Desventura Divina: A Jornada de Ouro escrita por Lady Meow


Capítulo 18
Atravessamos o Atlântico em um carro funerário


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Acho que vai nevar, outro capitulo em menos de uma semana depois de um hiato maior do que o de Steven Universe (que dor), estão com sorte.
O ultimo capitulo não estava muito bom, mas ele era mais uma continuação do capitulo 16, acredito que nesse aqui a coisa deu uma melhorada. É a primeira vez que escrevo um capitulo sobre o PDV de um personagem que não seja Ronnie nem Valentine ou o narrador. Foi muito bom escrever esse capitulo e começar o novo arco da fanfic!
Recomendo que prestem bastante atenção nele, tem bastante respostas a perguntas vagas deixadas ao longo dos capítulos de JdO.
Bem, desejo a vocês uma boa leitura e até as notas finais!
(Capitulo sem revisão)



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"And there’s no remedy for memory
Your face is like a melody
It won’t leave my head
Your soul is haunting me and telling me
That everything is fine..."

(Lana Del Rey - Dark Paradise)

 

NICO

 

Cai da maca com um pulo. Um susto. Havia ouvido suas vozes me chamando, meu coração estava a mil. Atravessei a enfermaria em passos largos e rápidos, correndo feito um louco.

Empurrando uma porta recentemente instalada com desespero, na esperança da encontra-las acordadas.

Porém apenas me deparo com a pequena Sasha Jensen que me olha assustada, papéis que estavam em suas mãos flutuam até o chão.

— E-elas a-acordaram? — Balbucio sonolento e ofegante, a garota me olha com preocupação.

— Não, quer dizer, elas continuam a mesma coisa de sempre. — Responde a garota que logo se afasta para que eu possa observar.

Duas estruturas transparentes erguem-se em cima de duas macas, na frente de um painel barulhento e complexo, cheio de números, linhas e palavras que não entendo em telas pequenas.

As incubadoras são semelhantes a aquelas usadas para manter bebes recém-nascidos, porém no tamanho gigante para caber um adulto dentro dela. Fios e tubos saem de dentro delas e se enrolam nos pés das macas. O plástico transparente permite que eu vislumbre os corpos mantidos dentro dela.

A sala era apertada por causa dos engenhosos computadores que mantinham a vida naquele local, de um lado havia uma pia, mesa, armários e equipamentos médicos espalhados em todo lugar. A Unidade de Tratamento Intensivo — vulgo UTI — era uma novidade recente no acampamento.

Me aproximo das incubadoras, entro no vão entre elas e com as duas mãos, abro as pequenas portinhas laterais e aperto as duas mãos dentro delas.

Estão frias, moles e pálidas, sem nenhum movimento. Como sempre estiveram nos últimos seis meses. Uma delas é branca como neve, porém com manchas pretas em desenhos irregulares e a outra, achocolatada e cheia de cicatrizes estranhas que nunca se fecham.

— Ei, Sasha. Onde esta o Will? — perguntei, tentando vencer o sono.

— Doutor Solance teve que ir a Casa Grande para falar com Quíron e Sr.D, algo importante, eu acho. — respondeu, limpando alguns equipamentos médicos com uma naturalidade impressionante.

Sasha Jensen era madura demais pra alguém de apenas 10 anos, passava grande parte do dia enfiada na enfermaria, ajudando pacientes, dando medicamentos, sendo assistente dos filhos de Apolo e ás vezes, fazendo seu tratamento hormonal ali. Nascida como menino, ela havia vindo junto com o pessoal do Acampamento de Trailers, havia sido fundamental em algumas horas, pois conseguia facilmente evitar que alguém morresse, algo que aconteceu bastante há uns meses atrás, quando o Acampamento Meio-Sangue renasceu das cinzas.

Porém, nunca havia sido reclamada por nenhum deus até hoje e ninguém jamais pensou em quem poderia ser seu pai ou mãe, mas todos sabiam que a pequena tinha grande habilidade e estomago para lidar com feridas expostas, sangue e cirurgias complexas. Confesso que assim como os outros campistas, tinha grande curiosidade em conhecer mais garota.

— Parece que eles foram decidir quanto tempo você terá pra ficar mais um pouco com elas até que desliguem os aparelhos. — completou.

— O QUE? — quase cai com o susto.

— Sr.D acha que elas não vão acordar nunca mais e que é melhor deixar suas almas descansarem de uma vez, ao invés de deixa-las assim e Quíron meio que entende assim. Seu namorado foi tentar convence-los a não fazerem isso, mas acho difícil ele conseguir, já fazem quase seis meses...

O choque foi tão grande com a revelação feita que nem me dei ao trabalho de corar ao ouvir “seu namorado”. Todos aqueles tubos e aparelho as mantinham vivas, desligar eles acarretaria suas mortes instantaneamente.

Eles não podiam fazer isso, ou podiam?

Automaticamente, meu coração começou a dor e me lembrei do dia em que as encontramos:

“Todos os campistas mortos por Gaia simplesmente acordaram espalhados no chão, estavam exatamente do jeito em que havia morrido, segundo o pessoal do Acampamento de Trailer que havia acabado de terminar sua batalha contra alguns lestigões, vindo ajudar com a batalha final, o acampamento reapareceu com uma explosão dourado junto com todo mundo, como mágica, simplesmente assim. Eu conhecia os deuses muito bem, então nem precisei perguntar por detalhes, pois quando se trata de mitos gregos, fazer um acampamento inteiro em ruinas voltar novinho em folha é totalmente possível e simples.

No momento em que voltei a viver, ouvi alguém gritar dizendo que tinham achado elas, quer dizer, os corpos delas. Um amontoado de semideuses correu para o meio da campina e lá estavam elas, dentro de um circulo desenhado perfeito, onde não havia grama, com algumas inscrições numa língua tão antiga quanto o grego. Uma cabeça reptiliana gigante estava ao lado de seus corpos contorcidos em ângulos estranhos. Por um momento, pensei que elas estivessem mortas, porém fomos surpreendidos quando Ronnie levantou o tronco repentinamente e caiu pra trás e Valentine abriu os olhos, começando a revira-los repetidas vezes.  

Os filhos de Apolo haviam dito que quando se tratava de enfrentar o Basilisco original, era muito melhor morrer petrificado do que entrar em contato com o veneno da pele. Ele era extremamente mortal, mas igualmente devagar para fazer efeito, podendo assim levar dias para levar alguém à morte. Primeiro, ele paralisava todos os sentidos das vitimas, depois ia paralisando algumas partes para fazer a vitima acreditar que esta morrendo e logo após fazê-la perder a consciência, até que finalmente ataca os órgãos e acaba com tudo, reformulando até a genética da pessoa. Uma morte lenta e cruel.

Corremos para impedir que o veneno começasse a destruir tudo para enfim remove-lo de dentro delas, porém, mesmo assim ele já havia causado bastante estrago e atacado alguns órgãos, levando eles a parar de trabalhar. Haviam dito que elas iriam aguentar apenas umas 48 horas se não tivéssemos agido.

Depois do trabalho que foi para desintoxica-las, iniciou o para salva-las. Levou uns dias até que uma equipe de médicos com conhecimentos avançados viessem do Acampamento Júpiter — que também restaurando a parte que foi destruída pelo encanto de Gaia —. Numa cirurgia que durou 80 horas, substituíram órgãos como rins, pulmões e coração — por órgãos sintéticos ou doados por humanos —, em especial o ultimo, em que foi preciso que seus pais divinos abrissem mão de uma de suas várias formas humanas para dar um novo coração compatível, já que o antigo estava fragilizado demais.

Porém, algumas coisas não puderam ser transplantadas ou reconstruídas, como útero e todo o sistema reprodutor interno. Não sabia se quando elas voltassem à vida e ficassem mais velhas, iriam querer ter filhos, mas isso não importava mais, muito menos agora.

Infelizmente, tudo aquilo não foi suficiente para fazer Valentine e Ronnie voltarem à vida completamente. Elas nunca haviam acordado e precisavam estar constantemente ligadas às maquinas de suporte para viver.

A sala especial havia sido construída em quatro dias, acoplada a enfermaria. Foi essencial para salvar suas vidas.

E agora queriam deligar às maquinas e mata-las. Depois de tanto esforço.

Deslizei até o chão apoiando as costas na maca de Valentine, me sentido totalmente cansado e perdido. Meu corpo doía pelas noites mal dormidas que tive na sala ao lado durante os últimos meses.

Estava péssimo. Sentia-me quando era um fantasma e fui aprisionado, sem poder ajudar as duas a completar a jornada e aconselha-las.

E novamente estava preso, sem poder ajudar as duas. De novo.

Sasha se aproximou cautelosamente, como se não soubesse proceder quanto a mim. Com um suspiro, se sentou virada para mim, apoiada na maca de Ronnie e com os braços abraçando as pernas pequenas.

— Ei, você esta péssimo! Faz quanto tempo que não vejo você comer direito no refeitório, vive de lanches pequenos que os outros campistas te trazem, mal sai de dentro dessa enfermaria e quando sai é para ir se esconder e chorar naquele seu chalé isolado. Você quer tanto ficar perto delas que daqui a pouco vai realmente ter que ficar aqui perto delas, pois vai ficar doente! — disse, com um tom de preocupação na voz.

Apenas encarei ela sem expressão, estava tentando não demonstrar fraqueza e chorar. Já era difícil demais ouvir seu sermão, imagine chorar na frente de uma garotinha de 10 anos?

— Ah, e que tenho a dizer sobre isso é que Sr.D e Quíron estão totalmente equivocados! Existem muitos casos onde as pessoas levaram meses, anos e até décadas para sair do coma. É algo complicado, ninguém sabe o que fazer porque geralmente os semideuses feridos ou morrem ou sobrevivem. Nunca ficam no meio termo — completou-a, com um sorriso pequeno, tentando me reconfortar. — Elas vão voltar, um dia, eu sei que vou — encorajou — E aposto que Will e os outros semideuses poderão convencer os dois a não tomarem uma decisão equivocada! Você vai ver!

— Será que posso fazer algo quanto a isso? Sei lá, talvez dizer algo?

— Hm, acho que não. O melhor que você pode fazer é sair daqui, tomar um ar, comer alguma coisa e ir dormir de verdade. Aposto que ira acordar muito melhor e mais propenso a lidar com coisas difíceis. — Ela levantou e eu também.

Suspirei, dando uma ultima olhada ali e então resolvi seguir seu conselho. Estava a dois passos da porta quando me virei para ela novamente.

— O que foi? — perguntou.

— Será que você poderia me dar... — era difícil de dizer.

— Aqueles remédios? Claro. — Ela abriu uma das portas do armário e uma caixa de remédios, me entregando dois comprimidos. Engoli sem água.

Tomar antidepressivos me deixava mais calmo, mais motivado e menos triste ou culpado.

— Lembra do nosso acordo, certo? — pergunto fazendo uma careta, o gosto dos comprimidos era horrivel.

— Não contar isso pro Will, porque é o nosso segredinho.

— Boa menina, obrigada Sasha. — digo bagunçando seu cabelo longo e pálido antes de sair.

Fazia quantos dias que eu não via a luz do sol?

(...)

“Você vai vir nos buscar? Prometa que vai nos encontrar?”

O sonho acaba quando acordo, exatamente na mesma parte. Tento me lembrar dos detalhes. Valentine e Ronnie estão sentadas numa escada num lugar escuro, ouço o barulho de água corrente, um rio, provavelmente. Seus rostos se levantam quando me veem.  Suas imagens não são opacas como as de fantasma, talvez significasse que elas estavam vivas, ou alguma coisa boa. Usam vestidos gregos ensanguentados por cima da armadura, suas armas estão em suas mãos e suas expressões são de cautela, como se estivessem esperando que alguém as atacasse ou fizesse algo de ruim.

“Você vai embora de novo? Vai fugir e vai me deixar aqui com da outra vez?”, diz Valentine, ficando de pé, ela sempre dizia as mesmas coisas todas às vezes. Ronnie apenas observava, como sempre.

“Você vai vir nos buscar?”, minha irmã me pergunta outra vez. Eu não consigo falar, as palavras que saem da minha boca não tem som, elas não conseguem ouvir. “Prometa que vai nos encontrar?”

Antes de tentar responder, eu sempre acabo acordando.

Não foi muito diferente.

Fiquei olhando o teto negro, tentando interpretar esse sonho pela milésima vez até que alguém bate na porta.

Estranho. Lembro que depois de ter saído da enfermaria, fui almoçar no refeitório e depois dormir o resto do dia no chalé do meu pai, o Chalé 13 de Hades.  Olho no relógio e são quase 11 horas, o toque de recolher já havia sido a muito tempo, não deveria ter ninguém lá fora.

Batem na porta novamente.

Levanto, me sentindo bem melhor. Visto a camiseta que estava no chão, me dirijo a porta com a espada em mãos e a abro com precaução.

Uma figura de 1,40 de altura encapuzada esta do lado de fora. Ela leva um dedo a boca em sinal de silencio e em seguida indica para segui-la. Em seguida, ela desaparece na lateral do chalé. Olho em volta e não vejo nada.

Tomo a atitude menos sensata a se fazer quando uma figura encapuzada aparece batendo em sua porta te pedindo para segui-la: Eu a sigo.

Passo pela lateral do meu chalé e depois pela parte de trás, o ser misterioso esta a alguns metros e continua a andar, tento acompanhar seu passo silencioso. As harpias eram responsáveis por vigiar o acampamento a noite e quem fosse visto andando seria devorado. Passamos pelos fundos de vários chalés até chegar numa parte íngreme e percebo que demos a volta em quase todo acampamento.

Meu guia afasta uns arbustos e revela uma porta de bronze, em seguida, da uma série de batidas, com um intervalo cronometrado entre elas como uma sequencia de segurança. A porta se abre e entramos.

O Bunker 9 se encontra da mesma forma desde a ultima vez que entrei ali, cheio de peças, mesas e maquinas complexas. A única novidade era um amontoado de adolescentes com caras de sono, usando pijamas e carregando canecas com chocolate quente.

— Obrigada por ter ido buscar ele, Sasha. — Elle McLuckyhill aparece quando a garota albina abaixa o capuz, revelando ser minha amiga mais próxima dos últimos meses. Ela faz uma reverencia e sai para um dos cantos, indo conversar com alguém

A filha de Tique segura uma caneca fumegante, os cabelos de ferrugem bagunçados fazem jus a sua cara sonolenta — porém não menos autoritária — e vestia um pijama amarelo com cifrões desenhados.

— Ola, Nico. — diz ela séria.

Observo os rostos ao redor, todos familiares, a maioria pertencem aos novos membros do acampamentos, os campistas provisórios de Elle, outros já são velhos conhecidos meus de muito tempo, incluindo Will, que faz meu coração disparar ao vê-lo no fundo.

— Ah, oi. Bem, posso perguntar o que é isso e por que tanto mistério? — pergunto. O silencio naquela sala era desconfortável.

— Convoquei vocês aqui para falar de algo muito, muito importante e impedir que algo muito ruim aconteça. Como todos sabem, Will Solance, responsável pelos cuidados médicos de nossas heroínas, Ronnie Vega e Valentine Laurent...

— Abençoadas sejam elas — interromperam todos em coro. O ato feito por elas causou uma enorme gratidão e adoração entre os campistas, levando elas ao patamar quase semi-divino. Referiam-se a elas como heróis divinos, ao estilo Héracles e as veneravam como santas eram veneradas por católicos. — Que suas almas retornem aos corpos, se os deuses permitirem.

— Que suas almas retornem aos corpos. — continuo a ruiva — Como eu iria dizendo, Will foi chamado para conversar com Sr.D e Quíron para por em prática a ideia mais insensata que eles poderiam ter. Eles querem desligar os aparelhos que as mantem vivas em 3 dias. Justo elas, que se sacrificaram para trazer tudo isso — ela gesticulou para o espaço — de volta e as vidas de grande parte dos semideuses também.  Isso é um tanto insensível, não acham? Por tipo, fala sério! Seria tanta ingratidão que não teria espaço pra guardar!

Todos estavam quietos, em silencio. As luzes do bunker estavam desligadas, a iluminação vinha de algumas velas. Uma forma de não chamar atenção por causa da luz. Seus rostos carregavam semblantes tristes, fechados e pensativos.

— E agora vem o maior motivo para estarmos todos aqui. — prosseguiu, mantendo sua voz de líder em alto e bom som. — Nós não podemos deixar isso acontecer!

— Mas como? Não podemos questionar uma decisão do diretor do acampamento! — Leo Valdez levantou a mão, confuso. Ele havia cedido seu bunker para aquela reunião. Aquela foi uma das poucas vezes que o vi sério, sem nenhuma gracinha ou piada em sua voz.

— Sei que não podemos fazer isso. Por isso tenho uma ideia melhor: A única forma de impedir que interrompam suas vidas é induzindo elas a voltarem coma.

— Mas, Elle, isso é impossível, quer dizer, ninguém nunca conseguiu trazer uma pessoa de volta do coma a força! — dessa vez sou eu quem digo.

— Ninguém conseguiu porque ninguém nunca tentou da maneira certa, quer dizer, pelo menos eu acho que é certa. Thomas traga o livro aqui! — Chamou ela.

O filho de Hécate se aproxima com um livro grande e pesado nos braços. Coloca em uma parte vazia de uma das mesas e pede para que todo mundo se aproxime.

— Ganhei esse livro quando pequeno da minha mãe, antes dela ir embora. Feitiços Proibidos e Encantos do Mal, esse livro é extremamente perigoso e raro, ninguém pode ter um desses, pois há coisas muito poderosas e perigosas aqui. Nem mesmo um bruxo de alto conhecimento pode ler.

— Mas você tem um esse e não é nem a sombra de um bruxo de alto conhecimento. — diz Sasha.

— Calada. — rosnou para a menina — Voltando aqui, em uma dessas paginas tem uma parte que fala que é possível fazer pessoas voltar do coma. Basta fazer as coisas certas. — ele gaguejava um pouco para falar e estava com as mãos tremendo. Abriu o livro numa pagina cheia de desenhos e inscrições antigas.

— Como podemos fazer isso? — pergunta alguém que não consigo identificar.

— Chegamos à parte complicada. Envolve magia de sangue, uma ida até o inferno e teremos que matar duas pessoas aleatórias.

— O que? — perguntamos todos.

— Eu nunca disse que seria fácil ou que não seria perigoso. O preço é alto. — explicou o bruxo — Segundo alguns mitos gregos, pessoas que não eram sepultadas corretamente, eram deixados por Caronte às margens do Rio Aqueronte e elas ficariam ali, vagando sem rumo diferente dos outros mortos, porque elas não poderiam ser designadas para um dos três destinos do Mundo Inferior. Vamos pensar que isso pode se referir a pessoas em estado vegetarivo. Este livro diz que para trazer a alma de volta para o corpo, é necessário que a pessoa vá até o Mundo Inferior levando uma pérola que contenha a essência de vida de quem você quer trazer de volta e pisar nela quando encontrar sua alma para abrir uma passagem e leva-la a consciência. Porém, um preço tem que ser pago, Caronte precisara levar outra alma no lugar da pessoa que você trouxe. Você deve levar algo que estava com a pessoa na hora a matou e a jogar dentro do Aqueronte. Como são duas garotas, tudo tem que ser em dobro.

O enquanto era vago, complicado e macabro. E pior, não havia nenhuma certeza de que funcionaria. Precisava de um plano muito bem planejado para fazer funcionar.

Será que valia a pena?

Analisei tudo mentalmente, receoso. Será que valia a pena? Estava em duvida quanto a isso, haviam muitas coisas em jogo, porém minha mente foi invadida por aquele peso que me atormentava desde que as encontrei desmaiadas.

Ninguém precisaria mata-las se eu não tivesse convencido elas a participar da terrível Jornada de Ouro. Elas aceitaram apenas só por que eu havia contado a elas, induzi elas a participar, fiz elas sofrerem por dias, serem torturadas pela misteriosa O.R.D.E.M — que uma equipe de semideuses estava determinada a pesquisar sobre ela e descobrir o que é — e serem brutalmente machucadas em uma luta que as deixou como bonecas que respiram — com ajuda de aparelhos, mas respiram — e agora iria permitir que tirassem sua vida?

O peso em minhas costas me fazia querer deitar e chorar, com seu frio gelado abraçando minha alma. Odiava tomar decisões complicadas. Mas, infelizmente, a vida do único filho de Hades era feita por decisões complicadas e a maioria erradas.

— Não temos escolha, não é? Não podemos deixar que desligassem as maquinas. Não enquanto tiver esperança. Vamos fazer o possível, não importa o que seja certo? — encorajou Elle.

Alguns disseram um “sim” bem baixo, outras balançaram a cabeça e o resto encarava o livro, como eu, pensando no que fazer.

Lembrei-me do sonho. Da voz suplicante de Valentine pedindo para busca-las. Parecia que haviam colocado um peso de mais meia tonelada em meus ombros.

E mais uma vez, tomei uma decisão errada:

— Depois do que elas fizeram e sofreram pela gente, comparado a isso estamos fazendo nem o mínimo do que elas merecem ter sido feito por elas. — digo, tentando me livrar do abraço gelado da incerteza e do arrependimento.

Todos concordam em silencio.

Com um pigarro, Elle chamou a atenção de todos novamente:

— Agora precisamos de um voluntario para conseguir as coisas e traze-las do Mundo Inferior. Nico, você é mais que indicado, além de ser filho do deus de lá, o que deve gerar alguma habilidade especial que poderá ser útil, foi você que as colocou na jornada, esta na hora de trazer elas de volta.

Concordo com um aceno, um calafrio me faz tremer. O que faria? Como conseguiria? Não sabia de nada.

— Preciso que você traga algumas coisas que podem ser usadas para trazer a essência de vida delas, tem que ser algo que tenha parte de seu DNA mortal, um fio de cabelo de um parente com laço próximo seria otimo, como mãe, um avô por parte de mãe ou tio. E também traga os dois objetos da troca, precisarei fazer um encantamento com tudo isso antes de te mandar para o Mundo Inferior. Seja rápido, como Elle disse, só temos 3 dias para fazer tudo isso. — explica Thomas.

— Acho melhor você levar alguém próximo com você, para ajudar. Pode escolher se quiser. — completa Elle. — Mas precisa partir amanha cedo, antes do sol aparecer. Por isso, descanse bastante, terá uma missão longa.

— Tudo bem.

Ela se vira para todos e diz:

— Acho que terminamos aqui, ficaremos aqui esperamos que ele consiga fazer tudo isso e faremos de tudo para evitar que Sr.D decida fazer qualquer coisa com elas antes disso, vamos prolongar ao máximo e também teremos que acobertar a missão secreta dele. Fechado?

Todos começam a se despedir e voltar para seus chalés e camas aquecidas. Faço o mesmo, porém não consigo dormir.

Arrumo a mochila (Uma garrafa de néctar, ambrosia, roupas, armas, mapas, romãs etc...) e em seguida começo a bolar um plano.

Havia estudado bastante sobre elas para encontra-las antes da jornada, então sabia que não encontraria nenhum parente próximo nos EUA. Valentine tinha um tio que vivia no interior da França e Ronnie tinha uma meia-irmã por parte de mãe que provavelmente morava em um bairro nos arredores de Londres, pelo menos, eu esperava que morasse, pois a ultima informação que havia tido dela, foi contada por Alexsandra Vega quando ela me ajudou a encontrar meu pai pela primeira vez. Ela havia morrido para que conseguisse chegar lá, anos atrás.

Tento esquecer essa historia e volto ao plano, haviam fantasmas demais me atormentando, não precisava reviver mais um. Agora quantos as vidas que precisava tirar em troca, resolvi que era melhor deixar para pensar nisso depois.

Quando me dei conta, já eram 5 da manhã. Hora de ir. Ainda estava um pouco escuro lá fora, me despeço do meu chalé, mas sem antes dar uma passada silenciosa na enfermaria e dar um tchau para elas. Sei que elas não irão me responder, mas mesmo assim fico feliz em fazer isso.

Dirijo-me a uma área mais afastada do acampamento e encontro uma lona cobrindo algo grande, tiro ela e revelo um Packard Super Saloon de 1938 preto. Havia sido um presente de aniversário do meu pai, quando fiz 16. Aparentava ser um carro antigo e comum, porém conseguia viajar nas sombras, saltando em longas distancias. Era quase um filho para mim, eu amava aquele carro. Me fazia lembrar dos carros que via quando pequeno, quando vivia com a minha mãe, meu pai e minha irmã...

Um barulho me tirou dos meus pensamentos melancólicos, olho para trás, onde um garoto de pele um pouco escura, orelhas pontuas, pequeno e de feições latinas segura uma mochila pesada, seguido por um autômato em formato de um Dachshund — ou cachorro salsicha, se preferir. — com olhos de rubi.

— Acho que cheguei na hora — disse Leo Valdez, se matando para segurar a mochila gigante.

— Chegou na hora de que? — Olhei para ele e para a mochila, não precisava de resposta.

— Elle havia dito que era melhor você ir com alguém, acontece que sei que você não chamaria ninguém para ir, porque você é um grande fã de filmes mortais com o estilo lobo-solitário e quer imitar a arte na vida real — ele riu da própria piada. — Mas como uma delas é minha irmã também, tenho todo direito de ir junto.

Infelizmente, o filho de Hefesto tinha razão.

Sem muita opção, o deixei ir. Leo se despediu de Caça-Trufas e mandou o autômato vigiar a enfermaria. Para que ficasse protegida de qualquer coisa.

— Bem, qual é a primeira parada? — provavelmente, a animação e bom humor daquele garoto seriam suficientes pra joga-lo para fora da janela durante a viagem. Não seria nem um pouco agradável.

— Estrasburgo, interior da França. Preciso rever um conhecido. — digo, em seguida me viro para ele que se enrola para se arrumar no banco do carona.  — Recomendo que você aperte o cinto muito bem, e não vomite no tapete, sério, limpei ele semana passada.

— É um carro maneiro, antigo, mas maneiro. Mesmo com toda essa vibe vintage gótica. Os motores funcionam a base de que? — pergunta ele, observando atentamente tudo.

— Energia vinda da morte das pessoas. — digo antes de ligar os motores e acelerar com tudo. O carro vai à direção de algumas arvores e antes de se chocar contra elas, aperto um botão e o carro entra dentro de uma sombra gigantesca.

(...)

Estacionei numa rua vazia, em frente a uma casa arrumadinha. Acho que ninguém havia visto um carro sair do meio do nada, bem, eu espero.

Já estava pronto para tocar a campainha quando Leo abriu a porta do carona e quase caiu, vomitando na calçada. Fala sério.

— Você pilota um barco voador, voa num dragão de bronze e já morreu, ressuscitou e passa mal com uma simples viagem de carro? Me poupe — digo sério, porém me permito a dar uma risada interna.

— Eu nunca andei numa coisa dessas. Mais um quilometro rodado e eu acharia que essa coisa iria usar minha alma como combustível.

— Se o combustível acabar, tenha certeza de que farei isso.

— Onde estamos? — pergunta ele, olhando em volta. — Que lugar tedioso, não tem nenhuma garota bonita.

— Estamos na França. — respondo antes de tocar a campainha.

— Nós atravessamos o Atlântico em menos de uma hora? Uau! — exclamou, impressionado.

Toco a campainha mais três vezes até que alguém abra a porta da casa de tijolos vermelhos.

— Bonjour... Nico? — diz um homem em francês, mas depois muda para um inglês não tão fluente. Valentin Van-Laurent é um homem alto, com voz grossa, cabelos e olhos castanhos claros. O tio de Valentine não tem nada de parecido com a minha irmã, com exceção do nome, que era uma clara homenagem. — Ah, entrem você e seu amigo, que estupidez da minha parte deixar vocês ai fora.

Ele some dentro de casa, ouço o barulho de panelas e coisas sendo derrubadas. Ele era extremamente desastrado. Nós os seguimos.

— E então, novidades da minha sobrinha? — pergunta ele, nos oferecendo uma xicara de chá e biscoitos. Estávamos sentados na sala, não havia teve ou qualquer aparelho eletrônico. Todas as paredes da casa eram cobertas por quadros diferentes. Alguns claros, bonitos, retratando paisagens bonitas, animais e frutas e outros mais sombrios, com pessoas chorando, monstros, temas macabros etc.

— Ah, eu a encontrei, ela esta bem. Mora comigo agora, porém esta passando uns dias com meu pai na casa dele — conto a historia que inventei no meio do caminho. Não podia dizer que ela estava quase morrendo.  — Ela me mandou buscar o presente que o nosso pai tinha dado pra ela quando era pequena e que ficou aqui. Ela não pode vir por causa de uns negócios da faculdade.

Leo abre a boca para dizer alguma coisas, mas o repreendo com um olhar. Ele volta a ficar em silencio.

— Queria poder vê-la. Ela parece com a Victorie? — Pergunta ele, apontando para a foto de uma garota sorrindo abraçada a ele em cima da mesa de centro.

A garota da foto tinha os mesmo olhos e cabelos daquele homem. Porém tinha um sorriso caloroso, usava roupas com cores claras e bonitas. O rosto era idêntico ao de Valentine quando ela sorria.

— Ela é tão gata quando a mãe. — diz Leo, me seguro para não puxar aquelas suas orelhas pontudas. — Porém não se parecem nem um pouco.

Valentin da uma risada triste: — Ela era realmente bonita, mas essa foto é um pouco mais velha, porém eu ainda acho que ela continuou bonita depois da transformação...

— Transformação?

— Ah sim, a transformação. Ela era exatamente assim antes do nosso pai a mandar embora, ele a expulsou de casa e mandou para a Russia quando tinha 17 anos, quando ela voltou, 15 anos depois, ela estava mudada e agora tinha uma menina de dois anos nos braços.

Ele falava da irmã com certa melancolia.

— Por que ele a expulsou de casa? — pergunto curioso. Eu já havia encontrado com ele uma vez, quando procurava saber sobre minha irmã caçula, porém daquela vez ele não quis contar nada sobre o passado da mãe dela.

— Meu pai era um homem rígido e conservador, era militar aposentado, e minha irmã era... Bem... Uma garota rebelde e alegre, que gostava de viver em festas, exposições de artes, em bares... Ele queria que ela seguisse uma carreira que desse muito dinheiro e que fosse “séria”, porém minha irmã amava pintura e a arte. Depois que a nossa mãe morreu, ele a culpou pela morte dela e a mandou para a Rússia, para que aprendesse a ter responsabilidade lá.

— Nossa...

— Fiquei um bom tempo sem noticias dela, até que um dia depois de muitos anos ela aparece aqui, com uma menininha de cabelos e olhos escuros agarrada a suas pernas. Victorie estava totalmente diferente, a pele mais pálida, olhar fundo e cansado, o cabelo que outrora era cacheado e brilhante, estava platinado num tom de cinza e muito liso. Até seus quadros que antes eram alegres agora eram melancólicos. Ela ficou alguns dias apenas, meu pai quanto mais próximo de morrer, mais rabugento ficava e a mandou embora novamente, rejeitava a neta e vivia falando mal da aparência dela. Minha irmã se mudou para os Estados Unidos dizendo que tinha ido embora da Russia porque não havia mais ninguém que ela amasse lá e que iria para o outro lado do oceano porque queria ficar perto do pai de vocês. — continuou a contar, secando as lagrimas, era uma pessoa sensível. — Depois que meu pai morreu, fui tentar encontrar ela, porém havia sido tarde demais. Ela já havia se suicidado. Também tentei tirar Valentine do orfanato onde ela estava, porém não foi permitido porque eu era de fora. Então tive que deixar tudo para trás... — havia um traço de culpa na sua história, eu conhecia aquele sentimento mais do que ninguém.

— Sem problemas, cara, você não teve culpa. Valentine esta bem agora e Victorie esta em um lugar bem. — segundo fontes confiáveis minhas vindas do Mundo Inferior.

— Acho que você esta certo. — ele levantou — Vou pegar o presente, veio pelos correios faz uns anos, não faço a mínima ideia do que seja porque nunca abri ou o motivo do seu pai tê-lo mandado para cá, nem o nome dele eu sei.

Valentin sumiu num corredor e voltou com uma caixa lacrada nas mãos, me entregou com um meio sorriso.

— Vocês estão com pressa, melhor irem, não quero mata-los de tédio com minhas historias tristes, vamos. — Ele nos guiou até a porta, apertou a mão de Leo e se virou para mim quando já estávamos do lado de fora.

— É verdade que você é parecido com ele? — perguntou curioso.

— Com meu pai? Bem, acho que sim. — respondo sem palavras.

— Deve ser por isso que ela gostou dele, ela tinha queda por garotos depressivos como você.

— Ah, talvez. Ei, ele mandou um abraço para você. — tento abraça-lo, porém com um movimento desajeitado. Eu não estava acostumado a fazer esse tipo de coisa, mas aproveitei para puxar um fio do seu cabelo longo, ele nem percebeu.

— Diga que eu mando um abraço para ele também. — disse por fim. — Tchau, meninos. Foi bom conhece-los.

— Igualmente.  — respondemos. Ah, lembrei de uma coisa. — Ei, Valentin, conhece um lugar onde possamos usar a internet? Uma lan house ou algo do tipo?

— Tem um café com computadores a duas quadras virando a esquina. — responde antes de fechar a porta.

Entramos no carro. Guardo o fio de cabelo em um lenço dentro do porta-luvas. Ouço o barulho de uma embalagem sendo aberta.

— A curiosidade matou o gato e vai matar o elfo latino do Papai Noel também. Por que diabos você esta abrindo o presente da Valentine?

— Queria saber o que Hades havia manda pra ela, oras, não sabia que os deus dos mortos era carinhoso a ponto de dar vários presentes para os filhos. O que é? — pergunta ele.

— Me da isso aqui. — tomo a caixa da sua mão e analiso o que tem dentro. Um tecido totalmente negro dobrado, com alguns bordados em formatos de ossos e caveiras e desenhos feitos com linhas que representam diferentes tipos de morte. Havia um capuz costurado no mesmo tecido. — Uma versão mais bonita e delicada do manto de Hades. Meu pai tem a péssima mania de querer transformar seus filhos numa versão meio-humana dele.

— Não sabia que Hades tinha sentimentos como amor próprio exagerado. Mas, admito que também gostaria que meus filhos fossem que nem eu. — diz Leo, convencido.

— Primeiramente: Por que diabos seus filhos iram querem ter se parecer com você e segundo: Quem seria louca o suficiente para querer ter filhos com você?

Ele começa a rir, aparentemente, ele superou o que aconteceu com a Calipso.

— Ah cara, você deve ter alguma quedinha por mim para não querer admitir que eu sou irresistível!

— Prefiro a morte. — digo antes de ligar o radio numa estação aleatória e pisar no acelerador, porém dessa vez sem usar as sombras. Leo suspira aliviado.

Sigo as indicações de tio de Valentine e facilmente encontro o café.

Depois de pedir dois cappuccinos pra viagem, nos dirigimos para o fundo do café onde há mesas com alguns computadores.

Tinha que fazer uma pesquisa rápida, usar aparelhos eletrônicos ainda era um pouco perigoso para semideuses, principalmente tão longe do alcance do deuses, não sabia o que se espreitava ao redor. Peço para Leo ficar de vigia.

Digito na barra de pesquisa uma das melhores ferramentas para saber da vida das pessoas: O logo azul do Facebook aparece e pesquiso um nome peculiar, me esforçando para lembrar como escrever corretamente:

Calliope Campbell.

Pesquisar.

Encontro uma que trabalha em um barzinho na área informada pela mãe de Ronnie Vega onde poderia estar sua outra filha. Na foto de perfil, mostra uma garota totalmente diferente das duas. Precisava encontra-la para saber se era mesma quem eu esperava quem ela.

— Temos que ir. — Desligo o computador e pego os copos de café.

— Qual a próxima parada? — Pergunta Leo caminhando do meu lado até o carro.

— Londres. — respondo abrindo a porta do motorista — E não sonhe em vomitar no meu tapete, a ideia de usar sua alma como combustível ainda esta de pé.  


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Notas finais do capítulo

Lana Del Rey - Dark Paradise (https://www.youtube.com/watch?v=aazb8Rt31nk)

E ai, o que acharam?
Sim, acho que vocês podem ficar um pouco mais aliviados, elas (AINDA) não morreram, mas estão a passo de dar adeus de uma vez. Surprise!
Confesso que achei que escrever pelo PDV de Nico di Angelo iria ser muito complicado, porém foi totalmente o contrário, uma experiencia muito boa e simples.
Espero que meu surto de inspiração consiga me fazer escrever mais capitulos. O próximo será introduzido o novo personagem feminino, eu particularmente gosto muito dela, é totalmente diferente dos outros e será escrito sobre o PDV de Leo Valdez, começando a focar um pouco no passado e na família de Ronnie Vega.
Fico por aqui, comentem suas opiniões, enviem suas duvidas, sugestões e criticas, estarei ansiosa para lê-los ♥
Até logo!



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