Tell Me That You Love Me Anyway escrita por Lola Styles


Capítulo 38
Precisava realmente conversar com ele.




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LANA

—Agora ferrou.

—Ah meu Deus -coloquei a mão na testa tentando pensar -O que a gente faz agora?

—Liga pra alguém -ele sugeriu -Estou sem meu celular -tateei meus bolsos e percebi que estava sem o meu também.

—É, agora ferrou -eu olhei pra ele e o mesmo foi ate a porta e começou a tentar a abri-la sem a maçaneta -Nick -ele me olhou -Não da pra fazer isso.

—Bom... -ele vestiu sua camisa (droga) -Então so nos resta esperar -E se sentou encostado na porta.

—Esperar?

—Eventualmente vão sentir sua falta e procurar você. E quando ouvirmos seu nome nós gritamos.

—Pode ser que sintam sua falta -me sentei de frente pra ele e ele deu de ombros.

—De qualquer jeito, não vai demorar muito.

Ficamos um tempo em silencio, eu fingia que não percebia mas sabia que ele estava me encarando.

—O que veio fazer aqui? -ele perguntou.

—Limpar isso -apontei o glacê na minha blusa -E você?

—Derramei refrigerante em mim sem querer.

E silencio de novo. Eu sabia que se o clima entre nós dois não estivesse tão tenso, ele provavelmente faria uma piadinha sobre minha blusa e eu retrucaria com outra.

—Lana?

—Sim?

—Você -ele limpou a garganta -An... você abriu a caixinha preta? -demorei um pouco pra entender mas depois lembrei que ao ir embora, ele tinha deixado uma caixinha preta pra mim.

—Não -balancei a cabeça sem olhar em seus olhos -Desculpa, eu só... Aquela hora eu não tinha cabeça para nada.

—Não, tudo bem -ele soltou uma risada fraca.

—O que era? -tive sua atenção -O que tinha na caixa?

—Uma pulseira -ele disse e senti minhas bochechas esquentarem -Eu comprei aqui e acabei esquecendo de entregar quando cheguei la.

—Ah -não consegui esconder que sim, estava um pouco triste.

O silencio voltou, mas agora me sentia um pouco mal por ele saber que eu não tinha aberto a caixinha. E depois comecei a me sentir mal por um monte de coisas. Era isso, eu precisava tirar tudo do peito. Precisava realmente conversar com ele.

—Nick?

—Fala -nossos olhares se encontraram.

—Desculpa estar tocando no assunto mas é que... -pensei por um tempinho e depois suspirei vendo que não podia mais segurar -Eu não beijei ele, quer dizer, eu não quis -droga, ja comecei mal -Eu so quero que você saiba disso -ele anuiu.

—Acredito em você -e não disse mais nada ate eu puxar assunto de novo.

—Você leu minhas cartas? -isso pareceu atingir ele.

—Li -ele acrescentou rápido -Me desculpe, foi sem querer. É que... meu nome escrito com a sua letra... me deu vontade de saber do que se tratava.

—Não se desculpe -sorri -Escrevi elas pra você.

—Por que nunca me mandou? -ele trocou de posição.

—Não sei ao certo. Nunca parecia um bom momento.

—Eu adoraria te-las recebido em qualquer momento. Elas o fariam bom -ele sorriu e eu também.

—Senti sua falta, Nick -quando percebi ja tinha dito, então comecei a brincar com a blusa, torcendo para não ter ouvido. E acho que realmente não ouviu.

—Lana?! -ouvimos alguém chamar de fora e nos levantamos rápido.

—Aqui! Eu to aqui -comecei a bater na porta do banheiro.

—Filha? -minha mãe perguntou bem perto da porta.

—Oi mae, eu to aqui -respondi -A porta emperrou e a maçaneta quebrou.

—Ah Deus! Espera, eu vou abrir -ela disse e depois ouvi seus passos se afastando -Charles?! -nós dois rimos.

Enquanto ela não voltava aproveitei para limpar minha blusa e vi que ele ia fazer o mesmo. Então tirou a camisa.

—Fico feliz que estejamos nos entendendo -dessa vez ele começou a falar.

—Eu também fico -o olhei.

—Desculpa por ser um idiota -ele prestava atenção na camisa enquanto falava.

—Me desculpa também -consegui me livrar do glacê.

—Agora isso são aguas passadas -ele sorriu pra mim. Mostrando as covinhas.

Mesmo que a gente tivesse feito as pazes, no fundo eu sabia que não seria a mesma coisa. Seriamos so amigos, talvez só irmãos postiços.

Quando terminamos cada um de limpar sua sujeira, a ajuda havia chegado. Estavam tentando abrir a porta e a esse ponto, ja sabiam que Nick estava la comigo. Acho que foi por isso que minha mae não se desesperou.

Eu estava sentada na bancada da pia e ele estava encostado no boxe. Ambos olhando para porta.

—Que horas são? -perguntei e ele olhou o relógio.

—Quase quatro.

—Acho que a essa altura todos ja devem ter ido, não é? -assentiu e eu bocejei.

—Olha so, ja esta com sono?

—Não me culpe -ele sorriu.

—Pra falar a verdade eu também estou -ele se espreguiçou -E ai? Planos pra amanha?

—Eu quero ver a cidade. Matar essa saudade toda.

—Ah, claro.

—Se quiser me acompanhar...

—Vou adorar -olhou pra mim sorrindo.

—Quase la! -ouvi Charles gritar atras da porta.

—Quase la -repeti e muito desajeitadamente tentei descer da pia. Mas é claro, o destino não podia me deixar simplesmente me humilhar sozinha, ele fez Nick participar. Então assim que desci, cai nele.

—Foi mal -tentei deixar a situação menos patética.

—Sem problema -ele riu ainda segurando meu braço e cintura. E não pude mesmo deixar de notar que estava a centímetros da boca dele -Eu também senti sua falta -ele praticamente sussurrou enquanto meu olhar se dividia entre seus olhos e sua boca. Faltava tão pouco e...

—Abriu! -fomos brutalmente interrompidos pelo barulho da porta se chocando contra a parede.

Eu teria dado tudo pra porta ter aberto pelo menos três segundos depois.


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