Fui acordada pela minha mãe, já devia ser tarde para ela ter tido que nos acordar.

–Jace, Clary. É hora de acordar...

Revirei-me na cama, com preguiça até de pensar, até que me lembrei do pesadelo dessa noite... Resolvi pensar no jantar meu e de Jace, ele me fez esquecer tudo mesmo, até minhas preocupações, mas tem uma coisa que ainda não entendi. Jace estava sentado na cama e me olhava.

–Jace tem uma coisa que ainda não consigo entender. Como você fez para tirar o fogo celestial de dentro de você?

–Quis dar de presente para o Sebastian. Sabe o fogo celestial é um ótimo jeito de ensinar a ter bons modos... Inicialmente com garotas.

–Claro ensina a não ter mãos bobas acho que foi um ótimo treinamento para você, pena que já desaprendeu tudo...

–Duvido que não goste... Mas agora de sério, nos dias antes da guerra eu estava aprendendo a controlar o fogo, pensei que teria que viver para sempre assim, quando vi que você desmaiou pensei que teria que te carregar então tentei controlar, mas quando vi Jonathan decidi mudar meu plano. -Ele me olhou com um sorriso torto. - A cada passo que eu dava pensava em tudo que ele fez de mal para mim, para você e para todos, e no meio da luta quando vi que não aguentaria mais deixei que o fogo celestial entrasse nele, e enquanto todo mal dele saia eu consegui ver o real Jonathan, ele tem um coração bom e ele tem olhos iguais aos seus... –Abracei Jace não queria que nada de ruim acontecesse a ele, como nos sonhos.

–Jace, estou com medo. -Disse relembrando de meu pesadelo. –Tive um pesadelo esta noite, mas esse não foi como os outros, esse parecia real, nós íamos presos, todos nós.

–Calma Clary eu vou estar com você, sempre. Agora vá se arrumar.

Fui ao closet e peguei meu novo vestido verde, estava frio demais para por o outro. Desci para tomar café da manhã, não estava com muita paciência para esperar Jace se arrumar, minha mãe tinha deixado algumas panquecas para nós em cima da mesa, peguei duas e botei o mel por cima. Jace chegou e pegou as outras quatro panquecas, olhei para o prato dele, como ele é tão sarado comendo tanto?

–Depois eu que sou a gorda...

–Claro olha a quantia de mel que você botou em cima das panquecas.

–Loiro oxigenado, a culpa é toda sua que me atrapalhou na cerimônia do mel.

–Não vou nem pedir o que é isso...

–Para a panqueca estar boa a proporção de mel deve estar exata.

–Exagerada.

–Olha quem falando. –Ele riu.

–Depois que os depoimentos acabarem temos uma tarde inteira sem nada para fazer, tem alguma ideia?

–Claro porque eu conheço Idris bem o suficiente para saber o que tem para se fazer.

–Podemos andar a cavalo...

–Desenhar...

–Lutar...

–Desenhar...

–Caminhar...

–Desenhar...

–Só se você for ME desenhar.

A manhã passou devagar, fomos chamar Izzy, Simon, Alec, Magnus, Aline, Helen, Jordan e Maia para fazer alguma coisa até o almoço que hoje seria na nossa casa. Depois que terminamos ficamos conversando até chegar a hora de irmos depor. Fui pro meu quarto e botei o vestido novo e o blazer. E fomos para o salão de acordos.

Quando começou já devia ser umas duas da tarde, todos deram (o mesmo) depoimento, depois de Jace eles finalmente me convocaram, eu tinha ficado por ultimo como no sonho. Falei tudo que aconteceu e quando terminei fui me sentar ao lado de Jace, no mesmo lugar onde estava antes. E finalmente Jia falou alguma coisa.

–Nós trabalhamos com hipóteses –merda, esta acontecendo como no sonho- devemos avaliar os fatos anteriormente algumas fadas foram mortas por demônios, vários vampiros e lobisomens foram feridos essa noite, um feiticeiro foi atacado semana passada. Então, alguém esta querendo atingir a clave, mas quem? Pensei em Jonathan Morgenstern, mas como alguém sobre alta vigilância e inconsciente faria isso?É claro que não podemos duvidar de Jonathan. Pensei também na Clarissa Morgenstern, por mais que ela tenha sido uma vitima ainda é uma Morgenstern, e também pensei em Jonathan Lightwood, ou Herondale para aqueles que preferem, por ele ter passado tanto tempo com Valentim... Todas as hipóteses são plausíveis, “ninguém é culpado até que se prove o contrario”. - Não sei se foi só minha mente ou se eu realmente ouvi Jia dizer infelizmente, mas pelo menos tudo acabou bem. –Porém vou querer conversar com a Clarissa e com o Jonathan Lightwood. Obrigado por comparecerem e vocês serão informados sobre qualquer noticia nova. Jace, Clary me acompanhem.

<><><><>

Depois de caminharmos por um longo corredor paramos e Jia me mandou ficar sentada e ela e Jace entram em outro corredor, como se eu fosse fica, fiz uma runa para o silêncio e outra para agilidade, e comecei a os seguir eles entraram em uma sala e com sorte deixaram a porta aberta, uma runa brilhou em minha mente fazia tempo que isso não acontecia dês da guerra, quando fiz a runa da claridade, mas essa era diferente simples, parecia com a de invisibilidade, mas essa não funciona só para mundanos... Fiz a runa e esperei até que estivesse toda invisível então quando entrei na sala Jia estava sentada na cadeira olhando para Jace.

–Então não vai me falar mais nada? -Disse ela.

–Eu já te falei tudo.

–Claro, como se eu fosse tonta.

–Será uma longa conversa Jia.

–Fale!- ela gritou com ele.

–Não. Sabe eu adoro fingir que sou um Irmão do Silencio.

Ela ergueu a mão e deu um tapa no rosto de Jace, meu corpo se movia involuntariamente soquei o rosto de Jia que não entendeu nada, até o efeito da runa passar. Jia me encarou como se eu fosse um fantasma.

–Clary, o que esta fazendo aqui? –Perguntou Jace.

Eu o ignorei.

–Quer dizer que é isso que vocês fazem, batem em qualquer um porque não querem falar, ou porque nem tem o que falar, nunca defendi meu irmão, e Jace também não. Mas se vocês não acreditam o problema é de vocês. E Jonathan estava certo em uma coisa, a Clave é mais corrupta do que aparenta ser.

–Toda ação gera uma reação Claris...

–Não é a toa que dei um soca na sua cara.

–Por favor, me deixe continuar, eu irei avaliar tudo e informar vocês depois, estão liberados, por enquanto. Admiro sua coragem e seu amor por Jace, mas tente moderar da próxima vez. -Ela estava nervosa e passava a mão no rosto enquanto nos despachava.

–Claro se você moderar a raiva, e a cede de vingança, e também não jogue culpa em pessoas inocentes a e também nunca bata em meu namorado novamente.

Puxei Jace para fora da sala ele estava pálido.

–Clary, você não pode enfrentar a Consul.

–E ela não pode bater em você. O que ela queria saber?

Ele olhou para o chão como se cada passo doesse.

–Sobre as suas runas, ela queria saber do clarão da guerra eu falei que foi o fogo celestial, mas ela não acreditou, agora menos ainda, já que você resolveu utilizar uma nova runa na frente dela... Mas belo soco... -Disse ele rindo.

Jace apanhou e foi culpa minha sai correndo ouvi ele me chamando, não quero que ele me veja chorar não quero que ele fique com remorso. Cheguei a casa, minha mãe não estava lá para minha sorte, vi a adega e então resolvi pegar duas garrafas de vinho e ir para o telhado.