The Heart Never Lies escrita por Vanessa


Capítulo 10
De volta à escola / Trabalho parte II


Notas iniciais do capítulo

TCHARÃN! O/ *rebola até o chão*
Olha quem apareceu! Quem sentiu minha falta? Ninguém? É, eu já esperava por isso '-' aushs
Como prometido eu trouxe um capítulo! aeeee, o/
Quero agradecer as lindas e maravilhosas e gostosas -ignorem isso- das gurias que comentaram! Muito obrigada meninas.
Então, como foi o natal de vocês? Comeram muito? Ficaram chapadas? UHSUHS o meu foi um cocô u.u
Então gent, esse capítulo tá grande, sim ele tá maior que os outros. Me desculpe por isso ;.; é pq agr vai começar o "momento" da estória aushsu digamos que a partir desse capítulo o romance começa a florir *sai pulando*
GALERA, CHEGAMOS AO CAPÍTULO 10! MDS! pensei que eu nem passaria do 5 e.e kkkk
Chega de enrolação, vamos ao capítulo:
Boa leitura.



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O resto do meu sábado foi o tédio total. Fiquei fazendo as típicas palhaçadas com o John e meus pais só brigando, como sempre. Dylan não me ligou e não recebi nenhum outro sms de Ryan durante o resto do dia.

Domingo. Sim já é domingo, e o pior, ele já está acabando. Meus pais me levaram para almoçar fora, então já podem imaginar o que rolou nesse almoço, né? Eu e John fizemos muitas palhaçadas, como sempre. Eu me diverti pelo menos. Agora estamos todos na sala assistindo um filme qualquer que passa na TV. John deitado em meu colo e papai e mamãe se pegando no outro sofá da sala. Porque eu tenho que presenciar isso? Que horror.

– Já está tudo arrumado para amanhã, querida? - Minha mãe me olha

– Sim, está tudo pronto – Acaricio os cabelos de John – Que horas iremos ir?

– Sairemos as 6horas – Porque tão cedo? - Tem que dar tempo de você chegar e ir assistir aula

– Sério isso? Que saco, mãe – Faço careta

– Sem reclamar – Ela me joga uma almofada. Mereço essa minha família.

– Tudo bem – Bufo – Vou subir já que tenho que acordar com as galinhas – Levanto e deposito um beijo na bochecha de cada um na sala.

Ao entrar no quarto me jogo de qualquer jeito na cama e fecho os olhos. Querer voltar pra escola eu não quero, mas sinto uma falta tão grande do pessoal. Só essa falta já me faz querer voltar. É estranho isso, eu conheço eles há três semanas apenas. Será que devo contar toda a verdade pra eles? É muito cedo? Eu tô confusa com isso. Mais cedo ou mais tarde todos saberão. E eu prefiro que fiquem sabendo por mim.

Tateio a cama a procura do celular e logo o acho. Ao ligar vejo duas mensagens. É dele. Ryan. Abro a primeira.

“E aí amigo, volta que dia? Precisamos concluir o trabalho de química”

Droga, o trabalho. Eu simplesmente me esqueci dessa merda. Ainda temos tempo para fazer isso antes do acampamento da escola.

Abro a segunda.

“O acampamento será na terça-feira. Espero que volte antes disso”

Esse comportamento do Ryan não está me fazendo bem. Eu sei disso. Não está fazendo bem nem pra ele. Eu sinto que coisas estranhas estão por vir. Credo, que tipo de pensamento é esse? To parecendo aquelas macumbeiras que vê o futuro.

Respirei fundo antes de responder:

“Volto antes do acampamento sim. Amanhã cedo estou aí. Podemos concluir o trabalho amanhã mesmo. Nos falamos depois.”

Joguei o celular na mochila tratei logo de dormir. Preciso que chegue logo amanhã.

–.-

Finalmente segunda-feira. Eu não estou nem um pouco animada com isso. Só de pensar na despedida novamente me parte o coração. Encaro John ao meu lado. Ele não vai poder ir me levar, então terei que me despedir aqui mesmo.

– John... Você podia ir estudar lá, né? - Choramingo

– Não dá, você sabe – John sorri de lado e me abraça de lado

– Eu sei. Vou sentir sua falta – Encosto minha cabeça em seu braço

– Também vou sentir a sua, pequena – John me olha e me puxa para um abraço de urso.

– Eu vou morrer esmagada – Rio sendo acompanhada por ele.

– Vai lá. Boa sorte e se cuida – John bagunçou meus cabelos.

– Você sabe que não vou fazer isso – Rio e lhe dou mais um abraço. Entro no carro onde meus pais já estavam me esperando e suspiro fingindo chorar.

– Não chora Eliza, seja homem – Meu pai e suas piadas sem graça

– Homens também choram, papai – Dou de ombros e escoro no banco.

Fico vendo a cidade passar pela janela do carro e para dar um ar mais triste a esse momento, pego meu celular colocando a música mais depressiva que tenho. Eu sei, eu sou dramática. Mas o que seria de mim sem um drama? Pois é, nada. Mentira, seria eu mesma, só que sem drama.

–.-

Como sempre, algumas horas depois estou eu entrando pela escola. Eu não vou descrever meu momento tristeza aqui. Aquele momento da despedida, onde eu chorei. Sim, eu chorei me despedindo dos meus pais. Qual é, eu não sou tão forte quando aparento ser. Sou uma manteiga derretida.

Dessa vez o diretor não veio me receber, o que eu achei meio estranho. Eu estava esperando uma festa, com direito a bolo de chocolate, balões cor de rosa e alguém falando em um megafone “sentimos sua falta”. Só que não. É óbvio que isso não iria acontecer, onde eu estava com a cabeça? Eu sei, pregada no pescoço. Chega Eliza.

Por um momento, passou em minha cabeça o seguinte: Eu correr para o quarto e dar um abraço de urso em Ryan, porém eu não posso fazer isso. Sou homem agora, e homens não fazem isso em homens, certo? Errado. Quando são gays fazem sim. Mas eu e Ryan não somos, então de qualquer maneira está fora de cogitação isso. Pensei também em ir atrás de Dylan, afinal, ele se tornou meu melhor amigo aqui dentro. Eu precisava contar tudo o que aconteceu no final de semana. Mesmo que não tenha acontecido nada demais. Melhores amigos são para isso certo? Errado. Não quando se trata de dois “homens”. Mulheres costumam fazer isso, homens não ligam muito para a vida. E como aqui eu sou um “homem”, tenho que agir com indiferença. Aí você pergunta: e o que nesse exato momento você está fazendo? Já que não foi atrás de Dylan ou Ryan. Bom, eu estou parada no mesmo lugar onde meus pais me deixaram. Olhando para o nada, ou melhor, encarando a porta da escola. Entro ou não entro? Prefiro a segunda opção. Não entrar. Sabe porque? Lembrei que tenho que visitar minha árvore, lembram que eu falei que iria visita-la? Está aí a oportunidade. Eu estou ficando louca, com quem que eu estou falando? Não tem ninguém aqui comigo. Eu preciso de remédios para loucura, urgentemente.

Se você está pensando que eu segui para a árvore, você errou. Eu resolvi entrar na escola. Sim, depois de horas lutando contra eu mesmo eu decidi que entrar seria o melhor, a árvore espera um pouco. A cada passo de tartaruga que eu dava era como se eu estivesse entrando aqui pela primeira vez, meu coração estava acelerado, minhas mãos soando e eu tremendo igual vara verde. Ao entrar no refeitório minha vontade era de sair pulando em todas as mesas. Era só vontade mesmo. Mas uma vez lutei contra mim mesmo para não fazer isso. Hoje eu estou em uma luta ein.

Como eu já estava atrasada para a aula, resolvi ir mais devagar ainda, só para me atrasar ainda mais. Sim, eu gosto disso. Ao entrar no corredor de salas eu parei. Minha vontade é de sair correndo daqui o mais rápido possível. Eu não queria voltar hoje, estou com uma sensação ruim. Talvez seja o meu café da manhã querendo sair. Sim, era só isso. Continuei seguindo até parar na porta da sala que eu tenho aula. Deu para escutar a voz da professora de português. Ô vontade de ter uma vassoura aqui, mas não era pra sair voando, era pra dar com ela na cabeça dessa velha chata. Respirei fundo e dei um toque na porta. Ouvi passos se aproximando e fiquei admirando meus pés, ótima paisagem. Ao ouvir a porta sendo destrancada, tirei meu boné e revelei a todos o que eu escondia.

Só que não. Não, foi isso que eu fiz.

O que eu fiz foi encarar a professora e dar o meu melhor sorriso amarelo. Acho que isso não ajudou muito, a velha me olhou de cima a baixo e soltou:

– Porque está chegando agora? Está mais que atrasado – Eu sei disso. Eu fiz de proposito

– Não estava na escola – Foi a única coisa que saiu.

– Hm... - Ela levantou a sobrancelha – Entre e vá logo se sentar. Sem algazarra – Afirmei com a cabeça e segui de cabeça baixa até meu lugar ao lado de Dylan, que por incrível que pareça estava vazio. Parece que estava a minha espera.

Peguei meu caderno e todas as coisas e coloquei na mesa. Continuei de cabeça baixa encarando meus materiais na mesa. Sinto alguém me cutucar e logo depois uma voz baixa.

– Ei cara, o que houve? - Dylan sussurrava olhando para frente. Nem eu sei o que aconteceu. Talvez arrependimento?

– Nada – Murmurei e encarei Dylan. Tinha preocupação em seus olhos.

– Tem certeza? - Apenas concordei com a cabeça.

Dylan tem razão. O que eu tenho? Eu não sou de ficar “pra baixo” assim. Mesmo eu estando triste. Será isso saudade? Ou arrependimento?

– Dylan... - Sussurro

– Fala – Dylan me olha. Falo ou não? Ah, mas que droga!

– Se um amigo muito especial seu escondesse um grande segredo de você, se sentiria traído? - Abaixei o olhar

– Depende do segredo... Mas porque isso? - Você não entende. Eu acho que estou perto de ficar na TPM. Porque tanta depressão?

– Nada, queria saber. Obrigada – Sorri de lado e voltei a prestar atenção na professora.

Enquanto copiava o que a professora passava no quadro, o sinal bate. Eu falei que estava muito atrasada. Junto minhas coisas e espero Dylan para ir junto com ele para o paraíso. Ao sentarmos em nossos lugares, vejo Erin se aproximando sorridente. Faço uma careta e sorrio de volta. Erin se joga em meu colo, ou melhor, se senta em meu colo e começa a distribuir beijos em minha bochecha. Mas o que essa louca pensa que está fazendo? Corei violentamente.

– Você fez falta John

– É, eu tô percebendo isso – Sorri envergonhada – Pode sair de cima de mim? Está me esmagando – Forço a fala. Erin ri e se senta ao meu lado. Eu ein, que coisa estranha foi essa? Socorro.

Encarei Ryan que estava na minha frente. Ainda nem falei com ele, falo ou não falo? Mas é claro que falo. Mas ele tá estranho. Não, ele é estranho.

– Então Ryan, vamos terminar o trabalho hoje? - Resolvo quebrar o silêncio que estava entre eu e ele.

– Claro. No mesmo horário e no mesmo lugar – Ele nem olhou na minha cara. Tô tão feia assim? Será que meu rímel tá borrado? Não, pera. Homens não usam isso.

O resto da manhã foi uma bosta. Eu conversava com Dylan, Fred e Erin. Ryan ficava moscando perto de nós, se limitava a responder somente o que era direcionado a ele. Tenho que admitir que eu senti uma falta enorme dele me chamando de gay, ou me enchendo o saco. Mas o quê? Porque eu sentiria falta disso? Eu realmente não estou bem hoje. Assim que o último sinal tocou Ryan saiu numa pressa da sala que parecia que estava diarreia e queria logo encontrar o banheiro. Nem vi para onde ele foi. Talvez pro banheiro, já que estava com diarreia. Sei lá.

Segui para a biblioteca, vai ver ele já está lá. Por onde eu passava eu olhava para todos os lados para ver se o encontrava, mas nada. Ele literalmente sumiu. Ao entrar na biblioteca me direcionei ao mesmo lugar da outra vez. Na mesa afastada. Não tinha ninguém lá, então você pode imaginar que o Ryan ainda não está aqui. Me sentei e fiquei encarando a mesa por longos minutos. Quando estava prestes a me jogar na mesa e tirar um cochilo, alguém se senta do meu lado. Ryan.

– Já cagou querido? - O encarei. Ryan franziu o cenho.

– Hã? Do que você está falando? - Finalmente ele me olhou. Que saudade de olhar em seus olhos. Espera... Eu disse saudade? Mas o quê?

– É que você saiu tão depressa da sala que pensei que estivesse com diarreia – Dei de ombros. Ryan gargalhou a meu lado, chamando atenção de todos da biblioteca. Como senti falta dessa risada dele. Senti falta? Eu não estou bem, não estou mesmo.

– Você não existe cara – Ele riu mais. Do que exatamente ele está rindo?

– Existo. Pode me apertar pra você ver que não sou fruto da sua imaginação – Sorri torto. Ryan realmente me apertou. Ao sentir o toque de seus dedos em minha pele foi como um choque. Eu me arrepiei toda, isso não é nada legal. Eu espero que ele não tenha percebido.

– É, realmente existe. Idiota – O quê? Idiota? Você que tá com a bunda frouxa e eu que sou idiota? Ok, o que isso tem a ver mesmo? Nada.

– Vamos começar logo com isso – Abri tudo que era necessário e comecei a copiar o que era pedido. Ryan estava apenas me olhando copiar. Mas que garoto folgado.

– Tu só vai ficar me olhando? - Ergui a sobrancelha

– Não tem nada que eu possa fazer – Deu de ombros. Tem sim garoto, me beija. Hã? Me beija? Que tipo de pensamento foi esse? Eu estou possessa, só pode. Eu espero que ele não leia pensamento, porque seria constrangedor isso. Me beija, onde já se viu isso? Foco Eliza, foco.

– Mas é claro que tem! Abra o livro e procure o que está faltando, anda – Joguei o livro nele.

– Ei, calma. Sem agressões, ok? - Ele me olhou nos olhos. Por um momento eu viajei em seus olhos castanhos, simplesmente esqueci de tudo a minha volta. Era bom olhar em seus olhos, era difícil desvendar o que se passava ali. Segredos. Tratei logo de desviar o olhar, antes que eu faça uma besteira. Voltei a fazer o trabalho enquanto ele procurava o que eu pedia.

Enquanto nós fazíamos o trabalho eu tentava organizar meus pensamentos. Porque eu estou pensando no Ryan dessa maneira? Isso não é normal. Eu preciso para com essas loucuras, preciso conversar com minha árvore.

Após alguns minutos ou horas nós terminamos o trabalho. Finalmente. Ryan se jogou na mesa e murmurou algo que eu não consegui entender. Guardei o trabalho e todas as coisas e fiquei o observando. Eu sei que não posso fazer isso, afinal, eu estou aqui como menino e um menino ficar observando o outro pega mal. Mas eu não tô ligando pra isso, ele nem tá vendo que eu estou encarando ele. E se quiserem que eu provo que não tenho uma mangueira no meio das pernas eu provo. Fico peladona aqui.

Só que não. Óbvio que eu não vou fazer isso.

Sem eu perceber, Ryan também me encarava, e posso dizer que esse momento agora foi muito constrangedor e hilário. Ryan estava com uma careta bem infantil e me encarava com cara de que ia aprontar alguma coisa. Desviei o olhar e senti meu rosto esquentar, provavelmente eu esteja da cor de um tomate agora. Ryan riu e levantou a cabeça da mesa, me encarou por um momento e aí veio a pior coisa da minha vida.

– John, eu vou te propor um desafio – Ryan sorriu desafiador e ergueu a sobrancelha.

Ai tem. E eu tenho certeza que coisa boa não é.


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Notas finais do capítulo

Eu falei que estava grande e.e n me matem kkkk
Esse capítulo ta um cocô e tá meio deprimido pq no dia que eu fiz ele eu estava deprimida, então saiu deprimido UAHSUS :c
E então? Gostaram? Mereço reviews? Diz que sim :c
Mais uma vez obg a tds.
1bj e até mais.



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