Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 28
Epilogue


Notas iniciais do capítulo

PESSOAL, QUANTO TEMPO! *0* Me desculpem por essa demora idiota, mas eu vou explicar em dois rápidos (ou não) tópicos. Aí vai:
1: Eu estava com problemas pessoais. Tive o que eu chamo de "Síndrome do sinta-pena-de-si-mesma-idiota", ou algo parecido com uma depressão leve. Não se preocupem, eu estou bem agora. Só tive que me afastar da escrita um pouco pra organizar a minha vida, vocês sabem, são tempos complicados. Mas todos temos problemas, não é? E todos eles têm solução.
2- A escola. Oh, santo Raziel, sempre a escola! Não importa se você estiver sendo ameaçada de morte pela Coreia do Norte, Iraque e Rússia, a escola sempre vai ser a parte que faz sua vida ficar mais horrível, né? Acho que vocês entendem essa parte...

Então, não fiquem muito zangados comigo e leiam, ok? :3 Me desculpem pela demora implausível. Aproveitem o epílogo e NÃO DEIXEM DE LER LÁ EMBAIXO.



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Eu me sentia estranha naquele vestido verde, em parte porque eu não costumava usar vestidos e em parte porque meus pés insistiam em se enroscar na curta calda da peça a cada maldito passo que eu dava.

Não era um casamento convencional: uma festa em um salão, e era isso. Minha mãe e Luke haviam se casado naquela manhã, no cartório, e aquela era apenas uma comemoração simples.

Meu estômago queimava de ansiedade para ver Jace. Eu poderia ter vindo com ele, mas fui obrigada a ir na caminhonete com minha mãe e Luke. Nunca pensei que seguraria vela para aqueles dois, mas aconteceu. O fato era que, a cada minuto que se passava, minha paciência ia se esgotando. Não via Jace havia praticamente três dias, porque estivera ocupada com alguns quadros, e isso estava me matando de dentro para fora.

— Clary — alguém chamou, e eu me virei para ver Isabelle, vestida num longo tomara-que-caia dourado e cintilante, com um pequeno casaco branco cobrindo-lhe os ombros finos.

— Hey — cumprimentei, acenando com as mãos e tentando não procurar loucamente por Jace ao redor. — Como vai?

— Sem papo furado — ela dispensou a pergunta com um gesto. — Ambas sabemos o que queremos. Ali está Jace — Izzy apontou para trás de si. — Onde está Simon?

Levantei as sobrancelhas, mas indiquei a mesa de bufê mesmo assim. Isabelle sorriu largamente antes de andar graciosamente na direção de Simon.

Com um suspiro, levantei imperceptivelmente a saia de meu vestido para não tropeçar e corri na direção de Jace, que parecia procurar por algo ao redor. Estava vestido com um sobretudo preto que deixava seu cabelo impossivelmente loiro. Quando me viu, abriu um sorriso de lado.

— Aí está você — falou. — Estava te procurando.

Sorri também, colocando as mãos sobre seus ombros.

— Senti saudades de você — falei. — Pela primeira vez na minha vida, a pintura não parece tão atrativa.

— Pelo menos estamos juntos agora — ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e aproximou seu rosto do meu.

— Tem razão — dei uma risadinha nervosa e irritante e forcei a mim mesma a me afastar dele, porque havia pessoas demais naquele lugar, e eu não poderia fazer o que queria fazer na frente deles. — Onde está Alec?

Não que o Lightwood mais velho fosse muito com a minha cara, mas eu estava curiosa para saber como ele estava, já que fazia um tempo que eu não o via.

— Bem ali.

Jace apontou para um canto, onde Alec conversava com um homem alto ligeiramente reconhecível. Espantada, reparei que eles estavam de mãos dadas, e uma memória veio rapidamente até a minha mente. Lentes em forma de olhos de gato, muita purpurina, roupas mais brilhantes que uma supernova... Magnus Bane.

Levantei as sobrancelhas.

— Ok, por qual pergunta eu devo começar? — Murmurei, inclinando a cabeça para o lado.

Jace riu.

— Eu sei o que vai perguntar, e as respostas são: — falou — Alec está com Magnus faz, pelo menos, três meses, embora a maioria de nós não soubesse disso; sim, ele é gay, e isso está óbvio; não, os pais deles não estão totalmente felizes com isso; e eu não te contei antes porque não queria ser um fofoqueiro.

Levei um tempo para assimilar aquilo. Era um pouco de informação demais para o meu gosto. Depois de um instante inteiro, virei para Jace e sorri.

— Espero que eles sejam felizes — falei. — Acho que os dois merecem. Quero dizer, Alec é um cara legal — tentei não fazer uma careta, embora ele não fosse de todo ruim —, e eu não exagero quando digo que Magnus dá festas incríveis.

Jace revirou os olhos para mim enquanto pegava minha mão. Eu estava feliz demais para conseguir conter meu sorriso.

— O que acha de sairmos daqui? — Murmurou, de modo que só nós ouvíamos.

Levantei as sobrancelhas.

— É a festa de casamento da minha mãe — falei em um tom frustrado. — Não posso sair do prédio.

Seu sorriso puxou para o lado direito, como fazia quando ele estava tramando algo. Colocando o braço sobre os meus ombros, ele disse:

— Não vamos sair do prédio — e então me puxou para as escadas rápido o suficiente para que ninguém nos visse.

***

O terraço do prédio tinha a vista privilegiada para os montes verdes, contrastando com o horizonte do anoitecer de Nova York. Eu conseguia ver o Empire State dali, iluminado com luzes azul-safira que brilhavam na noite. A cidade se movia abaixo de nós. Era maravilhoso pensar em todas aquelas pessoas, tão alheias à minha vida quanto eu era às delas. Pensar que alguma pessoa no mundo poderia estar triste enquanto eu vivia um dos melhores dias da minha vida trazia um sentimento de egoísmo, mas eu não me importava naquele momento.

Jace tinha suas mãos entrelaçadas às minhas, e parecia tão perdido em pensamentos quanto eu. Imaginei no que estaria pensando, mas, mesmo depois de todo aquele tempo, eu não conseguia ler a maioria de suas expressões.

— Sabia que você está mais linda do que nunca? — Ele falou tão de repente que eu corei mais do que o normal.

— Digo o mesmo de você — falei, para desviar a atenção.

— Bem, eu seique estou maravilhoso — bufou, acenando de modo arrogante. — Estou perguntando se você sabe o quanto está maravilhosa.

Felizmente, sua piada idiota me deu a brecha para desviar do assunto, e foi o que eu fiz.

— Você não deveria ser tão convencido — estreitei os olhos como se estivesse zangada, mas meu sorriso deveria estar me entregando. — A maioria das pessoas não gosta disso.

— Sorte a minha que você nunca fez parte da maioria, não é?

Seus olhos pousaram profundamente sobre mim, e eu senti como se ele pudesse saber tudo o que eu pensava, tudo o que eu sabia sobre mim mesma. Também o encarei, tentando captar qualquer sinal de emoção. Seus olhos estavam estreitos e brilhantes, suas sobrancelhas franzidas, a boca levemente aberta. Acho que ele estava quase intrigado, o que me fez corar mais ainda.

— O que foi? — Perguntei, por instinto. — Tem alguma coisa verde no meu dente?

— O que? — Ele pareceu ter saído de um transe. — Alguma coisa... verde?

— Você está me encarando — abaixei os olhos para a cidade lá embaixo.

— É só que... Eu não consigo evitar. Estou falando sério. Você está linda, Clary — tornei a olhar para ele. — Sempre foi.

Formei uma expressão desacreditada, porque eu não acreditava naquilo, mesmo. Havia convivido tempo o suficiente com a minha cara para saber que ela não era tão agradável quanto Jace fazia parecer.

— Pare com isso — falei, empurrando-o de leve. — Faz eu me sentir um pouco idiota, sei lá.

— Idiota?

— É. Não estou acostumada a receber elogios de pessoas mil vezes mais bonitas que eu, sabe. É como ser um físico amador e receber um elogio do Stephen Hawking.

Jace riu como se eu houvesse acabado de contar uma piada.

— Qual é a graça? — Perguntei, apertando mais sua mão.

— Essa sua negação quanto sua própria beleza — comentou. — Só te deixa mais bonita. Você é como as garotas dos filmes: mesmo lutando no Apocalipse Zumbi continuam lindas. Só que com você é real.

Mordi o lábio, indecisa sobre o que responder. Lá estava o cara mais bonito do mundo dizendo que eu era linda. Nunca havia imaginado que isso poderia acontecer um dia.

Depois de um suspiro, ainda sem palavras, me aproximei de Jace e fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. Entrelacei os dedos atrás de seu pescoço enquanto ele segurava minha nuca para aproximar-me mais, embora isso fosse fisicamente impossível. Não havia praticamente nenhum espaço entre nós. Eu sentia como se Jace e eu fôssemos um só.

Eu o amava mais do que amava qualquer pessoa, embora fosse embaraçoso admitir. Sabia disso porque amar Jace não era uma coisa fácil, e mesmo assim eu nunca desistiria. Era impossível. Me afastar dele seria como arrancar meu próprio coração por livre e espontânea vontade.

Quando nos afastamos, ambos estávamos arfando.

— É realmente uma droga que este seja o casamento de sua mãe — ele disse. — Queria que pudéssemos ir embora.

Franzi a testa.

— Por quê?

— Quer mesmo que eu diga? — Ele levantou as sobrancelhas.

Balancei a cabeça e, sorrindo, bufei:

— Deixa pra lá. O que acha de voltarmos para a festa?

Ele assentiu e, juntos, nós descemos as escadas novamente. Ninguém pareceu ter reparado em nossa saída, então apenas agi normalmente. Jace e eu nos sentamos em uma mesa com Isabelle, Simon, Alec — que parecia embaraçado —, Magnus, Maia e Jordan. Eles estavam envolvidos em alguma conversa sobre férias de verão, mas eu não conseguia prestar atenção. Havia um pensamento prendendo minha atenção.

Eu olhava para minha mãe e Luke conversando num canto, ambos com sorrisos enormes no rosto; para Simon e Isabelle, e sabia que eles estavam com as mãos dadas embaixo da mesa; Maia, “a garota que nunca precisaria de um garoto para ser feliz”, sentada ao lado de seu namorado; e eu nem precisava falar de Magnus e Alec, a relação por si só dava o próprio testemunho. Todos haviam mudado desde que eu os havia conhecido, e sabia que continuariam mudando, alguns até se afastando.

Mas Jace não. Ele sempre seria Jace e sempre estaria lá, nos momentos bons e ruins, porque ele me amava tanto quanto eu fazia. Éramos partes de um mesmo corpo não-físico, estávamos unidos por algo muito maior que tudo o que eu conseguia imaginar. Eu poderia gritar que o amava, porque era a única certeza que eu tinha em minha vida inteira: eu amaria Jace, e ele me amaria de volta. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu espero que sim, porque eu adorei escrever esse Epílogo *u*
Então... Vamos lá. Essa é a parte mais difícil, a despedida. Estou com lágrimas nos olhos :') Mas não se preocupem, por trás das lágrimas de tristezas pela fic ter acabado, tem as lágrimas de felicidade por ser a fanfic que eu mais amei escrever. Juro que é verdade, e eu nunca teria conseguido se não fosse por vocês, Shadowhunters, sério. Sei que você não querem saber disso, mas, quando eu estava me sentindo meio que um lixo, escrever pra vocês me fazia sorrir :3 Minha demora em postar o tão esperado epílogo pode não ter deixado claro, mas vocês são parte importante da minha vida, e eu amo vocês por isso. Muito obrigada por todo o apoio que vocês deram mesmo sem saber que eu precisava.

Mas não precisa ser uma despedida definitiva, galerinha o/ Se vocês quiserem continuar interagindo com essa escritora retardada aqui, vocês podem ler minhas outras fanfics, que são quase todas de TMI, ou deixarem uma mensagem pra mim, juro que respondo. Caso queiram ler algumas fanfic, é só ir no meu perfil, ok? ;)

Mandem reviews e recomendações, favoritem, marquem esse capítulo aqui como lido... Sabem que eu adoro isso :3
Mais uma vez, galerinha, obrigada, obrigada, obrigada, pelos duzentos e poucos reviews, pelos acompanhamentos, recomendações, favoritamentos... Cês são demais. Todos vocês moram na casa mais luxuosa do fundo do meu coração. Amo vocês ♥