LANA

—Não vai embora de novo, por favor -beijou a ponta do meu nariz.

—Não vou a lugar nenhum -sorri.

—Eu te amo, amor -ele se afastou o suficiente para olhar nos meus olhos.

—Oun, como você é fofo -apertei suas bochechas.

—Ah não vai me falar a mesma coisa?

—Eu te amo também, bobo -beijei seu rosto todo.

—Preciso te pedir em namoro de novo? -levantou uma sobrancelha.

—Duh, é claro que precisa.

—Ah é? -me deu um beijo.

—É sim. Com flores, chocolates, cartões -o olhei -To falando bem sério, Nick.

—Mas, amor…

—Serenata também -ele riu.

—To ferrado.

—Ta não -o abracei -Eu já aceitei.

—Aaaaiiii -nós dois nos separamos e olhamos pro lado -Desculpa, desculpa, façam de conta que eu não estraguei esse momento -Grace se afastou saltitando.

—Ela é a melhor pessoa desse mundo -eu ri.

—Você é a melhor pessoa desse mundo.

E foi assim que passamos o dia. Deitados naquela espreguiçadeira até a noite, até a festa acabar. Rimos, conversamos, mas principalmente, olhamos as estrelas.

—Sabe, eu tava pensando… -ele começou.

—Ih, lá vem -brinquei.

—Não quer ouvir minha brilhante ideia?

—Quero sim.

—Nós podíamos, talvez, ir… viajar.

—Oi? -me sentei ao seu lado -Quer ir viajar?

—É, por que não?

—É que… acabou de me pedir pra não ir pra lugar nenhum.

—Dessa vez eu vou com você -beijou minha bochecha.

—Pra onde você quer ir?

—Pra todo lugar -ele me olhou e esperou minha resposta. De todas as poucas certezas que eu tinha na minha vida, uma delas era ver o mundo. Viajar para todos os lugares, sem ter data pra voltar. É claro que eu não imaginava fazer isso agora, e nem com ele, mas eu não tinha absolutamente nada a perder.

—Eu topo. Vamos nessa.

—Sério?

—Sério. Vamos viajar, Nick.

—Então, fechado. Eu e você, amor.

—Eu e você.

*****

NICK

—Bom dia, raio de sol -Lana entrou na cozinha.

—Raio de sol? -eu ri -Bom dia, amor -a entreguei um copo de café.

—Obrigada -beijou minha bochecha -Ah, você fez panquecas?

—Não, eu pensei que poderíamos sair pra tomar café da manhã em algum lugar. Que tal?

—Claro. Então eu vou trocar de roupa rapidinho.

—Ta bom.

Como eu ja esperava, não foi rapidinho.

—Pronta. Podemos ir? -ela desceu as escadas e eu me levantei do sofá.

—Claro.

Fomos ate uma cafeteria próxima e enquanto esperávamos nossos pedidos, começamos a conversar.

—Então, por que me tirou de casa? -ela perguntou.

—Como assim, amor?

—Não vem com essa, Nick. Eu percebi.

—Percebeu… percebeu o que?

—O que ta acontecendo -suspirou -Minha mãe, seu pai, eles não estão “bem”.

—Como você percebeu?

—Eles raramente se encontram em casa. Os dois viajam o tempo inteiro.

—Acho que eles vão se separar, Lana.

—Sabia que iria acontecer alguma coisa -ela brincava com minha mão.

—Isso não significa que nós dois também teremos que nos separar -ela sorriu.

—Eu sei.

—E, além do mais, eles ainda são amigos, só não dividirão o mesmo teto.

—O que seria ruim pra gente -riu.

—É, essa parte seria péssima pra gente.

—Mas, de qualquer jeito, você ainda não me pediu em namoro.

—Quer namorar comigo?

—Seu bobo.

—Aqui estão seus pedidos -a moça os espalhou pela mesa e nós agradecemos.

—Vamos atacar!

LANA

—Sabe o que cairia bem agora? -ele perguntou.

—O que?

—Um cineminha.

—Adoraria.

—Dessa vez, quem sabe, a gente pode fingir que você é minha irmã.

—Que ideia péssima.

—Ei!

—Tudo bem, então eu escolho o filme.

—Você sempre escolhe.

—Que mentira.

—É, eu estava muito ansioso pra ver Como Eu Era Antes De Você.

—Idiota! Então dessa vez, você vai escolher.

—Posso mesmo? -ele virou animado pra mim, me fazendo rir.

—Pode.

—Vamos ver… Nerve. Que tal?

—Beleza. La vamos nós.

—Eu escolho bem. Você não vai se arrepender.

E não me arrependi mesmo. QUE FILME BOM. Serio.

—E ai? Gostou? -ele perguntou quando saímos. Eu estava comendo pipoca e ele tomando refrigerante.

—Adorei. Você deveria ter escolhido os filmes bem antes.

—Sem querer me gabar mas eu arrasei.

—Ha ha. Convencido.

De repente, ele parou de andar.

—Ué -olhei pra ele.

—Amor -ele envolveu minha mão com as suas -Imagina só, a gente no cinema, sei la, no Canadá.

—Nick… -eu sorri mas ele não me deixou acabar.

—Pensa a gente comendo macarrão la na Itália. Tomando um vinho em Portugal…

—Eu… -ele me interrompeu de novo.

—Seria bem legal ir fazer um safari na Austrália.

—A gente… -terceira vez.

—Sabe, a gente até pode ir pra França pra você ter um café da manhã delicioso ou fazer compras, eu seguro as sacolas, ou pra Grécia, sei lá, qualquer outra coisa que você queira fazer.

—Eu amo você -e antes dele começar a falar de novo, eu o beijei -E a gente vai. Vamos pro México. Pra Argentina. Pra China. Pro Brasil. Pra todo lugar.

—Pra todo lugar -ele repetiu e me abraçou.

—Ai meu Deus, que clichê.

—E nossas aventuras.

—É claro, as aventuras não podem faltar.

—Por onde você quer começar, hein?

—Quero ir pra Bahamas.

—Hm, Caribe… -ele apoiou o braço no meu ombro e voltamos a andar.

—É até bom que você pega uma cor, branquelo.

—Só to aqui tentando bolar um plano pra gente assaltar um banco antes de ir viajar pelo mundo. Temos que ter dinheiro, afinal -eu ri e ele olhou pra mim -Vou precisar de ajuda.

—Conta comigo.