mesma que cercava o internato).

– Por ali! – Apontei para uma “trilha”, não era bem um trilha, mas por ela era possível ver um pequeno feixe de luz. Muito pequeno.

– Por onde? Como você sabe? – Perguntou a garota ofegante atrás de mim. O garoto fantasma que se dizia ser meu irmão havia desaparecido. Apenas dei ombros. – Eu apenas sei. – E segui pelo pequeno caminho.

Depois de uns 10 minutos de corrida mata a dentro, finalmente chegamos a fonte daquela luz. Uma única lâmpada estava acesa no quintal dos fundos de uma casa. Não me lembrava muito bem se existia um lugar daqueles em Nova York, que por acaso eu conhecia com a palma da minha mão. Pulei a mureta que separava o quintal do resto da floresta.

– Que lugar é esse é a primeira pergunta que eu deveria fazer! – Disse a garota (que eu ainda não fazia ideia de qual era o seu nome) tirando a terra de sua calça, resultado de quando tropeçamos em um tronco de arvore que surgirá do nada.

– Será que eles vão nos encontrar aqui? – Perguntei, arrancando pequenos galhos da minha jaqueta.

– Eu acho que não – Disse Nico aparecendo em nevoa negra.

– Nico, será que dá para ser menos fantasmagórico, por favor? Se continuar aparecendo assim vai provavelmente me fazer ter um ataque do coração! – disse ela furiosa.

– Tudo bem, só quero que se você se lembre que eu sou um fantasma e fazer aparições desse jeito esta na lista de coisas que posso fazer como tal, Veronica – retrucou Nico.

– Me chame apenas de Ronnie...

Percebi que aquela era a hora de intervir antes que começasse um banho de sangue.

– Acho melhor vocês pararem – entrei no meio dos dois que recuaram – Conte-nos o que você iria dizer Nico, acho que é importante.

– Ah, claro – Disse Nico, ele se sentou no chão, mas na verdade flutuava alguns centímetros acima dele.

Me sentei de frente para ele encostada na parede, próxima a lâmpada. Estava fazendo um pouco de frio e ventava. Tudo havia acontecido tão rápido que eu nem me lembrava que havia se passado tantas horas e já era de noite.

Pela primeira vez pude ver o rosto de Nico com clareza: seus olhos negros, cabelo escuro e que implorava por um corte, pele pálida e aparência cansada e frágil. Apesar de ter por volta de 17 a 18 anos, ele transmitia algo realmente “velho”. Em algumas características, ele se parecia comigo.

Ronnie se juntou a nós.

– E então?

– Pode parecer esquisito. E é muito esquisito. Mas vou tentar ir devagar... – Fez uma pausa. – A algum tempo, sete heróis de uma profecia tentaram impedir que Gaia, a deusa da terra e também a mais perversa de todos, de acordar. Fizemos um acerto e todos nos tivemos que pagar um enorme preço por isso com mortes e os deuses tiveram que dar metade de seus poderes em troca. Quando pensávamos que tudo tinha acabado, foi quando o pior aconteceu: Estávamos em uma festa de comemoração pela vitória e em homenagem as vitimas no acampamento em que semideuses são treinados, e então, Gaia descumpriu o acordo e destruiu o lar dos heróis, matando todos eles e eu tambem. – Uma expressão triste apareceu em seu rosto – Porem, como sou filho do deus dos mortos e não frequentava muito o acampamento, foi diferente para mim: posso parecer e ter um corpo físico durante algumas horas do dia (de preferencia a noite) e tenho mais algumas vantagens. Mas faz algum tempo que venho ouvindo algumas conversas paralelas nos Campos Elísios de que um filho de Apolo teve uma visão de uma profecia que dizia que quando duas meio-sangues não reclamadas por seus pais olimpianos poderiam salvar o acampamento, era só isso mas acabou trazendo uma onda de esperança para nós. E agora que eu encontrei vocês, talvez...

– Nos sejamos as tais semideusas – Tive um pouco de dificuldade para falar a ultima palavra – Mas como nós faremos isso? É praticamente impossível! Nós nem sabemos se somos meio-sangues mesmo...

– De que vocês são, disso eu tenho certeza. – Continuou Nico – Tenho te vigiado o tempo todo desde que você foi trazida para esse seu antigo abrigo, Valentine. E como minha meia irmã, você se parece muito comigo. Percebi tudo quando vi que você falava com os mortos.

Não esperava que ele descobrisse meu maior segredo ou que ele me vigia-se o tempo inteiro. Por mais que ele fosse meu “meio irmão”, é constrangedor demais.

– E porque você nunca falou comigo? – Perguntei – Não acha que teria evitado que eu quase fosse morta naquela escola estupida ou de viver aprisionada naquele orfanato servindo de escrava?

– Eu não podia fazer isso naquele tempo, tinha que esperar a hora certa e descobrir se você é meus uma semideusa. E ainda tinha a segunda, que por algum motivo – Ele olhou feio para Ronnie – não consegui encontrar.

– Acho que eu devo agradecer por isso, não gostaria nem um pouco de ser observada em quanto tomo banho por um garoto fantasma tarado. – Ela disse dando ombros. Se fantasmas pudessem corar, tinha certeza que ele havia ficado vermelho pimentão.

– E então, como descobriu que a hora de aparecer era agora, Nico?

– Logo depois de vocês receberam aquela carta com a aquele panfleto – ele respondeu. Não me lembrava do que ele estava falando.

– Como esse? – Disse Ronnie estendendo um papel todo amaçado. Eu já tinha visto aquele panfleto, alias, ele havia aparecido na frente da porta do meu quarto (que eu dividia com mais 4 garotas). Lembrei que o havia guardado dentro da bolsa antes de ter vindo para aquele internato. O peguei, e ele estava completamente em branco. Assim com o de Ronnie, exceto o envelope que tinha meu nome e endereço. Fora isso, completamente branco, mas com um doce aroma. Aquele cheiro me era familiar, era a mesma fragrância do perfume que minha mãe usava que fora feito somente para ela.

Então parecia que eu estava de volta à antiga casa da minha mãe no interior da França. Meu corpo não doía mais e me sentia muito bem e cheia de vida, como se tivesse 6 anos novamente. Minha mãe estava ao meu lado, sentada em frente ao piano. Como ouvir sua voz cantando sua musica preferida novamente.

A visão acabou quando senti a palma da mãe de Nico bater fortemente no meu rosto. Ele fez o mesmo com o Ronnie.

– Por que você fez isso sua assombração idiota? – Gritou ela furiosa, parecia um vulcão em erupção.

– Acho que você deveria me agradecer. Vocês duas estavam caindo no mesmo truque novamente. Esses papeis estão envenenados. É uma armadilha. A intensão deles seja-lá-quem-for é deixar vocês fora de si e manipular suas mentes. Foi por isso que chegaram a aquele internato. Era mesmo uma armadilha. – Disse Nico. – Isso só confirma minhas suspeitas.

– Então somos realmente semideusas? – Murmurou Ronnie com o olhar distante.

Apesar de ser estranho, não me senti nem um pouco diferente com isso. Minha vida nunca foi lá muito normal. O fato de eu ser uma semideusa só explicava as coisas estranhas que viviam acontecendo na minha vida.

– Mas e sobre o tal Acampamento? Como vamos salva-lo? – Perguntei cruzando os braços sobre o peito.

– Ainda não sei como, mas prometo que vou conseguir. Vou perguntar aos espíritos, eles certamente sabem das coisas...

– Como vai fazer... – Fui interrompida por uma grande explosão verde que aconteceu na minha frente.

Levantamos rapidamente e nos posicionamos em defesa, a espera de um ataque. Porem a estranha nevoa verde começou a girar incrivelmente rápido. Formando um tronado rodeado por pequenos raios da mesma cor. De dentro do tornado, uma forma feminina humana feita de nevoa surgiu de seu interior. O longo vestido junto com o cabelo balançavam ao vento. Não tinha nem olhos, boca ou nariz.

Não era um fantasma comum, pensei. Era algo que irradiava poder e antiguidade.

A mulher de nevoa verde abriu o que parecia ser uma boca e começou a dizer palavras estranha. Sua voz era assustadora.

Aquelas que jamais foram reconhecidas serão chamadas

Apenas Sete dias seus medos terão que enfrentar.

A Jornada de Ouro irão completar

Evitar que aqueles que se esconderam possam retornar

E por esta causa, vão se sacrificar.

Ao terminar. Ela deu um grito estridente e voltou para dentro do nevoeiro que explodiu com ainda mais força, nos jogando contra a parede da casa, caindo em cima de uma mesa de madeira velha que desmoronou com meu peso. Minhas costas e corpo doíam por causa do impacto e a cabeça girava a todo o vapor. Não conseguia enxergar nada além da nevoa esverdeada.

Alguém agarrou minha mão e me puxou para cima. Não havia mais nenhum sinal da mulher ou do nevoeiro. Nico estavam bem na minha frente, ele parecia não ter sido afetado por ela, ao contrario de mim e Ronnie, que estava apoiada em seu ombro, em uma situação tão ruim quanto a minha.

– O que foi isso? – perguntei.

– Acho que recebemos as respostas que estávamos procurando. – Observou ele – Mas também uma profecia. E não é uma das melhores. Nem um pouco.

As coisas estavam indo ficando cada vez mais piores.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? O que acham? Ideias? Sugestoes? Review serve para isso sabia?
Até a próxima e mil perdoes pelo atraso!
Mas antes de ir, já assistiram Em Chamas?



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