Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns


Capítulo 27
Close your eyes.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe-nos, tivemos um imprevisto. Prometemos postar um capítulo ontem, mas devido a virada do ano, isso não foi possível.
Desejamos à todos leitores um feliz ano novo e uma boa leitura.



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LARA

O estrondo fez Alastor empunhar sua espada e Connor preparar sua machadinha. O barulho ecoou por toda a rua e fez o solo cheio de neve vibrar. Corremos para a direção do barulho que tinha vindo de trás da sorveteria.

– O que é isso? - Exclamou Alastor, enquanto olhava o grande monte de neve. Havia grandes pedaços de pedra em cima de tudo, e quando olhei para cima, notei que uma varanda havia se partido ali mesmo.

Nos aproximamos aos poucos, e logo vimos o primeiro movimento: mãos bronzeadas surgiram do meio do monte de neve, e aos poucos, o corpo emergir. Era Charlie, o garoto novo. Ele se pôs em pé com dificuldade e nos encarou, logo voltando sua atenção para a neve.

– Eles estão lá em baixo! - Exclamou o garoto.

– Venha Connor, vamos tirar toda essa neve daí. - Falou Alastor.

– Não, há uma... - Charlie não terminou a frase.

Um braço longo e ossudo com garras afiadas surgiu no meio da neve. Logo ao lado, os cabelos negros com mexas roxas de Lucy surgiram. Do mesmo modo que a cabeça surgiu, ela desapareceu, voltando para dentro da neve. A garra afiada afundou novamente, junto com Lucy.

– LUCY! - Connor hesitou, manuseando a machadinha. Sabia que seria arriscado entrar no desconhecido.

De repente, houve uma explosão. As pedras que estavam por cima explodiram em pequenas partículas e a neve voou para todo lado, inclusive sobre nós. Um garoto com uma blusa cinza, calça jeans e cabelos surpreendentemente claros estava em pé com os braços estendidos e as veias do pescoço saltadas.

Avistei o corpo de Adam caído com a espada em mãos. Havia um pouco de neve sobre ele, e o garoto estava adormecido. Tudo parecia ter congelado, mas então, percebi os gritos.

Uma criatura estranha estava sobre Lucy, com os dentes afiados pronto para atáca-la. A garota segurava os braços ossudos do monstro, e afundava a cabeça na neve tentando evitar a dentada. O rosto das duas estavam muito próximos, e os dentes do monstro teriam se cravado no rosto dela se não fosse pela espada de bronze que atingiu o monstro subitamente, reduzindo-o a cinzas, que se misturaram ao montinho de neve que estava sobre a cintura de Lucy.

Alastor ofegou e estendeu a mão para ela. Os olhos de Lucy estavam sobressaltados. Ela segurou a mão dele hesitante e se ergueu para cima. Seu corpo estava coberto por um pouco de neve e tremia por inteiro.

– Você está bem? – Perguntei enquanto me aproximava de Alastor e Lucy.

– Não muito, mas escapamos de mais um monstro. É isso que importa né? – Ela sorria enquanto tirava os flocos de deve dos cabelos e das roupas. Eu gostava do jeito otimista de Lucy, ela acreditava quando quase todos já tinham perdido as esperanças.

Aos poucos, Adam foi se recuperando, e alguns minutos depois já estava ao nosso lado ainda um pouco tonto. O garoto filho de Quione se aproximou de nós. Sua pele era branca como neve, assim como seus cabelos. Seus olhos eram de azul extremamente claro. Ele possuía uma beleza diferente das outras.

– Agora que pegamos o garoto a gente precisa se mandar. – Disse Dianna com a lança em uma mão e a bússola em outra.

– Pra onde vamos? – Perguntou o garoto chamado Ethan.

– Manhattan. É onde fica o Empire State, nossa entrada para o Olimpo. – Respondi, enquanto passava um dos braços em volta de Alastor.

– Nós temos três dias. – Começou Dianna. – Manhattan fica a cerca de mil e quinhentos quilômetros daqui. Eu vou logo avisando, o primeiro que interromper nossa viagem será deixado no caminho. Estou disposta a concluir essa missão, custe o que custar.

Talvez tenha sido impressão minha, mas os olhos da filha de Ares pareciam estar flamejando quando acrescentou a última frase.

– Não podemos simplesmente partir agora. - Falou Adam, quando parou de cambalear. - Temos tempo de sombra. Podemos passar uma noite aqui em Miami e depois vamos para Manhattan.

A neve já estava parando. Todo o solo que esteve coberto por ela há muito já estava aparecendo; a neve no chão se dissolvia como se houvesse um ralo que a puxasse para baixo. Aos poucos, as nuvens no céu foram se afastando umas das outras, revelando um bonito sol de fim de tarde.

Notei Charlie olhando para Ethan com um sorriso desconfiado, e o filho de Quione respondeu com um único piscar de olho. O filho do sol, o filho do frio. Todos nós éramos filhos do Olimpo.

– Que tal visitarmos a praia amanhã? - Sugeri, com as sobrancelhas arqueadas. - Temos mais um dia sobrando, então vamos aproveitar.

Todos pareceram apoiar a ideia. Tiramos nossos casacos e colocamo-os sobre o ombro, e em poucos minutos chegamos à casa de Ethan, que ficava na rua de cima da sorveteria.

– Não liguem para o meu pai, ele passou por uma cirurgia há pouco tempo e não tem sido muito amigável. - O garoto deu um sorriso tímido, abriu a porta e nos convidou para entrar.

O primeiro cômodo da casa era uma modesta sala de estar. No sofá de couro, jazia uma escultura de pedra de um senhor pequeno e magro, usando um suposto suéter de lã. Caminhei até lá, admirada com a perfeição da estátua. Ethan estava recolhendo nossos casacos e pendurando-os no cabide ao lado da porta. Deslizei os dedos delicadamente pela escultura, e comentei:

– É muito bem feita. - Virei-me para Ethan, dando um leve sorriso. - Quem é?

– Parece tão.. real. - Disse Collin.

– É como se fosse alguém petrificado. - Completou Lucy.

– Do que estão falando? - Perguntou Ethan, se virando para nós. O garoto subitamente parou ao olhar para estátua no sofá. Seus olhos começaram a lacrimejar, e ele caminhou lentamente para perto. - Pai? - Ethan sentou-se ao lado, passando a mão sobre os braços da escultura. - Pai!

– NÃO SE MEXAM! - Exclamou Dianna, fazendo-me tomar um susto. Todos nós ficamos imóveis, olhando para estátua.

No mesmo instante, ouvi sons de passos atrás de mim. O sibilar de cobras encheu o ambiente silencioso, e logo pude sentir mãos deslizarem pelos meus ombros.

– Olá, meus queridos.

Fiz a primeira coisa que me veio em mente: fechar os olhos.


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