Capítulo 6 – O segredo de estar junto.

Saíra pelos corredores com a Hyuuga nos braços. Ele pouco se importava se o vissem carregando a amiga para a enfermaria.

Mas tal acontecimento não passara despercebido. Muitas garotas pararam abruptadas para invejar a manca desajeitada que era carregada pelo popular Uchiha Koji.

Koji não dera bola para nenhuma delas seguindo direto para a enfermaria onde Yumi recebia os devidos cuidados.

Nada de muito grave apenas uma massagem no tornozelo e um pouco de repouso.

_Mas que saco, acho que não vai dar pra gente fazer o trabalho hoje. _Ela reclamou aborrecida.

_Tudo bem, fazemos outros dia. Já liguei para o Ryu e para a Miuki avisando do incidente. _Explicou Koji depois de um longo tempo acompanhando a amiga repousar deitada.

Depois de ela sentir-se mais disposta, decidiram espairecer um pouco numa sorveteria ao lado da escola. Fazia calor, na enfermaria abafada ambos acabariam por derreterem.

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_Eu sou uma idiota dando trabalho pra você. Deve ter ficado entediado por passar todo aquele tempo me velando. _Comentou Yumi cutucando seu sorvete de chocolate.

Koji não respondera. Os verdes pareciam distantes perdidos janela à fora. Por algum momento Yumi sentiu vontade de saber por onde divagavam as íris esmeraldinas.

_Parece tão longe, em que está pensando? _A Hyuuga arriscou marota.

_Ah... _Ele sorriu sem jeito e parou os olhos na taça que escorria. _Na verdade estava pensando que já faz muito tempo que nos conhecemos. Lembra-se da primeira vez em que nos vimos?

_Sim. Foi no casamento do seu pai. Você lá todo nervoso perdendo as alianças e eu ajudando a encontrá-las.

_Pois é...

_Se não fosse a minha ajuda, teria pagado um mico e tanto, não acha? _Ela terminou rindo. Jamais se esqueceria da cara do Uchiha quando sentiu falta das alianças na cesta.

_Pode ser. _Ele resmungou estreitando os olhos. _Mas não fiquei tão apavorado como alguém aqui no primeiro dia de aula. ‘Buááááá, eu quero o papai!’ _Falou desdenhoso zombando dela.

_Nem me lembre disso. Eu achava que eles tinham me abandonado lá. Depois que você bancou o psicólogo comigo, fiquei bem melhor. Aliás, deveria seguir na carreira de psicólogo e não de jogador de basquete, sabia?

_Ei! Não fale assim, basquete é a minha vida. Além do mais eu não serviria para ficar sentado ao lado de pessoas que se esborracham num divã e despejam seus problemas. _Dessa vez era o encantador Koji que abria o seu belo sorriso.

_Está bem. Chega a ser um pecado desperdiçar o seu talento para o basquete. Se gosta mesmo disso, tem mais é que ir em frente. _A Hyuuga falava de coração aberto ao amigo. _Quando se tem um sonho, é preciso correr atrás dele e nunca desistir, a menos é claro que ele seja impossível. _Terminou pessimista, lembrando de algo desagradável.

Koji franziu a testa. Era capaz de adivinhar no que a amiga estava pensando.

_Essas últimas palavras têm a ver com o que presenciei hoje, Yumi?

_Refere-se em ter presenciado uma manca idiota tentando dançar balé? Se for isso acertou.

_Não foi bem isso que vi. _Falou bravo. Odiava vê-la se fazendo de inferior. _Vi uma menina que dançava tão graciosa como as profissionais dos palcos que vemos nos teatros. 

_Você me faz rir Koji.

_Mas não falo de brincadeira. Acabou de dizer que é preciso correr atrás dos sonhos e nunca desisti deles. Essa regra não serve para você?

_Eu sou a exceção. E meu sonho é impossível.

_Por que impossível, senhorita Hyuuga Yumi? Acaso não acredita na força de vontade?

_Força de vontade sim, mas milagres não. _Falou com o olhar duro.

_A vida é um milagre diante dos seus olhos, mas é algo tão natural que passa despercebido. Se acreditar que pode ser uma bailarina, então você será. _Ele sentenciou encarando o olhar cor de chocolate.

Havia silêncio. O suficiente para que ouvissem apenas os corações descompassados.

Encararem-se realmente era estranho. Causava uma sensação de desabrigo. Quando se olhavam tão profundamente quase eram capazes de ler os pensamentos um do outro.

_Ainda acho que deveria ser psicólogo, filósofo ou quem sabe algum tipo de sacerdote conselheiro. Faz o seu estilo. _Yumi falou rindo para quebrar o gelo do momento.

_Ah! Corta essa! _Koji entrou na brincadeira dela e buscou mudar de assunto, pois concluiu que a amiga se machucava quando tocavam no segredo doloroso dela.

_Eu não sabia que gostava de sorvete derretido. _Brincou Yumi caçoando dele.

_E por que acha que eu gosto?

_Não sei. Talvez seja porque sua taça já derreteu toda e você nem tocou nela. _Riu-se a morena.

Só então Koji descobriu o doce todo aguado e sem graça. Com o calor que fazia, dez minutos era o suficiente para terem uma boa porção de sorvete derretido.

_Droga! Ah mas era de morango mesmo. Eu já estava enjoado desse sabor.

_E  que sabor gostaria de tomar, hein?

Ela esperou a resposta que não veio tão cedo. Encontrou um sereno Uchiha Koji com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos segurando o rosto. Seus olhos outra vez se encontravam. Ele a olhou profundamente como se quisesse sorvê-la para si.

_Chocolate.

_Hã? _Yumi nem sabia mais do que falavam. _Ah é chocolate. Mas você não tem alergia?

_Se eu provasse só uma vez, não me aconteceria nada. _Koji falava sem tirar os olhos parados nela. Pareciam não estar na mesma sintonia.

A Hyuuga sentiu-se incomodada pelas pupilas que brilhavam dentro das íris esmeraldinas dele. Algo esquentava suas bochechas. Estaria ela ficando corada?

Que pervertida era por pensar mal do amigo. Por alguns instantes, Yumi tivera interpretado a expressão ‘chocolate’ com outro sentido, e naquele momento se achava uma boba por ter pensado tais coisas.

_Poxa, mas meu sorvete de chocolate acabou, senão eu te dava um pouco. _Falou descontraída afastando da mente os pensamentos sem lógica.

_Acabou? _Indagou Koji ainda a mirá-la. Estava preso àquele olhar com num feitiço poderoso.

_É acabou...

Ele aproximou-se curvando o corpo sobre a pequena mesa. Segurou levemente o queixo de Yumi e roçou macio o hálito doce perto da face dela. Nem sabia o que estava fazendo, simplesmente um forte desejo falava por ele.

_Não faz mal. _ Falou quase gemendo para aprisionar os lábios dela contra os seus. _Estes chocolates são ainda mais doces. _Terminou para finalmente usar a língua quente que buscou sedenta pela boca dela.

Um beijo gelado, um gosto doce. Não era o chocolate mais famoso da sorveteria, mas era o que ele vinha tendo o desejo de experimentar há muito tempo.

Aos poucos a Hyuuga fechou os olhos arregalados e sentiu a sensação de quase flutuar. Estaria quem sabe numa dimensão diferente, onde tudo o que sentia era o calor aumentar ainda mais dentro de si sem ter sorvete o suficiente para refrescá-la.

Nem todo o sorvete do mundo era capaz de apagar o incêndio da língua afoita de Koji que beijava necessitada a boca da doce amiga Yumi.   

Quando o ar havia se tornado uma necessidade, lembraram de respirar. O pior seria encararem-se de novo depois do que tinham acabado de fazer.

Aos corações tresloucados exigiam uma explicação plausível.

CONTINUA...

Gente! Vocês estão bem aí né? Não morreram não né??? ó.ò *medão*

Eu falei que o capítulo estava doce e muito fofo, afinal vocês merecem.

Finalmente esses dois juntos, num maravilhoso primeiro beijo com gosto de sorvete de chocolate. Aaaaaaiiiinnnnn que delícia!!! *.*

Mas e aí? Preciso saber se gostaram da cena, o que acharam e o que esperam dessa trama, portanto deixem seus reviews. Agradeço muito a quem recomendou a fic (MEGUARI UCHIHA!!!). Até o próximo capítulo que agora não pretendo demorar a atualizar. Beijos.