Molly & Arthur escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 7
Férias de Páscoa


Notas iniciais do capítulo

Olá, bem como puderam ver não demorei tanto para postar desta vez.
Capitulo dedicado a Dama das Cores pela recomendação.
Boa leitura.



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14 de Abril de 1963

Na manhã de páscoa, Molly acordara cedo se levantando de sua cama e abrindo as janelas deixando os primeiros raios solares entrarem pelo cômodo. Então se encarara no espelho antes de se dirigir para o banheiro onde lavara o rosto e escovara os dentes para então trocar os pijamas que usava por uma das outras roupas que geralmente usava em casa.

Com cuidado abrira e fechara a porta de seu quarto na tentativa de não acordar os irmãos que dormiam no quarto do outro lado do corredor. Ela dera uma espiada neles pela pequena fresta que a porta entre aberta formava, podendo vê-los dormindo tranquilamente no beliche.

Gideon se movia tanto que estava descoberto e com um dos braços despencando para o lado de fora da cama o mesmo servia para sua perna enquanto Fabian se mostrava encolhido na cama de baixo tendo em seus braços um hipogriffo de pelúcia enquanto murmurava algumas palavras certamente estava sonhando.

Molly fechara a porta então com cuidado e se movimentando cautelosamente em direção a escada e a descendo sem fazer barulho. O motivo de todo aquele silencio era para não acordar os gêmeos para que pudesse pintar os ovos e esconde-los para que mais tarde os dois pudessem. Desde que haviam chegado ainda não havia tido tempo para fazer isto então teria que ser rápida.

Ao chegar próxima da cozinha parou por alguns segundos ao sentir o cheiro de algo que imediatamente reconheceu como sendo chocolate. Ela entrou mesmo que já tivesse uma noção de quem a ocupara não pode deixar de ficar surpresa ao ver quem a ocupava.

William Prewett estava sentado na mesa usando o avental xadrez de vermelho e verde que geralmente era usado pela filha para cozinhar. Em suas mãos haviam um ovo seguro por uma pinça enquanto na outra se encontrava um pincel com o qual com cuidado pintava a casca tendo uma expressão concentrada no rosto.

Molly olhou para o restante da cozinha. Sobre a mesa se encontrava potinhos com tintas enquanto no forno iam os ovos de chocolate em suas devidas formas já na pia se encontrava o que restara dos utensílios que foram usados na confecção deles.

_ oh, bom dia filha – disse William ao perceber que Molly se encontrava ali.

_ o que o senhor esta fazendo? – perguntou Molly mesmo já imaginando a resposta.

_ o que parece que estou fazendo? Pintando os ovos da páscoa é claro – sorriu retornando ao trabalho minucioso que fazia então percebendo que a filha se mantinha ainda no mesmo lugar – pensei que você iria se oferecer para me ajudar.

_ logico que vou – respondeu Molly enquanto se aproximava tomando uma cadeira ao lado do pai então olhando para o cesto onde se encontrava os que já haviam sido pintados e não pode deixar de conter um riso.

_ sei que não são obras de arte só que tem que entender que eu perdi um pouco a pratica – falou William não conseguindo fazer uma linha perfeitamente reta em seu ovo acabando por pintar o dedão – merda...

_ papai – falou Molly o repreendendo então fazendo um gesto com a cabeça indicando uma das prateleiras da cozinha – 1 nuque no pote agora.

_ eu já ia coloca-lo – falou William deixando seus objetos de lado então se levantando e caminhando até a prateleira enquanto limpava a tinta em suas mãos com um pano – sabe que ainda me admiro de seus irmãos não roubarem o dinheiro do pote? – ele esticara a mão pegando o recipiente e tirando a tampa para então colocar a moeda de bronze.

O pote de palavrões era um modo que o pai das crianças Prewett havia encontrado para fazê-los ter um bom linguajar pelo menos dentro de casa de modo a evitar o uso de palavras de baixo calão. No final do ano William doava o dinheiro para o St. Mungus numa contribuição mesmo que pequena dizia ele faria toda a diferença para aquele lugar.

Gideon e Fabian eram os que com mais frequência perdiam seu dinheiro para o pote (sendo o primeiro o que acabava saindo com mais prejuízo). William tinha seus momentos de descuido raros em que deixava alguma palavra escapar e para manter o exemplo acabava desembolsando alguns também.

Já Molly quase nunca dizia palavrões sendo certamente a que mais tinha autocontrole segundo se pensava se devia pelo fato de ser a mulher da casa. Sendo ela uma das que geralmente cobrava os outros membros da família sobre a conduta deles.

_ como eu ia dizendo – continuou William – releve meu talento para pintar os ovos sim? Desde que você era pequena que eu não fazia este tipo de coisa.

_ sim eu sei – sorriu Molly – sem problemas para mim – ela deu de ombros enquanto mantinha seus olhos concentrados nos desenhos leves da casca - já para o senhor é esperar pelas piadinhas dos meus irmãos que pelo que os conheço eles não irão perdoa-lo.

_ e eu não sei? – disse William que retornara a mesa se sentando do lado da filha – os gêmeos não me deixaram em paz durante os três primeiros meses em que esteve em Hogwarts porque eu simplesmente não conseguia acertar o café da manhã porque sempre havia algo que dava errado.

_ homens na cozinha é um perigo já dizia mamãe ainda mais quando são de sobrenome Prewett – disse Molly sorrindo levemente então olhando para o pai e podendo ver um sorriso triste em seu rosto – sinto muito por isto, não queria que se sentisse mal por eu... Falar dela tão de repente assim.

_ não se preocupe Molly, não foi nada é que... Céus, você me lembra dela tanto – suspirou William - e não se desculpe por falar de sua mãe até porque não quero que se sinta reprimida em dizer as memorias que tem dela em voz alta.

_ não quero vê-lo triste papai – respondeu Molly cabisbaixa tentando retornar ao trabalho, mas não conseguindo – sei que para o senhor ainda dói pensar nela.

_ Molly – suspirou William se ajoelhando próximo dela e a fazendo encara-lo – pensar em sua mãe não me faz sentir mal pelo contrario é algo muito bom... O que realmente machuca é saber que ela não esta mais aqui conosco sendo que todo o dia quando acordo... – ele fez uma pequena pausa - noto que o lado dela da cama está vazio e que mais do que isto algo em mim esta incompleto sem ela.

_ papai, eu entendo... – disse Molly ainda péssima por ver o modo como seu pai falava e o om de voz que usava - Só não fale mais nisto porque não quero vê-lo triste.

_ tudo bem filha – sorriu William dando um beijo na testa da ruiva então retornando a se sentar em seu lugar – vamos ver quem termina primeiro de enfeitar os ovos?

_ isto é injusto porque do jeito que o senhor pinta é claro que vai terminar primeiro – respondeu Molly – não se apressa um trabalho bem feito como este – indicou o ovo que estava pintando.

William e Molly terminaram o serviço logo se vendo na grande cesta dezoito ovos enfeitados mesmo que fossem para ser vinte quatro, porém o pai acabara por destruir por incrível que possa parecer seis deles. Terminaram isto bem a tempo de tirarem os chocolates do forno e com a delicadeza de Molly foram que conseguiram tirar da forma sem que nenhum deles se quebrasse.

Então iniciaram os embrulhos, que era uma das partes que parecia que o pai tinha tanto talento quanto a filha ou quem sabe até mais pelo modo como os fazia perfeitos de maneira rápida (o que certamente havia sido uma habilidade que adquiria embrulhando as encomendas que sua loja recebia dos clientes). Molly tinha uma delicadeza muito grande para pequenos detalhes como laços ornamentados e mesmo decorando as cestinhas onde ficariam os ovos de chocolates dos irmãos.

...

William saira com os ovos de chocolate para outro cômodo a fim de guarda-los em um lugar secreto onde não seria descoberto pelos filhos antes da hora. Quando retornara vira sua filha já limpando a bagunça que haviam feito enquanto trabalhavam.

_ deixe isto onde esta garota – ordenou William enquanto se aproximava – eu posso arrumar tudo isto sozinho – a ruiva continuou para olhando para o pai.

_ e o que vou fazer então? – perguntou Molly colocando as mãos na cintura de modo questionador fazendo o homem rir levemente.

_ pegue-os e vá escondê-los no jardim antes que seus irmãos acordem – disse William indicando os ovos decorados na cesta – faça isto rápido porque terminando aqui irei fazer o café da manhã.

Molly assentiu saindo da cozinha com a cesta em mãos. Enquanto o pai ligava a torneira e começava seu serviço por lavar as tigelas onde havia feito o chocolate e as formas que tinham sido levadas ao forno.

...

_ terminei de esconde-los – avisou Molly adentrando na cozinha enquanto o pai assentia terminando de guardar os objetos que usara naquela manhã – que cheiro é esse?

_ droga, as salsichas estão queimando – falou William correndo até o fogão e usando a varinha para apagar o fogo que se iniciara – mas que merda – falou ele fincando um garfo numa delas podendo vê-la já enegrecida.

_ como eu falei, um desastre – riu Molly – e são dois nuques no pote para você deveria tentar se controlar papai porque seus deslizes estão bem frequentes hoje.

_ o que falei demais para ter de pagar dois nuques pelo que contei seria apenas um – respondeu William tirando a frigideira do fogão e apagando o fogo.

_ você falou droga então isto conta como palavrão até onde sei – disse Molly cruzando os braços e encostando-se à parede – reveja a lista de palavras proibidas e verá que estou certa.

_ tenho de me lembrar de atualiza-la porque francamente esta palavra que você falou não tem nada de sujo até porque é mais leve que as outras – disse William – o que me leva a corrigi-la Molly agora são três nuques sendo dois meus e outro seu.

_ isto é injusto – falou Molly – eu não falei por querer era apenas uma justificativa.

_ nada de desculpas – falou William pegando o pote o destampando e colocando duas moedas ali então o estendendo para a filha – agora sua vez.

_ esta bem – respondeu Molly com uma voz cansada colocando seu nuque no pote – só lembrando que eu continuo cozinhando melhor que você.

_ eu sei disso Molly – respondeu William tirando as salsichas queimadas e as colocando num pote no chão – pronto ao que parece Sr. Bigodes vai ter um bom café da manhã hoje.

_ não faça isto com o pobre gato pai – respondeu Gideon aparecendo na passagem que dava para a cozinha sendo seguido por Fabian estando ambos ainda de pijamas – o que ele te fez para o senhor tentar mata-lo?

_ isto não tem graça Gide – disse William para o filho – não cozinho tão mal assim.

_ é... Isto é verdade – apoiou Fabian se sentando em seu lugar a mesa – papai é um ótimo cozinheiro se quer saber.

_ oh, sim? – retrucou Gideon tomando o assento ao lado do irmão.

_ mas é claro, vai me dizer que o bacon queimado com os ovos de gema mole dele não são uma maravilha? – questionou Fabian fazendo o irmão rir levemente ao lado dele.

_ certamente que sim – disse Gideon – papai tem um jeito exótico de cozinhar.

_ ainda bem que vocês valorizam meu esforço – ironizou William colocando o que havia preparado sobre a mesa – é importante ouvir este tipo de coisa dos filhos de vez enquanto tipo sempre.

_ sabe que te amamos não é pai? – falou Gideon – agora nos diga em que lugar o senhor escondeu nossos chocolates? – o bruxo riu levando as mãos aos cabelos do filho e os despenteando mais do que já estavam.

_ não será tão fácil assim – disse William dando uns tapinhas nos ombros dos filhos enquanto contornava a mesa para tomar seu lugar – querida, sente-se para que possamos tomar nosso café da manhã em família.

_ após terminarmos aqui quero que vocês dois subam para trocar os pijamas por outras roupas – falou Molly enquanto se servia com leite de cabra – os ovos já foram escondidos nos jardins para que vocês possam procura-los.

_ ainda me pergunto por que fazemos isto – falou Gideon enquanto partia suas salsichas que não haviam sido queimadas em seu prato.

_ por que é divertido? – respondeu Fabian – um teste para aprimorar nossa perseverança além de ser uma boa tradição de feriado.

_ só não diga que teremos que comer todos aqueles ovos cozidos porque eu realmente estou passando mal apenas em pensar – disse Gideon.

_ fizemos isto nos últimos anos não? – observou William fazendo os garotos soltarem suspiros desanimados.

_ sopa de ovos de novo pelo resto da semana – falou Fabian desanimado.

_ não poderia facilitar as coisas para a gente e nos darem os que são de chocolate de uma vez? – disse Gideon e o pai acenou negativamente – não custava tentar.

_ é, sopa de ovo até que não é tão ruim assim – completou Fabian apesar de seu tom de voz parecer não concordar.

...

William e Molly ficaram sentados nos degraus da varanda enquanto via os gêmeos percorrerem o jardim em busca dos ovos escondidos. Foram momentos de silencio em que eles compartilharam alguns sorrisos quando viam algum dos garotos encontrarem algum dos ovos escondidos.

Ao olhar para o pai, a garota podia ver que ele estava pensativo como se sua mente vagasse para algum lugar distante. Não era de hoje que a ruiva notava que o pai fazia aquilo, sempre o pegava olhando para o vazio por alguns momentos e Molly sabia em quem ele pensava apesar de que nunca teria coragem de dizê-lo.

A verdade é que William não conseguia esquecer a esposa já falecida e em ocasiões como aquela simplesmente era inevitável de se pensar em como seriam as coisas se ela não tivesse partido.

Gideon e Fabian correram até os dois trazendo em suas cestinhas todos os ovos que haviam encontrado depois de cerca de meia hora procurando. Molly contou todos e viu que os irmãos não haviam esquecido nenhum antes de anunciar que eles iriam receber os seus prêmios.

_ vamos para dentro para que papai possa dar os ovos de chocolate para vocês – disse Molly sendo que seus irmãos assim que ouviram subiram as escadas rapidamente passando pela porta nem ao menos esperando por William ou a irmã.

...

Os gêmeos estavam sentados no sofá da sala quando o pai entrou trazendo os dois ovos embrulhados em papel prateado. Eles pareceram animados saltando de seus lugares e caminhando até o ruivo em passos apressados enquanto William parava tentando manter os embrulhos longe do alcance dos dois que tentavam alcança-los para divertimento de Molly que assistia toda a cena em risos.

_ tudo bem, podem parar os dois do contrario não terão os ovos agora – falou William e automaticamente os dois pararam enquanto o pai fazia os ovos que até então flutuavam com um feitiço caírem nas mãos dos gêmeos.

Molly esperou que os dois terminassem de desfazer os embrulhos para então perceber que uma coruja acabara de entrar pela janela da cozinha e pousar na mesa. Então a ruiva se encaminhou até próxima da ave notando que havia um pacote em suas patas que Molly desamarrou. A coruja levantou voo e saiu pela janela.

Era um pacote embrulhado em papel dourado e preso nele se encontrava uma carta. Molly se sentara na cadeira então abrindo o envelope e tirando dali um cartão de pascoa com dois coelhinhos (um casal pelo que parecia já que um usava gravata e a outra um lacinho na lateral da cabeça) que traziam uma cesta com ovos de chocolates. Nele escrito em letras brilhantes se lia “Feliz Páscoa” em letras curvas e bonitas, era bastante simples certamente fora comprado em uma loja trouxa.

Mesmo sem abri-lo já fazia ideia de quem pudesse ser. Então com um sorriso se formando no canto de seus lábios foi que abriu o cartão logo se deparando com uma letra bastante conhecida sua.

“14 de Abril de 1963

Hey Molly,

Espero que esteja passando um bom tempo em casa. Então, mamãe quis te mandar alguns bombons que ela fez para nós porque queria saber a opinião sua e de sua família ( já que eu falei que você iria dividir com eles pelo que te conheço) sobre a receita especial dela para chocolates.

Mande uma carta dizendo o que achou do contrario vocês serão abordados na plataforma por ela. O que penso seria um pouco vergonhoso para mim porque às vezes ela consegue meio que me fazer ficar sem graça.

Enfim, escreva então esta bem? Estaremos aguardando uma resposta. Nós nos vemos no dia de voltar para Hogwarts que por incrível que possa parecer estou sentindo saudades.

Até mais e Feliz Páscoa.

Arthur.”

_ vi você que você tinha saindo de fininho da sala e resolvi ver o que estava acontecendo – falou William passando pela passagem que dava para o resto da casa – que pacote é este?

_ foi o Arthur que me mandou – respondeu Molly então olhando para o pai – lembra que tinha falado dele? Arthur Weasley aquele meu amigo da grifinoria.

_ sim eu me lembro – falou William sorrindo tomando a cadeira de frente para ela – então, não vai abrir? – ele empurrara o pacote na direção da filha.

Molly o pegou então desafazendo o embrulho com cuidado para revelar uma caixinha simples que ao abrir viu conter vários bombons divididos por divisórias e embrulhados nas cores vermelho e dourado numa clara referencia a casa da garota em Hogwarts.

_ foi muito atencioso da parte da senhora Weasley me mandar isto – disse Molly pegando um bombom então passando a caixa para o pai – e o Arthur me mandou um cartão legal que me fez pensar que deveria ter feito o mesmo por ele – ela tirara o papel do chocolate então o mordendo e mastigou por alguns segundos antes de continuar a falar – está ótimo.

_ espero que ainda tenha vontade para comer o chocolate que eu fiz – falou William mordendo o seu bombom – tem um ovo destinado a você lá em cima no seu quarto.

Molly sorriu enquanto continuava a comer os chocolates que a mãe de Arthur havia feito e mandado para ela. Pai e filha ficaram por ali por alguns segundos apenas em silencio de modo a olhar um para o outro.

...

Molly se dirigia para colocar os gêmeos na cama, porém ao chegar próximo a porta pode ver que o pai já se encontrava ali sentado no chão ao lado dos gêmeos que ocupavam cada um de seus joelhos.

Nas mãos de William havia um livro que lia para os filhos podendo se ver que era a Babbity, a coelha e o toco que cacarejava (o que fez que a garota pensasse que a escolha do conto se devia ao clima do feriado). Molly ficou ali escutando o pai contar a historia com um sorriso nostálgico no rosto se lembrando de quando era pequena e era o pai que costumava ler para ela antes de dormir.

Após o termino dela, os gêmeos foram para a cama recebendo um ultimo cafuné do pai que lhes dava boa noite então sendo a vez da irmã de lhes ajeitar as cobertas e desejar bons sonhos antes de sair do quarto.

Molly arrumava sua cama para que pudesse dormir sendo que já se encontrava de pijamas. Ela andara até a janela e puxara as cortinas antes de voltasse as costas novamente para a cama então notando que havia alguém a sua porta.

_ espero não ter te assustado – disse William.

_ não me assustou... Não se preocupe com isto – falou Molly se encaminhando até a cama e se sentando nela então fazendo um sinal que convidava William a entrar em seu quarto - pensei que já tivesse ido dormir papai.

_ eu venho querendo conversar com você Molly – falou William meio hesitante – tem algum tempo já que venho percebendo o quanto fui injusto com você e isto me faz ter vergonha do que tenho feito.

_ do que esta falando pai? – perguntou Molly parecendo confusa com aquilo.

_ eu estive tão mal desde que perdi a sua mãe que deixei as coisas irem – respondeu William – não fui capaz de agir sozinho e você precisou assumir o papel dela sendo que isto esta errado.

_ não papai, é o meu dever como irmã mais velha cuidar de meus irmãos – falou Molly – não há nada de errado porque gosto muito de fazer este tipo de coisa.

_ não era para ser assim – suspirou William – cuidar de seus irmãos tudo bem, mas você acabou assumindo tudo o que sua mãe fazia e eu sou o culpado por deixar isto acontecer – ele olhou para a filha que pode notar os olhos dele marejados – eu te fiz crescer muito rápido Molly...

_ eu não sou infeliz papai – disse Molly - o senhor precisava de mim porque se não fosse eu lhe ajudar quem o faria? A família precisava de alguém para manter tudo em ordem então só fiz o que precisava ser feito.

_ E eu sou muito grato e tenho orgulho por ver a mulher maravilhosa que esta se tornando a cada dia – sorriu William – tem feito um excelente trabalho por todos nós só que eu só sinto que deveria ter te dado mais tempo para ser uma menina.

_ esta tudo bem pai, sério até porque sinto que tive tempo suficiente... Até porque por mais que não seja como as outras eu ainda sou uma garota – falou Molly erguendo o rosto do homem para olha-la – eu gosto de cuidar de todos é verdade só que sei me divertir pelo menos agora vejo o quanto é importante isto – ela se levantou para encarar o pai melhor – desde que fui para Hogwarts que percebi que o que me faltava era ter pessoas da minha idade por perto e agora eu tenho que são meus amigos além de que eu gosto daquele lugar e de aprender coisas novas.

_ céus o quanto gostaria que sua mãe pudesse estar aqui para vê-la – disse William passando uma das mãos em seu rosto – a cada dia que passa noto o quanto parecida com ela você vem se tornado.

Ela se aproximou do pai colocando ambas as mãos em seus ombros e de onde estava podia ver o sorriso dele se formando não era como os que geralmente viam que mesmo que uma mínima porção havia tristeza escondido neles, não aquele sorriso. Aquele ela pode ver que era de felicidade pura e verdadeira.

_ a família sempre vira em primeiro lugar não há como mudar isto até porque quero que sempre seja assim – disse Molly – porém não há razão para que eu não possa fazer o que eu quero e gosto de fazer.

_ isso é tudo que eu quero para você minha princesa – falou William enquanto abraçava a filha – eu te amo muito Molly e tudo que posso desejar para você e seus irmãos é que vocês sejam felizes.

Eles ficaram abraçados por um tempo que a garota não soube dizer quanto. William se separou dela então a afastando para que ele pudesse se levantar da cama. A filha se sentou enquanto via o pai se encaminhando para fora do quarto então ele parou antes de sair.

_ acho que você deveria ir dormir já esta tarde – disse William sorrindo fracamente para a garota que lhe devolvera o sorriso.

_ o senhor também deve ir papai ou se esqueceu de que tem de ir trabalhar amanhã? – questionou Molly enquanto o pai já mantinha a mão na maçaneta da porta.

_ como poderia me esquecer? – falou William - Agora me diga... O que você acharia de ir amanhã para o trabalho comigo?

_ eu lhe responderia perguntando a que horas devo me levantar – disse Molly enquanto se deitava e puxava as cobertas para próximo de si – mas quem vai cuidar dos gêmeos?

_ seu tio Ignatius não irá se importar de cuidar deles durante o dia – respondeu William dando de ombros – seus irmãos gostam dele não irá haver problemas pelo menos é o que espero.

_ até porque da ultima vez a tia Lucretia pirou pelo que aqueles dois lá aprontaram – observou Molly – não se preocupe que eu deixo avisado àqueles dois que é bom se comportarem.

_ e tenho certeza de que irão ouvi-la – disse William – boa noite filha, durma bem.

_ boa noite papai – falou Molly antes de a porta ser puxada e William se dirigir para seu próprio quarto enquanto a garota se voltava em sua cama abraçando o travesseiro.

Molly então dirigiu seu olhar para fotografia dela com a mãe que se encontrava em sua mesa de cabeceira e ao lado se encontrava o cartão de páscoa que recebera naquele dia. Não pode deixar de pensar em Arthur e o quanto aquele garoto era importante na mudança que ela sofrera.

Ele a havia feito perceber que precisava viver a idade que tinha porque crescer podia esperar. Arthur lhe mostrara o que era se divertir sendo algo que há muito tempo ela pensara que havia esquecido como era então certamente era aquele garoto uma das pessoas a quem mais devia.

Arthur lhe fizera viver novamente por ela e não apenas pelos outros e isto Molly nunca poderia lhe agradecer o suficiente. Ela murmurou um obrigado ao garoto mesmo sabendo que ele não poderia ouvir para então fechar os olhos e mergulhar em seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

Bom leitores, espero que vocês deixem comentários.
Espero que tenham gostado do capitulo mesmo que não tenha tido nossos dois protagonistas juntos em seus momentos. Creio que tenha sido importante para vocês assim como foi para mim.

Até a próxima... Que quem sabe não possa ser tão rápida quanto esta?
Só que para isto veremos o retorno que vamos ter não é mesmo? :)



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