A Herdeira dos Riddle escrita por Myla Oliveira


Capítulo 6
Lembraças


Notas iniciais do capítulo

Quero comentários, okaay?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/437674/chapter/6

"Nem todas as lembranças precisam ser lembradas - Querido John."

Fazia seis anos que eu havia entrado em Hogwarts, estava com 16 agora e nada mudou muito desde aquela época. Quer dizer, eu não estava tão solitária quanto antes, mas as pessoas que andavam comigo eram filhas de comensais e só andavam comigo por interesse.

Eu visitava Hagrid muitas vezes, mas sempre tomava cuidado para não ir no horário que o Potter ia. Por mais que Hagrid me falasse que ele era legal e podia ser meu amigo, amigo de verdade. Na visão de ninguém em Hogwarts uma Riddle e um Potter se falariam, e eu não queria complicar mais ainda as coisas pro meu lado.

– Bom dia - disse Ben entrando na cozinha e eu virei-me para trás.

– Bom dia.

– O que esta fazendo? - perguntou ele se aproximando de mim.

– Panquecas - disse rindo - Acho que deram certo.

– Meu Merlin, tomara! - brincou ele e eu lhe amostrei a língua.

Ele me ajudou a colocar as panquecas a mesa e nos sentamos.

– Vamos la - disse ele experimentando um pedaço - Isso está muito...

– Muito?! - perguntei nervosa.

– Bom - disse ele rindo e eu comecei a comer também.

– Onde aprendeu a cozinhar assim? - perguntou ele confuso - Tenho certeza que não foi a imprestável da Pansy.

– Não, claro que não - disse revirando os olhos - Eu não como mais nada que ela ou a empregada fazem, então pedi a Hagrid para me ensinar e ele me ensinou.

– Hagrid não é um cozinheiro dos melhores - disse ele erguendo as sobrancelhas.

– Eu sei - concordei rindo - Eu me aperfeiçoei.

– Explicado.

Quando terminamos de tomar café, ele foi para o Ministério e eu para o meu quarto.

Não, infelizmente eu não havia saído da casa de Pansy. Mas tenho trago minhas coisas para cá aos poucos desde o ano passado e estou passando as férias aqui. Agora vou para o meu sexto ano em Hogwarts e não estou nenhum pouco animada.

Entrei no meu quarto e peguei o livro de feitiços do sexto ano, o folheei mas minha atenção não se prendia a ele. Então o deixei de lado e fiquei encarando o nada.

1º ano em Hogwarts:

– Srta Riddle? - chamou um menino do mesmo ano que eu e eu virei-me para encara-lo, legal havia alguém falando comigo - A professora McGonagall quer vê-la em sua sala imediatamente.

Eu o encarei confusa e me levantei da poltrona em que estava. Claro, ele não estava falando comigo por opção e sim por ter sido mandado ali.

Fui para a sala da diretora e fiquei ali esperando a boa vontade de alguém me dizer a senha.

– A senha é Tortinhas de Abóbora - disse uma voz conhecida e virei-me para trás. Alvo Potter estava ali.

– Obrigada - disse a ele, que apenas assentiu e saiu.

Eu encarei suas costas até ele virar num corredor, então abaixei os olhos e respirei fundo.

– Tortinhas de Abóbora - sussurrei e subi as escadas para a sala da diretora - Prof McGonagall?

– Oh, srta Riddle - disse ela quando me viu na porta - Entre, recebeu meu recado?

Não, to aqui a toa!

– Sim.

– Sente-se - disse ela me indicando a cadeira a sua frente e eu me sentei - Bom, muitas alunas estão com medo de você por ser filha de Voldemort e elas acham que você faria algo contra elas...

– Eu não fiz nada! - disse a ela - Eu juro e nem sei o motivo de todos me odiarem tanto!

– Não é essa a questão, minha querida - disse ela piedosamente - Eu queria saber com a srta se gostaria de continuar em seu respectivo dormitório ou trocar.

– Trocar de dormitório? - perguntei confusa.

– Sim - disse ela - Ficar com um só para você.

Eu era tão indesejada a ponto da diretora do colégio ter que me mudar de dormitório e me deixar sozinha?

– Eu... - comecei, mas pensando bem não valia a pena me lamentar, então engoli um seco e assenti confirmando - Tudo bem, por mim.

– Ótimo - disse ela - Semana que vem, pedirei para alguém chamá-la e então te levarei ao seu novo dormitório.

– Ta - disse dando de ombros - Eu posso ir agora?

– Pode - disse ela com um sorriso.

Não me importei em corresponder o sorriso e nem fingir corresponder, apenas sai daquela sala e fui para Torre de Astronomia onde ninguém me perturbaria.

Fechei os olhos com a lembrança, naquele dia havia chorado horrores na Torre de Astronomia e depois fui visitar Hagrid e contar tudo a ele que não acreditou no que ouviu.

– Ela disse que seria melhor para mim - disse dando de ombros.

– Isso é um absurdo! - protestou o gigante - Não é certo o que esses fedelhos estão fazendo com você Soph!

– Não importa - disse passando as mãos no cabelo - Fui criada assim, tanto faz.

– Ninguém nunca teve um dormitório sozinho em Hogwarts sabia? - perguntou ele me encarando - Mas pense pelo lado bom. Um banheiro só para você, poderá usa-lo a hora que quiser. Não terá que ficar ouvindo besteiras de nenhuma garotinha enjoada e nem nada disso.

– É - disse rindo um pouco - Talvez ser uma Riddle tenha um ldo bom, um único lado bom.

*****

Passou-se uma semana desde que McGonagall falou comigo, o que significava que em breve mudaria de quarto.

– Riddle - chamou uma menina de cabelos negros - McGonagall está te chamando, você deve estar encrencada!

Olhei para ela e revirei os olhos, colocando o livro que eu estava lendo em uma mochila e indo até a sala da diretora.

– Ah, stra Riddle - disse ela ao me ver - O seu dormitório já está pronto.

– Tudo bem - disse dando de ombros - Posso vê-lo?

– Claro - disse ela sorrindo e me guiando até o quarto andar. Passamos por algumas salas de aula até chegarmos a um corredor vazio que eu não fazia ideia que existia.

– Aqui está - disse ela apontando para um quadro - Ele também tem senha.

Olhei para o quadro, onde uma mulher alta e bonita acenava para mim e sorri.

– Cabeça de Testrálio - disse ela e o quadro abriu uma passagem revelando uma pequena sala - É como se fosse seu Salão Comunal - explicou ela e apontou para escadas, eu subi sendo seguida por ela e abri a porta - Seu quarto.

Era parecido com meu antigo dormitório; era o mesmo tamanho, tinha um criado mudo, um armário pequeno, um baú e uma mesa de estudos; porém nesse havia uma cama de casal com várias almofadas da Sonserina em cima e uma colcha verde. E as paredes eram eram pratas.

– Uaau - disse vendo tudo e virei-me para diretora.

– Gostou? - perguntou ela sorrindo.

– É perfeito - respondi sorrindo e a abraçando. Ela pereceu se assustar com meu ato, mas me abraçou de volta.

– Se não fosse seu sobrenome - disse ela - Jamais diriam que você é uma Riddle.

– Obrigada - disse a ela, mesmo sem saber se aquilo era ou não um elogio.

Ela saiu dali e me deixou sozinha eu olhei para tudo admirada, era perfeito. Fui até o banheiro e abri a porta, era idêntico ao do meu dormitório. Saí novamente e desci as escadas, a diretora não estava mais ali. Ali em baixo haviam poltronas confortáveis, uma fogueira, outra mesinha para estudos e uma instante de livros ao lado.

Sorri para mim mesma, talvez a ideia de ter um dormitório sozinha seja legal, fui para o outro dormitório e peguei minhas coisas saindo dali.

Aquela deve ter sido umas da únicas coisas boas que aconteceram para mim em Hogwarts. A outra era Hagrid e se havia outra, eu ainda não descobri.

4º ano em Hogwarts:

Estava no meu dormitório,comendo doces que os elfos me deram e lendo um livro trouxa que ganhara de Ben no Natal.

Desci as escadas para o jantar e uma menina de cabelos loiros lisos estava na porta.

– Ahn... oi - disse confusa.

– Ola - disse ela com um sorriso cínico - Sou filha de Margareth Tommis, minha mãe ajudou a te criar.

– Ah - deixei escapar pelos meus lábios - O que quer?

– Você vingará a morte de seu pai? - perguntou ela.

– Não sei - disse dando de ombros.

– Não sabe?

– Não sei mais se é a coisa certa a se fazer, pelo que contam em Hogwarts e nós aprendemos nas aulas ele era o vilão da história.

– E quem você é na história? - perguntou ela rindo - A mocinha?

– Isso não te interessa - respondi a ela.

– Tenho certeza que sou muito melhor do que você Riddle - disse ela aproximando seu rosto do meu - Se você não se vingar, eu me vingarei e terei a glória, enquanto você só será mais uma lutando para tentar viver mais um pouco.

– Eu não tenho medo de você - respondi a ela.

– Pois devia - disse ela e saiu me deixando ali sozinha.

Desde aquele dia, a menina que descobri se chamar Savannah, nunca mais trocou uma palavra comigo e eu agradecia a Merlin por isso.

Ficava sozinha, porém em paz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!