A Herdeira dos Riddle escrita por Myla Oliveira
Notas iniciais do capítulo
Quero comentários, okaay?
"Nem todas as lembranças precisam ser lembradas - Querido John."
Fazia seis anos que eu havia entrado em Hogwarts, estava com 16 agora e nada mudou muito desde aquela época. Quer dizer, eu não estava tão solitária quanto antes, mas as pessoas que andavam comigo eram filhas de comensais e só andavam comigo por interesse.
Eu visitava Hagrid muitas vezes, mas sempre tomava cuidado para não ir no horário que o Potter ia. Por mais que Hagrid me falasse que ele era legal e podia ser meu amigo, amigo de verdade. Na visão de ninguém em Hogwarts uma Riddle e um Potter se falariam, e eu não queria complicar mais ainda as coisas pro meu lado.
– Bom dia - disse Ben entrando na cozinha e eu virei-me para trás.
– Bom dia.
– O que esta fazendo? - perguntou ele se aproximando de mim.
– Panquecas - disse rindo - Acho que deram certo.
– Meu Merlin, tomara! - brincou ele e eu lhe amostrei a língua.
Ele me ajudou a colocar as panquecas a mesa e nos sentamos.
– Vamos la - disse ele experimentando um pedaço - Isso está muito...
– Muito?! - perguntei nervosa.
– Bom - disse ele rindo e eu comecei a comer também.
– Onde aprendeu a cozinhar assim? - perguntou ele confuso - Tenho certeza que não foi a imprestável da Pansy.
– Não, claro que não - disse revirando os olhos - Eu não como mais nada que ela ou a empregada fazem, então pedi a Hagrid para me ensinar e ele me ensinou.
– Hagrid não é um cozinheiro dos melhores - disse ele erguendo as sobrancelhas.
– Eu sei - concordei rindo - Eu me aperfeiçoei.
– Explicado.
Quando terminamos de tomar café, ele foi para o Ministério e eu para o meu quarto.
Não, infelizmente eu não havia saído da casa de Pansy. Mas tenho trago minhas coisas para cá aos poucos desde o ano passado e estou passando as férias aqui. Agora vou para o meu sexto ano em Hogwarts e não estou nenhum pouco animada.
Entrei no meu quarto e peguei o livro de feitiços do sexto ano, o folheei mas minha atenção não se prendia a ele. Então o deixei de lado e fiquei encarando o nada.
1º ano em Hogwarts:
– Srta Riddle? - chamou um menino do mesmo ano que eu e eu virei-me para encara-lo, legal havia alguém falando comigo - A professora McGonagall quer vê-la em sua sala imediatamente.
Eu o encarei confusa e me levantei da poltrona em que estava. Claro, ele não estava falando comigo por opção e sim por ter sido mandado ali.
Fui para a sala da diretora e fiquei ali esperando a boa vontade de alguém me dizer a senha.
– A senha é Tortinhas de Abóbora - disse uma voz conhecida e virei-me para trás. Alvo Potter estava ali.
– Obrigada - disse a ele, que apenas assentiu e saiu.
Eu encarei suas costas até ele virar num corredor, então abaixei os olhos e respirei fundo.
– Tortinhas de Abóbora - sussurrei e subi as escadas para a sala da diretora - Prof McGonagall?
– Oh, srta Riddle - disse ela quando me viu na porta - Entre, recebeu meu recado?
Não, to aqui a toa!
– Sim.
– Sente-se - disse ela me indicando a cadeira a sua frente e eu me sentei - Bom, muitas alunas estão com medo de você por ser filha de Voldemort e elas acham que você faria algo contra elas...
– Eu não fiz nada! - disse a ela - Eu juro e nem sei o motivo de todos me odiarem tanto!
– Não é essa a questão, minha querida - disse ela piedosamente - Eu queria saber com a srta se gostaria de continuar em seu respectivo dormitório ou trocar.
– Trocar de dormitório? - perguntei confusa.
– Sim - disse ela - Ficar com um só para você.
Eu era tão indesejada a ponto da diretora do colégio ter que me mudar de dormitório e me deixar sozinha?
– Eu... - comecei, mas pensando bem não valia a pena me lamentar, então engoli um seco e assenti confirmando - Tudo bem, por mim.
– Ótimo - disse ela - Semana que vem, pedirei para alguém chamá-la e então te levarei ao seu novo dormitório.
– Ta - disse dando de ombros - Eu posso ir agora?
– Pode - disse ela com um sorriso.
Não me importei em corresponder o sorriso e nem fingir corresponder, apenas sai daquela sala e fui para Torre de Astronomia onde ninguém me perturbaria.
Fechei os olhos com a lembrança, naquele dia havia chorado horrores na Torre de Astronomia e depois fui visitar Hagrid e contar tudo a ele que não acreditou no que ouviu.
– Ela disse que seria melhor para mim - disse dando de ombros.
– Isso é um absurdo! - protestou o gigante - Não é certo o que esses fedelhos estão fazendo com você Soph!
– Não importa - disse passando as mãos no cabelo - Fui criada assim, tanto faz.
– Ninguém nunca teve um dormitório sozinho em Hogwarts sabia? - perguntou ele me encarando - Mas pense pelo lado bom. Um banheiro só para você, poderá usa-lo a hora que quiser. Não terá que ficar ouvindo besteiras de nenhuma garotinha enjoada e nem nada disso.
– É - disse rindo um pouco - Talvez ser uma Riddle tenha um ldo bom, um único lado bom.
*****
Passou-se uma semana desde que McGonagall falou comigo, o que significava que em breve mudaria de quarto.
– Riddle - chamou uma menina de cabelos negros - McGonagall está te chamando, você deve estar encrencada!
Olhei para ela e revirei os olhos, colocando o livro que eu estava lendo em uma mochila e indo até a sala da diretora.
– Ah, stra Riddle - disse ela ao me ver - O seu dormitório já está pronto.
– Tudo bem - disse dando de ombros - Posso vê-lo?
– Claro - disse ela sorrindo e me guiando até o quarto andar. Passamos por algumas salas de aula até chegarmos a um corredor vazio que eu não fazia ideia que existia.
– Aqui está - disse ela apontando para um quadro - Ele também tem senha.
Olhei para o quadro, onde uma mulher alta e bonita acenava para mim e sorri.
– Cabeça de Testrálio - disse ela e o quadro abriu uma passagem revelando uma pequena sala - É como se fosse seu Salão Comunal - explicou ela e apontou para escadas, eu subi sendo seguida por ela e abri a porta - Seu quarto.
Era parecido com meu antigo dormitório; era o mesmo tamanho, tinha um criado mudo, um armário pequeno, um baú e uma mesa de estudos; porém nesse havia uma cama de casal com várias almofadas da Sonserina em cima e uma colcha verde. E as paredes eram eram pratas.
– Uaau - disse vendo tudo e virei-me para diretora.
– Gostou? - perguntou ela sorrindo.
– É perfeito - respondi sorrindo e a abraçando. Ela pereceu se assustar com meu ato, mas me abraçou de volta.
– Se não fosse seu sobrenome - disse ela - Jamais diriam que você é uma Riddle.
– Obrigada - disse a ela, mesmo sem saber se aquilo era ou não um elogio.
Ela saiu dali e me deixou sozinha eu olhei para tudo admirada, era perfeito. Fui até o banheiro e abri a porta, era idêntico ao do meu dormitório. Saí novamente e desci as escadas, a diretora não estava mais ali. Ali em baixo haviam poltronas confortáveis, uma fogueira, outra mesinha para estudos e uma instante de livros ao lado.
Sorri para mim mesma, talvez a ideia de ter um dormitório sozinha seja legal, fui para o outro dormitório e peguei minhas coisas saindo dali.
Aquela deve ter sido umas da únicas coisas boas que aconteceram para mim em Hogwarts. A outra era Hagrid e se havia outra, eu ainda não descobri.
4º ano em Hogwarts:
Estava no meu dormitório,comendo doces que os elfos me deram e lendo um livro trouxa que ganhara de Ben no Natal.
Desci as escadas para o jantar e uma menina de cabelos loiros lisos estava na porta.
– Ahn... oi - disse confusa.
– Ola - disse ela com um sorriso cínico - Sou filha de Margareth Tommis, minha mãe ajudou a te criar.
– Ah - deixei escapar pelos meus lábios - O que quer?
– Você vingará a morte de seu pai? - perguntou ela.
– Não sei - disse dando de ombros.
– Não sabe?
– Não sei mais se é a coisa certa a se fazer, pelo que contam em Hogwarts e nós aprendemos nas aulas ele era o vilão da história.
– E quem você é na história? - perguntou ela rindo - A mocinha?
– Isso não te interessa - respondi a ela.
– Tenho certeza que sou muito melhor do que você Riddle - disse ela aproximando seu rosto do meu - Se você não se vingar, eu me vingarei e terei a glória, enquanto você só será mais uma lutando para tentar viver mais um pouco.
– Eu não tenho medo de você - respondi a ela.
– Pois devia - disse ela e saiu me deixando ali sozinha.
Desde aquele dia, a menina que descobri se chamar Savannah, nunca mais trocou uma palavra comigo e eu agradecia a Merlin por isso.
Ficava sozinha, porém em paz.
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