Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

...'' – Nós precisamos comer alguma coisa, você tem que fazer o curativo de verdade – eu falo pegando a mão dele afinal só limpei o machucado – E temos que descansar – eu falo colocando minha cabeça no ombro dele e é apenas isso que eu preciso hoje. Descansar''...



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Depois desse longo dia, finalmente ele está acabando, depois que eu faço Peeta comer alguma coisa mesmo contra vontade dele, eu tomo um banho e deixo ele deitado na cama quando eu volto ele já está dormindo, eu me deito ao lado dele observando enquanto ele dorme, minha cabeça está completamente lotada de perguntas não respondidas e por mais que eu também esteja cansada eu não consigo dormir, eu fico assim deitada ao lado dele enquanto tento organizar as coisas nos meus pensamentos colocando em ordem o que deve ser feito primeiro.
Com certeza o topo da minha lista agora é o Peeta, é tentar amenizar o estrago que tudo isso pode ter causado nele, amanhã vai ser o dia pra isso, nós não vamos precisar aparecer no meio de todas aquelas pessoas fingindo sorrisos e frases prontas, mas depois de amanhã começa realmente a organização disso e a procura pelas respostas e são muitas perguntas. Como aquele homem foi parar naquela sala? Será que ninguém sabia realmente do que ele fez?
O que vai acontecer agora? São respostas que eu preciso o mais rápido possível, é incrível como apenas dois dias aqui já se parecem com meses, tudo é muito mais intenso e muito menos relaxante do que é estar em casa, cada vez mais eu sinto falta da nossa rotina em casa, estávamos muito mais contentes e com certeza muito mais seguros.
Já estou exausta, parece que o dia foi muito mais longo do que qualquer outro. Peeta se mexe na cama e eu logo me atento a isso, levanto minha cabeça para observá-lo mais não foi nada, então me deito de novo passando a mão no rosto dele e quando eu olho pra minha mão eu vejo o anel que ele me deu, parece que faz tanto tempo mais na verdade não, eu me lembro de como ele preparou tudo e só de lembrar um sorriso aparece no meu rosto e são com essas lembranças que eu finalmente pego no sono. Mas não foi um sono tranquilo como costumava ser, de modo que eu acabo acordando cedo demais, como Peeta ainda está dormindo eu me levanto da cama com muito cuidado, tampo a janela para que o sol não o acorde e eu vou até o banheiro quando saio de lá, começo a pensar no que fazer hoje, hoje será a nossa ‘’folga’’ e já que não vamos precisar ir a nenhum evento eu quero fazer alguma coisa diferente, preciso de alguma coisa que recarregue as energias para amanha quando finalmente toda essa história vai ser tirada a limpo, eu vou até a janela e olho o dia lá fora, o sol já apareceu, o céu está azul e limpo, o vento está refrescando o calor, se estivéssemos em casa esse seria o dia perfeito pra irmos pra floresta, ao lago, então eu tenho uma ideia, aqui não tem uma floresta mas eu acho que dá pra improvisar alguma coisa, eu chamo um dos atendentes que sempre estão prontos pra nos atender e explico pra ele do que eu preciso, ele me dá as informações necessárias e me diz que dentro de uma hora tudo estará pronto, eu volto pro quarto e Peeta ainda está dormindo eu subo na cama novamente e observo ele dormindo, passo os dedos lentamente no rosto dele e me impressiono mais uma vez em como ele é realmente lindo, fico assim deitada observando ele por um tempo até que ele abre os olhos.
– Bom dia! – eu falo sorrindo.
– Bom dia! – ele responde com o mesmo sorriso enquanto se espreguiça.
– Que horas são? – ele pergunta quando acaba de se esticar todo.
– Ainda é cedo! – eu respondo rapidamente.
Ele se aproxima mais de mim, me puxando pra ele, colando nossos corpos, ele aproxima o rosto do meu pescoço e inspira fortemente. Eu também encaixo meu rosto no pescoço dele e faço o mesmo.
– Por mim a gente não saía daqui! – ele fala com o rosto ainda no meu pescoço.
– Ah é? E qual seria seu plano? – eu pergunto colocando meu rosto de frente pro dele fazendo uma cara de curiosa.
Ele dá um risada e me beija, eu correspondo ao beijo rapidamente, por que eu realmente preciso disso, depois de tudo que aconteceu, ele é tudo que eu preciso, sentir o beijo dele, seu toque, é a única coisa capaz de me acalmar, ele vira seu corpo pra cima do meu, para nosso beijo e me olha.
– Senti falta disso! – ele sussurra o que eu mesma estava pensando.
– Eu também! – eu falo e em seguida o beijo de novo.
Esse beijo é ainda mais forte e necessitado que o primeiro, é como se confirmasse o que nós acabamos de dizer, o quanto nós sentimos falta disso e o quanto precisamos um do outro, o beijo se aprofunda cada vez mais e eu começo a sentir todas aquelas coisas que eu sinto quando nós estamos assim, todo o calor que ele consegue liberar em mim e que eu não sei de onde vem mas também não quero que pare, eu só quero ele cada vez mais, nossas respirações já estão ofegantes e mesmo assim eu ainda não saciei o meu desejo dele e pelo visto nem ele por que nós não paramos o beijo, ele cada vez mais aproxima nossos corpos e eu cada vez mais quero ele perto de mim, até que já estamos completamente sem ar, ele sai de cima de mim e seu corpo cai do meu lado na cama, ainda estamos recuperando o ar, ele está com um braço na testa e outro na barriga, ele tenta recuperar a respiração e eu faço o mesmo.
– Eu acho que eu posso acordar todo dia assim! – ele fala sorrindo se virando pra mim.
Eu também sorrio e me viro pra ele.
– Todo dia? – eu pergunto avaliando.
– Ah com certeza todo dia! – ele fala fazendo cara de sério.
– Se você merecer. Quem sabe? – eu retruco também fazendo cara de séria.
Ele coloca a mão na minha cintura me aproximando de novo dele.
– Eu faço um esforço! – ele afirma sorrindo.
– Acho que eu também posso fazer um esforço! – eu falo dando de ombros.
Ele me olha alguns segundos e em seguida olha na direção da janela.
– Eu ainda estou me perguntando que horas devem ser? – ele fala ainda olhando pra janela.
– Acho que já são oito! – eu falo sem muita importância.
– Então acho que a gente já tem que ir se preparar, daqui a pouco a Effie chega! – ele fala agora me olhando sem muita animação.
Eu nego com a cabeça – Não precisa! A gente não vai mais! – eu falo ganhando total atenção dele.
– Não? – ele pergunta sem acreditar.
– Não! – eu falo séria mas depois dou um sorriso – Hoje estamos oficialmente dispensados – eu falo me sentando na cama.
– Eles fizeram isso? – ele pergunta ainda confuso.
– Digamos que sim! – eu falo e já ia ficar de pé quando ele me puxa pela cintura e eu caio de costas na cama.
– Ei! – eu reclamo mas como eu estou rindo perco toda credibilidade.
– Já que nós não precisamos sair, você pode continuar aqui – ele fala me segurando em baixo dele.
– Eu preciso ir no banheiro – eu falo ainda rindo.
– Você pode esperar! – ele fala dando de ombros.
– Não, não posso! – eu forço pra ficar séria.
– Nenhum pouco? – ele pergunta e em seguida me beija de novo, mas não tão demorado como antes. – Você ainda quer ir no banheiro? – ele pergunta sorrindo.
– Acho que posso esperar um pouco – eu respondo virando olho e rindo.
Ele me beija de novo, solta meus braços que ele estava segurando e então eu consigo sair de baixo dele e me esquivo saindo da cama rapidamente, eu paro em pé encarando ele.
– Isso foi trapaça! – ele fala se sentando.
– Eu disse que precisava ir no banheiro! – eu falo e vou pro banheiro, alguns minutos depois quando eu saio ele está sentado na cama de frente pra porta do banheiro me observando.
– O que foi? – eu pergunto enquanto vou pegar uma roupa.
– Aconteceu uma coisa engraçada! –ele fala sem desviar o olhar.
– O que?
– Eu fui proibido de pedir o café da manhã! – ele fala me olhando com as sobrancelhas erguidas.
– Nossa que estranho! – eu falo tentando parecer indignada, mas na verdade fui eu mesma que pedi isso, faz parte do que estou preparando pra hoje.
– Cada dia que passa você mente pior ainda! – ele fala tentando saber o que está acontecendo.
– Bom, eu não desisto fácil, quem sabe um dia eu não consigo! – eu falo sem olhar pra ele.
Então eu jogo uma blusa e uma calça limpa em cima dele – Acho melhor você se trocar! – eu falo agora pegando uma roupa pra mim.
– Achei que nós não precisaríamos sair! – ele olha confuso.
– Mas nós vamos sair! – eu falo parando e olhando pra ele.
– E pra onde nós vamos? – ele pergunta curioso.
– Quando a gente chegar você descobre. Agora anda logo, vai trocar de roupa, tomar um banho sei lá – eu falo puxando ele pela mão, ele se levanta me olhando com uma cara de desconfiado e vai pro banheiro, quando ele entra eu também troco minha roupa e vou até o mesmo atendente que eu falei antes pra perguntar se já está tudo pronto, ele confirma que já está tudo certo, mais alguns minutos e Peeta chega.
– Já estou pronto! Agora posso saber pra onde nós vamos? – ele se aproxima olhando pra mim.
– Anda, a gente vai sair lá por trás! – eu falo segurando a mão dele e começando a andar.
– Por que? Nós estamos fugindo de alguém? – ele pergunta enquanto me segue.
– Digamos que nossa folga seria só aqui no apartamento, mas com um dia desses seria um desperdício! – eu falo e nós já estamos no elevador.
– Então a gente tá fugindo mesmo? – ele pergunta mais uma vez sorrindo.
– Depende do ponto de vista! – eu dou de ombros.
Nós chegamos ao solo e vamos para as portas dos fundos do Centro de treinamento, já tem um carro esperando a gente, como eu disse que nós precisávamos apenas de um tempo sozinho, não seria uma boa a gente ser visto andando pela Capital depois de desmarcamos a reunião e o restante, por isso optei pelo carro, nós entramos nele e o motorista já sabe pra onde nós vamos, sem muita demora chegamos ao lugar e é realmente muito bonito. É uma espécie de parque, tem arvores pra todo lado, não como as do distrito mais são bonitas assim mesmo, é uma espécie de campo todo esverdeado, com flores espalhados por toda parte, tem até uma pequena lagoa com um chafariz deixando o lugar ainda mais bonito por um momento eu esqueço que estamos na capital.
– Nossa! Nós ainda estamos na Capital? – Peeta pergunta o mesmo que eu pensei, o lugar é totalmente arbitrário de toda aquela confusão e agitação que costuma ser nas ruas da capital, eu tenho que agradecer a sugestão do atendente, eu perguntei a ele se não teria um lugar mais calmo e que não tivessem muitas pessoas por aqui e ele logo me falou daqui, mas confesso que superou minhas expectativas.
– É lindo mesmo! – eu falo ainda impressionada – Vamos, hoje a gente passa o dia aqui! – eu falo esticando a mão pra ele, ele sorri grandemente e me dá a mão, quando nós começamos a andar eu me lembro das outras coisas.
– Ah não, já ia esquecendo. Eu trouxe algumas coisas – eu digo voltando ao carro e ele me segue, o motorista retira as coisas do carro e nos entrega, tem a cesta com o café e lanche e mais uma com alguma coisa para o almoço, tem água, suco e a outra surpresa que eu pedi, duas telas pra pintar, tintas e lápis de todas as cores, quando Peeta vê seus olhos brilham.
– Bom, eu nunca mais vi você pintando! – eu falo explicando. Ele sorri ainda mais, o motorista nos ajuda a carregar as coisas até uma grande arvore que faz uma bela sombra, nós colocamos as coisas no chão, agradecemos a ele e confirmamos a volta dele.
Nós começamos a organizar as coisas, abrimos um lençol na grama debaixo da árvore, colocamos as cestas e as telas em cima e nos sentamos.
– Isso aqui é lindo! – Peeta fala enquanto se senta encostado na arvore.
– Nem parece a Capital! – eu concluo como um pensamento alto.
– E o que mais você planejou pra hoje? – ele pergunta me puxando pra perto dele.
– Na verdade eu planejei até aqui, o restante a gente decide – eu falo olhando pra ele.
– Então eu já sei por onde quero começar! – ele fala sorrindo e eu ergo as sobrancelhas esperando que ele conclua ao invés de falar ele coloca a mão na minha nuca e me puxa pra mais perto dele e então nós nos beijamos e mesmo já tendo acontecido mais cedo parece que não diminuiu nem um pouco minha vontade, quando nós terminamos o beijo sou eu quem falo.
– Acho melhor a gente tomar café – eu falo já puxando a cesta pra mais perto, ele faz uma cara de decepção – Você não comeu quase nada ontem! – eu retruco antes que ele recuse. Ele levanta as mãos pra mostrar que perdeu.
– Tudo bem! Café! – ele fala pegando uma fruta e começando a comer.
Nós tomamos nosso café e continuamos admirar esse lugar e o quanto ele é calmo, realmente parece que estamos sozinhos aqui, com exceção de alguns pássaros e borboletas só restam nós dois, acredito que um lugar assim não deve ser um dos passeios preferidos pra alguém da Capital. Que bom! – eu penso.
– Katss! – sou despertada por Peeta me chamando.
– O quê? – eu pergunto rapidamente um pouco assustada.
– Você não me ouviu né? – ele pergunta me encarando.
– Ouvi! – eu falo séria – Você falou ‘’Katss’’! – eu repito imitando a voz dele.
– Antes disso! – ele fala sorrindo. Eu reviro os olhos.
– Eu disse que nós podíamos pintar alguma coisa – ele fala apontando pra tela.
– Nós não! Você sim! – eu falo me encostando na arvore também.
– Ah não, são duas telas e pelas minhas contas nós somos dois! – ele fala contando nos dedos.
– Peeta, sem chance! Eu não sei nem desenhar um circulo! – eu falo rindo dessa ideia.
– Eu tenho certeza que você consegue desenhar um círculo! – ele fala tentando me convencer.
– Eu disse sem chance! – eu falo novamente e devagar – Eu pintando seria como você numa floresta caçando! – eu emendo me divertindo com esse pensamento.
– Você acha que eu não conseguiria! – ele fala como se estivesse magoado.
– Você tem que concordar que fácil não seria! – eu falo dando de ombros.
– Eu consigo – ele fala dando de ombros também – Se você tentar eu tento – ele me encara.
– O quê? – eu pergunto sem acreditar muito.
– Se você desenhar – ele balança a cabeça enquanto continua – Quando a gente voltar pra casa eu vou até a floresta e caço, um coelho, um pássaro até um urso é só você escolher. – ele fala tentando ficar sério, mas eu não me controlo com a cara que ele faz e com essa proposta e começo a rir.
– Você está rindo de mim Senhorita Everdeen? – ele pergunta saindo do seu lugar e se arrastando pra próximo de mim, eu forço pra parar de rir.
– Você sabe que isso não vai dar certo não sabe? – eu pergunto enquanto tento não rir mais.
Ele dá de ombros – Talvez! Mas eu faço se você fizer – ele fala me encarando.
– Tudo bem! Eu topo! – eu falo esticando a mão pra ele apertar.
Ele estica e aperta. – Eu não perderia você caçando por nada! – eu falo me endireitando.
– E eu não perderia você desenhando! – ele fala puxando as telas e o material pra começar.
Ele se senta de frente pra mim, me deixando encostada na árvore, ele coloca os lápis e as tintas no nosso meio e nós ficamos um de frente pro outro, ele me entrega uma tela, pega a outra e me olha sorrindo.
– Não dá! – eu falo olhando pra tela e pras tintas.
– Nem adianta, você apertou a mão! – ele fala sem dar muita atenção.
– Peeta eu não sei desenhar. Nada! – eu tento explicar mas ele ignora.
– Não é tão difícil, você só precisa começar! – ele fala se endireitando no seu lugar.
– Tá, e por onde eu começo? – eu pergunto completamente perdida.
– Primeiro você começa com o lápis – ele pega um lápis e me entrega e continua a explicação – Você faz o esboço do desenho – eu olho pra ele confusa e ele ri – O contorno! – ele tenta me explicar – Depois que você fizer o desenho que você pinta com a tinta! – ele fala parecendo simples.
– Ajudou bastante – eu falo ironicamente e fico parada tentando pensar o que eu vou desenhar que não fique tão horrível mas não penso em nada – Eu nem sei o que eu vou desenhar – eu falo sussurrado.
– Olha ao redor, o que não falta é opção! – ele fala já começando a rabiscar sua tela e eu ainda fico parada sem saber o que eu vou desenhar, eu nem sei por onde começar, não devia ter aceitado, isso é ridículo, então eu me lembro que ele vai ter que ir pra floresta e caçar e já penso que vai valer a pena, por que ele vai ficar tão perdido quanto eu, sem contar que ele espanta qualquer coisa próxima dele na floresta, já estou me divertindo com a situação, mas ainda não faço ideia do que desenhar, então eu olho pra cesta, vejo as frutas e decido desenhar uma delas, uma maçã, até eu perceber que nem isso eu sei desenhar, no primeiro traço que eu tento fazer já está horrível.
– Tem como apagar? – eu pergunto confusa olhando pra minha tela.
Peeta ri da minha pergunta.
– Não, não tem! Por isso você tem que pensar antes de riscar a tela.
Eu dou a ele um olhar indiferença e ele só ri novamente, então eu volto a me concentrar no desenho, mas está cada vez pior, eu paro e olho ao redor, o dia está ainda mais bonito, a lagoa que não está muito distante chama a minha atenção e eu começo a lembrar do lago do meu pai, e sorrio com as lembranças, alguns pássaros se aproximam de onde estamos, são pássaros realmente coloridos, típicos da capital. Será que nem mesmo os animais daqui são normais? – eu penso. Então eu olho pro Peeta na minha frente completamente concentrado no seu desenho, suas sobrancelhas se juntam e se separam várias vezes enquanto ele desenha, seu rosto com semblante descontraído de sempre é substituído por algo mais sério e concentrado, é engraçado ver ele pintando, parece exigir toda sua atenção e ele parece outra pessoa, seus cílios ainda são os que mais me fascinam por que por algumas vezes eles são quase imperceptíveis e eu me divirto e me distraio tentando decidir se consigo ou não vê-los.
– Ei – ele chama a minha atenção balançando o lápis no ar – Já acabou? – ele pergunto quando eu olho pra ele.
– Quase! – eu respondo mais uma vez olhando pra tela e me assustando com o que vejo.
Volto a terminar o desenho e ele faz o mesmo, eu termino antes dele e fico observando enquanto ele ainda se mantém concentrado no dele. Depois de alguns minutos acabo cochilando encostada na arvore. Acordo com ele sacudindo minha perna.
– Acorda! – ele está me chamando e rindo.
– Terminou? – eu pergunto me endireitando. Ele concorda com a cabeça.
– Já não era sem tempo! – eu implico com ele fazendo uma cara de desaprovação – Será que eu posso ver? – eu pergunto curiosa.
– Primeiro a sua! – ele fala segurando a sua tela pra que eu não veja.
– Não! Está horrível – eu falo também segurando a minha.
– Anda Katss, eu vou ver alguma hora, mostra! – ele insisti.
– Tudo bem – eu falo concordando – acho que a humilhação vai ser menor antes de você mostrar a sua mesmo! – eu dou de ombros e viro a tela de uma vez só observando a reação dele, ele olha erguendo a sobrancelha, fica em silencio alguns segundos.
– Eu disse que estava horrível! – eu falo antes dele falar algo.
– Não ficou horrível! – ele fala fazendo cara de aprovação – Na verdade ficou uma ótima ... – ele vira a cabeça de lado olhando pra tela em seguida vira pro outro lado e conclui – laranja! – ele fala tentando parecer sério.
Eu viro a tela pra mim – Peeta, é uma maçã! – eu falo reclamando alto.
– Foi o que eu disse! Uma bela maçã! – ele se concerta e eu começo a rir e ele também.
– Tá, deixa pra lá. Eu disse que eu não era boa nisso! – eu falo colocando a tela pro lado.
– Agora a sua! – eu falo puxando a mão dele pra virar a tela e quando ele vira eu me surpreendo no quanto ele bom nisso, ele me desenhou enquanto eu estava desenhando.
Com a arvore no fundo, o céu azul, a grama forrada com o lençol e eu desenhando na minha tela, mas parece uma foto do que um desenho.
– Nossa! – eu falo assim que vejo – Perfeito! – eu ainda estou impressionada.
Eu olho pra ele e ele está observando minha reação.
– Agora eu estou me sentindo ainda pior. – eu falo apontando pro meu desenho, ele ri, coloca a tela de lado também e se aproxima de mim, me encostando na arvore e me beijando, cada minuto que passa o dia parece mais perfeito, nós ficamos assim o restante do tempo, conversando, nos beijando, rindo, comendo e parece que o tempo passa rápido demais.
O restante do dia foi realmente relaxante e revigorante, Peeta está com uma aparência ótima não se parece em nada com ontem, posso afirmar que nós dois recarregamos nossa energia e o que quer que aconteça amanhã nós estamos preparados. Depois do pôr do sol nós começamos a arrumar nossas coisas por que o motorista já deve está chegando, enquanto estamos nos preparando ele pergunta o que já começa a nos incomodar.
– E como fica amanhã?
Eu fico em silencio uns segundos tentando adivinhar mas respondo apenas o que sei.
– Não faço ideia! – eu falo sinceramente.
– Nem eu! – ele me olha desolado.
– Mas nós estamos juntos! – eu falo dando um sorriso de incentivo.
O motorista chega e nós vamos ao encontro dele, a tarde já caiu e em poucos minutos chegamos ao apartamento. Nós entramos pelos fundos novamente , Peeta está carregando as telas e eu estou levando as cestas e o lençol, nós abrimos a porta e entramos, quando alcançamos a sala eu paro no meio do caminho assustada, Peeta que vinha logo atrás quase tropeça em mim.
– O que foi? – ele pergunta e logo acha o problema.
Haymitch está sentado no sofá de frente pra nós, com uma cara no mínimo aterrorizante e eu já posso adivinhar que ele não aprovou nossa saída.
– Então quer dizer que os pombinhos desmarcam tudo pra passearem pela cidade? – ele fala lentamente me encarando.
– Nós não passeamos pela cidade! – eu retruco e volto a andar na direção dele, coloco a cesta no sofá e Peeta faz o mesmo.
– Eu consegui um dia pra vocês ficarem em casa e não fazendo turismo! – ele diz ainda irritado e me encarando.
– Nós só saímos um pouco – Peeta responde chamando a atenção de Haymitch.
– Vocês deviam ter me avisado! – Haymitch responde Peeta com a mesma irritação.
– Mas nós não avisamos e não tem como mudar isso! – eu falo me sentando – Agora o que você veio fazer aqui? – eu pergunto me virando pra ele.
– Tive um reunião com Plutarch hoje – ele fala e Peeta vem se sentar do meu lado pra prestar atenção. – Nós temos problemas! – ele conclui e agora eu sei que nossa folga está terminada.


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