As Crónicas de Hermione escrita por Khaleesi Dracarys


Capítulo 8
Quebrado


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, desculpem o meu desaparecimento do Nyah!, andei ocupada, pelo meio tive uns problemas pessoais e perdi a inspiração. Não conseguia ler, quanto mais escrever.
Mas agora acho que estou oficialmente de volta, vou colocar a leitura em dia e escrever essa fic e terminar ela, por todos vocês, mas em particular pela Mione Malfoy, que mesmo com um oceano nos separando se tornou uma amiga e me deu imenso apoio nessa minha fase mais negra. Obrigada Mione, de coração! eu disse que voltava e aí está o capítulo, completamente dedicado a você!! ;)

Quanto ao capítulo, eu resolvi fazer aqui uma pequena interrupção de como o Draco e a Hermione se aproximam (spoiler próximo capítulo), e coloquei a versão do Draco sobre a visita a Hermione no Prólogo. Ou seja, como já tinha dito: começámos em 2012, depois fui contando como tudo se desenvolveu há 10 anos atrás, e nesse capítulo voltamos a 2012.

Espero mesmo que gostem, escrevi com muito carinho, apenas para lhes mostrar que estou de volta e que a fic não foi abandonada!! ;)

Escrevi ouvindo essa música de Seether com Amy Lee (Broken), deixo o link pra quem quiser ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=hPC2Fp7IT7o

Boa leitura para todos!!



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31 de Agosto de 2012

Era a quarta vez que ele passava naquela rua, cheia de pessoas que passavam por ele, apressadas, de caras sérias. E ele caminhava devagar, fazendo com que algumas o empurrassem ou insultassem, apenas porque ele andava no seu próprio ritmo. Ele tinha tempo, apesar de já ter tido mais do que o suficiente nos últimos dez anos para pensar e repensar aquela cena. Como seria? O que aconteceria quando finalmente tivesse coragem para atravessar aquela porta, daquele prédio em particular, para subir até à cobertura e encontrar a pessoa que o tinha marcado como nenhuma outra conseguira. Draco Malfoy não sabia, e por isso ia adiando o momento, caminhando na rua, em frente do prédio onde Hermione Granger vivia.

Entrou em Hyde Park, que ficava em frente duma parte do prédio, e sentou-se num banco, eram 4h da tarde. Precisava colocar as suas ideias em ordem, ele sempre fora uma pessoa controlada, porque é que estava tão nervoso agora? Ele sabia muito bem porquê. Hermione não era qualquer uma, era importante, e ele tinha sido um idiota ao tê-la abandonado há dez anos atrás. Poderia ter feito tudo de maneira diferente, e quem sabe hoje os dois poderiam estar felizes. Ou não, tudo poderia ter dado errado.

Assolado por tantos pensamentos do passado, Draco nem se apercebia do tempo que ia passando, ali sentado, sozinho, naquele banco de jardim. Não havia nada a fazer que pudesse mudar o passado, ele tinha feito as suas escolhas que na altura lhe pareceram as mais correctas. A única coisa que não sabia era qual tinha sido a reacção de Hermione a essas suas decisões. Daí que lhe custasse entrar naquele prédio e bater à porta dela, não queria ser rejeitado. Não por ela.

Tudo aquilo que tinha feito nos últimos anos, tinha sido apenas a pensar na bela morena. Todos os caminhos que seguiu e que o foram afastando dela, eram apenas uma tentativa de se tornar digno daquela que um dia lhe deu a mão. Por isso, passasse o tempo que passasse, ele nunca se esqueceria dela, e faria tudo para que ela tivesse o melhor. Afinal nos seus momentos mais negros, ela apareceu como um anjo que lhe trouxe luz, dando-lhe esperança. Foi graças a ela que a sua vida miserável começou a melhorar. Foi ela que tornou os últimos tempos de Azkaban suportáveis.

Nunca pensara que a sua “inimiga” lhe salvaria a vida, mas há muito tinha aceitado o facto que a inimizade baseada em sangue ou em casas de escola era um disparate imenso. No entanto, quando há dez anos deixara a prisão horrível onde estivera um ano, ele soube que muitas coisas nunca mudariam. Para começar o seu nome, “Malfoy”, continuava a ser sinónimo de arrogância, e era ele o herdeiro da família, e nesse período ele sabia que era ele o “sangue sujo”. Daí que ele se sentisse indigno de conviver com Hermione Granger, a “sangue-de-lama” que ele sempre insultara, que se tinha tornado uma figura proeminente no mundo bruxo, apesar da sua tenra idade. Como poderia sujeitá-la à sua presença? Não, primeiro, ele teria de ser merecedor da sua companhia. Draco Malfoy tomou a sua mais árdua decisão, e pela primeira vez na sua vida, depois da sua mãe, preocupou-se mais com outra pessoa do que com ele próprio.

Mas passara uma década, e ele não sabia como ela reagiria quando o visse, o mais provável é que não o quisesse ver quanto mais falar com ele. Agora que estava ali, prestes a descobrir, sentia-se cada vez mais covarde, queria virar costas e deixá-la viver em paz, pois isso pelo menos ela tinha alcançado, segundo o que lhe tinham dito mais cedo. Porque iria ele estragar isso? Talvez por que a parte egoísta dele ainda não estava preparada para desistir, e essa parte queria subir o mais rápido possível até à cobertura daquele prédio e olhar, olhos nos olhos, aquela que não tinha deixado o seu pensamento durante todos aqueles anos.

A noite tinha caído, e ele nem se tinha apercebido, só quando estremeceu com o fresco que a noite trouxera é que se apercebera que o cenário tinha mudado. As pessoas que passavam no jardim eram agora menos, e aquelas que passavam a correr, corriam por desporto e não porque estavam atrasadas para alguma coisa. Draco levantou-se do banco, dirigindo-se à entrada de Hyde Park, por onde tinha passado, horas antes. Dali conseguiu ver que o apartamento de Hermione ainda tinha luz, e por momentos viu uma sombra através do vidro, que só podia ser ela. O seu coração acelerou e quase lhe saiu do peito. No mesmo instante, resolveu atravessar a rua a correr e ir esconder-se no primeiro café que lhe apareceu. “Que covarde! Afinal de que tens medo?” disse-lhe uma vozinha irritante no fundo do seu cérebro.

Já que tinha entrado no café, aproveitou e pediu algo para comer, desde o almoço que não comia nada. Mas mal tocou no sandwich que escolhera, o estômago estava enrolado. Ele precisava decidir-se de uma vez, e ir vê-la. Afinal tinha sido para isso que regressara a Londres, precisava olhá-la uma vez mais, nem que fosse apenas para se despedirem condignamente, já que há 10 anos atrás nem isso ele tinha feito. Finalmente, estava decidido. Pediu um café para levar e pagou a conta.

Saindo para a rua, agora com pouco movimento, deu um golo no café quente e acendeu um cigarro. Maldito vício, teria de largá-lo mais cedo ou mais tarde, mas naquele momento precisava de se acalmar. Entretanto o seu telemóvel começou a vibrar, retirou o objecto do bolso, viu quem lhe telefonava e teve de admitir que os Muggles até tinham alguns artefactos que davam muito jeito. Atendeu quase sem paciência:

– Sim, Pansy, que queres?!

– Como assim o que quero?! Quero saber das novidades. Desapareceste durante dez anos, voltas de repente, quase que me obrigas a almoçar contigo, apenas para me pedir o endereço da Hermione, e depois desapareces novamente. Agora quero saber tudo. Já falaram?! Como correu? Diz-me.

Pansy Parkinson continuava igual a si própria, falava sem parar, sem dar tempo para os outros responderem. Draco riu.

– Não correu. – disse apenas.

– Como assim não correu? Draco tu deixaste me sozinha no restaurante, decidido a ires procurar a Granger. E agora dizes que não correu. Mas que raio se passa contigo? Pensei que os tempos do slytherin covarde tinham terminado. – Pansy espicaçou-o.

– Não é tão fácil assim, Pansy. Eu desapareci, como disseste, durante 10 anos. E agora vou bater à porta dela e esperar que ela me receba de braços abertos, não é simples assim. Estive a pensar e se calhar é melhor deixar estar tudo como está.

– Draco Black Malfoy! – gritou Pansy do outro lado – Não sejas idiota, vai imediatamente ao apartamento dela, que eu aposto que estás lá perto desde que te dei a morada, e fala com ela. A Hermione sempre foi reservada nos assuntos que te diziam respeito, ela raramente falou de ti neste tempo todo. Mas eu sei que lhe dói não saber de ti, se estás bem ou mal, por isso vai lá e fala com ela. Entendam-se de uma vez por todas.

Quando Draco tentou argumentar, apenas ouviu um grito ameaçador. Desligou o telemóvel, apagou o resto do cigarro no café já frio e caminhou finalmente para a porta daquele prédio. Dirigiu-se ao elevador e subiu até ao último andar. Ali havia apenas duas portas, e ele sabia que a dela era a esquerda. Tocou uma vez na campainha. Nada, nem um som se ouviu. Mas ele sabia que ela estava em casa. Insistiu mais duas ou três vezes, agora que estava ali não ia desistir. Finalmente ouviu barulho no interior do apartamento.

A porta abriu-se, e ao fim de dez longos anos, Draco pôde olhar nos olhos castanhos que tanta falta lhe haviam feito. Ele observou Hermione, que tentava falar mas nada dizia. Ela continuava igual, mesmo desarrumada estava linda e perfeita, mais do que ele se lembrava. Ele sorriu, há quanto tempo que não sorria com tanta vontade. A sensação que tinha de se encontrar quebrado, desde a alma, passou assim que a viu. Finalmente sentia que tinha chegado aonde pertencia.


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Notas finais do capítulo

Então, por hoje é isso, espero que tenham gostado. Levantei um pouco da cortina para os capítulos que se vão seguir, que irão explicar esse "envolvimento" dos dois no passado.

Escrevi um pouco à pressa, e vim postar imediatamente, aqui em Portugal já é um pouco tarde, por isso peço que estejam atentas a erros, e me avisem, ok?

Bjs
Dani



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