A Vingança de Hera escrita por Cherry Pitch


Capítulo 14
Precisamos Conversar


Notas iniciais do capítulo

OIEEEE!!
Demorei a postar? Sim, demorei. Mais de um mês, inclusive. ME PERDOEM. É que eu estava realmente sem ideias para um "recheio", então eu resolvi diminuir o tamanho da fanfic e colocar logo a ação ;)
Enfim, eu provavelmente vou demorar a postar o próximo cap também, porque estou há algumas semanas parada no terceiro parágrafo. Se vocês quiserem me ajudar dando ideias, eu vou adorar, e vocês terão o cap de vocês mais rápido ;)
Enfim...
Enjoy



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POV Hera 

 

Hera estava em seu quarto, trancada, depois de Nêmesis sair. 

Ela não queria falar com Zeus. Ele perceberia que ela estava mentindo para ele no meio do plano é isso estragaria tudo. 

Que plano?, ela pensou. Já não era mais um plano. Ela queria ter um filho com ele. Ela queria poder ficar com ele, criar esse filho. 

Mas ela não conseguiria. Ela sabia disso. Mas ela pelo menos tinha que continuar a fazer aquilo como se fosse o plano original. Como se ela não tivesse se apaixonado. 

Mas... Droga, não era justo com Ben. Não era justo ficar com ele sem dizer que... Que Mary, na verdade, era Hera, a deusa da mitologia grega. 

Num impulso, ela manda uma mensagem para Ben. 

Precisamos conversar, ela digitou na mensagem. Rapidamente ele respondeu. 

Pode me falar o assunto da conversa?

Agora? Não. Mas precisamos conversar, é urgente. 

Hera bloqueia a tela do celular, até que ela sente vibrar. 

Na tela de bloqueio, está a mensagem que ele mandou. 

Hoje à noite no nosso bar?

Ao ler isso, Hera instantaneamente sorriu, mesmo sabendo que não deveria. Eles tinham um bar! Não tinham, de fato, mas toda vez que ele via aquele bar se lembrava dela, e agora, toda vez que ela visse aquele bar, lembraria dele. 

Sim. Te vejo lá. 

 

**

 

Hera abre a porta do armário. Ela pega a primeira calça jeans que ela vê, e depois uma camiseta preta escrito Keep Calm and nothing. Just Keep Calm.

Hera calça seus tênis azul escuros e veste uma jaqueta de couro por cima. A roupa que ela vestia era digna de uma filha de Hades, ou da vocalista de uma dessas bandas punks de mulheres. 

A deusa agarra a mochila que estava em cima de sua cama e sai do quarto. 

Ao entrar no elevador do Empire State, a trilha sonora de Apolo voltou a incomodá-la. Ela estava triste, depressiva, porra! Todos deveriam estar assim também, e não colocando baladinhas românticas dos anos 70 e 80 pra tocar no elevador! 

Hera fecha os olhos e morde o lábio inferior. Ela queria chorar, gritar, quebrar coisas. Mas não podia. Não naquele momento. Ela poderia quebrar coisas depois de falar com Ben, mas naquele momento ela deveria manter o controle de si mesma. 

A porta do elevador se abre. Hera sai e vai passando por entre os homens de terno e sapatos engraxados e mulheres com tailleurs e saltos finos combinando. 

Algumas dessas pessoas olhavam torto para Hera, que vestia uma roupa diferente da deles em um prédio do tipo que era o Empire State, mas ela estava se fodendo para eles. Ela estava depressiva porque seu marido poderia perseguir para matar o homem que ela amava depois de transar com várias mulheres e ter filhos com elas há séculos, e agora que ela tinha montado um plano para se vingar, tinha se apaixonado por alguém que ela iria ver morrer. O que se pode fazer, não é? A vida e uma merda. 

Hera continua andando em frente, ignorando os olhares. Ela sai do prédio e estes acabam. Na rua, fora do Empire State, ela já não era alguém estranho por estar vestindo jaqueta e tênis azuis sujos. 

Hera para na rua, observando o restaurante. Benjamin já está lá. 

Ela respira fundo, observando-o pelo vidro. Antes que ele a veja ali fora, ela entra. O sino pendurado na porta toca, e Benjamin me vê. 

 

POV Benjamin 

 

Eu estava curiosíssimo para saber o motivo daquele encontro repentino que Mary marcou. Perguntei o motivo, e ela apenas me respondeu que era urgente. 

O restaurante estava enchendo; Mary ainda não estava ali. Sempre que o sino que fica em cima da porta toca, eu olho para ver se é ela, mas não é. 

Até que... Bem, até que e ela. Eu a vejo observando o restaurante, e depois olhando para mim. Aceno e ela vem em minha direção. 

Consigo ver que ela está vestindo uma jaqueta e jeans. Ela chega em minha mesa e senta na poltrona. 

— Tem uma coisa que eu preciso de contar. - ela diz. 

— Você... hã... quer comer alguma coisa? 

Mary suspira. 

— Não... Eu só marquei aqui porque eu não tive nenhuma ideia de lugar. De outro lugar. - ela suspira de novo. Seu olhar está meio perdido, como se não tivesse certeza do que estava fazendo. Algo estava acontecendo, eu tinha certeza. - Ben, eu... Eu não sou quem você pensa. 

— Mary, eu... 

— Não! - ela me interrompe. - Meu nome ao menos é Mary! - eu fico pasmo. Por que ela estava me falando essas coisas?! Outro suspiro. - Eu... Acho que eu deveria falar a verdade em outro lugar. - ela diz. - Conhece algum lugar vazio, que ninguém nos veja? Mas ainda assim coberto? 

Fico olhando para ela. Tem o ginásio da escola, a gente poderia ir pra lá, mas depois de tudo que ela me falou... 

— Benjamin, eu não sou uma assassina em série, é que... Bem, acho que você não vai acreditar em mim. Ninguém acreditaria. E, por isso... eu preciso provar. 

Agora é a minha vez de suspirar. Olho para baixo. Estou hesitante em fazer isso, mas a curiosidade falou mais alto.

— Tenho. Eu tenho um lugar assim. - fecho os olhos, ainda hesitante. - O ginásio da escola. - digo. Agora já é tarde demais para voltar atrás. 

 

** 

 

POV Hera 

 

Eu andava em direção à escola que Benjamin trabalhava. Ele hesitara em me dizer o lugar que ele tinha em mente, imagine a reação dele ao saber da... da verdade?! 

Minhas pernas estavam bambas e meus lábios tremiam. Não sabia se isso era causa do nervoso, do frio ou de ambos.

Benjamin olhava para o lado oposto que eu estava, e eu fazia mesmo, apesar de nós dois olharmos um para o outro quando pensávamos que o outro não está olhando. 

Eu não sabia porquê eu continuava andando em frente. Se eu contasse o segredo, ele me acharia ou mentirosa ou louca. E eu não queria que ele achasse nenhuma das duas coisas. 

Respiro fundo. Agora eu não tenho mais escolha. Eu não podia chegar no ginásio do colégio e simplesmente gritar: "Era uma pegadinha!! Jura que você acreditou?!". 

Eu e Benjamin estamos parados encarando a porta do ginásio. 

— Vamos entrar? - ele pergunta, sem olhar para mim. Ele está com medo. Sinto isso. Ele não confia em mim, pelo menos não nesse momento. 

Eu assinto com a cabeça e ele entra na minha frente, abrindo a porta do ginásio. 

Quando a porta se fecha, tudo fica iluminado apenas pela luz da lua que entra pelas janelas. Benjamin fica me olhando com expectativa. Chegou a hora. 

— Er... O que você tem para me contar? - Benjamin pergunta, com a voz tremida, com hesitação. 

Eu olho para o chão e fecho os olhos, como se segurasse lágrimas que estão por vir. Como se soubessem o que está por vir. 

— Eu... Eu sou uma deusa, Benjamin. - digo. Ele ergue uma sobrancelha. - Uma deusa grega. Hera, para ser mais específica. 

Ele arregala os olhos e depois ri. Eu mordo o lábio. 

— Eu estou falando sério, Benjamin! Eu juro! 

Ele fica olhando para mim, parando de rir. Mas o seu olhar ainda carregava um divertimento, uma risada. 

— Você... Tem como provar? - ele pergunta. 

Fecho os olhos de novo e assinto. 

Eu me concentro na imagem dele, em seu rosto, e uma frase se passa pela minha cabeça.

Olá, Benjamin. Mary nunca existiu. Eu sempre existi. Hera. Eu a criei. 

No meio da frase abro os olhos e fico encarando Benjamin. Ele me olha assustado, e vi que tinha conseguido mandar a mensagem. 

— Então... É verdade. - eu assinto. Ele está pasmo, e cobre o rosto com as mãos. - Eu... Eu preciso de um tempo para pensar nisso. Eu... Desculpe. Mas... Por favor, não me mande mensagens, nem... Se comunique comigo de nenhum outro modo. Eu preciso pensar. 

Antes de me dar tempo de responder, Benjamin sai do ginásio. Ele me deixa sozinha ali. Apenas eu. 

Apenas eu e a lua. 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?



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