Os olhos negros encaram brilhosos, as ruas da cidade grega.

Caracterizada principalmente por um estilo pitoresco de arquitetura, e observa que uma grande parte da cidade antiga foi preservada até hoje em uma condição muito boa.

Os bairros antigos são realmente de tirar o fôlego deixando evidenciadas a história e cultura, enquanto os novos bairros foram construídos de acordo com os padrões modernos de arquitetura.

–Gostando da vista, lovely mou?(minha linda)- a vós rouca e arrastada, a chama atenção.

Com um longo suspiro, volta a se recostar no banco de couro branco.

–Muito. A cidade é... Perfeita. reponde, maravilhada.

Edward ri, passando os dedos pelos cabelos loiros brilhosos.

–Sim aqui é bonito mesmo. o jeito natural em que o grego murmura a faz girar os olhos.

Como não apreciar um lugar mágico como essa cidade?

–Você vai me levar pra conhecer a cidade não vai?- animada se volta para ele que mantém os olhos atentos no iphone branco.

–Hoje não. - fala simplesmente.

–Ué, por que hoje não?- questiona sem entender.

–Porque eu tenho assuntos importantes pera resolver. - responde, antes de voltar o olhar para Bella.

A morena cruza os braços emburrada.

–Há Edward não custa me levar pra dar um passeio. Poxa, pode ser rapidinho!- um leve bico ressalta nos lábios rosados da Swan, que parece uma criança manhosa.

–Bella, hoje eu não tenho tempo. Outro dia eu trago você pra dar um tour aqui na cidade.

–Mais eu quero hoje!- bate o pé, birrenta.

–Deixe de ser manhosa, agápi̱ mou (meu amor).- o homem se reclina até ela, com os dedos acariciando a pele macia da face rosada.

–Eu não...- pigarreia sem jeito pela proximidade. Não estou fazendo manha.- rebate se afastando do grego que ri roucamente.

–Me esqueci de te avisar, amanhã você vai passar o dia no SPA com Jéssica.- muda de assunto, a deixando em alerta.

–O que?-

–Você, amor, irá passar o dia no SPA com Jéssica. Irá se arrumar lá.- repete com a concentração voltada ao celular.

–Não quero.- nega. Não sei pra que tudo isso. É apenas uma festinha. Já está exagerando.- bufa antagônica.

Os olhos azuis brilhantes, a encaram. Um sorriso petulante enfeita o belo rosto quadrado do loiro.

–Entenda prinkípissa(princesa), não é apenas uma festinha.- os dedos longos fazem aspas no ar. Nossos clientes estarão presentes, assim como nossos sócios e patrocinadores. Jornalistas do N.Y Times estão vindo apenas para entrevistar meu pai.- o estômago da Swan gela. E como eu anunciarei nosso noivado lá, acho que seremos o centro das atenções também.- faz uma pausa, engolindo a saliva. Quero que fique ainda mais linda, pra todos verem que eu tenho a britânica mais linda de todas.-

Um rubor cobre as bochechas de Isabella, que sente sua face queimar.

O coração se põe a disparar, e mentalmente se pergunta, se todas as vezes que Edward a elogiar essas sensações intensas irão perturbá-la.

[...]

O prédio banco se destaca intensamente na rua.

Onde todos os outros comércios são de estilo vintage, o comércio é todo de mármore branco com as iniciais A||X na frente.

Reconhecendo o slogan da marca famosa, os olhos da Swan se arregalam surpresos.

–É uma filial da Armani?- pergunta com a vós baixa, o olhar ainda admira a fachada luxuosa, cercada por quatro seguranças.

–Claro.- sorri torto a ela. Compro minhas roupas somente aqui, mikró (pequena).-

A cabeça de Isabella dá voltas, apenas ao imaginar quantos milhões ele gasta por mês apenas com roupas.

A limousine branca estaciona paralela ao passeio de porcelanato.

Um tapete largo e longo, de cor vermelha sangue os leva até a as portas de vidro.

Dois bastões dourados, sustentam um toldo preto de couro.

De mãos entrelaçadas o casal segue para a recepção, junto dos seguranças do Cullen.

Boquiaberta, a britânica observa cada detalhe do grande salão a sua frente.

Quando que imaginara que estaria em uma loja da Armani?

NUNCA!!

Pelo piso de madeira branca, os dois andam até a grande recepção, onde Bella julga ter mais de 10 mulheres.

Todas bem vestidas e bem maquiadas se voltam para eles.

Claro que toda atenção e carinho, são dados apenas pela presença de Edward.

As ignorando completamente, o grego segue até a escada rolante com a morena ao seu enlaço.

–Não vai ser anunciado?- sussurra, se virando de frente a ele. As mãos fortes do loiro seguram possessivamente na cintura fina de Bella.

–Não preciso disso, Bella. Giorgio já sabe da minha vinda, não preciso de burocracias chatas para vê-lo. - com carinho, retira uma mecha dos cabelos escuros dos olhos da jovem que suspira.

–Você é tão humilde. - comenta baixinho, arrancando risadas de Edward.

–Obrigado, princesa. - cela um beijinho na pele sedosa de seu pescoço, antes de saírem da escada.

Um leve sorriso é emitido pela moça, que a cada segundo se encanta mais e mais com o grego.

Ainda com a mão na cintura de Isabella o grego a conduz até um elevador de placas espelhadas.

A musiquinha é o único som que adorna o ambiente.

As portas pesadas se abrem com facilidade, liberando a vista para uma salinha pequena, porém cheia de charme, de espera.

–Giorgio tem um jeito bem... Único de ser, mais acho que ele irá gostar de você.- Edward avisa com a voz macia.

Ela apenas assente com a cabeça, ainda inebriada com os toques suaves do grego em seu corpo.

–Ok.- concorda exalando o ar pela boca, em um gesto nervoso.

–kali̱méra (bom dia). - a atendente loira e bem aperfeiçoada os cumprimenta.

Edward acena com a cabeça enquanto, a morena permanece em silêncio.

–Lórdos Cullen. O Kýrios Fo̱kída , periménei í̱di. (Senhor Cullen, o Senhor Fócida, já está a sua espera.) - a loira de meia idade diz, a voz extremamente aguda fere os tímpanos de Isabella.

–Sas ef̱charistó. (Obrigado).- responde em grego, com um sorriso leve.

A moça rola os olhos. Edward sempre sorri.

Mais é incrível como em tão pouco tempo, já reconhece todos eles.

Tem o sorriso aberto, ao qual o loiro exibe aqueles dentes perfeitamente brancos.

O sorriso relaxado, que a inspira tranquilidade.

O sorriso discreto, que o deixa ainda mais sofisticado.

Ou aquele espontâneo que surge do nada, no meio de conversas corriqueiras.

Mais o seu preferido é sem duvida, aquele sorriso torto.

Um ar sexy, um ar safado... Além de fazê-la tremer dos pés a cabeça, a faz também ficar sem fôlego.

–Edwwward!!!- um grito fino a tira de seus pensamentos.

Assuntada, a jovem Swan encara o homem de uns 65 anos, caminhar pelo corredor até eles.

O cabelo branco penteado em um topete para traz deixa o rosto, levemente enrugado, ainda mais comprido, onde os óculos escuros tampam os olhos.

Um sorriso largo adorna os lábios opacos.

E com os braços abertos, cobertos pelo paletó bordo, anda até eles feito uma gazela com classe.

–Giorgio- o Cullen responde com o timbre rouco divertido.

–Há quanto tempo o meu grego favorito não vem me visitar?- com os dedos brancos, o senhor posta os grandes óculos sobre os cabelos, que nem se mechem. Há muito tempo!- responde a ele mesmo.

–Andei meio... Ocupado. murmura de volta, com uma leve piscadela.

–Huuum, conheço bem a sua ocupação. - os dois riem em sincronia. Veio experimentar seu smoking não é?-

–Sim, a última prova hoje.- concorda, esfregando os dedos pelos cabelos.

–Isso mesmo.- assente cheio de movimentos, afeminados. Pode me acompanhar e...- o homem de cabelos brancos se cala, quando os olhos claros pousam em Isabella.

Corando ela sente seu estômago gelar.

–Vejam só..- sibila baixo. Mais quem é essa adorável jovenzinha?- a atenção se dividindo entre o casal.

–Então.- Edward suspira profundamente. Esta é Isabella Swan minha noiva.- apresenta ao homem que arregala os olhos.

–Noiva? Então é verdadeiro o boato que corre por ai?- indaga se aproximando de Bella. Prazer meu bem, Giorgio Fócida.- a cumprimenta com um beijo de bochechas.

O perfume adocicado dele invade suas narinas, que coçam com o cheiro.

–O prazer é meu, Sr.- corresponde a ele que sorri.

–Apenas Giorgio, Isabella. - pede.

–Apenas Bella, então.- sua timidez arranca risadas do estilistas.

–Que docinho. - belisca com delicadeza a pele sedosa de suas maçãs faciais. Agora Edward, conte-me TU-DO, as fofocas que andam rolando sob você estar com uma suposta amante em sua mansão, são verdadeiras?-

–Bom, sim. - concorda enquanto o seguem. Apenas o fato de estar hospedando uma amante, é mentira. Isabella é minha noiva. - corrige, ao som de risadas do estilista.

–Hmm, isso me soou bem apaixonado. - pelo canto dos olhos a morena fita o Cullen, que coça o queixo constrangido. Mais vamos deixar esse papo de lado. O assunto agora é roupas. - exclama animado. Venham comigo, e deleitem seus olhos com as minhas mais novas e belas criações. -

Rolando os olhos, a moça chega a conclusão que, humildade é uma qualidade que não pertence ao povo grego.

–Venham cá, venham cá.- animadíssimo abre uma porta branca, os enfiando em mais uma sala.

Essa realmente lembra mais um escritório, a não ser pelos manequins aos cantos.

–Amoreco, você se senta aqui. E Edisinho, amor, venha comigo experimentar sua vestimenta. Sua noiva dirá se ficou bom ou não.- puxando Bella pelo braço, o estilista a arrasta até o sofra branco de couro ao canto.

–Já venho, ágape mou (meu amor).- o loiro diz a ela que concorda com um aceno de cabeça.
–É logo eu o trago de volta.- o senhor nada normal, murmura antes de puxar o Cullen por uma porta branca.

Solta o ar com força se arrumando melhor no estofado.

Com impaciência, tamborila os dedos em sua cocha coberta pela calça jeans destroyed.

A ansiedade toma conta da morena que observa os minutos se arrastarem pelo relógio.

5. 10. 15...

E quando as sombras dos gregos aparecem de novo, ela curiosamente os observa.

O estilista desmiolado vem a frente, tentando, somente tentando andar elegantemente.

Atrás dele, o Cullen, vestido no tal Smoking.

A respiração de Bella fica suspensa por leves segundos, enquanto a mesma desse o olhar por todo o corpo de Edward.

Se já o acha bonito antes... Agora então..

Nunca imaginara que uma roupa social fosse ficar tão atraente.

Aquele pano caro e preto, contrastando com a pele branca e os olhos claros dele.

E o formato mais rente, demonstrando a perfeição do corpo bem malhado.

Toma fôlego, ainda admirada.
–E então querida, o que achou?- Giorgio a questiona, sem perceber que seus olhares se
conectaram.

Um arrepio percorre os poros de Isabella, e deixam todos seus pelinhos eriçados.

–Lindo, realmente lindo.- Sem desviar suas pupilas daquelas safiras intensas, ela responde coma
voz falhante.

[...]

Com os passos pesados Bella caminha até a cozinha próxima ao seu quarto.

A casa escura dificulta um pouco sua visão que já está turva por causa das lágrimas que derramara a instantes a traz.

Não estava mal. Na verdade a pesar do tal Giorgio ser um pouco... Eufórico e sínico de mais, ele a divertira muito nas horas que passaram em sua filial.

E depois também, Edward como sempre a provocando, mais não discutiram. Nem uma vez.

Mais bastou um sonho, para fazê-la se derramar em lágrimas.

Bastou leves lembranças de sua infância com os pais, na velha casa em Londres para ver que aquilo está tudo errado.

Sua aproximação com Edward, o beijo que fora trocado, ou até mesmo aquele contato com os nobres Cullens.

Tudo não passa de um grande erro, que a cada segundo se torna maior e maior.

É errado chamar aquela casa luxuosamente grande de casa.

É errado, chamar aquele quarto de seu.

É errado achar que deve impressionar os parentes e amigos daquele grego chato.

É errado sentir ciúmes dele.

E seu pior erro é achar que pode estar começando a se apaixonar.

Se apaixonar por um cara que ao mesmo tempo em que a tira do sério, a deixa encantada com suas safiras intensas, ou aqueles toques quentes.

Um homem que apesar de lindo, usou do modo mais sujo e nojento sua superioridade e poder.

Mais então, já que tem consciência disso, por que não consegue odiá-lo como o odiou no início?

Por que quando está ao seu lado, sua mente parece ter sido deletada e tudo o que ocorrera em Londres não passa de um borrão?

Por que a única coisa que invade sua cabeça, é som frenético de seu coração disparado?

Morde os lábios passando o dedo sob o interruptor de luz, que ao ser apertado clareia todo o cômodo.

Uma brisa fria, a faz estremecer.

Pela janela observa a chuva leve cair do lado de fora.
Inverno, úmido e frio.

Respira fundo andando até os armários de madeira, onde a portinha da prateleira de cima se abre sem esforço.

Com um copo em mãos, a morena se volta pra pia e o enche com água.

A garganta ainda inflamada arde quando o líquido gelado entra em contato.

Tossindo volta pelo corredor silencioso, fechando a porta de vidro do quarto.

O colchão macio junto das cobertas quentes, a embalam de modo relaxante.

Com um suspiro, fecha os olhos.

Precisa dormir afinal o dia de amanhã não será fácil.