Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns


Capítulo 9
Athena vs Athena.




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ANNIE

Eu ainda estava absorvendo tudo o que soubera anteriormente. Eu não tinha mais 14 anos. Havia passado exatos 20 anos num cassino logo após fugir de um minotauro. Tudo isso era difícil de engolir, mesmo para mim, filha da deusa da sabedoria.

A garota Lucy, que tinha acabado de saber toda verdade, escolheu uma adaga como sua arma. Saímos do local após a filha de Íris ''decorar'' toda sala.

Desde que nós fugimos daquele cassino, eu ainda não tinha falado com meu meio-irmão Adam. Após sairmos, caminhamos pelas ruas agitadas de Las Vegas.

– Irei com Alastor até em frente ao cassino para recuperarmos o carro. - Disse Gump. - Fiquem aqui.

Os dois se afastaram, caminhando rapidamente para longe.

Me aproximei de Adam, que estava conversando com Lucy.

– Oi. - Falei.

– Olá. - Respondeu ele.

– Então.. somos meio-irmãos.

– É, parece que sim.

– Vocês dois são filhos da deusa da sabedoria? - Perguntou Lucy.

– Exatamente. - Respondi no mesmo instante que Adam.

– Mas é claro que eu sou bem mais sábio que ela. - Avisou Adam, arqueando a sobrancelha.

Que ridículo. Não pude deixar de dar um sorriso debochado para aquilo. Quem ele estava pensando que era?

– Oh, você está enganado. - Falei, erguendo a cabeça para olhá-lo. Eu não era tão baixa, mas ele também não era tão alto. Eu tinha a altura acima de seu ombro, diferente de Lucy, que parecia uma criança de 10 anos perto dele. - Sou mais inteligente que você, sem dúvidas.

– Tenho 15 anos, sou mais velho.

– Tecnicamente não. - Respondi, aproveitando-me da situação. - Se não estou enganada, passei 20 anos ou mais no cassino, o que indica que eu tenho 34 anos.

– Mas ainda sim com aparência e mentalidade de uma pré-adolescente de 14 anos.

Estreitei os olhos, encarando os mesmos olhos cinzentos dele que eu também tinha, aparentemente característica dos filhos de Atena.

– Não zombe de mim. - Fechei o punho e dei-lhe as costas, me dirigindo até Lua.

– Por que você estava conversando com o sabichão e a menina brega?

– Ei! - Reprendi-a. - Se você se esqueceu, também sou uma sabichona.

– Relaxa, Ann. - Falou Lua, passando a mão em meus cabelos loiros e mal cuidados, diferente do dela, que era longo, loiro e brilhante. - Você precisa de um tratamento de beleza. Aquele cassino não te fez bem.

– Mas.. Eu não preciso de nenhum tratamento de beleza, Lua! - Exclamei, retirando a mão dela sobre os meus cabelos.

– Aí, cuidado com as minhas unhas! - Berrou Lua, com um gritinho fino que mais parecia o miado de um gato.

– Perdão, não foi minha intenção. - Falei, cruzando os braços. - Mas eu não me preocupo com a minha beleza.

– Com o que você se preocupa, então?

– Aqueles dois. - Apontei para Lucy e Adam no canto. - Parecem muito tranquilos. Qual é, estamos numa missão. Isso é vida ou morte, e sei que sobreviver nesse mundo cheio de monstros não será nada fácil. Digo por experiência própria, é a segunda vez que passo por isso.

– Haha, eles vão morrer logo logo.

– O que? - Respondi, boquiaberta. - Você é cruel.

– Tanto faz. Esses idiotas ficam aí o tempo todo lutando contra monstros enquanto eu não preciso nem mover um dedo. Desde que minha aparência fique perfeita, está tudo ótimo. - Olhei para o lado. Quíron já havia ido embora de repente. Dianna e Connor estavam lado a lado encostados na parede de um restaurante já fechado, e logo a frente estava Lucy e Adam. Eles eram jovens, e pareciam heróis. Pela convivência entre eles, exceto Lucy, é de se notar que já se conhecem há algum tempo. Como Lua poderia dizer isso de gente que já salvou sua vida? - Olhe só, nossa carona chegou.

O corcel virou uma esquina, parando ao lado da calçada em que estávamos esperando. Alastor abriu a porta da frente no banco de passageiro, apontando para Lucy.

– Você é pequena e magra. - Disse ele. - Sente-se aqui na frente, há espaço.

Lucy caminhou até eles, corando. Ela parecia ter uma queda por Alastor pelo jeito que olhava-o. Ela entrou e sentou-se ao lado dele, que dividiu o banco com ela.

Quando eu estava prestes a abrir a porta do banco detrás, Adam passou rapidamente na minha frente e abriu.

– Você é muito frágil para abrir uma porta, creio eu.

Ele estava zombando de mim. É claro, só podia ser. Era guerra declarada. Eu iria mostrar pra ele que sou muito mais inteligente.

– Não, obrigado. - Bati a porta com força e tornei a abri-la. - Posso muito bem fazer isso, sabichão.

Joguei-me para dentro do carro, ficando repousada no canto do banco, com a cabeça sobre o vidro da janela. Lua entrou logo em seguida, arrumando o vestido para não amassa-lo no banco. Então veio Dianna, Connor e finalmente Adam, graças aos deuses bem longe de mim.

– Esse carro está ficando pequeno. - Falei, fazendo esforço para não morrer esmagada.

Assim, Gump acelerou, e avançamos pelas ruas de Las Vegas numa noite estrelada.


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