Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns


Capítulo 28
Talking with snakes.




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LUCY

Uma mulher havia entrado na sala onde estávamos. Sua aparência era medonha. Possuía uma pele escamosa esverdeada. De sua cabeça saíam enormes serpentes que sibilavam o tempo todo. Foquei minha atenção em seu rosto: era verde e escamoso, assim como o resto do corpo e em cima de seus olhos, olhos que poderiam me transformar em pedra a qualquer segundo, estava um óculos escuro.

Apesar de sua aparência horrível, era quase impossível não querer ficar olhando o tempo todo. Forcei-me a fechar os olhos e resistir a tentação. Com medo, dei alguns passos para trás, ainda de olhos fechados, e esbarrei em uma estante. Pude ouvir o som de livros caindo depois de me apoiar na estante para não cair junto.

Todos nós estávamos parados, sem coragem de nos mexer. O barulho de passos recomeçou e, mais amedrontada do que em qualquer outro momento da minha vida, percebi que o barulho vinha em direção a mim. Tentei recuar novamente, mas uma parede me impedia.

Uma risada horrível e gélida preencheu a sala.

– Você não pode escapar, querida. Não pode nem ver...

Minha respiração estava acelerada, mas o medo me causava uma falta de ar terrível. Eu ofegava cada vez mais a medida que sentia o monstro se aproximar de mim.

– Vamos, abra os olhos. Eu só quero conversar. É falta de educação conversar sem olhar nos olhos das pessoas, sabia? - Sua voz gélida e o sibilar de suas cobras agora vinham de poucos centímetros a minha frente. Minha maior vontade naquele momento era abrir os olhos. - Eu não vou machuca-los. Quero apenas... conversar. Pode ser?

– Não. - Disse, o mais firme e alto que minha coragem permitia.

– Ora, mas que menina mais burra. Tenho algo a propor, algo muito melhor do que vocês podem conseguir indo até o Olimpo. Se não quer conversar comigo, pode conversar com minhas bebês...

Senti seu rosto se aproximar do meu e o sibilar das criaturas rastejantes em sua cabeça ficar mais alto. As cobras agora tocavam minha pele, entravam entre meus cabelos e me faziam tremer de medo. Tentei empurrar para longe o que estava na minha frente e minhas mãos tocaram uma pele fria e escorregadia.

Outra vez uma risada preencheu a sala.

– Sua mãe ficaria triste em saber que não está me apoiando. - Disse a Medusa.

O barulho de passos recomeçou e dessa vez se afastou de mim. Estaria na frente de quem agora? Sabia que não podia olhar, mas a tentação era maior do que o medo. Apertei os olhos e disse a mim mesma que aquilo custaria minha vida.

– Filho de Poseidon, fiquei sabendo que você é o líder aqui.

– Eu sou a líder. Se quiser dizer algo diga a mim, cobra nojenta. - A voz de Dianna vinha de um lugar a poucos metros de mim.

– Hm... Então pequena líder, porque não seja inteligente e não manda seus colegas se juntarem a nós? - Sibilou a mulher.

– E porque iríamos nos juntar a você? Você é um monstro, uma criatura abominável.

– Eu sou um monstro. Porque sua deusa me amaldiçoou. Sua mãe. - Sabia que a última frase tinha sido direcionada a Adam. O pouco de mitologia que eu aprendi na escola foi suficiente para deduzir isso. - Porque nós temos um exército. Porque podemos dar a vocês muito mais do que um lugar para treinar. Porque juntos podemos derrubar o Olimpo e colocar novas criaturas no comando.

– Nós quem? - Perguntou Adam do outro lado da sala.

– Nós. Deuses menores, monstros, criaturas desprezadas pelos deuses que se acham superiores. Criaturas em busca de vingança.

– Minha mãe nunca se juntaria a você! - Gritei usando toda a coragem que ainda restava em mim.

Dessa vez, uma risada mais alta e gélida que todas as outras ecoou pela sala.

– E o que você sabe sobre sua mãe, garotinha estúpida? Ela te abandonou assim que você nasceu. Nunca te mandou notícias, nunca te deu um sinal. Te deixou ser atacada por monstros durante toda a infância e se não fosse por seus amigos, até hoje você não saberia o que realmente é. - Ela fez uma pausa. - Sua mãe é tão ruim quanto eu. Todos os deuses são.

– Não nos juntaremos a você. - Disse Ethan. - Nunca.

O silêncio tomou conta da sala. Nada foi dito e o barulho de passou demorou a recomeçar até que a mulher murmurou com uma voz mais terrível do que antes:
– Pois bem, se não vamos ter vocês por bem, teremos que pega-los por mal.

Novamente o silêncio tomou conta da sala. O sibilar das cobras não podia mais ser ouvido e os passos não recomeçaram.

Hesitantemente, abri meus olhos.


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