Apesar das constantes brincadeiras de Emmet, e os gritinhos histéricos de Alice, o almoço não fora chato.

Na verdade Bella ainda se sente encantada pelo modo carinhoso em que Esme olha e conversa com os filhos. Ou o jeito cúmplice que Carlisle e os três irmãos se tratam.

E até mesmo pela união que parece existir sob Emmet, Edward e Alice.

Um suspiro escapa por seus lábios, baixinho.

As duas empregadas de Edward lhes servem taças com, o que ela acha ser a sobremesa.

Realmente o preconceito cega a cabeça das pessoas. Nunca que teria experimentado uma comida grega, ainda mais com nomes tão estranhos como aquelas que lhe foram servidas ali, e certamente agradece pela oportunidade de ter apreciado pratos tão deliciosos.

–Bella, você vai adorar essa sobremesa.- a voz animada de Alice a tira de seus pensamentos.

Com um leve sorriso, encara a moça pequena.

–Hmm, o que é ela?- indaga. Os dedos brincam com os talheres sob a mesa.

–É apenas iogurte grego, com doce de ameixa por cima.- explica feito uma criança.

–Parece bom.- comenta com um leve risinho.

–Sim, é realmente muito bom, Bella.- Esme afirma sorrindo calorosamente.

Ela retribui, o mais sincero que pode.

A impressão de que a mãe de Edward não gostara dela, foi se esvaindo aos poucos, até sumir de vez.

–Então Bella, você vai passar o natal aqui na Grécia?- a pergunta de Emmet a deixa estática. Sem saber o que responder, encara Edward que solta um suspiro longo.

–Claro que vai Emmet.- a mão grande e quente dele, cobre a sua sob a mesa. -O natal e o ano novo também, não é agápi̱ (amor)?- ela respira fundo, e prefere ignorar a provocação da parte do grego desgraçado.

–Sim.- sorri forçado. -Ficarei o fim de ano aqui na Grécia.-

–Poderá apresentá-la a a família no sábado que vem então.- Esme diz ao filho, que contente concorda com a cabeça.

–E na festa da empresa, sexta agora.- Carlisle completa com o semblante relaxado.

–É claro que eu farei isso.- garante satisfeito. -Todos saberão que Isabella e eu estamos noivos, faço questão disso.-

Bella prende o ar, chocada com as palavras de Edward. Precisam conversar. Precisam mesmo conversar.

–Bellinha, eu vou as compras amanha a tarde e você poderá ir comigo.- Alice exclama contente. -Iremos nas minhas lojas preferidas em Atenas, é claro e podemos fazer nossas compras de fim de ano.- os olhos negros brilham fortemente. -Háa vai ser tão divertido!- foi pega de surpresa, por mais um dos abraços espontâneos da baixinha. -Então... Vamos?-

–Hã... Eu...- coça a cabeça constrangida.

–Vá Bella, aposto que passarão uma ótima tarde no Shopping.- Esme a incentiva, deixando-a sem saída.

–Bom... Tudo bem então.- concorda por fim. Um gritinho fino de Alice, a faz tapar o ouvido com o dedo.

Se continuar assim, logo ficará surda.

–Que perfeito!- o corpo pequeno e magro quica na cadeira várias vezes.

–Menos minha prinkípissa (princesinha).- Carlisle a repreende rindo.

–Só estou feliz, pateroúli̱s (papai)!- comenta. -Fazer compras com minha cunhada!- bate palmas.

–Estou com pena de você Bella.- Emmet diz brincalhão. Alice bufa, e rola os olhos.

–Deixe de ser tosco Emm.-

–Mo̱ró(bebê), não chame seu irmão por esse nome feio.- a mãe a adverte.

–Vai ser bom Bella sair um pouco.- Edward sorri. -Você vai comigo pra Atenas de tarde, e enquanto me ponho a par dos negócios na empresa, você sai com Alice.-

–Ok.- a morena concorda de mãos atadas.

[...]

–Gostei muito dela, meu bem.- a mãe sussurra em sua orelha, em meio ao abraço de despedida.

–Bella é uma ótima garota.- responde calmo.

–Sim ela é.- se afasta um pouco do filho. Os olhos verdes, nos olhos azuis. -Sei que há algo por trás disso, mais não irei fazer perguntas. Tenho consciência de que criei um homem responsável, que sabe bem as escolhas que faz.- murmura, os lábios colam na bochecha do filho. -Fique bem meu amor.- ainda surpreso, o grego pigarreia.

–Você também mãe.- pede, com os olhos baixos.

É incrível como nada passa despercebido por sua mãe.

Se mantém em pé no canto da sala, um sentimento que o seu coração está batendo irregularmente, pulando batimentos o atormenta junto de uma ligeira falta de ar.

Fecha os olhos por segundo e respira fundo.

Não é nada de mais! Se garante mentalmente.

Assim que a família se despede de Isabella, seguem para o jatinho pousado no heliporto de sua casa.

O avião corta o ar, voando com bravura.

–Você!- Bella aponta irritada para ele. -Eu tenho vontade de te esganar Edward!- ao vê-la tão estressada, recua um passo.

–O que foi que eu fiz?- pergunta inocente. Com divertimento a vê girar os olhos e bufar.

–O que fez? Ora o que foi que você fez!- bate o pé constantemente. -Primeiro me trás a força pra cá, me enfia nessa casa gigante, e sou obrigada a fingir ser sua noiva.- Edward controla o riso, e a fita concentrado. -Depois, me enfia num almoço com sua família, a qual diferente de você é bem agradável.-

–Obrigado.- a corta cínico, um riso escapando por sua garganta.

–Cale a boca!- ordena bufando. -Como se já não bastasse isso tudo, tive de aguentar piadinhas do seu irmão, as quais quase me mataram de vergonha.- morde o lábio e continua a olhando. -Agora a amanha terei que ir as compras com a sua irmã, pra depois ser apresentada a sua família e as pessoas que trabalham pra você como sua noiva!- as mãos dela batem contra a lateral do corpo.

–E o que tem de mais nisso?-

–Acorda!- ela explode enraivecida. -Isso é um noivado de mentira! Em dois ou três meses irei embora, e provavelmente nunca mais nos veremos, imagina como será minha vida depois? Você é ridiculosamente famoso e conhecido, eu irei tomar parte de sua fama, ainda mais depois que conhecer sua família e sei lá quem da empresa!- continua ainda furiosa. -Só de pensar nisso tudo eu tenho de, de.... Arg!- as mãos pequenas dela se cerram, e o rosto toma uma cor vermelha.

O loiro respira fundo, e com cinco passos se põe a frente de Isabella.

Os olhos castanhos brilham intensamente ao encontro dos seus.

Arqueia a mão, e tira uma mecha do cabelo chocolate dos olhos de Bella a pondo atrás da orelha.

Com o polegar, alisa carinhosamente a bochecha sedosa da morena.

–Você fica incrivelmente linda, com raiva agápi̱ mou (meu amor).- sussurra.

O olhar conectado com o dela. Ele sente, a pele dela queimar e arrepiar-se sob seu toque.

–Não... Encoste em mim, seu... Idiota!- Bella se afasta corando de vergonha.

Dessa vez não segura o riso.

–Está rindo de que, seu palhaço?-

–De nada!- levanta as mãos rendido.

O olhar mortal de Bella o diverte, sem dúvidas ele iria se divertir e muito com a pequena Swan.

[...]

–Bellaaaaa!!- a irmã de Edward vem em pulos em sua direção, seguida por dois seguranças.

–Oi Alice!- a baixinha a agarra, e enche seu rosto de beijos.

–Alie, deixe-a respirar.- Edward pede descendo da limousine, se posta atrás da morena, e puxa levemente.

–Dixe de ser chato.- rola os olhos, a mão joga a o cabelo preto para o lado.

–Venho te buscar, antes da cinco, ok?- ele se dirige a Bella que assente com a cabeça.

–O QUE?- o grito de Alice interrompe a conexão dos olhares deles. -Antes das cinco? Teremos só três horas!- a aflição dela é visível.

–Menos Alice.- pede o irmão. -Me espere ok? Até mais, amor.- ele se abaixa e roça os lábios nos dela, minimamente.

Um arrepio corre por suas veias e como se uma descarga elétrica a atingisse seu coração dispara.

–Até.- sussurra ainda atordoada.

Com desgosto percebe que o grego provoca reações até então desconhecidas em seu corpo.

Mais isso não pode acontecer! Tem que ter raiva de Edward, não desejo.

Desejo...! Ofega ao ecoar a palavra mentalmente.

–Bella, tudo bem?- a mão quente de Alice, pousa em seu ombro desnudo pela camiseta pendida.

–Tudo.- pigarreia. -Só pensando em coisas...- chacoalha a cabeça. ,

Alice ri e lhe lança uma piscadela.

–Sei que tipo de coisas são essas.- gargalha. A morena fica perplexa ao perceber ao que a baixinha se referia.

–Não!- exclama. -Alice, não... Não é isso!- nega nervosa, o riso da Cullen caçula só aumenta.

–Seeeeei, que não.- tomando o ar pela boca, sua garganta arde.

Sua ira por Edward apenas aumenta.

Por culpa dele tem de aturar brincadeirinhas maliciosas. Exala o ar com força.

Grego maldito.

–Vamos para as compras Alice?- pretendo estourar o cartão de crédito do meu querido noivinho. Completa mentalmente.

Sabe que é uma vingança boba, mais é unica coisa que tem em mente nesse momento.

–Vamos!!- ela dá dois pulinhos, animados. -Por onde começamos?- a irmã de Edward a guia até uma Ferrari cor de rosa.

O queixo da morena cai, literalmente.

–Que carro lindo!- exclama, com o olhar fixo no conversível.

–É lindo não é? Minha bebezinha- reponde toda sorridente. -Entre!- manda a ela, que fica parada ao ver as duas portas se abrirem para cima.

Realmente um veículo muito humilde.

–Então, te fiz uma pergunta... Por onde começamos?- volta a questionar, dando partida no carro.

–Bom, eu não faço a mínima idéia.- dá de ombros sob as rizadas de Alice.

–Tudo bem, eu sei onde devemos ir.- pisca, sem deixar de sorrir. -Vamos ao Kolonaki!-
A morena fica sem entender.

–Kalonaki?- questiona curiosa.

–Sim um bairro onde se tem tudo. É um dos endereços mais chiques da cidade, pois lá estão reunidas algumas das grifes de roupas/acessórios mais famosas do mundo, como Louis Vuitton, Prada, Rolex, Bulgari, Ralph Lauren, além de várias joalherias...- diz como se fosse algo casual.

Rola seus olhos e bufa baixinho.

Tão pobres!

–Então, eu fiz uma lista mental mesmo, do que vamos precisar.- começou. -Teremos que encontrar um vestido escândalo para a festa da nossa empresa, onde você será apresentada como noiva do Ed. Dai precisaremos comprar jóias e sapatos apropriados, e claro enfeites para o nosso cabelo.- a jovem encosta o cotovelo na porta do carro. -Bom ai precisaremos de vestidos para o fim de ano, acho que quatro serão o suficiente.- os olhos de Bella se arregalam.

–Quatro?- a baixinha assente.

–Sim quatro. Há qual é não é muita coisa.- desdenha. Imagina que não! -Claro jóias, sapatos e adereços de cabelo também. Fora isso precisaremos de roupas de banho e claro mais casuais também. Acho que é só.-

–Só?- com as sobrancelhas arqueadas a encara.

–Sim só isso.- o corpo esguio de Bella deslisa pelo banco. Três horas de compra com Alice...

Certamente sua tarde não será nada fácil.

[...]

As pernas martelam, dolorosamente. Os músculos parecem enrolados, e a cabeça dói a ponto de explodir.

Fora uma longa tarde de compras. Alice a fizera experimentar milhares de vestidos.
Milhares de sapatos, e trilhões de jóias.

Tudo o que ela escolhera está devidamente reservado e pronto pra ser entregue em Chania.

Foram seis vestidos comprados ao todo. Oito pares de sapatos. E as jóias.... Perdeu a conta no oitavo colar.

A gripe está realmente mais forte. A garganta quase fechada, a faz evitar até de engolir.

O nariz já é um caso perdido, além de estar entupido, já escorre.

E o pior de tudo é... Edward, o maldito, filho da puta e grego está atrasado.

Uma hora e meia, pra ajudar.

A noite já começa a despertar em Atenas e junto com o luar a brisa fria do inverno soa pelo salão onde a baixinha impulsiva por compras experimenta mais sapatos.

Os olhos ardem e lacrimejam, ao ver as horas no celular de Alice.
18h46min.

Trinca os dentes, com ódio de Edward. Aquele loiro, tratante, filho de uma mãe...

Quando o ver, vai ter o maior prazer em arrancar toda a pele branca dele com uma faca de serrinha, e pra completar amará enfiar a faca naquelas malditas orbes azuis.

Um arrepio eriça os pelos de seus braços. Não sabe porém, se é de frio ou de prazer.

Quando a sombra alta e musculosa de Edward aparece na porta de entrada, ela se vê de pé os estapeando.

Dá um suspiro e tenta se controlar.

Com passos largos o grego caminha até ela, ignorando as moças que o encaram apaixonadas.

–Não fique brava, agápi̱ móu (meu amor).- as palavras em grego a irritam ainda mais.

–É bom você não falar nada, seu grego idiota.- sussurra pausadamente. -Ou farei um escândalo aqui.- se põe de pé.

–Hey, se acalme... Eu me atrasei um pouco sim, mais tenho..-

–Um pouco?- o corta seca. -Você chama uma hora e meia de pouco?- Edward molha os lábios com a língua, e respira fundo.

–Eu tive alguns imprevistos e por isso tive que...- novamente ela o corta quando começa explicar.

–Não me importo.- é rude. -Só quero ir embora, estou cansada e morrendo de dor de cabeça.- os dedos finos apertam a têmpora cansada.

–Você está pálida. Se sente bem?- as mãos do grego seguram o rosto da morena. Ela se afasta arrepiada.

–Que mão gelada Edward.- exclama com a voz rouca.

–Minha mão não está gelada. Você que está com febre.- conclui. A palma da mão cobre a testa dela que queima em seu toque. -Theós(Deus), você está queimando.- a preocupação brilha nos olhos azuis. -Vamos irei cuidar de você prinkípissa(princesa).- os lábios macios do Cullen pressionam a testa da morena, que sente um calor embalar seu coração por breves segundos.

Sem ter palavras para responder, ela o deixa guiá-la até Alice, que ainda escolhes pares de calçados.

–Alice.- o irmão a chama, a mão entrelaçada na da morena. Os olhos negro se voltam para o casal.

–Edward, já chegou?- questiona, a atenção logo é desviada para o espelho onde fita o pé calçado.

–Sim já cheguei.- responde impaciente. -Estou levando Bella para casa e..- a baixinha retira o salto do pé, e o entrega a vendedora sorrindo.

–Eu vou levá-lo.- diz. -Pode por junto com os outros.- atenciosamente a atendente concorda e após pedir licença se retira. --Por que demorou tanto pra vir? Disse que buscaria Bella antes das cinco.- Alice murmura autoritária.

–Tive de ir ver Tânia.- os olhos da irma se arregalam.

–O que houve?- pergunta preocupada.

–Nada de mais, apenas...- ele tosse sem jeito. -Você sabe o de sempre, mais eu estou bem, juro.- garante.

–Ok, acredito em você.- a baixinha se estica e sela um beijo na bochecha do irmão.

Se despedem de Alice e logo seguem para a limousine branca.

Ainda de mãos dadas.

A mente de Bella parece ter congelado em apenas uma frase.

_Tive de ir ver Tânia_

Sua cabeça dá milhares de voltas e uma única pergunta a assombra...

Quem é Tânia?