Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns
Notas iniciais do capítulo
Desculpem-nos a demora. A Larissa vai viajar dia 15, então foi difícil para ela organizar um horário para que pudéssemos escrever.
ADAM
– Eu vou morrer esmagada. - Ouvi Lucy dizer em baixo de mim.
No momento em que o trem freou, fui levado para frente, ficando sobre ela.
– Perdão. - Falei, me levantando.
Dianna foi a primeira a perceber que havia algo errado. Notei a lança em sua mão, então virei-me para trás, onde duas manticoras nos olhavam. Suas caudas de escorpião balançavam lentamente e eu soube que a qualquer momento espinhos venenosos poderiam ser disparados.
– Oh não. - Murmurei.
– Levantem-se, rápido. - Exclamou Dianna.
Arranquei meu bracelete e instantaneamente ele se tornou um escudo. As manticoras se aproximaram num passo hesitamente, lançando-me um olhar desafiador.
Ethan, Charlie, Connor, Alastor e Lara ficaram atrás de nós.
Lucy se juntou a mim e Dianna na frente.
– Vá para trás, não garanto sua segurança. - Falei para ela.
– Não vou mais fugir, aliás, também posso ser uma heroína. - E com um sorriso confiante e sobrancelhas arqueadas, ela preparou suas afiadas adagas de bronze, uma em cada mão.
Uma das manticoras abriu a enorme boca com dentes amarelados e rugiu.
– CORRAM PARA O OUTRO VAGÃO, ALCANÇAMOS VOCÊS DEPOIS! - Gritei.
Ouvi sons de passos atrás de nós e o vento gélido da noite entrar. Logo depois a porta se fechou novamente e soube que eles já tinham ido.
Subitamente, os dois monstros pularam sobre nós com suas enormes patas de leão pronta para nos atacar. Ergui o escudo e fui lançado para trás, batendo a cabeça. Senti o metal sendo pressionado contra meu peitoral e percebi o escudo sendo arranhado. A batida fez com que eu ficasse meio zonzo, então fiz um enorme esforço para tirar a manticora de cima de mim.
Alguns segundos depois que pareceram levar uma eternidade, senti o peso sobre o metal desaparecer. Um rugido de dor ecoou sobre o vagão. Rolei no chão me levantando num pulo, e avistei Dianna com a lança atravessada no tórax da manticora que tinha tentado me atacar.
Lucy já estava no fundo do vagão, recuando lentamente do monstro. A porta estava aberta, mas a criatura impedia a passagem. Na mão da garota havia apenas uma adaga e então percebi que a outra jazia cravada no olha da manticora. ''Boa jogada'', pensei.
Quando a fera estava prestes a saltar sobre Lucy, um grito longe foi ouvido.
Do outro lado do trem, no outro vagão, Ethan estava apoiado no batente da porta com a cabeça pra fora e o vento batendo em seus cabelos grisalhos. Ele gritava a plenos pulmões possivelmente tentando atrair a atenção do monstro.
Atrás de mim, Dianna já havia reduzido o monstro em pó e logo parou ao meu lado.
A besta se virou subitamente, encarando o filho de Quione do outro lado. Lucy se encolheu no canto, em baixo de uma janela. A criatura estivera muito próxima de lhe matar. A manticora se preparou com metade do corpo para fora da porta, e com maestria, saltou até o outro lado, entrando no vagão. Por cima de sua enorme cabeça, avistei Ethan e os outros correndo.
– Meus deuses. - Disse Lucy, ofegante. - Ele me salvou.
– Mas que burro. - Exclamou Dianna, correndo até a porta. - Ele atraiu o monstro para lá. Só vai causar mais problemas.
A garota, sem dificuldades, saltou para fora, chegando ao outro vagão. A distância entre um e outro era pequena, mas se escorregasse um pouquinho, seria lançado para fora. Graças aos deuses não seria nada demais, pois o trem estava parado.
– Você está bem? - Perguntei, estendendo a mão para Lucy se levantar.
A garota segurou e se ergueu para cima. Tornou a guardar a adaga de bronze e passou as mãos sobre os longos cabelos lisos que estavam castanhos.
– Parece que o monstro se foi e levou minha outra adaga embora. - Debochou ela, com um riso singelo.
– É, e.. - Antes que eu terminasse a frase, alguém pigarreou.
Parado na porta do vagão estava Ethan novamente, olhando para nós.
– Interrompi algo? - Perguntou ele, com as sobrancelhas arqueadas.
– Não. - Respondi imediatamente. - O monstro já foi morto?
– Dianna cuidou dele. - Falou Ethan, friamente. O que foi irônico da parte dele, já que é filho da deusa da neve. - Está tudo bem com você? - Perguntou ele para Lucy.
– Ahn, s-sim. Tudo ótimo. - Notei as bochechas de Lucy corarem e seus cabelos ficarem rosados. Era tão difícil para ela disfarçar as emoções? - Você me salvou, obrigado.
De repente, quando os dois estavam prestes a dar um aperto de mão, o trem voltou a andar. Lucy caiu sobre Ethan, ficando com o rosto há centímetros dele.
– Hã-hã, e-eu vou pro outro v-vagão. - Comecei, mas soube que os dois não estavam prestando atenção. - Logo estaremos em Manhattan...
E com destreza saltei, deixando Ethan e Lucy sozinhos no outro vagão.
– Está tudo bem por aqui? - Perguntei, indo até os outros.
Dianna estava sentada no banco ao lado de Collin e Connor, ofegante. Lara e Alastor estavam abraçados, com Lara choramingando no peito do namorado.
– Ficaremos melhor. - Falou Charlie. Caminhamos até os primeiros bancos e nos sentamos.
– Ou talvez não. - Respondi, engolindo em seco. O que estaria nos esperando em Manhattan?
– Mil exércitos não serão capazes de me conter. - Vociferou Dianna, cerrando os punhos. - Não vamos acabar aqui.
De repente, tudo o que passamos veio em minha mente. Meu primeiro encontro com Alastor, Dianna e Gump. A chegada de Lua ao grupo. Nosso resgate à Lucy. O reaparecimento de Annie. Connor, as mortes e todos os outros.. Aquilo parecia ter acontecido há anos. Não poderiamos fracassar. A missão não poderia ter sido a toa.
Através de uma das janelas quebradas, um vento frio entrava. A lua se repousava, e as primeiras luzes da manhã se revelavam.
Manuseei minha espada, com os olhos fixos nela. Mentalmente, visualizei ela coberta inteiramente por sangue. O fim de nossa jornada estava próximo.
Algumas horas depois, quando o sol já havia se fixado no céu por completo, o trem parou. A estação de Manhattan estava vazia. Guardamos nossas armas e saímos do trem o mais rápido possível.
Alastor e Lara estavam juntos, completamente taciturnos. Dianna guiava-nos, decidida a encarar qualquer problema, sempre ao lado de Collin. Connor não demonstrava nenhum sentimento sequer. Charlie e eu andávamos em passos arrastados, com expressões derrotadas antes mesmo de termos enfrentado o verdadeiro perigo.
Lucy e Ethan vinham logo atrás. Os cochichos deles ficando cada vez mais altos.
Já estávamos andando nas ruas de Manhattan quando notei Dianna parando, até eu chegar ao seu lado.
– Algum problema? - Perguntei, encarando-a.
– Você demorou, sabichão. - Rosnou Dianna. - A garota arco-íris encontrou outro par.
E então parei. Mas não foi o comentário de Dianna que me fez cessar a caminhada. De onde eu estava, o Empire State já podia ser visualizado.
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Espero que tenham gostado. Comentem.